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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Energia psíquica


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Olha só quem já voltou!
Eu estou dando o meu melhor para prosseguir atualizando a fanfic rapidamente e acabar com ela, pois estou muito ansiosa para o que tenho planejado para as próximas temporadas.
Pra quem estava ansioso para as aventuras do arco de Saffron cá chegamos, e as coisas daqui para frente vão ficar cada vez mais sangrentas.
Eu, em minha inocência, achei que dava conta em um capítulo só, mas teremos mais um - dependendo até mais dois - para fechar esse arco da luta contra os Rockets.
Esse é um momento que venho idealizando muito e acabou saindo assim. Não sei se realmente ficou bom, mas eu gostei, acho até que viajei de mais durante esse capítulo.

Queria agradecer a todos e dizer que a fanfic está rumo ao top10 de mais comentadas, muito obrigada a todos vocês que vem dando o feedback na fanfic e contribuíram para cada pequeno passo meu rumo a esse momento. Essa é uma conquista que vocês me ajudaram a conseguir, estamos quase lá! São quase cinco anos de história até esse tão esperado momento, então quem ta na torcida coloca um #RumoAoTop10 no comentário, para apoiar.
Enfim, eu espero que gostem, boa leitura.

Capítulo 57 - Energia psíquica


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Energia psíquica

< Por Red >

Quando a porta de metal deslizou para o lado, após receber o Key Card, uma sala imensa fora revelada. Ela tinha as luzes apagadas e somente algumas iluminações vinham do fundo. Troquei um olhar com meus amigos antes de entramos. Algumas luzes foram se acendendo automaticamente por conta da nossa presença.

O lugar mantinha os mesmos tons de parede e piso do resto do prédio, a um canto havia um telão imenso na parede e uma grande mesa redonda de madeira escura, com cadeiras estofadas da cor preta, aparentando ser um lugar para reuniões. 

Cristofer fora rápido em voltar a fechar a porta atrás de nós. Conforme caminhávamos adentrando cada vez mais na sala, mais e mais luzes eram acesas, até revelar o fundo do lugar. Por um momento não entendi absolutamente nada do que eu estava vendo.

Haviam vários tipos de máquinas, uma conectada a outra, todas eram ligadas a um computador no canto esquerdo, ele parecia ser o que controlava toda aquela tecnologia. Ao lado de seu monitor, dentro de uma cúpula de vidro havia um dos Pokémons mais esquisitos que eu já havia visto na vida, e mais à direita outra cúpula que parecia estar vazia e havia uma pequena mesa com quatro Pokébola em um tubo de vidro. Tanto a cúpula de vidro vazia e as Pokébolas estavam conectadas por diversos cabos grossos a cúpula do Pokémon.

Este era amarelo, tinha um colar em volta do pescoço de pelos brancos, orelhas pontudas e um nariz largo e comprido. Estava sentado no chão e de olhos fechados, fazendo uma pose de meditação, suas pernas estavam cruzadas na frente do corpo e tinha ambos seus braços levantados, em uma de suas mãos segurava um pêndulo. Em sua cabeça estavam ligados vários eletrodos, e seus fios subiam até o topo da cúpula.

“Hypno, o Pokémon Hypnose. É a forma evoluída do Drowzee quando este atinge o nível 26. Caso você encontrar um desses, evite o contato olho a olho. Ele vai tentar fazer você dormir usando seu pêndulo. Seus poderes hipnóticos são bastante desenvolvidos. Reza a lenda que Hypno é responsável por sequestrar crianças e durante a noite se alimentar de seus sonhos.” – soou a minha Pokédex.

Yellow começou a andar na direção da cúpula que continha o Pokémon, seus olhos vidrados nele como se estivesse vendo um fantasma.

— Eis o nosso Pokémons psíquico, então – disse Green.

A loira chegou tão perto da cúpula que sua respiração embaçou o vidro, me aproximei dela por trás e percebi que seu corpo tremia.

