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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Ansiedade


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Vocês despertaram um monstro, parabéns a todos os envolvidos.
Voltei. Posso dizer que esse capítulo está curto, por estar incompleto, mas eu precisava me livrar dele logo, porque eu SIMPLESMENTE não conseguia continuar, mas também não podia apagar e recomeçar.
Então, introdução do torneio de lutadores, é isso aí.
Cristofer na capa.

Não tenho muito o que falar mais é isso aí.

Capítulo 71 - Ansiedade


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Ansiedade

< Por Cristofer > 

Eu não me lembrava que as Pokébolas pesavam tanto, talvez fosse só coisa da minha imaginação, mas a esfera que guardava meu Primeape parecia ser feita de chumbo em uma das minhas mãos.

Lutava para tentar disfarçar o tremor de meu corpo; sentia o suor se acumulando por baixo da minha camiseta de banda; um zumbido infernal tomando conta dos meus ouvidos; meus pensamentos a milhão e parecia não haver ar suficiente para respirar. A tatuagem de Tauros recém feita coçava por baixo do plástico, ainda em processo de cicatrização, no fundo eu só queria que ela nunca parasse de me incomodar, porque assim eu poderia lembrar para sempre dele.

Voltar a batalhar não devia ser tão difícil, na verdade era algo que eu amava fazer. Mesmo assim, ali estava eu, pronto para ter um ataque de ansiedade às portas do dojo de Saffron.

Vir aqui foi ideia do Ingro, ele viu o anúncio da competição em algum canto da internet e veio me contar, estávamos em casa há mais ou menos uma semana desde que tudo aconteceu e só viemos a Saffron ontem para realizar a minha inscrição. Parecia algo bom, uma competição amigável das quais eu tinha grandes chances de ganhar – Primeape era uma máquina de bater, eu nem precisava fazer muita coisa, era muito instintivo da parte dele socar tudo – ele não corria risco algum; era seguro; tudo regulamentado e supervisionado pelas tão rigorosas regras da liga e conscientemente eu sabia disso, mas parte de mim ainda parecia não conseguir entender.

Mesmo que Tauros antes de morrer, Ingro e todos os outros tivessem me isentado da culpa e me dado apoio; mesmo sabendo que se eu não o tivesse chamado para fora da Pokébola naquela hora provavelmente estaríamos todos mortos; mesmo que eu não tivesse tido escolha, ainda pesava e sempre pesaria. Eu sempre teria um buraco na minha equipe, um vazio, e jurei a mim mesmo que eu nunca levaria mais de cinco Pokémons comigo, mesmo que isso me deixasse em desvantagem nas batalhas, pois aquele lugar seria para sempre dele.

— Você não precisa fazer isso, Cris... – senti uma das mãos de Ingro segurar firme a minha. – Não ainda, ao menos.

— Eu quero – isso era uma meia verdade. – E eu preciso seguir em frente, terminar minha jornada, pelo Tauros. 

— Mas pode fazer isso quando estiver realmente pronto, sem pressa, não tem ninguém cobrando você – meu namorado se posicionou firme ao meu lado, apertando minha mão com ainda mais força.

— Eu estou me cobrando, e… tá na hora. Ficar trancado em casa me lamentando não vai resolver nada. Vamos – o puxei para dentro do bonito jardim cercado pelos altos muros de tijolos vermelhos antes que ele pudesse falar mais alguma coisa. Atravessamos o gramado em direção a casa oriental, eu ainda segurando com força a Pokébola de Primeape em minha mão livre. 

Subimos as escadas de madeira que davam acesso à varanda, só para constatar que a porta de entrada estava fechada. Conseguíamos ouvir um barulho de vozes vindo do quintal dos fundos, o que indicava que a abertura da competição já havia começado. Contornamos a casa apressadamente, saindo no campo de batalha externo do dojo, este estava apinhado de gente que se aglomeravam ao redor da quadra e já pareciam estar assistindo à uma batalha deveras empolgante, pela forma que eles aplaudiam e exclamavam. Corri meus olhos pelo local, o coração batendo forte do peito, ainda tremendo um pouco, não poderia parar para pensar muito, caso contrário poderia acabar desistindo. Vi a esposa de Chuck sentada diante de uma mesa embaixo de uma das árvores do jardim, mais ao canto, afastada da multidão. Corri até lá, me precipitando sobre o móvel.

 — Vim para a competição! – exclamei, colocando a Pokébola do meu Primeape sobre a superfície de madeira com mais força do que era necessária.

