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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - MRFP: Tentando reviver o Âmbar Antigo


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


Voltei!
Demorei bastante, pois me juntei ao @AllBlue_Project para escrever fanfics de One Piece, que é a minha mais nova obsessão.

Inclusive, já vou divulgar aqui a minha primeira fic da categoria, é do shipp Sanami, pois eu sou perdidamente apaixonada pelo Sanji e shippo demais ele com a Nami, é obviamente erótica, foi pensada para ser uma One-shot, mas agora é uma Short-fic, pois já tenho planos para mais uns três capítulos fácil, então segue o link para quem qusier me dar uma moral lá: https://www.spiritfanfiction.com/historia/quando-a-chuva-passar-25062244

Também já estou postando o Spin-Off erótico ao qual dei a deixa no capítulo passado entre Lance e Dougglas, Lance e Erika, e os três juntos, por que não? O conto ainda não está completo, sendo que eu só pretendo finalizá-lo depois de postar o arco todo de Cinnabar, mas já tem três capítulos postados contendo duas cenas eróticas, e prentendo postar mais uns dois/três contendo mais duas cenas, ou seja, será o maior de todos com TALVEZ seis capítulos e quatro cenas eróticas sendo uma delas um menage, OU SEJA, leiam: https://www.spiritfanfiction.com/historia/preeminente-25023130

Enfim, eu não sei o que vão achar desse capítulo, dos diálogos, se foi tudo muito conveniente... É que eu comecei esse plot do âmbar antigo no capítulo 5, CINCO, há mais de sete anos atrás e eu fiz tudo muito de qualquer jeito, dei tiro no pé mesmo, tanto que satirizo o quão ridiculo é um cientista surgir do nada e dar uma reliquia na mão de um garoto que ele não conhece sempre que eu posso.
Mas, no mais, eu fiz o meu melhor, e eu me diverti escrevendo e com os diálogos, então falo mais nas notas finais. Tenham uma boa leitura.

Capítulo 78 - MRFP: Tentando reviver o Âmbar Antigo


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - MRFP: Tentando reviver o Âmbar Antigo

5 dias após a batalha de Green contra Sabrina…

< Por Yellow >

— Caraca! Esse foi longe! – exclamou Red, depois de Cristofer ter dado uma cuspida se debruçando sobre a amurada da popa do navio, seu cuspe sumindo no mar. – Minha vez!

Estávamos a bordo do S.S. Anne, tínhamos embarcado em Vermillion há cerca de duas horas e o tédio já tinha tomado conta de nós… Decidimos, então, deixar nossos aposentos e ficar zanzando pelo barco, até que Red teve a brilhante ideia de fazermos uma competição de cuspe a distância, e todo mundo –  com exceção de Green e Blue que não estavam com a gente na hora –  pareceu ficar super empolgado.

O sol já começava a se pôr no horizonte, pintando o céu de um laranja bonito. O navio era rápido, e o vento marítimo soprava nossos cabelos sem parar, o que acabou me atrapalhando um bocado na hora de cuspir, fazendo com que acabasse cuspindo em meus próprios fios loiros quando meu rabo-de-cavalo entrou na minha frente. Os meninos se acabaram de rir.

— Pô, não valeu! – bradei, limpando minha baba do meu cabelo e me preparando para cuspir novamente.

Todos nós enfrentamos Sabrina depois de Green por cinco dias consecutivos. Foi uma batalha mais difícil do que a outra, mas depois de assistirmos a luta do Carvalho ficou um pouco mais fácil… E sempre após uma batalha passávamos a tarde e a noite toda ajudando aquele que batalharia no dia seguinte a treinar, o que me fez ter a sensação de que, apesar de serem desafios individuais, acabamos enfrentando meio que em grupo, bolando estratégias; ajudando nos treinos; dando dicas… Afinal de contas era do interesse de todos nós que conseguíssemos a Insígnia da Lama para que pudéssemos partir todos juntos para Cinnabar. Eu fui a última a ganhar de Sabrina na manhã do quinto dia, e descemos para Vermilion, almoçamos juntos no CP e pegamos o S.S Anne naquela mesma tarde que partiu do porto às 16h00.

— Ok… acho que Yellow está ganhando – constatou Cris depois de presenciar minha cuspida. – Ingro, tua vez.