— Tá tudo bem? – perguntei, colocando uma de minhas mão em seu ombro.

— Não é uma lenda – falou ela como se estivesse com algo entalado na garganta. –  Eu já fui sequestrada por um Hypno. Nunca vou esquecer o dia que aquela coisa horrorosa entrou pela janela do meu quarto. Eu podia ouvir suas palavras na minha cabeça, ele cantava uma música de ninar macabra. Seus olhos apáticos me fitando, o pêndulo balançando. Eu chamava o meu pai, mas ele não ouvia. Logo eu perdi os sentidos, acordei na manhã seguinte no meio da floresta. Tive terror noturno por meses, sem conseguir dormir…

— Calma, agora você é uma treinadora, pode se defender e eu to aqui – falei, puxando-a para um abraço. Yellow sempre foi uma garota forte, era raro algo abalá-la daquela forma, eu mesmo nunca a tinha visto assim.

— Galera, se liga só! – falou Cristofer alarmado diante da cúpula vazia. Eu e os outros nos aproximamos rapidamente, já temendo pelo pior. Quando chegamos perto o suficiente vimos que a cúpula não estava vazia. Nela havia uma mulher muito bonita. Ela estava deitada no chão da cúpula. Tinha longos cabelos cor púrpura que estavam espalhados pelo chão, a pele era branca, seu rosto era redondo e o queixo pontudo. Estava usando um conjunto de roupas que combinavam: uma calça leggin preta, uma camisa de manga compridas que tinha as mangas e a parte do peito, bem como a parte de baixo cor de vinho, e a parte do meio que ficava na barriga era preta como a leggin. Haviam detalhes em dourado na borda das mangas, usava também botas que iam até pouco abaixo do joelho, que eram da mesma cor vinho da camisa e com detalhes em dourado, nas mãos usava luvas brancas. O conjunto todo era muito colado no corpo, dando a impressão de ser um tecido fino. Aquela roupa conseguia ser mais estranha que a da Yellow.

— Ela tá morta? – indagou Cristofer temeroso.

— Não. Está respirando… – disse Blue, notando o peito da moça se inflando e desinflando lentamente. – Mas ela não parece muito bem.

E na verdade, não parecia mesmo. Sua pele branca, na verdade, era a pele de alguém muito pálida, não havia cor alguma nas bochechas e isso só realçava ainda mais as profundas olheiras que tinha abaixo dos olhos. Ela parecia acabada. Não me surpreendia que Cris houvesse cogitado que estivesse morta. Foi só então que eu notei que dois eletrodos estavam colados em suas temporadas, e também subiam em fios até o topo da cúpula. 

Antes que alguém pudesse perguntar qualquer coisa a máquina começou a fazer um som esquisito, e uma luz se acendeu no chão da cúpula, era como se ela houvesse começado a trabalhar.

— Cuidado! – bradou Green colocando um braço na frente de nós e nos empurrou para trás preocupado, fazendo com que nos afastássemos da coisa.

A luz se intensificou e os eletrodos na cabeça da moça brilharam. Na mesma hora ela acordou, e começou a gritar, embora não conseguíssemos ouvir nenhum som, pois o vidro abafava completamente seus gritos. Ela começou a debater e parecia estar sentido uma dor absurda. Uma energia começou a ser sugada da sua cabeça e era levada até o topo da cúpula, sendo conduzida a cúpula vizinha, onde estava o Hypno

— Ele está se alimentando dos sonhos dela? – perguntou Cristofer assustado.

— Não… – respondeu Green. – Está se alimentando da energia psíquica, ela é a fonte – concluiu, olhando da mulher para as três Pokébolas que jaziam sobre a mesa e que tinham eletrodos conectados a elas. – E as Pokébolas também.

— Temos que ajudá-la! – berrou Blue, vendo a agonia da moça.