Ela me olhou um pouco assustada a princípio, franzindo o cenho logo depois de absorver minhas palavras.

— Chegou um pouco em cima da hora… Já estava finalizando a confirmação das inscrições e a abertura já começou – explicou, me encarando com seus olhos verdes. 

— Foi mal… Tive alguns… Contratempos – me justifiquei, um pouco sem jeito.

Ela assentiu, pegou minha Pokébola sobre a mesa e solicitou que eu entregasse minha Pokédex, realizando assim a confirmação e efetivação da minha inscrição pelo seu notebook. 

— Vamos fazer os sorteios para a formação das chaves de batalha depois da abertura, boa sorte – disse, devolvendo-me minhas coisas. Estava feito, eu não voltaria atrás agora.

Olhei para os lados e não vi Ingro. Mas onde diabos ele se meteu? Eu estou prestes a ter um ataque de ansiedade e ele sai assim do meu lado? Voltei-me para a pequena multidão que cercava o campo de batalha e vi o catador de insetos tentando desesperadamente abrir caminho entre as pessoas para ver melhor a batalha, mas era completamente em vão. Magro daquele jeito, os outros treinadores mal saiam do lugar, hipnotizados pelo combate.

Consegui rir um pouco da cena, enquanto me aproximava dele, sem deixar de achar aquele comportamento um tanto quanto estranho. Ingro não era tão fissurado em batalhas assim ao ponto de encarar uma multidão de gente para vislumbrar uma.

— O que fo…?

— É um inseto, Cris! É um inseto que está batalhando! – bradou, uma empolgação incontrolável emanando de sua voz. 

— Mas eu pensei que fosse um torneio de tipos Lutadores…

— Ele é também! Não é de Kanto, eu nunca o vi. Quero chegar mais perto para colher os dados dele e…

Peguei-o pelo pulso e comecei a abrir espaço pela multidão, alguns garotos me xingaram, mas eu não tinha culpa se eles estavam eufóricos demais para ouvir os meus pedidos de licença. Se Ingro queria ver um inseto em batalha, eu ia ajudá-lo. Só eu sei o quanto isso era importante para ele, capaz de cair até em depressão se deixasse a oportunidade passar.

Foram alguns segundos até estarmos bem na frente do campo, não querendo me gabar, mas eu tinha uma massa corporal boa, era forte e alto suficiente para derrubar metade daqueles treinadores no soco. Talvez eu devesse ter optado por me sentar e tomar um ar, já que ainda não estava 100% para estar aqui no meio da euforia, vislumbrando uma batalha bem diante dos meus olhos, mas tudo valeu a pena quando vi o rosto de Ingro se iluminar ao presenciar os Pokémons lutadores em combate, toda a sua atenção voltada para o enorme besouro que estava lutando com um Pokémon que girava sem parar de cabeça para baixo, exatamente como o pião do baú.

“Heracross, o Pokémon Chifre. Ele adora mel e para comer todo mel que encontra sozinho, arremessa seus rivais para longe com seu poderoso chifre. Também gosta de chupar a seiva de outros pokémons de planta. Com seu chifre poderoso, ele pode facilmente levantar um objeto que tem 100 vezes seu próprio peso. Possui pernas e garras poderosas, mas não é muito bom em voar.” – entoou a Pokédex de Ingro quando ele apontou para o besouro.

“Hitmontop, o Pokémon Pião. Ele batalha ficando de ponta-cabeça e girando igual a um pião, dando múltiplos chutes. A força centrífuga aumenta seu poder destrutivo, sendo esta uma técnica tanto ofensiva quanto defensiva. Se girar em alta velocidade, pode perfurar o solo. Hitmontop se locomove mais rápido girando do que caminhando.” – foi a minha vez de colher os dados do outro Pokémon.

Eram os filhos de Chuck que batalhavam, sendo que Nathan dava ordens para o besouro chifrudo, a lustrosa couraça negra do inseto reluzindo a luz do sol, enquanto Nathalie comandava o Pokémon beyblade que girava sem cessar em um borrão misto de marrom e azul, de forma que eu não podia ver sua aparência. Foi então que eu entendi que a abertura nada mais era que uma batalha, muito provavelmente para mostrar aos competidores as regras do torneio na prática e claro, deixar todo mundo extremamente empolgado.

O combate era exímio com os Pokémons só utilizando movimentos físicos e corporais, de luta mesmo, e esses eram extremamente bem executados, mostrando que eles haviam sido treinados a vida toda para esse tipo de confronto.

