A noite se esvai num simples estalar de dedos, logo uma manhã ensolarada e aconchegante está chegando.
O despertador começa a fazer a sua barulheira e o garoto logo acorda.
Joseph: Hmmm...
- Eu tenho um despertador? Não me lembrava disso... Ah é, universo paralelo.
Ele se levanta da cama e começa a se recordar de alguns detalhes.
Joseph: Ué, eu não tinha dormido no chão enquanto jogava com a Érica?!
O treinador fica de frente ao espelho.
...
...
...
Joseph: IMPOSSÍVEL!!!
Ele está na sua estatura de adolescente, algo próximo a sua antiga altura e idade.
Depois de dar um belo berro, seu pai entra com tudo em seu quarto.
Felipe: Filhão, o que aconteceu?
Joseph: Pai?!
- Foi mal, não queria acordar o senhor...
Felipe: Tá tudo bem, eu já estava me preparando pra ir trabalhar.
- Mas, mais importante, o que aconteceu aqui?
Joseph: Ah...
- Nada, não aconteceu nada. Apenas me assustei com meu reflexo.
Felipe: Sério?
- Que tenso hein, se assustar com a própria imagem é um péssimo sinal.
Joseph: Essa não...
O pai vai saindo do quarto.
Felipe: Haha, eu só estou brincando.
- Cuidado pra não se atrasar no seu primeiro dia de colegial!
Ele sai do quarto, o garoto fica completamente perdido com o que acabou de ouvir.
Joseph: (Primeiro dia de colegial... Então houve um salto temporal aqui, acho que é forma da Sarah adiantar o processo para que eu veja a tal "Coisa Importante").
- Não tem muito o que fazer, o jeito é seguir o roteiro.
Ele abre o guarda-roupas e vê que o uniforme escolar está ali.
Joseph: Exatamente como o esperado!
Após se arrumar o garoto desce as escadas numa velocidade alta.
Lúcia: Filho?!
Joseph: Bom dia, mãe.
Lúcia: Não desça as escadas correndo, é perigoso!
Joseph: Desculpa.
O rapaz se senta a mesa, ele ainda está raciocinando tudo que está acontecendo.
Lúcia: Querido, hoje eu fiz torradas pra você.
- Ah, eu fiz um café preto também. Você gosta assim, né?
Joseph: (Eu nunca experimentei café... Não sabia que gostava).
A mãe vem trazendo os aperitivos, ela coloca tudo sobre a mesa e se senta.
Joseph: Mãe...
- Como eu agi nesses últimos anos?
Lúcia: Que pergunta estranha...
- Você agiu como sempre, filho.
Joseph: (Bem do jeito que eu esperava, não houve mudanças na minha atitude e o salto só está sendo minha consciência tomando posse desse corpo em dias específicos).
- Que bom, apenas queria saber se estava sendo uma pessoa boa.
Lúcia: Hahaha!
- Aposto que tem haver com aquele videogame que você está querendo, não é?
Joseph: Adivinhona!
O treinador pega uma torrada e um pouco de café.
Joseph: Acho qu...
Eis que o som de alguém descendo as escadas ecoa pela cozinha, essa pessoa está com uma baita pressa.
Lúcia: Amor, não corra nas escadas!
Felipe: Foi mal!
Lúcia: Você está atrasado?
Felipe: Estou sim.
Ele dá um beijo em sua esposa.
Felipe: Tchau amor.
- Tchau filhão, boa sorte lá na escola!
Ele pega uma torrada e a coloca em sua boca. Após isso, Felipe sai correndo pela porta da frente.
Joseph: (Roubou minha cena!).
Lúcia: Seu pai anda bastante energético!
- Aposto que tem haver com as eleições.
Joseph: Eleição?
Lúcia: Sim, seu pai está querendo se eleger a prefeito.
- Não se lembra disso?
Joseph: Ah...
- Me lembro sim!
O treinador termina de comer sua torrada, mas acaba percebendo que não tomou nem um gole do café.
Numa decisão muito ruim, ele toma tudo de uma única vez.
Joseph: (Santa mãe de Deus, que negócio AMARGO!).
