História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - O mestre dos insetos

< Por Blue >

 Acordei com a luz do sol atravessando as frestas das árvores, rolei no saco de dormir e fiquei olhando para cima, respirei fundo. O ar estava fresco, como sempre estava em uma manhã na floresta de Viridian. Sentei-me ainda meio sonolenta, olhei para o lado e vi que Red dormia todo esparramado e de boca aberta, estava engraçado. A fogueira que tínhamos feito noite passada, agora não passava de um monte de cinzas. Me levantei e caminhei até Red, ajoelhei perto dele, coloquei a mão em seu ombro e comecei a sacudi-lo.

 — Red – chamei baixo. – Red, acorde – comecei a chamar mais alto.

 — Hã... – ele soltou um gemido e virou para o outro lado. – Só mais cinco minutinhos mãe – ele disse sonolento.

 — Que mané mãe o que! Levanta logo, temos que ir – falei me irritando. Só depois de muito sacrifício consegui tirá-lo do saco de dormir, começamos a fazer nosso café, que seria nada mais que pão com queijo, esquentado na fogueira reacessa e um pouco de suco que eu ainda tinha comigo. Chamamos nossos Pokémons para fora das Pokébolas e os alimentamos também. Depois disso, recolhemos as nossas coisas e começamos a caminhar pela floresta rumo à próxima cidade.

 — Ah, será que falta muito? – o Red começou a perguntar reclamando.

 — Estamos andando há uns 20 minutos, então acho que ainda falta um bocado. Isso se estivermos indo para o caminho certo.

 — Está dizendo que estamos perdidos? – ele perguntou me encarando.

 — Eu não sei – respondi franzindo a testa. – Me diz você, eu que estou te seguindo.

 — Hey! Eu é que estou seguindo você!

 — Ah não, estamos totalmente perdidos – falei, começando a entrar em pânico.

 — E agora? – ele me perguntou com desespero.

 — Calma, nada de pânico – respirei fundo. – Vamos parar e pedir ajuda.

 — Blue, você já viu onde estamos? Essa floresta é muito escura e fechada, ninguém além da gente está aqui. Pra quem vamos pedir ajuda?

 — Para aquele garoto ali – falei apontando para um menino que estava olhando para as árvores com um binóculo e segurava uma rede. Eu e Red nos aproximamos dele. – Com licença, você pode nos ajudar? – perguntei cutucando o ombro dele por trás. Ele deu um salto, e se virou abruptamente. – Desculpa, não queríamos te assustar – agora que estávamos frente a frente, pude ver como o garoto estava vestido: ele usava uma camiseta branca, bermuda jeans, chinelo e um chapéu de palha. Seu cabelo era castanho claro, assim como seus olhos e tinha uma pele clara de quem parecia não tomar sol algum.

 — Tudo bem – ele disse acertando o chapéu de palha, que tinha quase caído com o susto. – Eu não esperava ver ninguém aqui a essa hora da manhã. Estão precisando de ajuda?

 — Sim, nós estamos totalmente perdidos aqui nessa floresta e realmente precisamos chegar a Pewter antes do meio dia – Red começou a dizer, antes que eu. – Você conhece a floresta? Pode nos mostrar o caminho?

 — Até mesmo para alguém que vem sempre aqui, como eu, é difícil saber para onde ir no meio de tantas árvores altas – Red já tinha começado a entrar em pânico de novo quando o garoto continuou. – Mas eu conheço alguém que pode achar o caminho facilmente.

 — Quem? – perguntei olhando para cima esperando ver outra pessoa na copa das árvores.

 — Meus Pokémons – ele disse, puxando duas Pokébolas do bolso e segurando uma em cada mão. – Podem sair! – gritou, lançando as Pokébolas no ar.

 — Freee.

 — Bzzzz.

 — UAU! – eu e o Red exclamamos, puxando as Pokédex ao mesmo tempo.

 "Butterfree, o pokémon borboleta. É a forma evoluída do Metapod quando este atinge o nível 10. Gosta de coletar mel das plantas. Suas asas batem tão rapidamente que acaba deixando um rastro de poeira tóxica pelo ar. As asas resistem a água, permitindo-o voar em fortes chuvas." – soou a minha Pokédex quando eu a apontei para a linda borboleta a minha frente.