Logo em seguida a máquina voltou a seu estado normal e mulher voltou a desmaiar.

— Tem que ter um jeito de desligar essa coisa! – falou o Carvalho. – Isso deve ser responsável pela barreira e pelo controle mental, como o vovô disse.

— Vou ver se consigo algo aqui – Cristofer se aproximou do computador a qual todo o maquinário estava conectado e começou a teclar e clicar rapidamente. – Hum… É um software muito complexo, não estou entendo nada.

— Então vamos quebrar tudo! – exclamei, pegando uma de minhas Pokébolas e senti alguém segurar meu braço firmemente.

— Está louco? Não podemos! Ela está conectada aquela coisa, não sabemos o que pode acontecer, vai acabar machucando ela.

— Acho que ela já está sendo muito machucada, Green! – respondi ao Carvalho.

— Não é a coisa mais lógica a se fazer – retrucou ele.

— NÃO TEMOS TEMPO PARA SER LÓGICOS AGORA! ELA ESTÁ MORRENDO! – berrei, completamente furioso.

— VOCÊ QUE VAI ACABAR MATANDO ELA! – eu estava prestes a retribuir o soco que ele havia me dado quando estávamos na delegacia de Celadon.

— OU... – bradou Blue, chamando nossa atenção. – Podemos apenas tirar da tomada – então ela puxou o fio da tomada do computador.

Na mesma hora a tela se apagou, juntamente com todas as luzes dos painéis da máquina, tudo se desligou. O vidro de ambas as cúpulas começou a descer até o chão.

—  É melhor eu… – começou a dizer Ingro, enfiando as mãos no bolso da calça branca, mas ele não conseguiu concluir a sua fala. 

Uma onda de energia psíquica nos atingiu, era tão poderosa que lançou nós seis pra longe. Senti meus pés saírem do chão e meu corpo voar, até eu bater com tudo em uma das paredes da sala. Uma dor de cabeça terrível tomou conta de mim, apesar disso comecei a tentar me levantar de qualquer maneira. Green, Blue, Ingro e Cristofer estavam caídos perto da parede a direita e pareciam ter levado danos mais severos do que eu. Comecei a percorrer os olhos pela sala, até ver Yellow no chão.

Hypno começou a se levantar, era uma das coisas mais sinistras que eu já tinha visto na vida. Seu corpo humanoide era alto e esguio, seus cinco dedos eram extremamente longos e seguravam aquele pêndulo que balançava de um lado para o outro, seus olhos apáticos miravam a Yellow.

A loira começou a se desesperar e se arrastar para longe do Pokémon. Ele estendeu sua mão livre, enquanto a outra continuava a balançar o pêndulo, seus olhos brilharam em azul e o olhar de pânico dela fora substituído por um olhar vazio.

Ela começou a tremer e a chorar enquanto seus olhos miravam o nada.

— PAPAI! PAPAI, SOCORRO! – berrava ela em plenos pulmões. Ela gritava, se debatia e chorava enquanto implorava pelo pai. Até não conseguir aguentar mais e abraçar os joelhos se deitando em posição fetal, chorando de mansinho. – Papai, papai, me ajude. – continuou a sussurrar.

— YELLOW? – chamei. – YELLOW!? – mas ela não me respondia. – O QUE VOCÊ FEZ COM ELA SEU MALDITO?! – berrei para a criatura em plena fúria. Meti uma de minhas mãos no bolso da calça procurando uma de minhas Pokébolas, pois eu ia acabar com aquele desgraçado. Mas era tarde demais.

Meus pés foram tirados do chão e senti algo começar a apertar meu pescoço, embora não houvesse nada ali. Hypno tinha sua mão estendida para mim e me sufocava com seus poderes psíquicos, eu não conseguia respirar, eu batia meus pés e chutava para todos os lados, tentava puxar o ar com a boca, mas simplesmente não conseguia. O desespero que senti quando Victreebel começou a me enforcar no Safari, não era nem próximo desse. Minha visão começou a ficar turva e eu estava perdendo os sentidos, não acreditava que eu e meus amigos íamos morrer ali, ainda mais para um Pokémon.