Heracross parecia estar enfrentando dificuldades para romper o ataque giratório do adversário, sendo acertado por vários chutes toda vez que tentava encontrar uma brecha, este era um movimento que realmente funcionava ofensiva e defensivamente. Pelo que me contaram do torneio de batalhas em dupla do PokéZoo, foi com essa mesma técnica que Blue venceu Green na final, dando a ela e Red a vitória.

— Continue firme com o Chute Triplo! – ordenou Nathalie, contraindo seu semblante.

— Você é mais forte fisicamente que ele, então vamos arriscar! Intercepte-o com seu chifre! – bradou Nathan, quando seu inseto fora acertado mais uma vez pelos chutes. 

Heracross se abaixou e arrancou, era incrível sua velocidade, já que ele aparentava ser um bichão meio desengonçado. Acertou seu enorme chifre côncavo em Hitmontop. Aquela havia sido uma jogada arriscada, mas Nathan deu sorte de pegar no ponto certo. Imediatamente o adversário parou de girar, tombando no chão. 

Então pude ver melhor o Pokémon giratório, seu corpo todo era marrom, com exceção de seu tronco redondo, seus pés e sua cauda que tinham um intenso tom azul, estes ostentavam poderosas garras, o que explicava os arranhões que Heracross trazia no peito.

Antes que ele pudesse se levantar, o besouro desferiu um poderoso soco no adversário, derrubando de vez no chão. Agarrou Hitmontop com seu chifre, pressionando a garganta dele contra o solo de modo que ele não pudesse levantar, e lhe começou a desferir um soco atrás do outro com suas poderosas patas.

— Um, dois, três – berrou o juiz enquanto batia sua mão no chão do campo de combate. – Hitmontop está fora! O vencedor é Heracross! – então ele parou a luta, mesmo com o Pokémon pião ainda estando consciente. Nesse tipo de combate interceptar o adversário e impedi-lo de se mover por alguns segundos, bastava para vencer. 

— Nada como um showzinho de luta livre para deixar as pessoas doidas – ouvi uma voz feminina desdenhar.

Olhei para o lado, já fazendo uma careta para quem havia pronunciado tal frase e me deparo com ninguém mais ninguém menos que… Como é mesmo o nome dela? A ruiva do Porygon2 que ajudou a salvar a gente em Saffron… Só a lembrança fez o lado esquerdo do meu peito arder, passei a mão novamente pela minha tatuagem em processo de cicatrização e tentei respirar normalmente, meio sem sucesso.

— Te conheço de algum lugar… – disse a garota quando me viu, mas eu estava meio fora do ar para iniciar uma conversa. – Hey, garoto, tô falando com você. Tá na Disney?

— Hãm… – mas que menina chata, meu Arceus. – Não, só estava tentando lembrar de onde eu te conhecia também… Você ajudou a salvar eu e meus amigos em Saffron, né? Roberta…

— Rebecca! – corrigiu ela. – E teu nome? 

— Cristofer… –  ela podia ficar irritada porque eu errei o nome dela, sendo que nem fazia ideia do meu. – E  Ingro, ele tava lá também… – gesticulei para o meu namorado, que só acenou rapidamente e voltou toda sua atenção para Heracross, que agora atravessava o campo para junto de seu treinador com um ar de vitória.

Ela olhou rapidamente para nossas mãos atadas e sorriu.

— Sei, o menino dos insetos…

— Cris, vou ver o Heracross mais de perto! – exclamou ele, como uma criança que avisa seu pai para onde vai. Antes que eu pudesse responder, soltou minha mão e andou rapidamente até o insetão.

A multidão começou a se dispersar pelo lindo jardim. Agora que a abertura do torneio havia acabado, iriam dar início aos preparativos para o começo da competição. Fomos orientados  através dos altos falantes por Elise, a esposa de Chuck, a aguardar, pois ela iria começar a preparar o sorteio para formar a chave de batalhas.

— Então, o que está fazendo aqui?

— Vim ganhar a competição, apesar de achar esse tipo de combate muito desnecessário. E você? – indagou de volta.

— O mesmo. Vim vencer – respondi, encarando Ingro conversar com Nathan sobre Heracross. 

— Difícil comigo aqui – que menina convencida. Nem me dei o trabalho de responder, eu até ia aproveitar a oportunidade do nosso reencontro para agradecê-la por ter ajudado a salvar eu e meus amigos, mas não me lembrava dela ser tão chata. – Seus amiguinhos também já chegaram…

Olhei para a direção a qual ela gesticulava e, agora que a multidão havia se dispersado um pouco, pude ver Red, Yellow, Green e Blue conversando baixo e distraidamente entre si. 

