1. Spirit Fanfics >
  2. Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! >
  3. A lei do mais forte

História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - A lei do mais forte


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Olha só quem voltou já? Uma semana depois? Pois é!
Como deixei vocês 2 meses sem nada, decidi agracia-los com isso. Fora que eu to a milhão, só para vocês terem uma ideia: antes de postar esse capitulo, o próximo a ele já estava em produção.
Escrevi esse aqui em 4 dias praticamente, e acho que o outro não vai demorar muito para vir também (se a batalha de ginásio não for nele, caso seja, ai pode demorar, eu tenho que ir escrevendo para ver o tamanho que vai ficar).
Pois bem, eu gostei desse capitulo. Eu fiquei muito tempo sem ter nada em mente para o Safári, mas ai tive esta ideia, não sei se vocês esperavam mais... mas foi o que deu pra fazer! Teve umas 5 descrição de Pokédex nesse capitulo, realmente um record!
Então, boa leitura e espero que gostem!
PS: NO MEU SAFÁRI EXISTEM POKÉMONS QUE NÃO APARECEM NO SAFÁRI DOS JOGOS.

Capítulo 49 - A lei do mais forte


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - A lei do mais forte

< Por Red >

O jipe andava rapidamente pelas verdes planícies que compunham grande parte do Safári. Havia alguns aglomerados de arvores e colinas grandes lá ao longe, bem como lagos enormes. Os Pokémons eram diversos, e normalmente se afastavam as pressas quando viam o veiculo se aproximando. Era possível ver um bando de Tauros correndo ao longe.

— Então, em quais Pokémons vocês tem interesse? – perguntou o guia, enquanto dirigia.

— Queria tentar capturar algum tipo Inseto... – disse Ingro do banco de trás.

— Ah sim... conheço um lugar perfeito – Roberto virou o Jipe para a direita, fazendo uma curva fechada e começou a seguir na direção de uma pequena floresta ao longe. – E vocês? É bom já irem me falando, assim posso traçar a rota para otimizar nosso tempo e todos vocês saírem daqui com pelo menos meia dúzia de Pokémons.

— Eu não tenho interesse em capturar nada, só vim aqui para acompanhar o Ingro – explicou Cristofer, que tinha um dos seus braços apoiado na porta do jipe e olhava para o lado, com o vento soprando seus ruivos cabelos cacheados.

— E você? – voltou-se para mim.

— Ah... não sei ao certo. Qualquer um que eu ver vou tentar capturar – respondi olhando para os lados. A paisagem passava como um borrão, conforme Roberto acelerava o jipe.

— Olhe... um Nidoking. Ele e a Nidoqueen são o símbolo do Safári. Temos bandos imensos deles aqui – explicou Roberto, desacelerando o carro, enquanto se aproximava do imenso Pokémon roxo, que estava distraído comendo algumas frutas de uma arvore.

— Mas este está sozinho – falou Cristofer, enquanto puxava sua Pokédex.

“Nidoking, o Pokémon Broca. É a forma evoluída do Nidorino quando exposto a uma Pedra da Lua. Utiliza-se de sua cauda poderosa para bater e enrolar seus oponentes. Combates corpo a corpo são a sua especialidade. Seu chifre é capaz de perfurar diamantes.”

— Alguns machos são solitários, e não entram em nenhum bando, até encontrar uma fêmea e formar o seu. Eles são muito territoriais e acabam brigando pelas Nidoqueen que também estão sozinhas – explicou Roberto.

— OW! – exclamei, enquanto ele parava o Jipe de uma distancia segura do Pokémon. – Nunca vi um Nidoking tão grande assim!

— Os Pokémons daqui costumam ser maiores que os que são encontrados lá fora, pois sem a interferência humana eles podem se desenvolver muito mais, quanto mais tempo passam aqui, maiores vão ficar. Quer tentar captura-lo? – perguntou Roberto a mim, enquanto se levantava no veiculo e olhava em volta com um binóculo. – Não estou vendo nenhum outro Pokémon, parece seguro.