Consegui manter os olhos abertos a tempo de ver uma raposinha saltando no meu campo de visão e cravando seus dentes no braço de Hypno. O Pokémon psíquico grunhiu com a dor do ataque super efetivo, e cessou seu ataque. Eu voltei a cair no chão, enquanto puxava o ar desesperadamente e tossia sem parar.

Com apenas um movimento do braço, Hypno lançou o pequeno Eevee para longe, este bateu na parede com violência e caiu no chão. O Pokémon psíquico olhou para o lado com raiva, para ver de onde havia vindo o ataque, mas não antes que um casco surgisse rodando e o atingisse bem na fuça. Virei meu corpo para o lado com muito esforço, a tempo de ver Blue em pé, enquanto um filete de sangue lhe escorria da boca e ela respirava pesadamente.

Wartortle fez a volta no ar e estava pronto para atingir Hypno novamente, mas este parou o casco da tartaruga com o Confusão, o atirando para longe também.

— CHOQUE VENENOSO! – bradou Blue, lançando uma Pokébola no ar. Sua Nidorina surgiu já lançando as faíscas roxas na direção do Pokémon psíquico que fora atingido. Hypno se recompôs e revidou com o Raio Psíquico, Nidorina sentiu bem o ataque multicolorido. – INGRO, NÃO VOU CONSEGUIR SEGURÁ-LO POR MUITO TEMPO! – gritou a treinadora de Pallet, tentando ganhar tempo para o catador de insetos se recompor. – MORDIDA! – ordenou, fazendo com que Nidorina corresse até o adversário e cravasse seus dentes na perna dele.

Novamente ele grunhiu, mas não se deu por vencido. Chutou a Pokémon da Blue para longe e parecia pronto para atacar a garota. 

— VÃO! – com uma mão só, Ingro lançou duas Pokébolas no ar, revelando sua borboleta e sua abelha. As duas começaram a voar ao redor de Hypno que se viu completamente confuso, pois precisava se focar em apenas um alvo para lançar seus poderes psíquicos. – BUTTERFREE, MORDIDA DE INSETO! BEEDRILL, MÍSSIL DE ESPINHOS! – berrou Ingro. Seus insetos foram ágeis: a borboleta se aproximou de Hypno em um rasante com suas pequenas presas brilhando, enquanto a abelha começou a disparar diversos espinhos de seu ferrão. Sem ter para onde correr, ou como contra-atacar e desviar de dois ataques super-efetivos de uma vez, Hypno ergueu uma barreira em volta de si. Butterfree se chocou contra ela, atacando-a, enquanto Beedrill disparava seus espinhos incessantemente, mas Hypno se mantinha firme.

— Primeape, Ataque de Fúria! – gritou Cristofer, já de pé, lançando uma Pokébola para cima. Dela surgiu um macaco com cerca de um metro de altura, seu corpo era redondo e coberto por uma pelagem espessa da cor bege, tinha os membros marrons com braceletes de ferro nos pulsos e nos calcanhares.

O macaco saltou no ar e aterrissou em cima da barreira de Hypno, começando a soca-la sem parar enquanto urrava, os socos eram fortes e rápidos. Os insetos de Ingro continuavam a atacar em conjunto e Hypno parecia estar quase cedendo, até que uma nova onda psíquica fora emitida de seu corpo, sem que a barreira cessasse. Primeape que ainda estava socando a barreira fora atingido e lançado aos pés de seu treinador, os insetos de Ingro que estavam no ar não sofreram grandes danos.

— Precisamos abrir uma brecha… – começou a dizer Green. – Antes que ele se recupere.

