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História Pokémon - O Vínculo Perdido - Capítulo 07 - O Despertar do Vínculo Sombrio


Escrita por: V_tu

Notas do Autor


Olá, olá! ~ ✧
Bem, saiu! Este é o último ato da Elizabeth debaixo do holofote do foco narrativo, então quis fechar com chave de ouro! É, eu trabalhei muito neste capítulo para que fosse interessante e saísse o mais rápido possível. :333
Eu mesmo quem revisou, então, pode ter erros aqui ou ali, perdoem-me se houver... Sem mais delongas...
Boa leitura! >~<

Capítulo 7 - Capítulo 07 - O Despertar do Vínculo Sombrio


Fanfic / Fanfiction Pokémon - O Vínculo Perdido - Capítulo 07 - O Despertar do Vínculo Sombrio

 O tempo foi passando e mesmo assim não consegui parar de me preocupar... Eu me questionava sobre meu irmão, ele nunca havia agido daquela maneira. No fundo de meu coração senti que ele escondia algo de mim, mas eu me recusava a crer em tal possibilidade.

Após aquela noite, meu irmão me fez acreditar que nunca mais veria coisas como naquelas fotos, que ele não entraria em perigo, porém eu acabei por ser enganada.

A partir daí, Christopher passou a conversar comigo sobre tudo que estava acontecendo. Era estranho vê-lo com animosidade ao falar de tantas coisas, como a aparente ameaça ao nome Mongestern e seu plano maluco de vingança à pessoas que nem conhecia. Desde então, as coisas só complicaram...

Foi em uma noite que tudo mudou, para a pior, se me permitem dizer. Quando eu estava em meu aposento, tocando meu violino para matar o tempo, a música foi interrompida com um barulho vindo do andar de baixo, que soava como uma porta sendo arrombada e várias pessoas se movimentando. Fiquei assustada, então resolvi sair para procurar meu irmão, com medo que algo ruim pudesse acontecer.

Enquanto eu passava pelos corredores, tentando achar um meio de encontrar o Christopher, pude ver, do topo da escadaria, o Hall de Entrada sendo invadido por várias de pessoas de uniforme completamente negro. A porta estava escancarada, de modo que parecia ter sido aberta com muita força, deixando a entrada livre para mais entrarem.

Os ruídos das botas apressadas alastrando-se aos outros cômodos, tonificaram minha ansiedade e receio, então, o medo surgiu logo quando vi os empregados todos sendo levados para fora da casa.

Quando pensei em sair deste local, fui descoberta por uma daquelas pessoas que veio com um grupo em minha direção, então gritei:

— Christopher!

— Senhorita Mongestern, você vem com a gente, mas se resistir seremos obrigados a usar meios radicais para levá-la. — disse um dos homens que me capturaram. Ele possuía um ar diferente sobre todos, que o destacava do resto do grupo, devia se tratar de alguém com uma patente maior que os "capangas".

— Não! Me soltem, seus trogloditas, meu irmão vai acabar com vocês quando ele chegar aqui! — Eu esperneava, me debatia, tentava me soltar de alguma maneira, mas aqueles homens eram mais fortes e estavam em maior número. Era impossível eu me libertar sozinha, então parei de me debater e apenas me deixei ser levada, sem resistir.

Sendo levada para fora da casa contra a minha vontade, me concentrava para entender o que poderia estar acontecendo. Em um momento, pude ouvir o meu sobrenome passarem pelas vozes de algumas pessoas.

— Certo, coloquem a venda nela, rapazes, se ela gritar podem amordaçar também. Depois a joguem na van. — Com as ordens autoritárias do homem, um nó formou-se em minha garganta, não tão forte quanto o nó que fizeram com uma pesada corda em meus pulsos. Aquilo provavelmente deixaria marcas.

— Urgh! Como ousam tratar uma dama desta maneira?

Sem que fosse respondida, colocaram um lenço em minha boca e olhos, voltando sobre minha cabeça para selar com outro nó rude. Então, praticamente me puxaram pelo caminho até alguma van. Meu estômago se revirou só em pensar sobre isso. Onde meu irmão estava? Para onde estavam me levando? Por quê?