— Claro! Green tem um Nidorino, imagina a cara dele se eu aparecesse com o Nidoking tão grande assim! – saquei uma de minhas Pokébolas do Safári da pochete, a maximizei e atirei no imenso Pokémon, que nem tinha notado a nossa presença, pois tinha toda a atenção voltada para as frutas que comia.

A Pokébola o sugou para dentro, caiu no chão e começou a sacudir de um lado para o outro, mas infelizmente, voltou a se abrir e Nidoking estava livre de novo. Colocou seus braços acima da cabeça e gritou, parecendo um tanto irritado por ter seu almoço interrompido. Na mesma hora, Roberto deu partida no jipe e começou a se afastar do Pokémon.

— Ah... mas que droga! –esbravejei, olhando para trás e vendo o Nidoking se afastar da gente.

— Embora as Pokébolas daqui tenham uma chance de captura muito maior do que as Pokébolas normais, ainda é complicado capturar um Pokémon totalmente recuperado. Sempre aconselho aos visitantes tentar a sorte com Pokémons feridos, que são comuns de serem vistos por aqui. A vida selvagem não perdoa ninguém – havia um tom sombrio em sua ultima frase que me deu arrepios.

Voltamos a seguir a rota para o local onde havia Pokémons Insetos, que Roberto conhecia, para ver se Ingro tinha mais sorte do que eu. O Jipe adentrou por um caminho em uma mata fechada, e saiu rapidamente em uma clareira.

— Eles costumam rondar por aqui – explicou Roberto, olhando em volta com seu binóculo. – Estou vendo uma movimentação mais a frente! – voltou a ligar o carro e andamos por mais alguns metros, adentrando novamente na mata fechada. Conforme andávamos, a paisagem foi mudando. Arvores começaram a aparecer com seus galhos cortados, quebradas ao meio, caídas e com rachaduras.

— Parece que um trator passou por aqui... – falou Ingro.

— Ah... isso é só o resultado da briga daqueles dois – Roberto parou o Jipe novamente e apontou para o lado.

A alguns metros de nós havia dois Pokémons, que estavam travando uma batalha feroz. Eram dois insetos. Um tinha o corpo esguio, de um tom de verde claro, possuía um par de asas e suas mãos eram duas foices extremamente afiadas, as quais usava para atacar o seu oponente. Este tinha um corpo marrom e oval, um par de pernas curtas e braços finos, uma boca enorme com dentes afiadíssimos, e um par de chifres espinhentos, que usava para bloquear os ataques que recebia do outro Pokémon.

“Scyther, o Pokémon Louva-a-Deus. As foices afiadas em seus braços ficam ainda mais afiadas quando cortam objetos duros. Ele é tão rápido e veloz quanto um ninja. Se esconde pelo gramado, pois a cor de seu corpo ajuda a camuflá-lo.”

“Pinsir, o Pokémon Besouro. Possui grandes chifres com espinhos. Com eles, agarra seus adversários como uma pinça e aperta-os. Também utiliza os chifres para cavar buracos onde dorme à noite, já que detesta os climas frios.” – soou a Pokédex de Ingro quando apontou para eles.

— Eles são incríveis! – o catador de insetos estava olhando a luta de boca aberta.

— E suas lutas também. Bandos inteiros lutam por territórios, essas lutas acabam com alguns indivíduos mortos e diversos feridos, até que um lado ceda. Quando as lutas são um contra um, é até que um deles morra, pois raramente eles desistem. O sobrevivente, às vezes, fica tão ferido que morre horas depois – explicou Roberto.

— Acha que é seguro... tentar captura-los? – havia cautela na pergunta de Ingro.