Lúcia: Tá do jeitinho que você gosta?
Joseph: S-sim...
- Uma delícia!
Lúcia: Hehe, obrigada.
Ela pega o prato e o copo e vai até a pia.
Lúcia: Acho melhor tu ir acordar a sua namorada.
Joseph: Não quer que eu la...
Lúcia: A louça é toda minha, não quero ver você atrasado!
- Vem cá se despedir.
O garoto vai até ela, lá sua mãe ganha um beijo.
Joseph: Tchau!
Lúcia: Tchau, filho.
Ele vai saindo da casa, porém...
Lúcia: Não se esqueça de sua mochila!
- Ela está no sofá.
O garoto pega a mochila, é uma daquelas bolsas de lado.
Joseph: (Isso me lembra a mochila que os pokémon fizeram pra mim... Que saudade deles).
Ele sai de sua casa e caminha até o lar da Érica.
Alice: Joseph?
- Pode entrar, querido.
A mulher estava pegando a correspondência, uma coincidência muito boa.
Joseph: Bom dia!
- Com licença.
O treinador entra na casa, a aparência dela é a mesma de sempre.
Alice: Poderia acordar a Érica?
- Ela não desce aqui, não importa o quanto eu chame.
Joseph: Pode deixar comigo.
Ele sobe as escadas, logo ele percebe uma luz despontando no corredor.
Joseph: (A luz está vindo de dentro do quarto... A porta deve estar aberta).
- Érica?
Ao chegar a frente da porta o motivo dela não responder é descoberto.
Joseph: Ela só está com fones de ouvido...
- Ou aquilo é um headset? Enfim, é um fone.
O treinador se aproxima dela, com bastante calma e cautela.
A garota o percebe ali, ela tira o fone e o encara com um olhar surpreso.
Joseph: Bom dia!
- Já está tomando café?
Em cima da cama tem umas rosquinhas e refresco.
Érica: Bom dia...
- Hehe, tem que adiantar as coisas.
Joseph: Que música você tá ouvindo?
A garota coloca o headset nele.
Érica: O nome da música é Elevator Of Love, da Miami Nights 1984.
Joseph: Minha banda favorita!
A música começa a tocar e o garoto vai se desligando do mundo.
Aos poucos, tudo que está acontecendo a seu redor passa a ser um vasto nada. Todos seus problemas, preocupações, ocupações... Tudo está se esvaindo.
Uma mão acaricia seus cabelos de forma gentil e suave. A música continua a tocar, e o mundo não para de girar.
A música finalmente acaba e o treinador volta ao mundo real.
Érica: Bem-vindo de volta a Terra.
Ele fica espantado ao ver que a garota está nos seus braços, ambos estão deitados sobre a cama.
Érica: Antes que tente fugir, foi você mesmo que me abraçou.
Joseph: F-fui eu?!
Érica: Aquela música te deixou bem diferente...
Ela continua abraçada com ele.
Joseph: Érica...
- Não é melhor você se arrumar pra gente ir?
Érica: É verdade!
Ela se levanta e começa a se trocar.
Joseph: Calma mulher!
- Deixa eu sair daqui primeiro.
O treinador sai tropeçando no ar, logo ele está fora do quarto.
Pouco tempo depois, a garota sai do quarto. Ela está vestindo um uniforme branco com uma gravata e saia azul.
Érica: Como eu fiquei?
Joseph: Linda!
- Combinou contigo.
Érica: Hehe, obrigada.
- Vamos descer?
O casal desce as escadas, lá está a mãe dela.
Alice: Finalmente acordou!
- O café da manhã está na mesa.
Érica: Não precisa, eu já tomei lá no quarto.
- Obrigada mesmo assim, mãe.
Alice: Poxa, sério?
- Eu queria tomar café da manhã com vocês...
O rapaz percebe o olhar triste da mulher.
Joseph: Érica, eu acabei não tomando café lá em casa...
- Acho que vou tomar aqui.
Érica: (Ele percebeu... Me sinto uma idiota, não queria deixá-la triste).
- S-sim, eu vou comer só pra te fazer companhia...