Algum tempo depois, que parecia mais uma eternidade, senti que o automóvel havia parado. Ouvi a porta traseira se abrir e senti meu coração ficar tão gelado quanto a van.

Sendo novamente puxada pelos homens, eles me levaram para algum lugar que não pude ver, pois ainda estava com os olhos vendados. Logo, percebi que os passos que eles davam faziam eco, então deduzi que deveríamos estar andando por um corredor, até que ouvi o som de uma porta metálica ser aberta. Então, eles retiraram minha venda e a mordaça e me jogaram no que parecia ser um tipo de cela de prisão, mas ao invés barras de ferro, era uma parede transparente como vidro que me trancava num quarto cinzento e minúsculo.

Quando me virei, acabei percebendo que não estava sozinha. Uma garota não muito alta, com um estranho cabelo lilás e pele clara, vestida com uma roupa hospitalar para pacientes estava lá, me encarando com seus olhos azuis que diziam estar com medo ou receio.

— Quem você é? — falei para a garota, sentada no chão em posição de feto. Ela não me respondeu, colocando sua cabeça entre os joelhos.

— Sabe por que estamos aqui? — perguntou ela.

— O que eles vão fazer com a gente? — perguntei, virando-me para o vidro que me prendia no cubículo.

— Se você está aqui, acho que já sabe o que eles vão fazer. Vão amarrar e fazer experiências horríveis com a gente... Uma verdadeira tortura. — respondeu a garota, levei a mão para tapar minha expressão boquiaberta, por mais que tivesse essas expectativas em alta.

Ao longe, pude ouvir gritos e urros, assim como o som de marteladas, que pareciam acertar minha mente com imagens horríveis, carne sendo rasgada e dilacerada, senti estar dentro de um filme de terror.

— Eu... — chutei a parede incolor. — Esses homens invadiram minha casa, me levaram e... Meu irmão... — coloquei as mãos sobre o vidro, fechando os olhos. — Estava lá também, mas não sei onde ele está agora. Basicamente, só não sei porquê estou aqui.

— Irmão...? — ela disse, erguendo sua cabeça.

— Sim, Christopher é o nome dele. Meu nome é Elizabeth, mas pode me chamar de Liz. E você? Qual seu nome?

— Cat é como todos me chamam, mas Jasmine dizia que meu nome é muito bonito para ser substituído por um apelido. — me respondeu.

— Jasmine? Amiga, irmã?

— Já foi algo assim... — disse Catherine. — E se não fosse por ela, talvez não estivesse aqui.

— Como você veio parar aqui? Por que a trouxeram para cá?

— Digamos que fiquei sabendo demais. Só queria que alguém lá fora pudesse se lembrar de mim. — contou Catherine, me fazendo lembrar do que eu bem conhecia. Um vazio que certamente ela tinha dentro de si, também era o mesmo sentimento que guardei desde a infância.

— Não se preocupe. — eu disse, fazendo-a olhar para mim. — Meu irmão é bem poderoso. Ele com certeza vai nos tirar daqui muito em breve. — disse, tocando sua mão, numa tentativa de consolo.

Catherine e eu estávamos conversando já faziam algumas horas, nem percebi o tempo passar. Mas logo... Comecei a sentir que algo estava estranho... Uma fina camada de fumaça ou algo parecido começou a permear aquela cela, tornando difícil de respirar ali. Comecei a tossir e então senti meus olhos ficando pesados...

O que senti depois foi meu sangue queimar... Algo perturbava meu corpo por completo. Parecia que estava sendo corroída de dentro pra fora. Eu senti uma voz ficando cada vez mais próxima, cheia de raiva e repudia. Mas isso simplesmente acabou.... Depois só lembro de ter acordado em outro lugar.

Minha cabeça parecia estar girando, então só podia estar tonta, pois não conseguia mexer meu corpo... Quando me dei conta, estava deitada em um tipo de superfície fria, com mãos e pés presos por algemas do que parecia ser um metal muito reforçadas. Com minha visão ainda turva, semicerrava os olhos para enxergar alguma coisa.

