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História Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Por favor


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Mais um capítulo, eu tenho carinho especial por esse!!!

Capítulo 47 - Por favor


O médico élfico entrou, não o mesmo que tinha feito o curativo mais cedo, esse era um pouco mais maduro, como o chamado vinha diretamente dos aposentos reais tinha de ser esse. Correu o olhar rapidamente pela senhorita no lugar, estava mais que ciente de haver uma humana em tratamento, mas não qualquer uma, aquela que fez o rei suspender um médico, exilar um nobre e sabe-se lá quantas punições estaria disposto a distribuir por ela.

— Preciso ver as feridas. – pouco a olhava, seria mais seguro para si mesmo.

— Ah... – Luna estava mais que desanimada deixar que mexessem nos curativos era algo necessário, mas muito constrangedor e um pouco doloroso. Removeu o casaco, sentia os olhos do monarca sobre si.

Thranduil estava atento, no dia em que chegou não conseguira fazer aquele tipo de movimento e na véspera ela demorara muito para se despir e colocar a camisola, mas dessa vez conseguiu tirar o agasalho. As mangas transparentes do vestido deixavam bem evidente os lugares onde havia curativo, foi então que percebeu que havia um pouco de sangue, estremeceu.

Analisou as próprias vestes, recolheu de leve a manga e percebeu que era inútil, impossível acessar os curativos ainda vestindo aquela roupa, tinha a opção de rasgar as mangas, mas seria uma verdadeira ofensa a obra de arte que era aquele vestido. Seu olhar estava sobre as próprias mãos, então o olhar ergueu para o rei, ele parecia tão duro em sua expressão. Estaria ainda irritado por ela ter aparecido do nada em meio a julgamento? Provavelmente estava, concluiu isso mentalmente. Desviou o olhar, estava muito desconfortável, mas não estava arrependida.

— Precisa colocar algo adequado para que a inspecione. – dessa vez atreveu-se a prestar maior atenção a sua nova paciente, era sem dúvida diminuta, as mãos eram tão pequenas e graciosas, dali conseguia ver que uma delas estava com sua palma bem avermelhada, percebeu a mácula de seu sangue nas ataduras. Os cabelos longos e escuros com a textura tão diferente, formava ondas na maior parte do comprimento e cachos mais próximos as pontas, era tão diferente das elfas, mas sem dúvida sua aparência era agradável. ‘Exótica e delicada...’ A atração que o rei tinha por ela conseguia compreender.

— Luna... – chamou a atenção da pequena dama para si, quando a trouxe para seu quarto não tinha pensado em nada fora a comodidade em estar mais perto da sala do trono.

— Devo voltar a meu quarto... – começou a dizer.

— Não! – o elfo foi até a cômoda e retirou de lá uma camisa, era azul, um tom vivo de azul que competia com o céu de um dia quente de verão. A entregou diretamente na mão de sua pequena curandeira. – Use-a...

— Tudo bem... – por alguns segundos fitou a peça em suas mãos, mas logo se levantou e foi para o cômodo ao lado, a estrutura do quarto do rei era parecida com o dela, mas tudo tinha dimensões soberbas, diante do espelho fitou seu reflexo, parecia mais cansada do que realmente estava. Depositou a camisa sobre um banquinho que ali havia, teria a frente o trabalho de soltar a parte posterior de seu vestido.

— Posso ajudá-la?! – o rei élfico já previa a dificuldade que ela encontraria, viu-a assentir, ainda estava um tanto alterado pelo julgamento, mas acima de tudo estava com os nervos à flor da pele por ter percebido que ela sangrou, a mortal era tão frágil, era desconcertante observar isso. Vendo refletido no espelho que ela concordava correu a mão pelas amarrações, era algo desnecessário, apenas o fazia para sentir, era tão tentador pensar que em outro contexto o faria para poder alcançar sua pele, havia por ela tanta cobiça e luxúria em si mesmo que por vezes se surpreendia, desfez a amarração de forma rápida.

— Obrigada... – sentiu quando o corpete se afrouxou, mas o rei permanecia ali, estranhou isso.

— Precisa de ajuda com o resto? – apesar de soar ambíguo, não o era, afinal ela parecia realmente precisar mais dele dessa vez.

— Tudo bem... Eu dou conta sozinha! – assistiu o elfo a deixar sozinha, então de forma lenta retirou o vestido, colocando em seguida a camisa que lhe fora entregue. O tecido era tão agradável, similar a seda ela imaginou, ficava bastante largo em seus ombros e as mangas também eram bem frouxas, perfeitas para serem erguidas e deixar livre acesso as feridas, seu comprimento era praticamente o mesmo de suas camisolas.

Thranduil esperava, notou o médico inquieto a sua frente, o conhecia bem, não era inexperiente, era um dos mais antigos do reino, chegou até mesmo a atender Calen, estava acostumado a lidar com a realeza, por esse motivo estranhou a postura amuada que tinha naquele momento.