Alice: Vocês vão mesmo tomar café comigo?
- Obaaa!!!
O casal se senta a mesa, eles começam a se servir.
Joseph: (Não é atoa que Érica é fofa, olha só essa mãe...).
Alice: Joseph, por que está me olhando com essa expressão?
- Até está parecendo apaixonado.
Joseph: Hein?!
- N-não é isso.
Érica: Amor, sem paquerar a minha mãe...
- Por favor.
Joseph: Qual é!
Eles tomam o café da manhã, ambos comem uma pequena quantia por já estarem satisfeitos.
Alice: Já encheram?
Joseph: Sim, sua comida é ESPETACULAR!
Alice: Hehe, obrigada.
- Tenham um bom dia de aula!
A garota da um beijo na sua mãe, ambos vão saindo de dentro da casa.
Alice: Querida, não esqueça sua mochila.
Érica: Ah, é mesmo né...
Ela pega a bolsa, a mochila estava próximo a porta.
Érica: Obrigada, mãe!
- Até mais tarde.
Alice: Até!
O casal sai de dentro da casa, agora eles estão a caminho da escola.
Joseph: Caramba, a gente tá atrasado.
Érica: Mas valeu a pena, não é?
- Eu agradeço a sua atitude com a minha mãe. Fui tão estúpida, nem sequer percebi a situação.
Joseph: Não se culpe, isso acontece mesmo.
- Apenas certifique-se de tomar café com ela, isso deve ser o suficiente para resolver o problema.
Érica: Você acha?
Joseph: Tenho certeza!
- Seu pai está ajudando o meu com os negócios das eleições, certo?
Érica: Sim...
Joseph: Então, a sua mãe acaba ficando bastante tempo sem ninguém.
- Por isso esses pequenos momentos são tão importantes ela...
Érica: É verdade...
Joseph: Minha mãe é igual ela, então entendo bem como as coisas funcionam.
Érica: Obrigada, Joseph.
- É bom ter alguém como você do meu lado.
Ela pega na mão dele.
Joseph: Érica...
- Como eu tenho agido com você nesses últimos tempos?
Érica: Bom... Pode-se dizer que eu me apaixono por você... Todos os dias.
- Você está sempre se superando.
O treinador fica bem vermelho, ele não esperava aquela resposta.
Érica: Hahahaha!
- É tão fácil te deixar vermelho.
Joseph: Engraçadinha.
O casal caminha até a escola, eles conseguem chegar lá na hora exata.
Érica: Você está nervoso?
Joseph: Estou sossegado...
- Faz tempo que eu não estudo.
Érica: Ué, nós ficamos um mês de férias.
- Considera isso muito tempo?
Joseph: Ah...
- Disfarça, eu só estou viajando na maionese.
Érica: Okay...
Ambos adentram na escola, já existe um número grande de pessoas ali.
Joseph: Amor, a gente tá na mesma sala?
Érica: Hurrum.
- Vamos sentar juntos nas carteiras do fundo?
Joseph: Próximo a janela, naquele lugar clichê?
Érica: Você anda assistindo muito anime.
Joseph: Caramba, tu pegou a referência?
- Estou impressionado.
Érica: Esqueceu que estamos namorando?
- A maioria das coisas que você faz, eu também faço.
Joseph: Nossa...
- Eu não te forcei a fazer nada disso, certo?
Érica: Hahaha, claro que não.
- Fui eu que comecei a me entrosar contigo, daí passei a gostar das mesmas coisas que você.
O rapaz da um sorriso sem graça enquanto coça a cabeça.
Joseph: B-bom...
- Vamos tentar achar o local da nossa sala?
Érica: Eu já sei onde fica!
- Vem comigo.
A garota o leva até a sala, lá dentro já tem alguns alunos.
Érica: Melhor garantirmos nossos lugares.
Eles adentram no local, lá ambos pegam os seus lugares desejados.
A esquerda do treinador tem uma janela com uma vista incrível e na direita a namorada dele.
A garota está sentada organizando seus materiais, ele fica a admirando por um tempo.
Joseph: Isso é um sonho mesmo...
Érica: O que é um sonho?