Após minha visão voltar ao normal, observei o que podia enxergar no local. Mesas, estantes, notória falta de claridade, máquinas que eu desconhecia suas utilidades era o que alcancei ao longe da minha visão, além de brechas de luz em várias linhas nas paredes, que pareciam portões. Senti um aperto no coração, ao olhar para o lado, vi Catherine deitada em uma mesa de metal, igual a que me prendia, e ao outro lado, estava Bisharp, meu fiel parceiro nessas mesmas condições.

Meu estômago começou a revirar, mas não fui capaz de sentir tristeza nem pensar, ao olhar melhor para Bisharp, percebi que ele estava igual aos pokémon daquelas fotos que eu havia encontrado no escritório de meu irmão, ele estava sem cor, sem vida... Seus olhos eram brancos e seu corpo cheio de mutilações, cortes e outros ferimentos, além de algumas manchas de sangue cobrirem parte de sua armadura.

Olhei então para mim... Eu também estava cheia de marcas, cortes... Coberta de sangue. Apesar disso tudo, apesar de estar sentindo dor... Eu não era capaz de expressar nenhuma emoção, apenas sentia um resquício de raiva revirando meu coração. Entretanto, isso mudou... Christopher estava no outro lado da sala, em condições iguais ou piores, ao lado do seu Hydreigon que sequer parecia vivo.

Ver aquela cena fez meu coração acelerar, minha mente entrou em colapso logo após. Era como se eu não conseguisse processar tudo que estava acontecendo de uma só vez, foi quando as dores das feridas começaram a doer, parecia que minha pele estava queimando de dentro para fora, como se meu sangue fervesse.

Tentei ignorar minhas condições, pois no momento eu só queria ajudar meu irmão e meu pokémon, por isso tentei de todo jeito me livrar daquela prisão metálica, puxava meus membros como se quisesse de algum jeito arrancar aquelas alças, mas parecia inútil.

Foi quando um riso sarcástico ecoou pela sala. Das sombras uma mulher de jaleco veio caminhando em minha direção, ela esboçava um sorriso torto, seus cabelos negros junto daquela face cínica davam a ela o título perfeito de cientista louca.

— Ora, ora... vejo que a criança finalmente acordou! Então, como foi acordar e ver seu corpo, seu pokémon e seu...querido irmão nesse estado?

Dizendo isso, a mulher caminhou até Bisharp e tocou seu rosto encouraçado, embora no momento o aço daquela armadura estivesse em cacos.

— O que pensa que está fazendo? — vociferei, quase cuspindo. — Tire as mãos do meu parceiro, sua desgraçada! — gritei com raiva, não podia mais permitir que meu companheiro fosse usado em experiências horrorosas.

— Que estranho ouvir isso de você, afinal a responsável por isso... seria você senão seu irmão ou aquela garota? — disse ela, com a mão no queixo. Neste momento, lembro-me da conversa que tive com Catherine antes de apagar e acordar nesse horroroso estado.

— Como se eu acreditasse nas suas mentiras! Os únicos responsáveis por isso são vocês, desgraçados! — falei em voz alta, obtendo um irritante e estridente riso daquela mulher como resposta.

— Garota, essas feridas que você compartilha agora com seu pokémon são o efeito colateral da droga experimental que desenvolvemos aqui nesse laboratório. Apesar de que deve me agradecer por ativar o vínculo com seu Bisharp, eu devo dizer "obrigada" a você no lugar de seus pais que não estão mais aqui. Afinal de contas, foram eles quem criaram essa droga.

Nada foi mais chocante do que ouvir essa última parte... acabar de ouvir que não só fui responsável por aquelas atrocidades feitas ao meu pokémon, como também que minha família tinha ligações com esse lugar. Mas isso seria verdade? Será que tudo isso não é só uma armadilha para acreditar numa mentira?

— O que quer dizer com isso, sua velha? Nunca minha família poderia participar disso, afinal quem está gerindo a empresa agora é o meu digno e amável...

— Irmão? Era isso que iria dizer? — retrucou ela, me olhando de lado.