Deixei Rebecca de lado e me aproximei cauteloso do quarteto. Um misto de animação e medo se formando em mim, a ansiedade voltando a fazer meu coração ribombar no peito, a Pokébola de Primeape pesando ainda mais no bolso do meu jeans. Eu não havia falado muito do ocorrido com Tauros com ninguém além de Ingro. Eu temia que me fizessem perguntas as quais eu não estava pronto para responder. Por um momento cogitei realmente abandonar a competição. Meus amigos estavam ali, juntamente com uma multidão de outros treinadores estranhos, e se eu travasse no meio da batalha? Já conseguia imaginar: minha voz entalada na garganta; o suor se acumulando por baixo da minha roupa enquanto eu não conseguia proferir ordens ao Primeape; as vaias e risadas debochadas ecoando e perfurando meus tímpanos; a falta de ar… Seria muita humilhação.

Para meu desespero, Red me viu antes que eu pudesse dar meia volta e sair correndo dali.

— Cris! – me chamou ele, sorrindo e acenando, fazendo com que todos os outros olhassem para mim.

Forcei um sorriso e me aproximei deles devagar.

— E aí como você tá? –  perguntou Yellow.

— Levando… – eu não tinha muito uma resposta para essa pergunta ainda. – Todos vocês se inscreveram na competição também?

— Não, só o Red e o Green. Nem todos temos Pokémons lutadores. Aposto que você veio com seu Primeape para darem um show – me sorriu Blue.

— Viemos tentar – forcei um sorriso meio sem graça, e eles ficaram me encarando sem dizer nada. Devia ser óbvio que eu estava quase me cagando nas calças, céus…

— Hey! Vai dizer que essa é a tatuagem do desenho que Blue te deu, Cris? – assenti positivamente para Red, só para ver a empolgação crescer em seus olhos vermelhos. – Que irado! – ele agarrou meu braço e começou a analisar cuidadosamente a imagem por baixo do plástico.

— Calma que ainda tá cicatrizando! – bradei quando ele fez menção de tocá-la

— Ah, foi mal – desculpou-se enquanto me soltava. – Mas, hey, eu sempre quis fazer uma tattoo também.

— Sempre, é? – Yellow encarou o namorado com seus intensos olhos dourados. –Sabia não.

— Ué, é claro. Mal não ter te contado. Mas Cris, onde que você fez e quem foi o tatuador?

Antes que eu pudesse respondê-lo, a voz de Elise soou através de um megafone, cortando nossa conversa e anunciando as primeiras batalhas que formariam esse início da competição. Convenientemente, eu e meus amigos iriamos enfrentar uns treinadores aleatórios primeiro, o que era bom, porque assim tínhamos chance de avançarmos mais e nos encontrarmos só nas batalhas finais.

Os primeiros felizardos a serem sorteados se dirigiram para o campo, evocando seus Pokémons lutadores, enquanto Ingro voltava a se juntar a nós, cumprimentando o pessoal e começando a falar empolgadamente tudo o que descobriu sobre Heracross.

Procuramos um bom lugar para sentar que nos desse uma visão privilegiada dos combates. Sentei-me sem desviar meus olhos dos Pokémons em campo que trocavam golpes, sentindo o zumbido voltar aos meus ouvidos e meu batimento cardíaco voltar a acelerar, pois eu seria o próximo a batalhar.


Notas Finais


Eu poderia já enfiar as batalhas aqui, mas gente, SEM CHANCE, eu precisava me livrar desse capítulo que tá a meses no meu drive MOFANDO. Me perdoem os diálogos insossos, mas EU NÃO AGUENTAVA MAIS.
No próximo capítulo: bichos se batendo, e eu juro que finalizo essa competição da qual eu me arrependo MUITO de ter criado, vocês não tem noção.

E ai estamos LIVRES, para ir ao ginásio da gostosa, digo, da Sabrina. Vocês votaram e já temos o nosso felizardo que vai batalhar com ela, então votação encerrada.
Por favor, comentem, sei lá, só pra eu saber quem ainda tá aqui esperando por isso. Deem suas opiniões, incentivem meu trabalho, é isso aí tamo junto.
É isso manos, vamos terminar essa fanfic, bora bora bora. Muito obrigada a todos que leram até aqui e que não me esqueceram ou desistiram de mim <3


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