O catador de insetos se debruçou na amurada um pouco tímido, inclinou o tronco para trás e impulsionou a cabeça para frente cuspindo o mais forte que podia.

— Caralho! Temos um novo recorde! – exclamou o ruivo, animado com o desempenho do seu namorado.

— Melhor de três! – exigiu Red.

— O que estão fazendo? – Nós quatro nos viramos ao ouvir a voz de Blue indagar, ela se aproximava de mãos dadas com o Green.

— Estamos vendo que cospe mais longe! – respondeu meu namorado animado.

— Que idade vocês tem? Oito? – debochou Green.

— Ai, Carvalho… Larga de ser chato! Eu hein… – reclamei, lhe lançando um olhar irritado. Estávamos nos divertindo, isso não tinha nada haver com maturidade. – E aí, Blue, quer tentar?

— Eu não, que coisa nojenta! 

— Então, só assistam… – disse Red dando de ombros. – Ingro ganhou essa rodada, e vamos agora fazer um melhor de três! 

Então, ficamos lá na nossa competição de cuspe enquanto eles assistiam. Percebi que Blue estava estranhamente introspectiva… Na verdade, ela estava assim já fazia alguns dias. Até mesmo o chato do Green estava se permitindo rir vez ou outra da nossa brincadeira, e se prontificou em ser o juiz quando Red e Cris começaram a discutir sobre qual deles tinha cuspido mais longe, mas a Torrence simplesmente se mantinha calada, fitando o mar, os pensamentos distantes..

— Hey, tá tudo bem? – perguntei me aproximando dela enquanto os garotos estavam distraídos. – Você está tão quietinha…

— Ah… Está sim Yellow, eu só… – Parou por um momento, mirando seus olhos azuis no mar como se estivesse elaborando uma boa desculpa. – Estou cansada, só isso… Dos últimos dias, dos treinos, das batalhas… Mentalmente cansada, é… 

— Certo… – respondi um tanto quanto desconfiada. – Tudo bem, mas se precisar conversar… Conta comigo! Sei que o Carvalho não é muito bom de papo!

— É… – Ela deu um risinho. – Obrigada pela preocupação.

— Que isso, não precisa agradecer…

— Yellow, tua vez de cuspir! – me chamou Red.

— Já vou! – Pisquei para Blue antes de voltar para eles.

Depois disso, ela até ficou um pouco mais animada, interagindo mais, rindo com mais frequência, mas algo me dizia que a Torrence só estava tentando disfarçar, pois se o comportamento estranho dela tinha chamado a minha atenção, certamente não demoraria para chamar a dos outros. Algo me dizia que isso tudo tinha haver com Cinnabar… Eu já sabia da história do pai dela, que ele tinha trabalhado lá e foi lá que desapareceu… Sentia que a ilha, ou o que Blue esperava encontrar e descobrir por lá, estava mexendo muito com ela.

< Por Green >

Era quase 5h00 da manhã quando o S.S Anne atracou no porto da Ilha Cinnabar, tínhamos dado sorte, pois normalmente o navio só chegava ao seu destino por volta das 7h00 para partir de voltar a Vermilion às 8h00, mas o capitão anunciou que pelo bom tempo e pela falta de imprevistos conseguimos chegar muito mais cedo.

Eu e os outros desembarcamos com uma multidão de gente, alguns jovens treinadores como nós, mas a maioria eram turistas vestindo roupas excêntricas de verão. Por ser muito cedo, ainda estava escuro e o tempo estava fresco. Seguimos o fluxo de pessoas um tanto quanto sonolentos, pois foi difícil ter uma boa noite de sono nas minúsculas e quentes cabines que eram destinadas aos treinadores, sendo esse o nosso pacote de escolha de viagem, já que o único de nós que realmente podia pagar o pacote da 1ª classe era o Cristofer.

Descemos do navio até pisar no chão de madeira do porto da  ilha, caminhando até atingir a areia da praia mais a frente e adentrar em uma pequena vila. As ruas de tijolos estavam escuras e praticamente vazias, com exceção de alguns comerciantes que já pareciam estar se preparando para abrirem seus comércios no primeiro raio da alvorada vindoura, armando suas barracas em frente as casinhas baixas.