— Ha-haunter, noite so-sombria… – ouvimos uma voz fraca falar. Voltei meus olhos para o chão e vi Yellow deitada, ela parecia muito abalada e se tremia toda, mas já tinha voltado a consciência, embora não tivesse forças nem pra levantar. Apenas jogou a Pokébola desengonçadamente liberando o seu fantasma no ar.

As sombras que Haunter criou começaram a entrar em conflito com a barreira de Hypno, desmanchando-a para o desespero do Pokémon Psíquico. Ele ficou puto da vida, e acertou Haunter com um raio multicolorido, começando a disparar o mesmo ataque nos insetos de Ingro e nos Pokémons de Blue que se aglomeraram em volta dele.

— CUIDADO! – gritou Green se lançando sobre mim e me derrubando no chão quando um raio psíquico veio na minha direção e acabou torrando a parede atrás de mim.

— Vamos acabar logo com isso! – bradou Blue. – Eevee, Wartortle, Nidorina, o segurem com o mordida! 

— Você também, Growlithe – Yellow lançou sua Pokébola, mesmo continuando deitada no chão. Parecia se recusar a não participar da coisa.

Ambos os Pokémons das meninas atacaram. O pequeno Eevee saltou e mordeu novamente o pulso direito de Hypno, enquanto Growlithe mordia o esquerdo. Nidorina correu e voltou a abocanhar um dos calcanhares do Pokémon psíquico, e Wartortle mordeu o outro. Hypno começou a se debater, mas logo perdeu o equilíbrio, caindo de costas no chão. Os Pokémons das garotas morderam mais forte, segurando e impedindo que Hypno, que já começava a demonstrar sinais de cansaço, se movesse, justamente para evitar que ele criasse barreiras ou contra-atacasse, tínhamos que dar o golpe final nele agora. Pequenos fios de sangue escorriam pelos membros do Pokémon psíquico, conforme as presas dos Pokémons delas entravam mais fundo em sua carne. 

— AGORA INGRO! – gritaram em conjunto.

— Beedrill, Míssil de Espinhos! Butterfree, Vento de Prata! – a abelha se pôs a voar por cima de Hypno e começou a disparar diversos espinho de seus ferrões dos braços, enquanto a borboleta voou por cima dela e começou a agitar suas asas soltando ventos prateados e brilhantes. Os dois ataques se uniram, causando um brilho lindo de se ver, uma combinação digna de um dos contets de Hoenn. Além de lindo, era também poderoso: Hypno fora atingido e acabou desmaiando logo em seguida.

Todos nós nos permitimos respirar aliviados ao ver nosso oponente fora de combate. Esse deveria ser o Pokémons mais forte que eu já tinha enfrentado, não a toa que reunimos oito Pokémons para lutar contra ele. Parecia ter o triplo de força do que um Hypno comum, talvez por causa de ter ficado ligado nessa máquina que sabe-se lá o que exatamente ela fazia.

Olhei para a Yellow e ela permanecia deitada no chão. Corri até ela e me ajoelhei ao seu lado, assim que me viu ela me abraçou e começou a chorar muito no meu ombro. Eu nunca tinha visto ela chorar assim.

— Foi horrível, Red – falava com a voz falhada, me abraçando com tanta força que machucava. – Eu vi coisas horripilantes, mas eu sabia que não eram reais, mas… não consegui evitar, foi assustador – ela mal parava para respirar entre uma palavra e outra.

— Está tudo bem, já passou. Nós o vencemos – falei ao pé do ouvido dela e comecei a acariciar seus cabelos loiros tentando acalmá-la e confortá-la. Mal sabia eu que derrotar Hypno fora fácil perto do que ainda íamos passar. 

< Por Green >

Hypno estava fora de combate no chão, havíamos conseguido. Verifiquei se os outros estavam bem e de nós parecia ser Yellow que tinha sofrido mais danos, apesar deste não serem físicos. Ela estava tão abalada que mal conseguia ficar de pé, mas Red, seu Haunter e seu Growlithe estavam ao lado dela, tentando acalmá-la.