Joseph: Hein?!
- A-ah... Nada, apenas estou pensando alto.
Érica: Hahaha, bobo.
Ele começa a ajeitar os materiais dele também. Não muito tempo depois, a sala começa a se encher com o restante dos alunos.
Érica: Está quase na hora da aula começar.
- Estou ansiosa para conhecer os nossos professores.
Joseph: É, eu também.
O garoto olha pela janela, lá fora tem um Butterfree voando.
A borboleta percebe o olhar dele, ela voa em direção a janela.
Joseph: Hum?
O pokémon pousa na beirada da janela, ele parece estar querendo carinho.
Érica: Jos...
- Nossa!
Joseph: Já viu um desses?
Érica: É um Butterfree, já vi diversos.
- Por que ele pousou aí?
Joseph: Também não faço ideia.
O treinador coloca a mão pra fora, ele quer acariciar o pokémon.
Com bastante calma, o garoto aproxima sua mão do Butter. O pokémon fica impaciente com a demora e esfrega seu focinho na mão dele.
Érica: Ele gostou de você!
Joseph: Parece que sim...
A borboleta passa pela janela e pousa na mesa dele.
Érica: Meu Deus, que coisa fofa.
- Como ele ficou tão amigável contigo?
Joseph: Talvez seja a natureza dele.
- Tem pokémon com naturezas amigáveis, tipo esse Butter.
Érica: Butter?
- Já deu até nome pra ele? Hehe.
O treinador presta atenção nas pessoas ao redor, ninguém está demonstrando percepção aos acontecimentos.
Joseph: Érica...
- Ninguém aqui da sala conhece a gente?
Érica: Nossos amigos e amigas saíram em suas próprias aventuras...
- Daí entramos em uma turma nova. Você esqueceu disso?
Joseph: Sim, minha memória anda bem fraca.
Érica: Percebi.
Uma professora entra na sala.
Professora: Bom dia!
Alunos: Bom dia, professora!
Ela escreve seu nome na lousa.
Professora: Me chamo Clara, muito prazer em conhecê-los!
- Irei realizar a chamada e dar introdução ao que nós estudaremos.
Ela realiza a chamada, nenhum aluno faltou no primeiro dia.
Clara: Estou feliz de ver a presença de todos aqui!
- Como recompensa, o que vocês gostariam de estudar?
Os alunos ficam olhando uns para os outros, ninguém consegue ter ideia do que responder.
Joseph: Que tal estudarmos os pokémon da região?
Clara: É uma ótima ide...
- Joseph, isso na sua mesa é um Butterfree?
Todos alunos olham pro pokémon.
Joseph: É sim.
- Posso explicar sobre ele, caso você queira.
Clara: Sinta-se a vontade!
A professora se senta, o garoto vai até a frente da sala junto com o pokémon.
Lá ele explica os momentos que teve com seu antigo Butterfree, mostrando que a borboleta é uma grande ajudadora.
Clara: Que história bonita!
- Diga-me, quem é esse treinador misterioso que você comentou?
Joseph: Se eu contar a graça acaba, não é mesmo?
Clara: Tem razão.
- Pode ir se sentar, Joseph.
Com aplausos da turma, o garoto volta pro seu lugar.
Érica: Nossa!
- Não esperava por essa.
Joseph: Obrigado, mas quem brilhou lá foi o Butter.
- Olha esses olhos gigantes, quem resiste a isso.
Érica: Hahahaha, é verdade né.
A professora percebe o clima entre o treinador e a Érica.
Clara: (Hum... Vou dar uma recompensa pro Joseph).
- Alunos, vou usar um método de ensino diferenciado.
Alunos: Como assim?
Clara: Juntem as suas mesas com a pessoa do seu lado.
- Começando da janela, da esquerda para direita.
Joseph: Hum...
- Olha só, vamos ficar juntos.
O rapaz junta a mesa com ela, a garota está bem feliz.
Clara: (Considere isso o meu pagamento!).
As aulas passam como um piscar de olhos, logo chega a hora do intervalo.
Érica: Vamos ficar aqui na sala?