— Vamos apertar o passo direto para o Centro Pokémon e tentar ser os primeiros a chegar, podemos pegar quartos e dormir mais algumas horas – falei, apontando para os diversos prédios que ficavam mais ao fundo da pequena vila, supondo que o CP provavelmente devia ficar por ali.

— Pode crer, tô cagado de sono. – Red deu um bocejo longo, enquanto segurava Yellow pela mão.

— Mas rapaz… Olha o tamanho do vulcão… – disse Cris, apontando para o contorno escuro do vulcão Cinnabar que era completamente visível por trás dos prédios. – Tem certeza que não tem risco de entrar em erupção, não? Um negócio desse tamanho, acabaria com a ilha toda.

— Ele é um vulcão semi-adormecido… Ainda tem lava no fundo, mas não corre risco de implodir – respondi.

— Ah… Sei lá, não boto fé não…

— Deixa disso, Cris. O vulcão é acompanhado de perto pelo Blaine, o líder do ginásio local, ele é geólogo especializado em vulcões e faz relatórios mensais sobre a atividade do magma, se notar algum sinal de que ele pode entrar em erupção todos vão saber a tempo de evacuar a ilha – explicou Blue.

— E pelo que eu li, o ginásio dele é lá dentro, o campo é suspenso sobre o magma… – reforcei.

— Sério? Que irado! – exclamou Red.

— Irado? Tá maluco? Eu que não vou entrar ali pra batalhar, mas nem que me paguem…– Havia receio na voz de Cris.

— Dizem que o Blaine é meio doido também… – observou Yellow.

— Tá vendo? Um cientista velho e maluco morando dentro de um vulcão? Isso aí é roteiro de filme de terror, vamos acabar costurados uns aos outros e sermos atirados ao magma como um sacrifício bizarro…

— Menos, Cristofer… – Blue encerrou a conversa um tanto quanto irritada, acelerando o passo quando chegamos ao final da rua e avistamos o Centro Pokémon que se misturava com grandes hotéis; restaurantes e lojas.

< Por Red >

Nós demos sorte e fomos os primeiros a sermos atendidos pela Enfermeira Joy, com uma pequena fila de outros treinadores se formando atrás da gente. Agora que Sabrina havia voltado a aceitar desafios, os treinadores começaram a vir para cá em pequenas levas, estes que só estavam esperando Saffron reabrir antes de virem enfrentar o velho Blaine.

Pegamos dois quartos, um com dois beliches e um com duas camas de solteiro. Decidimos tirar na sorte qual casal iria ficar no quarto para dois neste primeiro momento, e ir revezando pelos dias que iríamos ficar por aqui, assim todos poderíamos ter nosso… Momento de privacidade, se assim podemos dizer. Eu mesmo já estava ansioso para passar a noite sozinho com Yellow…

Cris e Ingro acabaram vencendo no dois ou um, e ficariam no quarto sozinhos até amanhã de manhã. Eu e os outros entramos no nosso aposento, jogando nossas mochilas no chão de qualquer jeito e nos ajeitamos para dormir pelo menos por mais algumas horas a mais. Eu e Yellow nos esprememos em uma das camas de baixo de um dos beliches, e Blue e Green fizeram o mesmo na outra.

Eu estava quase pegando no sono quando a loira, já adormecida, virou bruscamente e me atingiu com uma cotovelada na costela. Me segurei para não gemer de dor, enquanto despertava totalmente. Pisquei algumas vezes, virando de lado, massageando o local, sentindo as lágrimas pesando nos olhos e afundei meu rosto no travesseiro resmungando baixo. 

Quando consegui me recuperar da dor, abri os olhos, ainda deitado de lado e vi um vulto em pé no quarto escuro, e reconheci Blue por conta do cabelo comprido. A princípio, eu achei que ela ia ao banheiro, mas a Torrence pegou a sua mochila no chão e saiu de fininho pela porta que dava acesso ao corredor do CP. Mas aonde ela ia? Me estiquei para pegar meu Pokégear sobre a mesa de cabeceira, a luz da tela me cegando momentaneamente, e vi que não era nem 5h30 ainda, tínhamos acabado de deitar. Olhei para a cama que ela dividia com o Green, e vi que o Carvalho já dormia profundamente largado sobre o colchão.