— Ai, ai... Mongestern... Sempre tão ignorantes. — disse a mulher, agora saindo de perto de Bisharp e caminhando até a frente da maca de meu irmão que ainda estava desacordado. — Pois saiba que foi ninguém menos do que seu amado irmãozinho que foi o principal financiador da nossa pesquisa. — completou, me fazendo arregalar os olhos, certamente havia ficado maluca para dizer isso.

Não podia ser o Christopher, meu irmão, a pessoa que mais respeito nesse mundo ser o responsável por isto?

— Parece que é um choque pra você, mas não a culpo, afinal Cristopher sempre dizia para não envolvê-la nos nossos negócios... Mas precisávamos de mais uma cobaia, já que um certo treinador com poderes psíquicos havia fugido. — Com a pouca visão que tinha, vi a mulher levar a mão direita ao rosto do meu irmão e acariciar sua bochecha. — Mas seu irmão não merecia isso, ele é tão bonito... ou era... — A risada estridente da mulher aumentou o volume enquanto na mesma proporção apertava o rosto de meu irmão... eu não podia mais ver essa cena, mesmo que estivesse chocada com aquelas revelações.

— Tire as mãos dele — sussurrei pausadamente, olhando pra baixo ainda estática.

— O que disse criança? — indagou a mulher. E agora, inundada por uma enorme raiva que crescia dentro de mim, gritei erguendo meu rosto.

— EU MANDEI TIRAR ESSAS MÃOS IMUNDAS DO MEU IRMÃO, SUA DESGRAÇADA!

Era estranho, meu corpo agora estava esquentando, era como se meu sangue começasse a entrar ebulição, uma sensação estranha... mas tinha a impressão de que cada vez mais, uma energia percorria meu corpo o fazendo enrijecer no processo.

— Menina mimada, parece que a ficha ainda não caiu pra você. Por acaso acha que ainda está na sua mansão falando com os seus empregados?

Com raiva a mulher cada vez mais forçava sua mão asquerosa contra o rosto do meu irmão... não satisfeita, ela agora começou a esbofeteá-lo enquanto ainda ostentava aquele sorrisinho presunçoso.

— NÃO FAÇA ISSO... NÃO FAÇA ISSO... — gritava, enquanto me contorcia naquela maca, minha paciência já estava no limite, não conseguia pensar em mais nada que não fosse tirar aquela mulher de perto do meu irmão.

Queria salvá-lo... queria fugir dali com ele... se pelo menos... se pelo menos tivesse poder...

— AHHHHHHHHHHH! — gritei o mais alto que pude.

Neste momento, senti minha consciência ser invadida por uma aura escura e ao final a mente de outro ser... ele me chamava com sua voz metálica e sombria. Esta energia passou a correr por todo o meu corpo, olhando para o lado, Bisharp também irradiava a mesma aura, embora seu corpo ainda estivesse imóvel. Então, senti sua consciência me chamar, como uma ligação muito estranha.

— M-mas o que?! — gaguejou a mulher, cessando seus atos e olhando para mim com uma face de surpresa.

— Grrrr! — Tensionei minha mandíbula em uma ação involuntária a dor que sentia, uma energia parecia consumir meu corpo.

Olhar para ela fez minha raiva aumentar, e como se sincronizasse, Bisharp se ergueu da maca onde estava só para gritar igual a mim.

Agora nós dois estávamos com raiva, e como se me entendesse, meu pokémon veio até mim só para cortar as amarras que me prendiam.

A mulher que apenas via tudo estática sentiu o perigo e tentou fugir, mas para seu azar eu notei.

— Bisharp, pegue-a! — ordenei ao meu companheiro, que imediatamente saltou, só para cair em cima da mulher, a imobilizando no processo.

— ME SOLTE, ME SOLTE! — gritava desesperada a mulher. — Emergência! — tocou o botão de um controle que havia tirado do bolso.

— DESGRAÇADA... COMO VOCÊ OUSOU FERIR MEU IRMÃO...? — Ainda com raiva me aproximei dela e ergui minha mão, Bisharp como se me imitasse fez a mesma coisa erguendo seu braço e a afiada lâmina dele, se preparando para um ataque.