- Minha mãe fez uma marmita de pedreiro, dá pra dividir entre nós dois.
Joseph: Falou a minha língua!
Os outros alunos começam a se aproximar do casal, eles estão interessados no pokémon.
Joseph: Butter, brinque com eles.
A borboleta começa a voar dentro da sala, a molecada fica entretida com os movimentos do pokémon.
Joseph: O Butter sabe lidar com plateias.
- Amor, o que temos pra comer?
A garota abre o pote, lá tem de tudo um pouco.
Érica: Arroz, feijão, bife, frango e alface.
- Minha mãe sabe que você gosta de carne, então ela caprichou.
Joseph: Que Deus abençoe essa mulher!
Érica: Hahaha, vamos comer então.
Ambos: Itadakimasu!
(Essa frase consegue quebrar as barreiras do universo!).
Joseph: Hum...
- E essa alface? Tem um porquinho da índia por aqui?
Érica: Eu sou a porquinha.
- A alface é pra mim...
Joseph: Hahaha, foi mal.
- Quer esse apelido pra você?
Érica: Porquinha da índia?
- Dispenso.
Os dois riem bastante e continuam comendo, logo o horário do intervalo acaba.
A mesma professora volta pra sala.
Joseph: Nós não temos outros professores?
Érica: Dizem que ela é a professora mais versátil do colégio.
- Uma mulher que vale por todas as matérias.
Joseph: Wow...
- (Preciso conhecê-la no meu universo, ela pode ser uma aliada poderosa!).
A duração do período escolar é até as 14:30. As aulas passam bem rapidamente, e as horas voam como se não houvesse amanhã.
Clara: Espero que não fiquem enjoados de mim.
- Vejo vocês amanhã!
Todos saem correndo da sala, o casal opta por ir mais calmamente.
Clara: Vocês dois não estão com pressa?
Érica: É melhor ir com calma...
- Pressa não serve pra nada!
Joseph: Palavras sábias.
Clara: Hahahaha...
- O que vocês acharam da técnica de duplas?
Joseph: Eu achei boa, afinal ajuda no entrosamento dos alunos.
Clara: (E também na sua aproximação com a garota que gosta...).
- E você, Érica?
Érica: Eu gostei, pois posso ficar próxima dele.
Clara: Nossa!
- Você é bem direta, diferente de outras pessoas.
Joseph: Ah, qual é.
- Foi um ótimo escape, isso é irrefutável.
Clara: Tenho que confessar, tu leva jeito com as palavras.
- Mas não é o suficiente pra mim.
Butterfree ainda está voando ao redor da sala, o pokémon se diverte bastante.
Joseph: (Esse não tem o costume de papagaios... Poxa, eu sinto saudades dos meus pokémon!).
- Talvez essa mudança tenha tido seus lados negativos...
Érica: Mudança?
Clara: Acho que está se referindo ao seus antigos amigos, não é?
- Fiquei sabendo que todos saíram em suas próprias aventuras.
Joseph: Sim, mas eu consigo entender os motivos.
- No entanto, existem momentos que a negatividade toma a minha mente.
Clara: É totalmente normal.
- Não é uma coisa boa, mas faz parte da nossa natureza humana.
Érica: Sempre estaremos sujeitos a sentimentos e coisas que não entendemos...
- É algo complexo!
O casal pega suas mochilas e se preparam para ir.
Clara: Pessoal, obrigada por tudo
- Vocês me ajudaram muito aqui!
Joseph: Não esquenta.
Érica: Não precisa agradecer, apenas fizemos o que era certo.
Clara: Vejo vocês amanhã!
Casal: Tchau!
Ambos saem de dentro da sala de aula.
Clara: E você, senhor Butterfree?
A Butterfree pousa na mesa da professora.
Clara: Ah, você é fêmea.
A pokémon fica olhando pra mulher, que logo entende a situação.
Clara: Não precisa me olhar assim.
- Eu vou cuidar de você!
Agora voltamos com o casal, ambos estão a caminho de suas casas.
Joseph: Nossa, já estava me esquecendo...
- Érica, você se lembra da Sarah?
A garota fica um tempo pensando, mas logo se recorda da borboleta.