Não raciocinei muito mais, apenas me levantei devagar para não acordar Yellow, catei minha mochila do chão e sai atrás dela para seguí-la.

Blue estava meio esquisita nos últimos dias, então, ela sair escondida de todos nós para fazer sabe-se lá o que, era muito estranho, e eu, como um bom amigo, iria evitar que ela fizesse besteira, claro.

Sai do quarto a tempo de ver ela atravessando a porta de vidro dupla do CP. Apertei o passo, descendo as escadas para o térreo e fui andando atrás dela meio na surdina pelas ruas escuras da ilha que começavam a ser iluminadas pelo amanhecer. Eu podia só alcançá-la e perguntar qual era a dela logo de uma vez, mas queria saber aonde Blue ia antes de impedi-la de fazer alguma besteira, pois sou curioso.

Eu não fazia ideia de onde estávamos indo, mas ela parecia ter certeza absoluta, virando pelas ruas com confiança, como se morasse aqui há anos. Às vezes, parava para olhar o Pokégear momentaneamente, parecendo checar alguma informação, e voltava a caminhar com firmeza. Continuei seguindo-a meio afastado, sempre me escondendo por trás de algum poste quando ela parava por segundos antes de virar na próxima rua. Não sei se era por ela estar muito atenta em sua tarefa que não me notou… Ou talvez eu fosse muito discreto? Certamente a segunda opção. Eu devia pensar em seguir a profissão de detetive particular caso Mestre Pokémon fosse para o saco, furtividade era comigo mesmo.

Foram alguns minutos até Blue parar subitamente frente a uma construção que destoava das outras da ilha. Era alta, quadrada, de cor cinza, com uma pegada bem tecnológica em sua arquitetura, tanto que o telhado inteiro era feito de teto solar. Suas paredes altas eram cobertas por  vitrôs horizontais por toda sua extensão. Ela parou de frente para o jardim extremamente bem cuidado que dava acesso a entrada, pensei que ela iria atravessá-lo e tocar o interfone da porta da frente, mas ela simplesmente deu meia-volta, contornando o lugar, como se quisesse acessar a parte de trás.

Atravessei a rua correndo logo após Blue sumir de vista, parei de frente ao local que ainda parecia não estar aberto por ser muito cedo e vi a placa onde se lia “Instituto de Pesquisas Cinnabar”. Foi como se um raio de lembrança me atingisse naquele exato momento, enquanto eu sentia o peso da minha mochila. É óbvio! Eu precisava passar aqui, pois trazia comigo o Âmbar Antigo que um cientista do museu havia me dado totalmente do nada e me incubido da missão de tentar revivê-lo em um Pokémon pré-histórico… Eu nem sabia como eu faria aquilo… Seria só entrar pela porta da frente, mostrar o âmbar e dizer “podiam revivê-lo para mim?”. Eu queria que o Pokémon ficasse para mim e precisava dar os créditos de sua descoberta ao cara que me entregou o âmbar, ao qual eu nem sabia o nome… Caramba, quanto furo tem nessa história!

Sacudi a cabeça, me livrando de meus devaneios e me foquei na minha missão atual que era seguir Blue, depois eu via esse negócio do âmbar, até porque o laboratório nem estava aberto ainda.

Virei na esquina em que ela tinha sumido, e vi Blue de costas, inclinada sobre a parede do laboratório enquanto parecia vigiar a parte de trás do lugar e se mantinha escondida ao mesmo tempo.

— O que está fazendo aqui?! – perguntei, assim que cheguei por trás dela de fininho.

Blue deu um pulo, virando para trás de olhos arregalados e já sacando uma das Pokébolas do bolso da sua saia. Piscou algumas vezes quando me viu, seu bonito rosto se contraindo em uma expressão furiosa.

— O que eu estou fazendo aqui? – indagou retórica em um sussurro irritado. – O que VOCÊ está fazendo aqui? – corrigiu minha fala como se essa fosse a pergunta certa a ser feita.

— Acordei, vi você saindo do quarto e decidi vir atrás de você.

— Que tal começar a cuidar da sua vida?

— Qual é, Blue! Você tá esquisita tem dias, agora isso? Até parece que eu ia deixar você sair de fininho e voltar a dormir como se eu não tivesse visto. Me fala o que está acontecendo!