— Espere... o que vai fazer? — questionava a mulher amedrontada.

— Foi com essa mão, não é? Foi com essa mão... QUE VOCÊ BATEU NO MEU IRMÃO, NÃO É?

Minha mão desceu, assim como a guilhotina de Bisharp que cravou no chão de forma violenta, empalando assim o braço da mulher.

— AHHHHHHHHH! — gritou de forma ainda mais estridente a cientista, agora olhando para o estrago.

Com isso, fui ao encontro de meu irmão para tirá-lo da maca. Mas os alarmes agora soaram, aquela doutora corria desesperada. Em menos de segundos, seguranças vieram de todas as direções.

Nos minutos seguintes, lutei abrindo meu caminho a força para sair dali, destruía tudo em minha frente com a ajuda de Bisharp. O poder era enorme e foi de grande ajuda para vencermos todos os guardas daquele pesadelo de local.

"Preciso tirar meu irmão daqui..." disse em meus pensamentos, quando o Bisharp simplesmente foi até o Christopher, com suas lâminas, destruindo as algemas que lhe prendiam. "Bisharp..." sibilei seu nome ainda sem dizê-lo com minha voz, então o pokémon virou-se para mim com seus olhos totalmente negros.

— Você me escuta? — disse, me aproximando dele, levando minha mão ao seu rosto, senti ele concordar. — Okay, mas... Foco! Vamos sair daqui! — eu disse.

"Vamos procurar uma saída para tirarmos todos daqui primeiro."

Segui com Bisharp até enormes portões de ferro naquela sala, passando por cima dessas pessoas que tentaram me derrubar há pouco sem nem me importar.

— Iron Head! — comandei o pokémon, que efetuou uma esmagadora cabeçada nos portões, derrubando-os num segundo.

Foi quando vi o exterior daquele local. Tudo era tão escuro, vazio, imenso, eu nunca tinha visto um lugar como aquele. Não sabia identificar qualquer lugar em Kalos com aquelas características, na verdade, nenhum lugar no planeta! Mas que tipo de pesadelo é esse?!

— Eu não faria isso se fosse você! — exclamou uma voz, vindo logo de trás de mim. — Embora tenha mais potencial que as últimas experiências, não há garantia de vida nestas terras.

Ao virar para olhar quem falava, avistei um homem, alto de pele alva e cabelos castanhos. Seus traços eram firmes e lhe davam uma expressão convencida. Suas vestes consistiam em um terno, calça e botas negras.

— Acabe com ele também! — ordenei, então o pokémon saltou, mas atravessou seu corpo como se golpeasse o vento.

— O poder da ciência é incrível. — disse ele, sorrindo com os braços cruzados, olhando diretamente para mim.

— Me diga logo! Qual o significado disso tudo? — indaguei, indo em sua direção ao lado do Bisharp.

— Sei que deve estar confusa e irritada, mas... Tenha calma... Tudo será explicado em breve. Apesar de que leu diário do seu irmão, não?

As imagens dos pokémon naquele diário foram o que vieram assim que ele terminou a frase. Então, voltei a realidade, minhas perguntas acumuladas aglomeravam em minha mente, deixando tudo claro. Já não conseguia ler os pensamentos do Bisharp, o mesmo havia voltado a sua normalidade, agindo sem repetir meus movimentos.

— Incrível... Vocês três progrediram muito em comparação dos últimos "voluntários". — sorriu, fazendo aspas com os dedos. — Mas não deixa de ser um ato nojento e cruel... Credo... Seus olhos estão uma coisa de outro mundo.

— Quem são vocês? O que querem comigo e meu irmão? Por que estão fazendo isso? — falei, arfando, com meu corpo entrando em exaustão. — O que está acontecendo comigo? — perguntei, antes de cair com um cansaço fora do comum.

— Liz, Liz. — A voz era suave, como os toques em meu rosto. — Elizabeth. — Christopher me despertou.

Abrindo bem meus olhos, estava numa cama, com ele ao lado, ajoelhado no chão. Olhei ao redor e percebi que estava num quarto pequeno.