Sentia-se muito exposta, agora que sabia que para eles o que usava poderia facilmente passar por lingerie, entrou no cômodo principal sem fitar nenhum dos elfos. Mais que desconfortável se sentia naquele momento, ouviu quando o elfo que a atenderia pediu para que sentasse, fez tudo de forma mecânica, mas já acomodada o fitou diretamente, seu cabelo era longo e de um tom castanho acobreado, era uma linda cor, os olhos verdes lembravam muito os de Arale, isso trouxe a ela alguma empatia. Ele a fitou diretamente, sustentou seu olhar, achou estranho quando ele desviou-se.

‘O que ela era?’ A dúvida pipocou na cabeça do médico, já tinha tido contato o suficiente com humanos para conhecê-los, atendeu um número considerável de homens e até mesmo mulheres, mas o que via ali era bem diferente do que conheceu. A pureza dos olhos dela era tão grande que o desconcertava, sendo uma mulher adulta não compreendia como assim podia ser. Acabou a mirando novamente em sua face, ela tinha recolhido o tecido que tampava o curativo, explicou que poderia ser muito incômodo, mas que seria cuidadoso. Os traços dela o fizeram se perder um momento, além daqueles olhos gentis, havia mais, todo seu semblante transmitia inocência, apesar disso era nítido o olhar agudo e inteligente, era tão... A boca pequena e corada, os olhos grandes, as maçãs de seu rosto, parecia bastante com uma boneca de porcelana, era tão diferente das elfas, mas ao mesmo tempo tão encantadora e de uma delicadeza extrema. Sentiu a mudança na pressão do ar, arrepiou-se, era o rei agindo, estava chamando sua atenção.

Foi nítido para o soberano que o outro elfo estava admirado, passou tempo demais perdido, olhando o belo rostinho da pequena dama. Légolas havia comentado que Luna parecia possuir algum encanto, na época ficou contente de ser algo perceptível até mesmo para o príncipe, mas agora percebia que não seriam apenas os dois a isso notar. Era até compreensível, afinal era incomum ter uma humana a sua frente, mesmo assim, estava passando tempo demais a observando, tinha que atendê-la e sumir de sua vista. Notando que se demorava tratou de passar sua mensagem, o envolveu de forma sutil, a pressão era feita direcionada ao médico, Luna não perceberia.

Ele removeu de forma lenta a atadura e sentiu algo dentro de si repuxar, mordeu o lábio inferior, o incidente veio a sua cabeça, de fato precisava demover o soberano sobre as punições, mas estava realmente chateada com o que Teladriel tinha feito, era óbvio que não sabia seu estado real, mesmo assim a ofendeu e ainda machucou. Falaria pelas outras três, não mencionaria a outra elfa, exceto na defesa geral. Havia seu amor próprio, ser humilhada e ferida era o suficiente para fazer com que pouco se importasse com seu destino.

— De fato abriu-se... – comentou o médico, era horrível notar isso, a ferida já estava em bom estado de recuperação, agora regredira consideravelmente – Isso vai fazer com que demore mais o processo, mas não se preocupe, vai melhorar da mesma forma e com o cuidado necessário nem cicatriz haverá! Enquanto se recupera não force seu braço. Estamos combinados? – a viu concordar.

Thranduil acompanhou atento o que se passava, mas mais de uma vez quis parar de olhar, mas não conseguia, era muito angustiante de se ver, quando a viu mordeu seu lábio soube que ela conteve o gemido e a reclamação.

— Quanto a sua mão... – de modo delicado a manipulou, em seu pulso fez um firme curativo – Recomendo que evite qualquer tipo de impacto, veja como está vermelha...

— Tentarei... – disse de forma vaga.

A pequena dama defendia-se quando provocada, foi algo que contente constatou, primeiro com Alex, ela o feriu por desrespeitá-la, então veio Teladriel, que tanto a ofendeu como machucou. Era tão gentil e bondosa, mas agia em seu próprio favor se necessário.

O médico logo terminou o que fazia e pediu permissão para se retirar, ainda sentia alguma tensão vinda diretamente do rei, mas não era um fedelho para sentir medo sem nada justificável. Mas estava curioso, uma curiosidade com fundamentos, daria um jeito de ver novamente a mortal, tinha impressão de que algo estava fora do lugar.  

Luna se viu sozinha com o rei, ainda estava sentada, notou o novo curativo, dessa vez prestou muito mais atenção ao que era feito, sentia refrescância do local, com certeza havia cânfora. Buscou pelo elfo e o encontrou a fitando, parecia um tanto perdido, a via, mas não enxergava. Levantou-se e de forma lenta aproximou-se, ele ainda a seguia com olhar, mas parecia aéreo.

— Oi?! – tentou trazê-lo para o agora, levou uma mão a sua face e o percebeu um tanto surpreso.

A mão delicada em seu rosto, o toque dela, estava presente novamente, procurou por seu toque, envolveu sua mão e beijou em sequência. A trouxe para perto, abraçando-a com delicadeza, respirou fundo sentindo cheiro gostoso de seus cabelos.

— Por favor... – começou a falar – Não se machuque de novo...