— Red, isso é assunto meu!

— Amigos não escondem coisas um do outro! Me conta, Blue, eu posso te ajudar!

Ela me encarou irritada enquanto respirava profundamente sabendo que eu não iria embora ou desistiria.

— Eu conto se você prometer que vai me ajudar, ou se não quiser fazer isso, que não irá me atrapalhar.

— Prometo!

— Meu pai trabalhava aqui nesse laboratório, estava fazendo progressos em pesquisas importantes quando… Desapareceu. Eu só quero entrar onde era a antiga sala dele e… Ver se descubro alguma coisa…

— Que tipo de pesquisas? – Ela franziu o rosto para minha pergunta como se estranhasse minha curiosidade sobre isso em específico.

— Meu pai era especialista em genética Pokémon, antes de desaparecer estava trabalhando aqui em uma máquina que podia reviver Pokémons extintos utilizando o material genético de fósseis, depois de tudo a pesquisa foi interrompida, já que só ele podia dar continuidade, mas… 

— Blue, seu pai se chama Frank? – A interrompi.

— Sim, Frank Torrence… Por que?

— Olha, sei que isso vai parecer estranho, mas… – Tirei minha mochila das costas, e peguei de dentro dela o Âmbar Antigo enquanto contava a Blue o que havia acontecido no Museu de Pewter, logo no início da nossa jornada. – E o cientista que me deu isso só me disse que tinha um contato aqui de um cara chamado Frank, que havia desaparecido há quinze anos atrás, e que a última vez que falou com ele, este garantiu que a máquina estava funcionando…

— Red… Por que não me falou isso antes?!

— Porque eu não sabia que isso tinha haver com você… 

— Isso é fantástico! De fato, de acordo com anotações não publicadas do meu pai, ele chegou a finalizar a máquina, mas não conseguiu testá-la… Pelo que pesquisei, quando um projeto é cancelado eles arquivam e guardam tudo o que era referido a ele, então, pode ser que a máquina ainda esteja aqui, e se você tem um fóssil dado por um cientista, temos o que precisamos para testá-la!

— Certo… Mas então, porque estamos aqui na surdina como se fossemos cometer algum crime, ou algo assim?

— Porque é isso que eu vim fazer… Vou invadir o local antes dele abrir.

— Mas porque, Blue? – questionei um tanto apreensivo, fala sério, a gente só se metia em confusão. – Se você é filha do Frank Torrence, um cientista renomado, é só entrar pela porta da frente portando sua identidade e falar sobre essas anotações não publicadas dele, e que gostaria de testar a máquina, eles podem te auxiliar…

— Não posso fazer isso… E se eles acabarem se apropriando da pesquisa do meu pai sem dar os devidos créditos? Eu mesma posso reunir todas as informações que ele deixou em um artigo e publicar, mas para isso eu preciso testar a máquina. É a pesquisa da vida dele, Red, não posso confiá-la à outras pessoas.

— Tá… Então, qual é o plano? – me rendi, afinal de contas eu havia prometido ajudá-la ou não impedi-la.

— Eu achei um mapa de risco em casa, nas coisas do meu pai, que contém a planta do Instituto, deve ser dado aos funcionários durante a integração de segurança. É muito antigo, mas o local não passou por reformas desde então… – falou ela, tirando um papel bem gasto da mochila. – A sala dele era aqui… – apontou para um dos quadradinhos na parte superior direita da planta. – É a primeira janela à nossa esquerda. A parte de trás possui duas câmeras de vigilância que cobrem toda a área das janelas – passou os dedos pelas laterais de trás do prédio. – Possivelmente eles possuem, no mínimo, dois vigias noturnos antes do lugar abrir, um para ficar de olho nas câmeras e outro para fazer a ronda. Para entrarmos na janela onde ficava a sala do meu pai, basta taparmos a visão dessa câmera… – Apontou para cima e vi que estávamos bem abaixo de uma câmera de segurança que estava apontada para a parte de trás do local. – Sem levantar grandes suspeitas, assim, teremos alguns minutos para entrar sem ninguém ver. Ainda falta uma hora e meia para o lugar abrir e os funcionários começarem a chegar, tempo o suficiente para darmos uma boa olhada nas coisas e sair sem ninguém notar. Esse é o único Instituto de pesquisas do continente, depois que a Mansão Pokémon pegou fogo, então, não possuem concorrência nesse sentido, não tiveram projetos roubados nos últimos anos e a segurança se mantém amena… Vai dar certo.