— Christopher... — Disse, sonolenta, tentando me levantar, mas meu corpo ainda doía.

— Oh, Elizabeth. — Me abraçou ele, mas eu não retribuí.

Neste momento, todos meus pensamentos e sensações se chocaram em minha mente, lembrando do que o meu irmão havia feito eu também não podia esquecer. Dessa forma, empurrei-o contra o chão de forma rude.

— Seu mentiroso! Como pôde fazer isso comigo? Como pôde envolver sua irmã nesse esquema hediondo! Você... Você mentiu! — disse, lembrando de todas as vezes que me prometeu não me desapontar, coisa que havia feito há pouco.

— E-Elizabeth... — Christopher gaguejou, enquanto tentava se levantar, já que também parecia estar fraco. Assim como eu, estava com os mesmos aspectos dessa experiência horrorosa. Mal consegui olhá-lo diretamente. — Eu sei que tem motivos para estar revoltada, mas...

— "Mas" o quê?! — trovejei, levantando-me da cama, sentindo ali o peso que a dor criava sobre mim, mas não chegando ao nível da raiva que sentia pelo Christopher.

— Você mentiu! Disse que não estava se metendo em problemas e no final olha no que deu?... Não só você... mas eu também fui pega pela sua loucura... Fomos reduzidos a monstros de laboratório! — Aumentei o tom de voz, não dando brechas para deixá-lo falar.

— Liz, você entendeu errado, não era isso que eu queria... — falou, enquanto se apoiava na cabeceira da cama pra se levantar.

— E o que você queria afinal? Porque ao meu ver, você queria escravizar pokémon e pessoas inocentes pra fazer seu trabalho sujo! — disse começando a ofegar, enquanto me afastava dele, não queria nem mesmo olhar na sua face.

Entretanto meu irmão foi mais rápido, me segurou pelo braço e fez com que eu o olhasse nos olhos.

— ME ESCUTA! — gritou ele. Eu, com esse gesto inesperado, só pude ficar quieta e ouvi-lo.

Confesso que fiquei tentada a bater nele até que me soltasse, mas ao olhar em seus olhos lembrei do porque não podia fazê-lo, desde nossa infância Christopher tomou o lugar de nossos pais, ele sempre esteve ao meu lado, me ajudando, me criando e me dando carinho, mas haviam ocasiões em que ele perdia a paciência, era algo raro de se ver e quando o fazia, sua expressão mudava dando lugar a um irmão assustador que me fazia tremer, como agora. Além do mais, minhas condições físicas não me permitiam desferir-lhe um soco.

Mas isso não mudou minha indignação. Tinha um furacão de pensamentos se chocando em minha mente, assim fazendo uma tempestade de emoções.

Lembranças desde a época da escola até o reencontro com meu irmão e dos momentos que presenciara antes de perder a consciência alternavam entre si de forma violenta, deixando-me com um aperto no peito. Os lugares onde havia sido ferida latejavam e minha boca ficou seca, de repente. Mas ainda arranjei coragem para encará-lo nos olhos, sentindo lágrimas quentes escorrerem pelas minhas bochechas.

Christopher tomou então fôlego e começou a falar:

— Nossa família descobriu, há muito tempo, uma energia misteriosa, proveniente de um lugar bem diferente... E essa energia tinha muito potencial. Nós, os Mongestern, queríamos dar a esta energia um bom uso, algo vantajoso para humanidade, dando assim mais um passo para um futuro milagroso... Uma nova evolução. Mas, em razão de desconhecermos as propriedades dessa nova fonte de energia, não tínhamos como girar a roda do destino... Isso até "eles" aparecerem, e assim uma parceria nasceu. Eles entraram com o conhecimento e nós com o financiamento.

— Mas isso que estão fazendo é loucura! Christopher, qual o fundamento disso?!

— Eu sei! É por isso que eu não queria ter lhe envolvido! Nossos pais nunca aceitaram... e com medo desses planos eles tomaram medidas extremas.

Ao ouvir meu irmão dizer isso, logo meu coração saltou.