Érica: Me lembro sim!
- Você ficou todos esses anos sem nem tocar nesse assunto... O que está acontecendo?
Joseph: Não adianta eu tentar te explicar, afinal estou mais perdido do que cego em tiroteio...
- Poderia me acompanhar até aquele jardim?
Érica: Claro, eu vou com você.
O casal corre até lá, logo eles chegam ao pé da subida.
Joseph: Vamos lá!
Ambos sobem o monte, o casal chega ao topo.
Érica: Conseguimos!
Joseph: Vitória!
Sarah: Olá!
Os dois levam um susto, a borboleta estava os esperando.
Joseph: Quer me fazer ter um infarto?
Sarah: Peço desculpas.
A pokémon voa até a garota, ela fica pairando na frente dela.
Joseph: Poderia me explicar o que está acontecendo?
Sarah: Creio que você já tenha entendido o fundamental, então irei pular diretamente para a explicação.
- Assim como posso pausar o tempo em um universo, eu também posso fazê-lo avançar conforme uma linha contínua, mas meu poder possui certas limitações.
Joseph: Entendo, nisso a gente tem o Salto Temporal.
- E mesmo com limitações você é bem forte!
Sarah: Hehe, obrigada.
- Como as coisas estão andando com essa sua nova vida sem perder a Érica?
Érica: Como assim...?
- Era pra eu estar morta?
Joseph: Não, você ainda estaria viva.
Sarah: Sua morte foi algo temporal, mas o suficiente para quebrar todo o equilíbrio.
Érica: Vocês estão falando como se já tivessem vivido isso...
- Eu não consigo entender!
Sarah: Você entende a teoria do multiverso?
- Cada ação e decisão desencadeia uma série de universos paralelos.
Érica: Está tentando me dizer que o Joseph não é desse universo?
Sarah: Esse daí não, mas não precisa se preocupar com isso!
- Podem existir vários Josephs, mas a alma é uma só.
Joseph: Poderia explicar melhor?
Sarah: Em cada multiverso existe um receptáculo para a sua alma...
- As partículas da alma se dividem em cada um desses corpos, nisso cada uma delas irá passar por experiências e realidades diferentes.
Joseph: Nós não possuímos uma alma por completo?
Sarah: Não subestime essa partícula!
- Cada uma delas é uma peça fundamental da alma, então todas possuem a mesma importância.
Érica: Isso é...
- INACREDITÁVEL!
Joseph: Como você sabe tanto sobre essas coisas?
Sarah: Logo você vai entender...
- Apenas queria lhe explicar a respeito disso, assim você não fica tão perdido.
A borboleta ganha um pouco de altitude.
Sarah: Aproveite o entardecer de hoje.
- O amanhã pode ser o último dia...
Ela sai voando em direção a floresta.
Joseph: Érica, eu sei que esse "Eu" atual não é aquele que você convive todos os dias, mas...
Érica: Você está enganado!
- Se ela não tivesse me dito eu nunca teria percebido nada...
Joseph: Você não se sente desconfortável com isso?
Érica: Nunca me sentiria desconfortável ao seu lado!
- Podemos voltar pra casa?
Joseph: O-ok, vamos indo.
Os dois descem a rua, eles estão caminhando pra casa.
Érica: Amor...
- Eu estou um pouco assustada...
Joseph: Não é atoa, eu também ficaria tenso se soubesse que acabei morrendo em outra realidade.
- Mão não se preocupe, tenho quase certeza que a Sarah só me trouxe pra cá para mim ver o quão feliz eu seria caso as coisas não tivessem saído do eixo.
Érica: Pelo que eu entendi o terceiro dia será o seu último...
- Depois disso o que vai rolar?
Joseph: ...
- Eu sempre vou estar aqui.
A garota o abraça, ela está tremendo bastante.
Joseph: Ainda que minha consciência não esteja aqui...
- Eu ainda vou estar do seu lado.
O treinador acaricia os cabelos dela, isso a ajuda a se acalmar.
Joseph: Você não pode andar assim.
Ele a pega no colo, a menina fica extremamente envergonhada.