— É… aparentemente você pensou em tudo… Teu namoro com o Green tem surtido efeitos…

— É lógico que eu pensei em tudo, vim projetando o momento em que eu chegaria aqui desde antes de sair em jornada, isso não tem nada haver com uma possível influência do Green sobre mim, aliás… Não estamos namorando…

— Meu Arceus, mas o Carvalho é devagar mesmo… – Blue me lançou um olhar mortal que me fez rapidamente mudar de assunto. – Bom, não importa. Invadimos Saffron, isso aqui é fichinha…

— Esse é o espírito! Bom… A janela que dá acesso a sala não é tão alta… Se eu subir nos seus ombros alcanço sem problemas, o que acha? 

— Subir nos meus ombros? Mas você tá de saia! – ressaltei, olhando para as pernas dela. Blue tinha ficado sem usar saias desde Saffron, quando teve parte de sua panturrilha dilacerada pelo golpe de Nidoking. Eu sabia que ela vinha usando calças para esconder a cicatriz… Mas bendita hora para recuperar a confiança e voltar a usar suas saias usuais.

— E?

— E eu acho que se você tivesse pensado em tudo mesmo, teria se dado ao trabalho de colocar uma roupa mais adequada para invadir um local!

— Ai, Red! A gente não tem tempo para essas frescuras agora, é só você não olhar para cima!

— Tá, mas a Yellow não pode saber!

— Prometo não contar para ela, se você não contar ao Green que geramos uma possibilidade de você ver minha calcinha! – Encerrou o assunto, extremamente irritada, virando-se para voltar a espiar a parte de trás do Instituto, enquanto eu sentia meu rosto esquentar um pouco. – Vou pedir ao Pidgeotto tampar a visão da câmera e teremos alguns segundos para entrar… Ele é um pássaro comum por aqui, não vão desconfiar…

— Beleza…

Ela puxou a Pokébola e chamou o pássaro, ordenando que pousasse na beirada do prédio e bicasse a câmera. Assim ele o fez, alçou voo, se empoleirando em cima do Instituto e jogou seu corpo para frente, colocando a cabeça na frente da câmera e começando a bicar a lente descontraidamente.

— Vamos! – Blue correu, parando logo abaixo da janela que estava mais para um pequeno vitrô na horizontal, onde, talvez, dois adolescentes pudessem passar sem problemas. 

— Como tem certeza de que está aberta? – indaguei me aproximando dela.

— Eu não tenho. – Ela pensou em tudo, né, Red? Ah, pelo amor de Arceus. – Agora se abaixa, rápido!

Fiz o que ela pediu, ficando de joelhos com uma perna dobrada enquanto resmungava um pouco. Blue pisou na minha coxa, e eu lhe dei a mão para ajudá-la a subir nos meus ombros, me levantei com dificuldades, me tremendo todo enquanto ela se equilibrava… Meu Arceus, que menina pesada… Se fosse a Yellow seria bem mais fácil… Me aproximei da parede permitindo que ela ficasse com o tronco na altura da janela.

Mantive meu olhar fixo na parede de cimento, porque né…

— Está aberta! – exclamou ela. – Aparentemente fizeram da sala do meu pai um arquivo morto… Mas está bem escuro, mesmo com a luz da lanterna do Pokégear não consigo enxergar quase nada, mas a barra tá limpa… Beleza, Red, me dá um impulso… Vou entrar.

A segurei com firmeza pelos tornozelos e a impulsionei com todas as minhas forças para cima. Blue subiu no vitrô, adentrando a metade de seu corpo da cintura para cima, ficando somente com suas pernas para fora. Se manteve assim, debruçada sobre o parapeito, hesitante.

— O que está esperando para entrar? – perguntei alarmado. Até onde eu sabia, um segurança podia vir aqui para espantar o Pidgeotto.

— Não consigo ver nada… Vou ter que mergulhar de cabeça no escuro! 