— Eu não estou vendo mais nenhum integrante dos bandos, eles devem ter se afastado, estão sozinhos – o guia olhava minuciosamente em volta com seu binóculo. – É seguro sim, mas se capturar os dois, se não o outro vai nos estraçalhar. Do Pinsir eu acho que conseguimos fugir, mas do Scyther... ele voando é mais rápido que qualquer carro que eu conheço. E eles estão bem machucados... você tem uma boa chance, pode tentar.

Ingro ficou de joelhos no banco de couro do veiculo, pegou duas Pokébolas na pochete, as maximizando e atirando-as ao mesmo tempo, na direção dos dois Pokémons que estavam demasiadamente entretidos um com o outro, para notar o que acontecia, até estarem sendo sugados para dentro das esferas.

As Pokébolas começaram a sacudir pelo gramado, lacrando quase que juntas.

— É ISSO AI! – exclamou Cristofer, pulando do banco para abraçar o catador de insetos. – Agora você tem um time completo com os insetos de Kanto!

Roberto manobrou o Jipe, de modo que os dois quase caíram do estofado do carro, enquanto riam. Parou o veiculo o mais perto que podia das Pokébolas, no gramado e no musgo da floresta elas seriam completamente invisíveis, se não fosse pelo branco que pintava a parte de baixo. Ele olhou para os lados, antes de descer e contornar o veiculo, pegando as Pokébolas e retornando para o lugar do motorista o mais rápido que pode.

— Parabéns – falou para Ingro, lhe mostrando as Pokébolas. – Vou tranca-las aqui, e você vai poder pegá-las quando voltarmos para a garagem – pegou uma caixa de madeira que havia no porta luva e colocou as Pokébolas lá dentro, trancando a caixa com um cadeado e guardando no lugar depois. – Então, pra onde querem ir agora? – nós três apenas demos de ombro. – Vamos mudar um pouco a paisagem, e quem sabe vocês não avistem outros Pokémons que lhes intere-se

Então, ele voltou a ligar o Jipe e saiu da pequena mata fechada, voltando a andar pelas planícies, indo em direção as colinas altas.

O terreno foi se transformando enquanto avançávamos. O gramado começou, aos poucos, dar lugar a um chão de terra vermelhe com algumas pedras, que faziam o carro tremer enquanto passava por elas. Roberto continuou até se aproximar de outro aglomerado de arvores, mas diferente da floresta anterior, esta estava mais seca e não havia muito verde.

Foi quando eu avistei ao longe um Pokémon planta. Devia ter quase 2 metros de altura, seu corpo era amarelado e arredondado, tinha duas imensas folhas laterais e mais uma no topo da sua cabeça, tampando o que parecia ser a sua boca, de onde saia um cipó.

— Um Victreebel? – indagou Cristofer, enquanto usava sua Pokédex.

“Victreebel, o Pokémon Papa-Moscas. É a forma evoluída do Weepinbell quando exposto a uma Pedra da Folha. Ele tem uma “piscina” dentro de seu corpo com um fluído que cheira a mel, sendo na verdade um ácido que digere qualquer coisa”.

Foi só então que eu notei que Victreebel estava voltado para outro Pokémon, o dando chicotadas com o seu cipó. Era um pequeno cachorro, com cerca de 70 centímetros de altura. Tinha a pelagem alaranjada com listras pretas em seu corpo, sua cauda, seu topete e parte do seu peitoral eram cobertos por um pelo mais comprido na cor bege. O cachorro latia sem parar, tentando intimidar a Planta, que não parecia nem um pouco assustada. Tentou ataca-la com o Brasas, mas esta apenas evadiu o ataque inclinando-se par ao lado e voltou a ataca-lo sem piedade

“Growlithe, o Pokémon Cachorrinho. Ele é naturalmente leal, fiel, obediente e fácil de treinar, podendo permanecer imóvel até receber ordem de seu treinador. Se ordenado, ele não hesitará em atacar inimigos maiores e mais fortes, porém seu senso de justiça impede que ele ataque imediatamente oponentes mais fracos e menores.”