Érica: N-não precisa disso...
Joseph: Não vai querer?
Ele tenta colocá-la no de volta no chão, mas ela se segura nele.
Érica: Agora vai ter que me carregar...
Joseph: Haha, eu sabia que você ia gostar da ideia!
A garota se sente uma princesa. Infelizmente a caminhada triunfante não dura muito.
Joseph: Chegamos!
Érica: Aaah!
- Que pena.
Ele a coloca no chão.
Joseph: Acho que vou tirar o restante da tarde de folga.
Érica: Quer assistir anime?
- Eu baixei Mayo Chiki em qualidade Blu-ray pra gente assistir.
Joseph: Ah, por que não?
- Bora assistir!
Érica: Ok, vem comigo.
A garota o leva até sua casa, ambos adentram lá e ficam parados na sala.
Joseph: Que cheiro bom!
- Sua mãe tá preparando o almoço.
Érica: Ela sempre prepara a comida nesse horário.
- O meu pai vem comer em casa, então o almoço sai mais tarde.
Joseph: Entendo bem essa situação.
- Onde nós vamos assistir?
Érica: No meu quarto.
Os dois sobem até o quarto, lá já está tudo no esquema.
Érica: Vou preparar os arquivos pra rodar.
- Espera um pouco.
Joseph: Ok!
A garota vai ajeitando tudo, ela demonstra bastante facilidade com o manejo das coisas.
Joseph: A gente faz isso frequentemente?
Érica: Hurrum.
- Ontem a gente assistiu Toradora.
Joseph: Esse anime é bom!
Érica: Você gostaria que eu fosse mais similar com a mini tigresa?
Joseph: Está se referindo a Taiga...?
Érica: Ela mesmo.
Joseph: Não, você está ótima desse jeito!
- (Não quero levar voadoras e murros como demonstração de afeto. O estilo “saco de pancada“ não combina comigo).
Érica: Prefere a minha personalidade?
Joseph: Sim, você é única.
- Apesar que você me lembra a heroína de Sakurasou Pet no Kanojo.
Érica: A Mashiro?
- Nossa, obrigada pelo elogio.
Ela finalmente termina de arrumar os arquivos.
Érica: Prontinho!
- Agora é só dar Play.
O treinador fica procurando um lugar pra sentar, mas não tem nada ali.
Érica: O que você está esperando?
- Pode deitar na cama.
Joseph: Ah...
Ele se deita sobre a cama, a garota aperta o play e se deita junto com ele.
Érica: Se dormir vai levar mordida.
- Combinado?
Joseph: O mesmo pra você.
- Combinado?
Érica: Ok, combinado.
A maratona vai até às 20:00 horas da noite.
Lúcia: Hum... Onde está aquele menino?
A porta da casa se abre.
Lúcia: Joseph?
Joseph: Oi mãe, desculpa o atraso.
O garoto vai correndo até ela, a mulher leva um susto.
Lúcia: Filho, o que aconteceu?
- Você tá repleto de mordidas.
Joseph: Eu cai no sono e fui atacado.
Lúcia: Que monstro atacaria sua presa dessa forma?
Joseph: Uma mulher?
Lúcia: Está corretíssimo.
- Opa, espera um segundo...
Joseph: Ela até me apelidou de alface.
- Aquela porquinha de índia...
O treinador se senta no sofá, logo ele se deita e acaba pegando no sono.
Agora são 22:00 horas, Felipe chega em casa.
Felipe: Querida, cheguei!!!
Lúcia: Não grite!
- O Joseph está dormindo ali na sala.
Felipe: Opa...
O rapaz se senta a mesa, sua esposa coloca a comida pra ele.
Felipe: Eu tenho novidades.
Lúcia: Pode falar.
Felipe: Eu consegui achar um vice-prefeito pra nossa cidade.
- Adivinha quem é...
Lúcia: Quem?
Felipe: É o Fernando.
- Ele estava me ajudando com as coisas, mas ainda estava relutante com o cargo... Depois de muita insistência ele aceitou a proposta!
Lúcia: Parabéns, amor.
- Agora você pode correr atrás desse seu sonho!
Continua.
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