— Meio tarde para pensar nisso agora! – esbravejei. – Se apoie nos seus braços, e torça para não ter nada no meio do caminho que você possa derrubar…

Blue bufou, sem se dar ao trabalho de me responder, respirou fundo e se lançou para dentro da sala. Escutei um baque abafado e ela gemendo de dor.

— Tá tudo bem?

— Ai, minhas costas… – choramingo ela, do outro lado da parede.

— E agora, como eu entro? – indaguei, completamente alarmado ao perceber que não tinha como eu alcançar o vitrô sozinho.

— Tenho uma corda na minha bolsa, vou amarrar em algum lugar e jogar pra você subir… Toma… – Blue atirou uma Pokébola maximizada pela janela. – Segundos antes de você entrar, recolha o Pidgeotto para mim, vou preparar a corda…

Foram mais alguns segundos até uma corda relativamente grossa surgir pelo vitrô se desenrolando pela parede. Agarrei a corda, e comecei a subir o mais rápido que eu conseguia, com a Pokébola que Blue me dera no bolso do meu jeans. Fiquei na mesma posição que ela, o parepeito machucando meu ventre, alcei a Pokébola, erguendo meu tronco o máximo possível para trás e recolhendo Pidgeotto para dentro da esfera. Assim que o pássaro sumiu da frente da câmera, me joguei com tudo para o total breu do local, torcendo para que o segurança não tivesse tempo de ver minhas pernas pela janela.

Cai igual um saco de batata, apoiando meus braços no chão desajeitadamente, perdendo o equilíbrio e fazendo meu corpo pender para frente, metendo minha bunda, minhas costas e minha cabeça no chão com a desajeitada cambalhota.

— Porra… Que dor… Acho que quebrei meu cócix, não é possível… Desgraça… – xinguei de dor, enquanto chorava um pouco.

— Mas também… Você entrou de qualquer jeito!

— E que escolha eu tinha? Era isso ou ser pego pela câmera! – esbravejei. Mas eu só estava metido nessa situação por causa dela, eu ein.

Blue me estendeu a mão e me ajudou a levantar, enquanto eu massageava sem parar minha lombar, resmungando. Entreguei a Pokébola de Pidgeotto para ela, e, por um tempo, ficamos em silêncio no local escuro, só iluminado pela pouca luz da manhã que atravessava a janelinha. Tinha um forte cheio de poeira e coisa guardada aqui, era possível ver o contorno escuro de várias estantes encostadas nas paredes que iam do chão ao teto.

A Torrence acendeu a lanterna do seu Pokégear, iluminando melhor o local. Haviam diversas caixas azuis de arquivos nas estantes, bem como mais um monte de tralha coberta por lençóis, computadores velhos e equipamentos em desuso.

— Arquivo morto é elogio, isso aqui tá parecendo um ferro-velho… – falei.

Blue começou a andar pelo local, erguendo os lençóis e olhando o que havia embaixo deles. Acendi a lanterna do meu Pokégar também e fui procurar… O quê? Não sabia. Mas ia ficar fuçando para ver se achava algo de interessante, afinal, eu só estava acompanhando ela.

Dava para perceber que a sala era bem grande, e só parecia extremamente apertada pelo tanto de coisa que trataram de enfiar aqui. Era possível ver a porta que levava para o corredor do Instituto, a luz visível por uma parte de vidro horizontal. Testei a maçaneta e estava trancada, ou seja… Teríamos que sair por onde entramos. 

— Aqui, Red! É essa a máquina que meu pai inventou… 

Virei-me a tempo de ver Blue puxar o lençol de algo enorme, que ia do chão ao teto, revelando um maquinário cientifico de metal esquisito. Ele era dividido em três partes: um painel de controle com um teclado e uma tela plana na parte esquerda; a parte de baixo e a parte de cima que se uniam por um vidro, como se fosse uma espécie de incubadora gigante.

— Tem certeza que é ela? – perguntei, me aproximando.

— Absoluta.

— Mas será que ainda funciona?

— Vamos descobrir, me ajuda a achar uma tomada… – pediu ela, segurando o cabo da máquina em uma das mãos.

Blue foi rápida em achar uma tomada para conectar a máquina, se voltando para ela e ligando-a. Soltou um gritinho de êxtase ao vê-la se acendendo e um barulho soar indicando que o dispositivo estava iniciando.

— E você sabe como usar esse troço? 