— Vocês estão com sorte hoje, garotos. É extremamente raro presencial um Victreebel se alimentando – explicou Roberto, parando o carro a uns metros dos Pokémons.

— Se alimentando? – perguntei, fitando a cena.

— Ele pode ficar imóvel por dias, camuflado na mata, esperando algum inseto adentrar seu corpo em busca do cheiro doce que exala, mas quando a comida não vem, ele se locomove e vai atrás. Costuma desmaiar a vitima e joga-la dentro da sua boca, seu acido estomacal vai a dissolvendo aos poucos e pode alimenta-lo por um mês inteiro.

Victreebel chicoteou o cachorrinho, até ele não poder mais ficar de pé. Então, enlaçou seu pescoço com o seu cipó, o içando para cima e começou a sufoca-lo, enquanto ele se debatia.

— GROW – ganiu ele de dor.

— TEMOS QUE SALVA-LO! – bradei em desespero me debruçando sobre a porta do veiculo, ao ver que ele a planta o estava matando.

— Não podemos! – bradou Roberto, atrás de mim. – Não é permitido interferir na caça e alimentação dos Pokémons. Além do mais, salvá-lo poderia ser sacrificar Victreebel. Eles se alimentam só uma vez por mês, sabe-se lá quando ele vai conseguir encontrar outro Pokémon para comer. Eu disse que vocês veriam coisas que não veem lá fora, a vida selvagem é assim, um dia da caça, outro do caçador. Essa é a lei do mais forte e não cabe a você interferir – voltei para fitá-lo e havia certo brilho sádico em seu olhar ao presenciar a cena.

Apertei com mais força a porta do Jipe e trinquei os dentes.

— Se não é homem o suficiente para ver, é só não ficar olhando... – continuou a dizer.

— Grow, grow – o cachorrinho colocou a língua para fora tentando puxar o ar desesperadamente.

— Essa é a lei do mais...

— QUE SE FODA A LEI DOS MAIS FORTE! – cortei Roberto com um grito. Apoiei minhas mãos na porta do jipe e icei meu corpo, pulando por cima do veiculo. Assim que senti a terra sobre meus pés, comecei a correr o mais rápido que eu conseguia em direção a Victreebel.

— VOCÊ ENLOUQUECEU, GAROTO? – bradou o guia irritado. Eu nem olhei pra trás, mas o ouvi descer do carro e carregar a arma. – FIQUEM NO JIPE! – gritou para Cris e Ingro, vindo atrás de mim.

Eu tinha conseguido tomar uma boa distancia dele, agora estava diante da enorme planta que estava de costas para mim. Growlithe me viu, e começou a se debater ainda mais como se pedisse ajuda. Comecei revirar meus bolsos e me senti completamente lesado ao me lembrar de que eu estava sem meus Pokémons.

Pensa rápido, Red! Vamos! Comecei a olhar em volta desesperadamente procurando algo que eu pudesse usar, não para vencê-lo, mas distraí-lo já bastaria. Até que eu vi varias pedras de um bom tamanho pelo chão, catei umas três e comecei a atira-las nas costas de Victreebel.

— HEY! PLANTA ESTUPIDA! OLHA AQUI! – ele se permitiu virar levemente e me fitou com muita irritação. O seu cipó afrouxou um pouco, permitindo que o cachorrinho conseguisse dar algumas respiradas, mas eu sabia que ele não tinha muito tempo. – POR QUE VOCÊ NÃO PEGA ALGUÉM DO SEU TAMANHO? – atirei a ultima pedra, acertando-a bem na fuça dele, agora eu havia conseguido irrita-lo de vez.

Victreebel atirou duas folhas navalhas na minha direção, eu já estava esperando que ele atacasse, então consegui evadir por pouco, rolando para frente, mas uma das folhas acertou meu braço, rasgando a manga da minha camiseta e pela dor, abrindo um belo de um corte. Antes que ele pudesse atacar de novo, eu já estava com uma Pokébola do Safári na mão. Atirei-a no corpo de Growlhite, ele foi sugado para dentro e a esfera lacrou antes de atingir o solo.