 "Beedrill, o pokémon abelha venenosa. É a forma evoluída do Kakuna quando este atinge o nível 10. Possui dois grandes ferrões nos braços e um em seu rabo. O ferrão de seu rabo é o mais venenoso. Costumam voar em altas velocidades e atacar em enxame." – soou a Pokédex de Red quando ele a apontou para a abelha.

 — Seus Pokémons são fantásticos – Red falou para o garoto admirando os Pokémons.

 — São mesmo – o menino disse orgulhoso. – Eu os capturei aqui mesmo nesta floresta, ainda quando estavam no estágio de larva, ou seja, eram Caterpie e Weedle. Eles sempre viveram aqui, podem achar o caminho para Pewter facilmente. Vamos lá, Butterfree e Beedrill, eles precisam chegar a Pewter antes do almoço, nos ajudem a achar o caminho! – os Pokémons assentiram e começaram a voar através das árvores seguindo o caminho da esquerda. Então começamos a caminhar atrás deles.

 — Me desculpe a curiosidade, mas o que você está fazendo aqui com um binoculo e uma rede? – Red começou a puxar assunto com o garoto.

 — Eu estava procurando Pokémons do tipo Inseto, é claro – ele respondeu. – Sou fanático por eles, quero um dia capturar todos os Pokémons insetos que existem no mundo, sendo assim o maior mestre dos insetos de todos os tempos, mas por enquanto só tenho esses dois – ele falou gesticulando para seus Pokémons.

 — Que legal esse seu sonho de ser o maior mestre dos insetos do mundo – falei sorrindo para ele. – A propósito, como você se chama?

 — Me chamo Ingro – ele respondeu. – E sou da cidade de Viridian.

 — Eu sou a Blue, esse é o Red. Somos da cidade de Pallet.

 — E por que querem tanto chegar a Pewter ainda hoje?

 — Para desafiar o líder de ginásio da cidade, é claro – disse o Red com determinação. – Se o seu sonho é capturar todos os Pokémons insetos do mundo, o nosso é ser os maiores treinadores do mundo.

 — Ah, querem participar da liga Pokémon, entendo – o Ingro assentiu. – Bom, não vai demorar muito então, chegamos – ele falou parando de andar, pois Butterfree e Beedrill tinham começado a voar em círculos por aquela área. – Eles estão dizendo que é só vocês continuarem por aquela rota e já não estarão mais na floresta e sim entrando em Pewter.

 — Freeee – Butterfree desceu até o solo.

 — Bzzzz – Beedrill a seguiu.

 — É, bom trabalho vocês dois – Ingro disse acariciando seus pokémons e depois os chamando de volta para Pokébola. – Bom... – ele começou a dizer se voltando para nós. – Acho que é isso pessoal, vocês seguem em frente e eu vou ficando por aqui. Cada um em busca do seu sonho – ele riu.

— Antes de nos despedimos... – comecei a dizer tímida. – Red, eu queria saber se podíamos ter uma batalha aqui e agora, e se você gostaria de ser o juiz Ingro.

 < Por Red >

— Uma batalha? – perguntei surpreso. – Por que quer ter uma batalha comigo agora, Blue?

— Bom... Porque... – ela começou a dizer olhando pro chão. – Porque estamos quase em Pewter e nunca eu tive uma batalha de verdade contra outro treinador até o momento. Você não espera que eu entre no ginásio, sem ter experiência alguma e saia de lá com uma insígnia, né? Pois então, preciso treinar, preciso ver se realmente consigo fazer isso. Sendo assim, eu te desafio para uma batalha Red da cidade de Pallet – ela disse rindo e apontando para mim.

 — Pois eu aceito seu desafio, Blue da cidade de Pallet – ri de volta para ela.

 — Se vão batalhar, serei o juiz com prazer – Ingro disse animado.

 Então eu e a Blue nos afastamos, dando espaço para o que seria o nosso campo de batalha. Ingro se posicionou no lugar do juiz.

 — Comecem – ele disse, baixando uma das mãos para dar início a partida.

 — Vai! – eu e a Blue gritamos juntos lançando nossas Pokébolas no ar.

 — Pruu.

 — Bulba.