 Me aproximei de Blue e vi que ela tinha um corte no lábio inferior que sangrava bastante.

— Está tudo bem? – perguntei.

— Estou sim, isso não foi nada. Só cortei a boca quando caí – sorriu, enquanto ela e Ingro recolhiam seus Pokémons.

O Primeape de Cristofer batia no peitoral com as duas mãos, enquanto pulava pela sala. Parecia irritado de não ter contribuído com o nocaute do inimigo.

“Primeape, o Pokémon Macaco-Porco. É a forma evoluída do Mankey quando este atinge o nível 28. Quando Primeape fica furioso, sua circulação sanguínea aumenta consideravelmente. Com isso, seus músculos ficam ainda mais fortes. Entretanto, ele fica muito menos racional. Na natureza, persegue qualquer estranho que faça contato visual por muito tempo com ele.” – soou minha Pokédex quando a apontei para o primata.

— Pokémon interessante, Cristofer. Onde o capturou? – indaguei, mas não obtive resposta. – Cristofer? – olhei pela sala e vi que o ruivo estava de joelhos diante da moça desmaiada que tínhamos encontrado na outra cúpula, Ingro e Blue estavam em pé ao dele, observando.

— Moça, moça – ele segurava ela pelos ombros e sacudia levemente. – Moça, acorde. Temos que dar no pé.

Ele continuou insistindo, até que a mulher acordou, puxando o ar com força pela boca. Olhou para todos nós com seus olhos arregalados e parecia estar completamente em choque. Antes que Cristofer pudesse respirar aliviado, ela deu um soco no estômago do ruivo que fez ele se dobrar de tanta dor, Ingro e Blue se afastaram assustados quando ela rolou para frente, pegando a pistola que Cristofer trazia no cinto e se colando de pé, apontando a arma para nós. Seus olhos vermelhos cheios de ódio. 

— NÃO SOMOS ROCKETS! – gritei, fazendo com que ela hesitasse um pouco.

— Provem! – ordenou. Apesar de parecer extremamente fraca e tremer, ela apontava a arma com tanta confiança que dava medo.

— PELO AMOR DE ARCEUS, MULHER. NÓS ACABAMOS DE SALVAR VOCÊ! – gritou Cristofer, se levantando do chão com dificuldade e passando a mão no estômago.

— EU MANDEI PROVAR! – berrou ela, destravando a arma.

— Tá vendo isso aqui? – Yellow, que tinha acabado de conseguir ficar de pé retirou a Pokédex do bolso e estendeu para ela. – É uma Pokédex, todos temos uma! Somos treinadores, invadimos a cidade e nos vestimos de Rockets para impedir os planos deles. 

Ela parecia confusa diante das informações como se não estivesse conseguindo raciocinar direito. Seu olhar, agora incerto, se desviava constantemente para as três Pokébolas sobre a mesa atrás de nós.

Até que seus olhos, que já eram assustadores o bastante, se arregalaram ainda mais e ela atirou na direção da Blue. A treinadora de Pallet gritou, mas ela não era o alvo. 

Uma Rocket de cabelos loiros, a mesma que eu tinha visto quando meu Charizard se chocou contra a barreira, jazia no chão com ambas as mãos pressionando a barriga, enquanto estas eram encharcadas com o seu sangue.

Cassidy parecia que tinha acabado de adentrar a sala para checar alguma coisa e por isso fora pega de surpresa, olhava para a autora do disparo completamente chocada, tentou falar algo, mas sua boca fora tomada pelo seu sangue e ela tossiu, fazendo com que algumas gostas manchassem o chão.

A moça que havia disparado sorriu com gosto ao ver que tinha acabado de atingir um de seus inimigos. Deu as costas para nós e começou a se dirigir para a imensa tela que ficava em frente a mesa de reunião. Sobre a mesa havia um teclado e um mouse, indicando que aquilo era um computador, foi só ela mover o mouse que a tela se acendeu.