— LEGAL! – bradei, ao ver o Pokémon Planta completamente confuso, olhando para o seu chicote, sem saber onde sua presa fora parar. Ele se virou para mim, e antes que eu pudesse piscar, senti algo se enrolar em volta do meu pescoço e meus pés saírem do chão. E o que antes estava enforcando Growlhite, agora estava me enforcando.

< Por Cristofer >

— RED! – gritou Ingro, ao ver Victreebel começar a enforcar o garoto.

Roberto tinha acabado de atirar um dardo tranquilizante no Pokémon Planta, e estava apenas esperando o efeito.

— QUANTO TEMPO ISSO DEMORA PARA FUNCIONAR? – grite a pergunta de dentro do Jipe.

— Cerca de dois minutos mais ou menos, dependendo do tamanho e do peso do Pokémon... – explicou ele calmamente, como quem responde alguém que pergunta a hora.

— E VOCÊ POR ACASO ACHA QUE RED TEM DOIS MINUTOS? ATIRE DE NOVO! – eu estava realmente furioso com o modo que ele estava lidando com aquilo.

— Outra dose pode acabar matando o Pokémon – respondeu simplesmente e continuou a assistir Red ser enforcado, como quem vê uma novela.

Comecei a xingar um monte, enquanto abria o porta luva e pegava a caixa em que ele havia trancado as Pokébolas, descendo do veiculo e pousando a caixa no chão  em seguida. Peguei a maior pedra que encontrei e de joelhos de frente a caixa, comecei golpear o cadeado com toda a força. Três golpes foram o suficiente para abri-lo.

— Toma – entreguei as duas Pokébolas para Ingro, que ainda estava no carro. – Salve o Red!

Ele assentiu, enquanto as pegava, descendo do Jipe e correndo em direção a Victreebel.

< Por Ingro >

Cristofer ficou no Jipe, procurando algo no porta mala. Eu queria perguntar o que ele estava tramando, mas Red não tinha muito tempo. Meus Pokémons recém-capturados estavam demasiadamente fracos, mas eram minha única opção.

— SCYTHER, CORTE O CIPÓ DO VICTREEBEL! – a Pokébola se abriu no ar, e o louva-a-deus já surgiu voando, passou por cima da cabeça de Roberto, se aproximou do Pokémon Planta e com uma de suas foices afiadíssimas cortou o cipó.

Red caiu no chão com um baque, enquanto arfava desesperadamente. Victreebel deu um grito ensurdecedor, enquanto sacudia seu cipó decepado, de onde escorria uma gosma verde.

— VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO, SEU MOLEQUE! – Roberto veio até mim e me segurou com tanta força pelo braço o torcendo, que jurei que ele ia quebra-lo novamente. – NUNCA UM VISITANTE FERIU UM POKÉMON SELVAGEM NO MEU EXPEDIENTE, VOU PERDER MEU EMPREGO, POR CULPA SUA! SEU... – então ele parou de gritar e começou a ficar esquisito. – Mas o que... – olhou para baixo e viu um dardo idêntico ao que ele tinha atirado em Victreebel cravado na sua coxa direita. Ele voltou seu olhar para o jipe, e viu Cristofer parado ali com uma arma tranquilizante na mão apontada para ele.

— MEXE COM ELE DE NOVO, QUE DA PRÓXIMA VEZ ACERTO NO SEU OLHO! – berrou o ruivo.

Senti o aperto de Roberto afrouxar e o empurrei me afastando.

— Mas o quê você fez, seu estúpido? – ele parecia não acreditar ainda. Suas pernas começaram a bambear, e ele caiu de joelhos. – Vocês nunca vão conseguir voltar sozinhos. VAMOS TODOS MORRER AQUI!