— Talvez eu seja uma das únicas pessoas que saiba… – me respondeu, abrindo sua mochila e tirando uma porção de folhas dobradas de lá. – Olha, esse é um rascunho do artigo científico que meu pai começou a escrever sobre a MRFP, mas ele nunca chegou a terminar, então não foi publicado. Eu o li dezenas de vezes, tenho ele decorado de cabeça…

— MRFP?

— Máquina de Restauração de Fósseis Pokémon – falou como se fosse óbvio. – Ele chegou a descrever todo o manual de uso e como fazê-la funcionar, mas não descreveu a testagem e os resultados, então…

— Não temos garantia alguma de que vai dar certo… Vamos ser os primeiros a testar.

— Sim… Me dá o âmbar.

Tirei a mochila das costas e peguei o âmbar, entregando para ela um tanto quanto receoso. Não sabia se Blue estava considerando, de fato, a importância e o perigo do que estávamos prestes a tentar fazer aqui: reviver o primeiro Pokémon extinto da história.

Ela colocou o âmbar sobre uma mesa juntamente com seu Pokégear que ainda tinha a lanterna acesa, e começou a mexer no painel, teclando sem parar, várias informações pipocando na tela sem que eu mal conseguisse acompanhar. Subitamente, o vidro da máquina se abaixou e Blue encaixou a pedra dourada em um suporte que se fechou sobre ela, o vidro voltou a subir e ela seguiu teclando.

“Iniciando escaneamento” – soou uma voz feminina robótica.

Foram alguns segundos onde uma luz infravermelha surgia da parte de baixo e de cima da máquina, passando diversas vezes em vários ângulos do âmbar, fazendo com que ele ganhasse uma cor alaranjada. 

“Espécie identificada” – concluiu a máquina. 

Comecei a me tremer todo e engoli em seco… Não precisava ser um gênio da genética para saber exatamente de quem era aquela silhueta que girava na tela azul, juntamente com diversas informações, estas quase piscando como um sinal de alerta.

— Blue… Você tem certeza que quer fazer isso? – perguntei com extrema cautela. – Se fosse um Kabuto ou um Omanyte pequenininhos, beleza, mas isso? É muito perigoso.

— Red, é só um Pokémon como qualquer outro. Eu revivo, você captura, ponto. Eu estou a um passo de concluir o trabalho da vida do meu pai, e não vou parar agora… Se estiver com medo pode pular pelo vitrô de volta e dar o fora, eu espero… – falou com seriedade, seus olhos azuis brilhando em determinação.

Respirei profundamente me dando conta de que ela não iria mudar de ideia, e não voltaria atrás por nada.

— Beleza… – conclui, já pegando uma de minhas Pokébolas e ficando em posição de combate. Se ela não ia arregar, eu também não ia… – Manda ver.

Ela me encarou por alguns segundos, assentindo com firmeza e puxou uma alavanca, fazendo a máquina começar a ressoar alto e emitir uma luz intensa que nos cegou momentaneamente.


Notas Finais


Então, é isso.
Eu queria me extender mais, mas ficaria muito grande, então decidi cortar o capítulo.
Não sei quando volto aqui para postar a continuação, pois pretendo finalizar minha short-fic Sanami antes - porque eu estou obcecada por ela - então, eu posso demorar, mas vocês podem já deixar o favorito aqui: https://www.spiritfanfiction.com/historia/quando-a-chuva-passar-25062244 e ir acompanhando, caso assista One Piece - e se não começou a assistir ainda tá perdendo, sério, apenas assista, assista imediatamente, depois volta aqui pra ler eu botando um monte de personagem do anime pra se pega.

Enfim, comentários, criticas, dúvidas, opiniões, expectativas, é tudo aí em baixo que vocês deixam, então por gentileza COMEMTEM o que acharam desse capítulo e se ficou bom, pois nesse arco de Cinnabar o que mais vai ter é a turminha invadindo lugar, e talvez eu siga nesse mesmo formato, então é importante demais a opinião de vocês para que eu siga aperfeiçoando cada vez mais os proximos capítulos vindouros.

É isso! Muito obrigada mesmo por todo mundo que leu até aqui, comentem para apoiar meu trabalho e fazer a diferença para mim! Nos vemos nos proximos capítulos!


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