— Como assim "medidas extremas"?

— Liz, o que vai ouvir aqui pode ser chocante, mas me prometa que tentará entender.

Nesse momento, as lágrimas em meu rosto por algum motivo começaram a cair de forma mais frequente, era como um presságio da incrível verdade que iria ouvir em seguida.

— Nossos pais...Tudo o que fizeram conosco, todas as coisas horríveis e maus tratos... Eles fizeram para o nosso bem.

Não consegui mover meus lábios para rebater isso, meu irmão acabara de me dizer que tudo de horrível que nossos pais fizeram para nós dois foi para nos proteger?

— A falta de afeto. Havia um motivo para isso... — desabafou, foi quando algumas lágrimas formaram-se em seus olhos. — Eles só queriam nos afastar, pois sabiam que algo ruim iria lhes acontecer... E essas pessoas... Eu nem sei o que querem... Seus motivos ainda são um mistério, por isso procurei respostas, e nas minhas investigações descobri um diário digital dos nossos pais explicando tudo isso que eu acabei de te dizer.

Era demais pra mim, meu peito assim como o resto do meu corpo doía, o abalo depois de ouvir tudo isso era demais para digerir de uma só vez, e vendo que não conseguiria mais me manter de pé, sentei na cama.

— Liz, você está bem? — perguntou, levando sua mão até meu ombro, o qual logo rebati.

— NÃO ME TOQUE, SEU MENTIROSO! — gritei com meu irmão, o que o deixou assustado e calado. — Você não é diferente dos nossos pais, me enganou... Me traiu... Como pôde?

— Foi tudo para o seu... — interrompi sua fala ao meio, dizendo:

— NÃO DIGA QUE FOI PARA O MEU BEM... NÃO USE AS MESMAS DESCULPAS QUE ELES!

Nesse instante, ergui minha mão e me preparei para dar um tapa nele, mas ao olhar para seus olhos que ainda me encaravam, perdi as forças, era um olhar sério, porém, não transmitia nenhuma mentira ou dúvida, era o olhar de alguém que estava determinado a fazer de tudo para proteger quem ama... me proteger.

Com isso, caí em prantos ali mesmo, na frente da pessoa que até há pouco acreditava ter me traído.

Observando meu estado, Christopher pegou a minha mão que ainda estava erguida e a segurou com suas duas, em seguida a beijou e disse:

— Desculpe... Parece que assim como nossos pais eu falhei com você... Mas te prometo, Liz... Farei de tudo para protegê-la, nem que eu precise dar minha vida pra isso.

Após essa declaração, só pude abraça-lo com todas as minhas forças e dizer uma única palavra.

— Sim.

Eu suspirei, por parte que sentia um vendaval de sensações físicas e psicológicas e parte por me sentir um brinquedo de uma criança que pode mexer e remexer sem dar importância. Sentei-me na cama, limpando as lágrimas, então olhei para ele, que não tirava os olhos de mim, e disse:

— Chris... Se estiver mentindo para mim de novo, eu juro pelo meu nome que vou matar você, entendeu? — ameacei, ele franziu a testa, mas ainda um pouco sério. — Você entendeu?

— Sim, entendi. Não estou mentindo para você desta vez, Liz, é a verdade, lhe garanto isso. — confirmou.

Respirei fundo novamente, tentando descontrair meu corpo, quando olhei em volta, embora estivesse num pequeno e aconchegante quarto, eu ainda tinha a imagem do exterior do local. A visão do escuro como uma estranha caverna fixou-se na minha mente, lembrando dos detalhes das supostas rochas de cor néon azul e verde.

— Chris... Onde estamos? Aqui não parece com Kalos ou Unova. Como chegamos até aqui?

— Não faço ideia de que lugar seja esse, mas sei que estamos muito longe da nossa antiga casa. Infelizmente, vamos ficar aqui por enquanto, até que completemos alguns testes. — explicou ele com toda normalidade do mundo. Eu ainda olhava tudo isso com muita estranheza, mas tentava aceitar mesmo que fosse inacreditável. Eu só queria que tudo acabasse logo...