— CALA BOCA E DORME DE UMA VEZ! – voltou a gritar Cristofer. Roberto parecia não conseguir sustentar seu próprio corpo, e o tranquilizante que levava cerca de 2 minutos para agir nos Pokémons, nele, não passou de 10 segundos. Caiu de bruços e logo não conseguia se mexer mais.

Quando me voltei para Red, vi que ele levantava com dificuldades. Tinha a roupa e o boné sujos de terra, e seu braço esquerdo estava sangrando um pouco. Victreebel estava deitado no chão, já sofrendo os efeitos do tranquilizante. Scyther estava em pé, arfando.

— Volte! – o recolhi enquanto Cris e eu nos aproximávamos de Red. – Você está bem? – perguntei.

— Vou ficar – respondeu, pegando sua Pokébola com Growlithe e sorrindo para ela.

— Você podia ter morrido! Teria se dependesse daquele cara! – exclamou Cristofer, gesticulando para Roberto que dormia. O ruivo ainda estava com a arma tranquilizante em mãos.

— Então... o que vamos fazer? – perguntei, olhando para Victreebel e Roberto.

— Tem um kit de primeiros socorros no jipe, e um kit de sobrevivência com comida de humanos e de Pokémon. Vamos fazer um curativo no Victreebel, pra ele não perder mais... sangue? – perguntou Cris a si mesmo, olhando para a gosma verde que ainda fluía pelo ferimento no cipó. – E deixamos um pouco de comida pra ele.

— Mas o que vamos fazer com o Roberto? Como vamos sair daqui? – perguntou Red, com certo pânico.

— Vamos coloca-lo no jipe e voltar para a garagem – respondeu Cris, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— Sabe dirigir? – perguntei-lhe, arqueando as sobrancelhas.

— Um pouco... – me sorriu.

— Mas você não tem 18 ainda! – exclamei. Enquanto ele dava de ombros.

— O sol já vai começar a se por... – disse Red. – Vamos logo. Não quero estar aqui quando tudo estiver escuro.

Nós dois assentimos e começamos as preparar as coisas para dar o fora.

Quando terminamos de arrumar tudo para Victreebel, e conseguimos colocar o Roberto no porta malas do jipe – sendo que isso foi o que mais demorou, o cara parecia pesar uma tonelada – o sol já havia se posto quase totalmente.

Cris tomou o volante, eu me sentei no passageiro e Red ocupou o banco de trás. O ruivo argumentou que seria inútil tentar voltar pelo caminho que Roberto tinha feito até aqui, pois ele dera várias voltas e nunca iríamos conseguiríamos discernir se estávamos indo pelo caminho certo a noite.

Então, Cris decidiu andar em linha reta, até encontrar a cerca que demarcava os limites do Safári e a ir margeando, pois assim, mais cedo ou mais tarde, chegaríamos à garagem e não teríamos o risco de nos perder.

O ruivo realmente sabia dirigir, claro, talvez faltasse um pouco mais de pratica, principalmente porque ele só havia dirigido o carro chique do seu pai, e não um veiculo pesado como o Jipe, mas como estávamos em um campo bem aberto, ele estava conseguindo se virar bem.

Cris havia pego o kit de sobrevivência no porta mala, que continha água, bolacha e outros equipamento de acampamento. Bebemos a água e comemos toda a bolacha, pois estávamos morrendo de fome. Quando encontramos a cerca já era noite. Cristofer acendeu os faróis enquanto fazia uma curva para a esquerda, que era o lado onde ele supunha que ficava a garagem.

— Aqui não tem sinal! – esbravejou Red, me fazendo olhar para ele, que estava com a luz do Pokégear iluminando o seu rosto. – Queria ligar para Yellow, avisar que estamos bem, eles devem estar preocupados.

Depois de mais algumas tentativas, ele se cansou e guardou o aparelho de volta na mochila, enquanto resmungava.