— Ah ta... – sentia o calor do rei, estava praticamente agarrada a parte posterior das vestes dele. – Assim acaba com minha diversão! – riu-se – Eu adoro brincar disso... – sentiu o tórax do elfo vibrar, ele rira um pouco, havia um leve desgosto misturado a sua diversão.

— Minha pequena dama está bem humorada... – disse com simplicidade, ainda mantendo algum contato recuou e sentou-se em sua cama, tinha a mão sã de Luna entre as suas – Sente-se melhor? – havia certo tom de preocupação, apesar do fato de estar brincalhona o deixar um pouco mais relaxado.

— Eu estou bem! – respondeu, no momento estava sem dor, já nem se lembrava direito do incidente com Teladriel, muito menos com como o soberano ficou contrariado e arisco.

Observou-a por um breve momento, então a trouxe para si, abraçou-a outra vez, sentiu os dedos dela em seu cabelo. Sua face estava próxima a curva do pescoço da humana, o cheiro dela invadindo-o, acariciou de leve suas costas, sentindo o tecido da camisa que a ela havia emprestado. Beijou seu pescoço, bem próximo a marca que havia feito, ela o aconchegou o recebendo melhor, mas separou-se levemente dela e levou os dedos a marca do lado direito de seu pescoço.

— Isso dói? – perguntou preocupado, esperava sinceramente que fosse indolor.

— O que? – até então Luna não percebera nenhuma marca em si, quando a ela foi perguntado ficou sem entender a que se referia. Viu o sorriso malicioso brotar na face do monarca. Logo o tinha novamente colado a si mesma, com os lábios explorava a pele de seu pescoço, arrepiou-se por completo.

A melhor parte do seu dia, estar junto a sua pequena dama, as reações dela eram tão gostosas de serem percebidas. Estava contente com o fato de apesar de estar um tanto avermelhada onde antes a sugou, não haver dor. Uma pequena mão tocou sua bochecha e chamou sua atenção para si, ela o fitava, os olhos negros e curiosos, então sentiu que ela selou seus lábios, prontamente a recebeu, aprofundou com volúpia, ela podia consumi-lo em seu próprio fogo. Adorou o fato de a iniciativa ter partido dela, também o desejava e isso estava mais do que claro, acendia algo em si mesmo, o toque carinhoso e cuidadoso que dela recebia, clamava internamente por mais. Estava acomodada entre seus joelhos, ficava um pouco mais baixo que ela sentado na cama. Sentiu quando ela apoiou o joelho esquerdo no colchão abaixo de si, entre suas coxas. Ela cessou o beijo, o elfo abriu os dois primeiros botões da camisa que nela estava, revelando um pouco mais da pele suave, beijou a região e a sentiu estremecer. Tocou de leve a perna que estava apoiada na cama, a pele nua sob seu tato, então viu-a separar-se de si, o mirou estava tão corada.

O toque dele a fez lembrar-se que estava usando só uma camisa do elfo, embora fosse tão decente quanto às camisolas, para ele com certeza estava praticamente nua.

— Devo vestir-me... – achou sua voz mais baixa que o normal, não se atreveu a olhá-lo novamente, desprendeu-se de suas mãos. Se tivesse continuado a mirá-lo veria a perfeita expressão que uma criança faz quando lhe é tomado o doce.

— Mas está tão linda assim... – em sua voz havia uma leve indignação e um notório lamento, ela sumiu de sua vista, tinha ido trocar-se.

Thranduil respirou fundo, era paciente com ela, tentava não acelerar demais o que ambos tinham, temia que caso fosse mais rápido, caso a abordasse com toda sede e desejo que haviam em si mesmo a assustasse, ou desse a entender que queria apenas usá-la tal qual um objeto. Chance a esse tipo de engano não daria. Além disso, queria explorá-la em sua integralidade, saborear cada momento, deliciar-se em cada toque. Simplesmente desejava adorá-la usando para tanto seu próprio corpo e a parte de seu coração onde sabia que ela tinha se instalado.

Luna tentou acalmar-se, tinha que se vigiar melhor, o queria tanto... Sua incompreensão sobre situação de ambos a deixava confusa, o que eram um para o outro? Questionava-se sem parar, sua distração não era, ele dissera que era importante para ele, mas isso era tão impreciso, tinha muito medo de apegar-se, mas por dentro já assumira que passara desse estágio, era preocupante, antes já tinha sofrido e amargado por permitir-se envolver. Era assustador a conclusão interna a que chegara, estava definitivamente gostando do rei, gostando muito, gostando tanto que quase a fazia assumir que isso era paixão. Retirou a camisa, mas não sem antes conferir seu reflexo com a mesma, colocou o vestido, as amarrações por fazer, não se importava mais em ter que pedir alguma ajuda ao monarca.

— Ainda acho que estava melhor antes... – lamentava enquanto refazia a amarração. Tarefa ingrata!Não estava tão empolgado para vesti-la, queria mesmo despi-la. A assistiu voltar-se para ele, o analisar por um instante, mas nenhuma palavra dela veio.

Continua...


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; MELHOR


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