Chris segurava meus ombros e alisava meus cabelos, me passando uma estranha sensação de conforto. Não consegui sentir nenhuma emoção que não fosse as que estavam conflitando em minha mente, apenas fiquei lá, parada permitindo que ele continuasse.

Mas a maré de pensamentos continuava agitada, como as ondas varrendo a areia da praia, indo e vindo a todo momento.

— E o que vem agora? O que querem com a gente? — questionei, olhando sua face que estava avermelhada.

— Vamos precisar cumprir algumas tarefas, Liz... Mas não se preocupe, estarei junto de você...

Foi então que ele me explicou detalhadamente tudo que precisávamos fazer ali. Primeiro faríamos testes para que essa... transformação horrenda, prefiro dizer, pudesse ser estudada. Após sermos instruídos sobre como usar esse poder, iríamos receber algo para nos ajudar a controlar e regular melhor este... poder, a Synchro Stone, desse jeito estaríamos mais um passo próximo de quitarmos a dívida. Nossa missão seria utilizar nossos poderes para a captura de um Pokémon muito específico... Volcarona era o objetivo. Creio que vocês se lembram dessa missão, afinal foi lá que nós nos conhecemos pela primeira vez... Peço desculpas por ter os atacado, mas não pude colocar meu irmão em risco... Por mais que aquilo fosse contra tudo que eu prezava, tive de fazer...

Desse modo, tudo correu como o planejado... O planejado por eles, após o avanço na pesquisa, fomos encaminhados para o Relic Castle, estranho... Eu não me lembro de como foi quando saí daquele laboratório para chegarmos em Unova...

Mas, enfim, após vocês dois nos derrotarem, perdemos aquele poder do vínculo com nossos pokémon, as Synchro Stones se quebraram e eu desmaiei. Acordei naquele hospital, onde fiquei até pouco tempo, me recuperando física e mentalmente... Até você aparecer.

Quando acordei, também não encontrei nenhum vestígio claro do monstro que eu havia me transformado, mas meu corpo ainda possuía muitos hematomas. Meu irmão e nossos parceiros pokémon, eles devem ter desaparecido ou levados para algum lugar que não sei...

Só sei que não tenho mais conexões com essa tal de "Arcadia", mas quero fazer eles pagarem por tudo que eles me causaram. E isso é tudo que sei, tudo que aconteceu.

E agora, eu me sinto uma completa imbecil. Acabei de contar toda a minha vida e verdade para completos estranhos, mesmo que uma daquelas pessoas tenha me ajudado a pouco. Apesar que de forma involuntária, eles me olhavam com aquelas expressões que eu mais repreendia nesta situação... Pena.

Não consegui novamente, comecei a chorar contra minha própria vontade. Ou nem tanto, não é sempre que posso soltar as angústias do meu passado.

Senti uma mão envoltar meu corpo, fazendo um abraço... Jasmine me abraçava bem ali.

— Eu sinto muito por tudo que passou. — ela disse, percebi que havia derramado lágrimas. — Isso foi de grande ajuda. — dizia isso como se de alguma forma me entendesse...

Mas não importa mesmo, eu estou correndo perigo, meu irmão está... Sinceramente, nem sei onde ele está... Não tenho muitas opções, mas alguma coisa eu tive de fazer.


Notas Finais


Finish it! ~ ✧

Eu sinceramente amei a Elizabeth! >~<
O que consegui fazer a esses três capítulos foi muito lindo! Mas agora que a história foi contada, a dona da fic, Jasmine, quer continuar o trabalho dela. :3

A partir daqui, podem se despedir da Liz no primeira pessoa do foco narrativo, então, aguardem que o próximo está próximo. Enquanto isso, teorizem o que vai acontecer. Quê que cês acham que acontece agora? Viram a referência da vez? Tem alguma ideia que vai acontecer com os Mongestern, ou com Jasmine, ou com Joltik? AHMDS. Eu tenho aula! Bye!

Arigathanks pela leitura e até! ~ ✧ #SaudadesJasmine #SaudadesTerceiraPessoa #PróximoCapítuloEm2018
Huhhushuushu, parei aqui.


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