 Meu Bulbasaur vs. o Pidgey de Blue. Isso vai ser interessante.

 — Primeiro as damas, Blue! – gritei aguardando seu ataque, meu Bulbasaur já estava em posição de batalha. Estava ansioso para ver a Blue batalhando, não sei porque, mas só de olhar para ela daquele jeito, pronta para batalhar, eu sentia uma agitação embaixo do umbigo.

— Pidgey, vamos usar a velocidade para ganhar – Blue gritou.

 — Pruuu – ele assentiu.

— Use Rajada – o pequeno pássaro levantou vôo e começou a bater suas asas lançando rajadas de vento no Bulbasaur que foi atingido. Apesar de o ataque ser super efetivo, ele aguentou firme.

 — Bulbasaur, sai dessa e use o Chicote de Vinha – ordenei. Na hora, dois chicotes saíram do bulbo do pequeno sapo e foram velozes em direção ao Pidgey.

 — Pidgey, evasiva – Blue ordenou e o pequeno pássaro desviou do ataque bem a tempo. Ele era muito rápido. Continuei ordenando que Bulbasaur tentasse acerta-lo com os chicotes, mas parecia ser impossível.

 — Bulbasaur, vamos tentar outra coisa. Folha Navalha

 — Bulbasauuuur – várias folhas afiadas começaram a ser lançadas por ele, em direção a Pidgey, este conseguiu desviar da maioria, mas uma dessas acertou em cheio sua asa direita. O Pidgey foi perdendo altitude, parecia não conseguir manter-se mais no ar com a asa machucada.

— Consegue continuar, Pidgey? – Blue perguntou olhando para o pequeno pássaro no chão.

— Pruuu – ele assentiu, parecia estar determinado a vencer sua primeira batalha.

 — Vamos ver como você se vira estando no chão. Bulbasaur use Investida! – ordenei.

 — Bulba – ele deu uma arrancada e começou a correr em direção ao pássaro, que não conseguiu desviar a tempo e foi atingido. Ele rolou pela grama levantando um pouco de terra.

 — Pidgey! – Blue exclamou com preocupação. Ele parecia não querer se dar por vencido e se colocou de pé novamente.

 — Fala sério! Você não desiste, não? Bulbasaur termine isso com mais uma Investida – novamente, o sapinho avançou.

 — Pidgey, evasiva! – Blue ordenou, parecia ser impossível, mas o pequeno pássaro tinha conseguido levantar voo o suficiente para desviar do Bulbasaur e aterrissar logo em seguida. – Ataque de Areia! – ordenou ela. O pequeno pássaro fincou os pés no chão e começou a jogar terra nos olhos do Bulbasaur, que ficou atordoado. – Agora, Investida! – o pássaro avançou na direção de Bulbasaur o derrubando no chão. – Agora, Rajada! – Blue ordenou e Pidgey começou a bater suas asas com muita força, Bulbasaur não teve tempo de se levantar e foi arrastado pelo vento, batendo em uma árvore.

 — Bulbasaur! – corri até ele me ajoelhando ao seu lado, ele estava desmaiado.

 — Bulbasaur está fora de combate, Pidgey vence! – o Ingro anunciou.

 — Isso ai Pidgey, muito bem! – Blue exclamou pulando de alegria, enquanto Pidgey voava em sua volta todo feliz por ter ganhado sua primeira batalha.

 — Você foi incrível como sempre Bulbasaur, volte e descanse – falei chamando ele de volta.

 — Saaaur – ele assentiu enquanto voltava para a Pokébola.

 — Preciso admitir, Blue... – falei me levantando. – Seu Pidgey é duro na queda, mas vamos ver se ele consegue derrotar esse aqui – joguei a Pokébola.

 — Pikachu!

 — Você consegue continuar, Pidgey? – Blue perguntou.

 — Pruu – ele assentiu para sua treinadora.

 Pidgey já estava muito exausto da luta anterior, não vai ser difícil derrotá-lo.

 — Pikachu, use o Ataque Rápido – ordenei.

 — Pi – Pikachu começou a correr em direção a Pidgey a toda velocidade.

 — Evasiva – Blue ordenou, mas era tarde de mais e o ataque o atingiu em cheio, ele caiu no chão, mas não estava desacordado ainda.