Andar ali a noite era simplesmente sinistro. Não dava para enxergar nada ao nosso redor, só o chão a frente que os faróis iluminavam. Os sons do lugar eram diversos, e às vezes, pareciam tão perto que arrepiavam. A maioria dos Pokémons que entravam no nosso campo de visão, acabavam rapidamente se afastando, temendo o veiculo. Cristofer dirigia devagar, talvez pela incerteza, ou medo de acabar batendo em algo ou atropelando um Pokémon.

Red acabou caindo no sono no banco de trás, também, fazia mais de vinte minutos que estávamos ali. Suspirei pesadamente. Parecia que tínhamos entrado em um buraco negro, do qual não iríamos sair jamais.

— Hey, calma. Já estamos chegando – falou Cristofer, notando minha aflição. Ele mantinha olhos na estrada enquanto falava. – Vai ficar tudo bem – então ele pousou a mão dele sobre a minha, que estava na minha perna.

Ficamos em silêncio por uns minutos, até eu virar a palma da mão pra cima e entrelaçar nossos dedos. Ele me sorriu rapidamente.

— Me desculpe por... tudo aquilo antes de vir pra cá – falou de repente. – Me ofendi, porque achei que já éramos íntimos o suficiente pra você aceitar esse tipo de coisa vindo de mim, mas me enganei.

 — Não é isso... – fitei o breu ao meu lado. – Eu só não me sentiria confortável, não tem haver com intimidade. Mesmo que estivéssemos há mais tempo... – eu não queria usar a palavra namorando, pois não sabia se era cedo de mais. – Juntos... eu me sentiria desconfortável.

— Eu devia ter respeita sua decisão e só – suspirou.

— Tá tudo bem agora – apertei com mais força a mão dele.

Foi então que o carro deu um solavanco, provavelmente deve ter passado por cima de alguma pedra grande pelo barulho. Red acordou com um pulo no banco de trás.

— Por quanto tempo eu dormi? – perguntou ele, limpando a baba que escorria pelo canto da boca. Na mesma hora, Cris e eu soltamos nossas mãos e começamos a disfarçar.

— Uma meia hora – respondi.

— Hãm... – largou-se novamente no banco de trás e ficou por alguns minutos em silencio. – Hey, eu to pensando em pedir a Yellow em namoro... mas... não sei como fazer isso. Eu deveria ser romântico, né? Mas não sei dessas coisas... Vocês tem alguma dica para conquistar as garotas?

Senti Cristofer ficar um pouco tenso no banco, eu não podia estar mais sem graça.

— Não seja um babaca – respondeu o ruivo.

— Dê algum presente junto com o pedido – falei sem jeito.

— Ah... só isso? Fala sério! Cristofer, você deve ter alguma dica melhor, parece ser o tipo de cara que conquista fácil as garotas.

O ruivo suspirou pesadamente, como se achasse aquilo besteira. Eu e ele trocamos um olhar rápido, enquanto Red ainda esperava por alguma resposta. Aquela situação estava ficando ridícula.

— Red, têm uma coisa que eu queria te contar... – comecei.

— Que nós... – me cortou Cristofer. – Tem uma coisa que nós queríamos te contar – então ele segurou o volante com uma mão só, e voltou a enlaçar a minha, bem diante dos olhos de Red, que franziu a testa um tanto confuso. Respirei fundo, contar isso junto com o Cris não parecia ser tão difícil assim.


Notas Finais


Bom pessoal, foi isto! Eu espero de coração poder relatar a batalha de ginásio no próximo capitulo, e se eu fizer isso, talvez ele fique com mais de 5 mil palavras, pois inicialmente vai ser um capitulo com bastante diálogos, então, já podem opinar sobre como preferem esse capitulo também: Com os diálogos e a batalha e ficando bem grande, ou eu divido?
Muito obrigada por lerem até aqui, por favor, não deixem de comentar com suas opiniões! Vamos chegar a 700 comentários! Muito obrigada de paixão meus amores, sério!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...