— O que está fazendo? – indaguei.

— Chamando ajuda – respondeu. – Ou você acha que eu sozinha no estado em que estou e um bando de adolescentes conseguimos vencer todos eles?

Antes que eu pudesse dizer algo, ela começou a fazer uma chamada de vídeo no computador. Demorou alguns segundos até uma moça loira atender, por detrás dela haviam várias árvores e muito verde, juntamente com uma outra pessoa que parecia estar praticando tiro ao alvo com um arco e flecha.

— Senhorita Sabrina? – indagou a moça sorrindo. – Quanto tempo, eu…

— Não tenho tempo para isso, Vanessa! Preciso falar com a Erika agora! – bradou.

— Senhorita Erika! – chamou Vanessa, se virando para trás e nos permitindo ver que quem estava praticando arco e flecha era Erika, líder do ginásio de Celadon.

— Estou ocupada – respondeu sem nem se virar e disparando uma flecha bem no meio do alvo.

— É urgente! É a senhorita Sabrina! 

Imediatamente Erika abaixou o arco e olhou para e tela, correndo na direção dela e assumindo o lugar de Vanessa.

— Sabrina?! – questionou surpresa. – Onde você se meteu? Não atendia uma ligação minha e… Nossa, você está horrível. 

— Erika, me escute! Os Rockets tomaram a cidade de Saffron, sequestraram a mim e meus Pokémons, nos mantendo refém esse tempo todo e acabei de ser salva por um bando de adolescentes, mas ainda temos que sair daqui! Não vamos dar contar, eu e meus Pokémons estamos muito fracos. Você precisa reunir os outros e vir o mais rápido possível.

— Em que parte de Saffron vocês estão? – perguntou Erika, ficando séria na mesma hora, um olhar determinado tomando conta de seu rosto delicado.

— Nós… – mas antes que Sabrina pudesse terminar a sua fala a tela escureceu. Olhei ao redor juntamente com os outros sem entender, até ver que Cassidy havia se arrastado até o local onde ficava a tomada do computador e desligado o aparelho. Um rastro de sangue se formava por onde seu corpo havia passado. Ela tinha uma pistola em uma das mãos, enquanto segurava seu ferimento com outra, a arma estava apontada para a Sabrina e a Rocket tinha um sorriso vermelho nos lábios cobertos de sangue.

— Te vejo no inferno – falou. Então, tudo aconteceu em um milésimo de segundo: Sabrina semicerrou seus olhos e seus cabelos balançaram como se estivessem sido levantados por um vento, mas estávamos em local fechado. Cassidy puxou o gatilho, para o desespero de todos nós, mas Sabrina continuou de pé, imóvel, até um som tilintar em nossos ouvidos, era a bala disparada caindo sobre o ladrilho do piso.

Sangue começou a escorrer do nariz de Sabrina e ela colocou a mão na cabeça como se estivesse sentido uma forte dor, mesmo assim se manteve de pé.

— Hoje não, vadia – e sem hesitar disparou contra Cassidy mais uma vez com a pistola que tinha roubado de Cristofer, mas dessa vez acertou a bala na cabeça da Rocket.

Nós seis estávamos chocados e confusos demais para entender o que tinha acabado de acontecer. O que havia parado a trajetória daquela bala? Sabrina deveria estar estirada no chão com um tiro bem no meio da testa como Cassidy! Como isso era possível?! Além do mais, podíamos confiar nela? Ela acabou de matar uma pessoa como se não fosse nada.

Sabrina começou a tremer e caiu de joelhos no chão, se apoiando em suas mãos. Gotas de sangue lhe pingavam do nariz, ela respirava profundamente e parecia exausta.