 — Pikachu, finalize com o Choque do Trovão!

 — Pikaaaaachuuuuuu – a descarga elétrica atingiu Pidgey em cheio, o desmaiando.

 — Pidgey está fora de combate, Pikachu vence! – Ingro anunciou.

 — Muito bem, Pikachu! – exclamei.

 — Pi Pikachu – ele parecia feliz em ter ganho.

 — Pidgey – Blue foi correndo até ele e pegou o pequeno pássaro no colo. – Não tenho palavras para dizer o quanto você foi incrível – seus olhos estavam marejados. – Estou muito orgulhosa de você, agora você merece descansar.

— Pruu – Blue o recolheu para a Pokébola.

 — Parece que estamos empatados, Red – Blue falou olhando em minha direção. – Agora é a decisão final – puxou uma Pokébola da bolsa. – Squirtle, eu escolho você.

 — Squirtle Squirtle.

 — Muito bem, Pikachu, Ataque Rápido – o pequeno rato amarelo avançou na direção de Squirtle.

 — Evasiva – Blue ordenou e ele desviou no último segundo. – Agora Arma d’ Água! – Pikachu foi atingido pela água, sendo arrastado para longe de seu oponente.

 — Tudo bem, Pikachu? – ele assentiu. – Então, vamos continuar. Choque do Trovão! – o pequeno rato carregou seu choque e o descarregou com toda força em Squirtle, que foi atingido. Ele caiu no chão por alguns momentos e começou a se levantar com dificuldade.

 — Squiir.

 — Tá tudo bem, Squirtle? – Blue perguntou.

 — Squitle Squir – concordou.

 — Pikachu, Choque do Trovão mais uma vez! – então o ataque se repetiu acertando Squirtle pela segunda vez. Sabia que não havia como ele continuar de pé depois dessa.

 — SQUIRTLE! – Blue gritou.

 Quando a poeira que o ataque de Pikachu tinha levantando começou a baixar, não havia mais nenhum Squirtle, mas apenas o casco dele.

 — Squirtle? – Blue o chamou.

 — Squirtle! – sua resposta ecoou para fora do casco.

 — Esse é o ataque Retira do Squirtle – Ingro começou a dizer. – Ele se retira para dentro de seu casco duro, se protegendo assim dos ataques, levando quase nenhum dano.

 — Que legal, Squirtle! – Blue exclamou. – Agora saia daí e use o Investida e depois Arma d’ Água.

 — Squirtle – ele avançou para o Pikachu e o atingiu em cheio fazendo-o rolar pelo chão, logo em seguida usou a água, que o acertou e afastou Pikachu ainda mais. O rato amarelo voltou a se levantar com dificuldade, precisava acabar com a batalha logo se quisesse vencer, ele não aguentaria por muito mais tempo.

 — Agora, Pikachu, use o Choque do Trovão com toda a força!

 — Retirada, Squirtle! – Blue ordenou, fazendo a tartaruguinha se esconder em seu casco.

 — Pikachu, direcione o choque para dentro do casco.

 — Piiikaaaaachuuuuu – ele descarregou seu choque dentro do casco da a pequena tartaruga, fazendo com que ele saísse dali já desmaiado.

 — Squirtle está fora de combate, Pikachu vence. A vitória vai para Red!

 Alguns minutos depois...

 — Então, acho que é aqui que nos despedimos – Ingro falou para Blue e eu. – O desempenho de vocês nessa batalha foi incrível.

 — É, mas eu perdi – Blue abaixou a cabeça.

  — Perdeu, mas demonstrou um entrosamento com seus Pokémons inimaginável, pensou rápido em todas às vezes e não se deu facilmente por vencida – Ingro disse sorrindo para ela.

— Pois é Blue, de todos os treinadores que vim batalhando de Pallet até aqui, você foi a mais difícil de derrotar. Você está mais do que pronta para o próximo ginásio.

 — Ambos estão – Ingro sorriu. – Então vão logo! Espero vê-los novamente um dia.

 — Nós também, Ingro – falamos já caminhando pela próxima rota. – Tchau e obrigado pela ajuda.

 — Tchau. E até qualquer dia – ele começou a acenar.

 — Até – eu e Blue falamos em coro, acenando de volta para ele que ficava cada vez mais distante.