— Vamos – falou ela, mal se aguentando. – Temos que ir agora – tentou levantar, mais sem sucesso. Eu e Red trocamos um olhar e assentimos, nos posicionando um de cada lado de Sabrina e passando os braços dela por cima de nossos ombros, para que ela pudesse ter um apoio e andar.

Ela parecia extremamente incomodada com aquilo, mas não reclamou. Era isso ou a deixariamos ali.

— Não deveríamos tentar contatar Erika mais uma vez? – perguntou Ingro.

— Ligar o computador vai demorar muito – respondeu a ele. – Se essa Rocket apareceu é questão de tempo até darem falta dela, temos que ir agora, não dá para ficarmos sentados aqui esperando pelo resgate. Erika vai dar um jeito de nos encontrar, sei que vai. Me levem até as Pokébolas – pediu, gesticulando para as esferas que estavam sobre a mesa em uma pequena cúpula de vidro. Nós a levamos até elas, três ela guardou no bolso da calça e lançou a outra no chão.

Um Pokémon humanóide surgiu na nossa frente. Tinha boa parte do corpo amarela, com exceção do tronco, dos ombros e de uma faixa em sua cauda volumosa, sendo estes marrons. Tinha longos bigodes amarelos, segurava uma colher em uma das mãos e trazia uma estrela estampada no meio da sua testa.

Ele e Sabrina trocaram um olhar por alguns segundos.

— Kadabra – disse ele, assentindo para sua treinadora e se teleportando logo depois.

— Por que você.... –  comecei a perguntar.

— Não pedi para que ele teleporta-se a gente para fora daqui? – completou minha pergunta, como se lesse minha mente, eu apenas assenti. – Ele está tão fraco quanto eu, não teria forças o suficiente para levar todos nós e se tentasse alguém poderia acabar ressurgindo sem um membro. Muito arriscado.

Nós seis começamos a sair da sala. Eu e Red tentávamos ir o mais rápido que podíamos para acompanhar os outros, apesar de estarmos carregando a Sabrina.

— Cris? – indagou Ingro, olhando para trás ao notar que o amado não estava saindo para o corredor conosco.

— Agora sim, acho que podemos destruir tudo, certo Primeape?

— Priiimeeaaapeee – fora possível ouvir o urro do macaco e depois sons de coisas sendo quebradas, jogadas e socadas. Cristofer estava certo, destruir o maquinário todo era a nossa garantia que os Rockets não iriam poder usar essa tecnologia tão cedo, Red também tinha razão, porém queria fazer isso na hora errada. 

Segundos depois o ruivo surgiu da porta de metal e começou a correr para nos alcançar.

— De onde você conhece a Erika? – perguntou Red. E agora era hora de jogar conversa fora? Eu ein. 

— Somos amigas e colegas de profissão – respondeu ela, dando um sorrisinho de canto.

— Quer dizer que você é…

— Sim. Sou Sabrina Natsume, líder do ginásio da cidade de Saffron.


Notas Finais


Confesso que eu tinha planos de trazer o plot do Hypno lá em Lavander, mas achei que seria muito dificil eles lutarem contra um por serem bem iniciantes ainda, então preferi deixar isso de lado e apostar na boa e velha história da mamãe Marowak, até que eu vi a oportunidade de trazer o Hypno. Eu me cago de medo dele até hoje. Ainda mais da canção de ninar que a pobre Yellow teve que ouvir, só para quem tem o santo forte e quiser dar uma verificada: https://www.youtube.com/watch?v=4KgzFqSAOO8 - não me responsabilizo pelos seus pesadelos.

E ai? O que acharam? O feedback de vocês a essa altura do campeonato é IMPRESCINDÍVEL, criticas, opiniões, elogios, tudo vale agora para vocês me ajudarem a fechar esse arco com chave de ouro! E não se esqueçam de comentar #RumoAoTop10 para apoiar essa causa! VAMO QUE VAMOS!

Muito obrigada a todos que leram até aqui, e até o próximo capítulo.


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