História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Green vs. Misty - Parte I

< Por Red >

— A propósito, sou uma garota – ao tirar o chapéu ela revelou um longo rabo de cavalo que descia até sua cintura. Seu cabelo loiro balançava com o vento da tarde. Agora que ela estava sem chapéu pude ver melhor o seu rosto, ela tinha belos olhos dourados. Eu fiquei com a boca aberta em formato de O. Como eu não percebi que ela era uma garota antes? Então era isso que me incomodava, apesar de acreditar que ela era um garoto, algo me dizia ao contrário.

Ela ficou me olhando esperando alguma reação, mas eu só fiquei a encarando pasmo.

— Vai dizer algo ou vai ficar ai com essa cara de idiota? – ela perguntou rindo. – Tudo bem, a maioria das pessoas me julga garoto a primeira vista sem nem me conhecer, só por causa das minhas roupas. Não acho que sejam roupas masculinas, meu pai é camponês e eu o ajudava na lavoura antes de partir para minha jornada. Essa roupa é a que usávamos para trabalhar, desde pequena eu o ajudo então me acostumei. Além disso, são roupas muito confortáveis – ela sorriu. Continuei sem dizer nada.

— Me desculpe – falei ficando totalmente sem graça e coçando a cabeça, mesmo que todos a confundissem com um garoto, eu estava me sentindo um idiota por ter cometido esse erro. Estava muito envergonhado.

— Já falei que tá tudo bem – sorriu simpática.

— Meus amigos não vão acreditar, eles têm certeza de que você é um garoto! Vamos lá no Centro Pokémon para eles verem você! – falei me animando com a possibilidade de ver a cara de idiota do Green, mas logo me senti envergonhado de novo. – Se você quiser é claro, não quero te expor.

— Vamos sim! Adoro ver a cara das pessoas quando revelo ser uma garota e o modo como ficam sem jeito como você – ela falou rindo e começando a seguir para a ponte Nugget, em direção ao Centro. Corei mais um pouco com o que ela disse, mas a segui animado.

< Por Blue >

Eu estava na bancada do Centro esperando a enfermeira Joy voltar com meus Pokémons, Green estava ao meu lado. Conversávamos sobre o que íamos fazer a seguir, agora que a competição havia acabado. Green queria desafiar a Misty ainda hoje, e provavelmente ela só aceitaria mais desafios pela manhã, então eu teria que dormir em Cerulean, Green disse que ficaria pela cidade e partiria amanhã de manhã. Red também tinha que desafiar a líder, fora os outros treinadores que haviam vindo para a competição, à fila estava bem grande e fiquei me perguntando quanto tempo eu teria que esperar para ter a chance de obter minha Insígnia e seguir viagem, não que eu estivesse com pressa, só de ter chegado em Cerulean em três dias desde que parti de Pallet já estava de bom tamanho, minha mãe sempre repetia o quanto meu pai demorou para chegar até onde eu cheguei. Senti o coração apertar ao pensar nele, queria tanto que ele soubesse que estou seguindo o seu caminho e que ele sentisse orgulho de mim. Uma lágrima escorreu de um de meus olhos e caiu sobre o balcão, tentei segurar o choro. Onde você foi parar pai? Perguntei a mim mesma, acho que isso é uma coisa que eu nunca superaria por completo

— Blue, está tudo bem? – Green perguntou me olhando com certa preocupação.

— Tá sim – falei secando as lágrimas rapidamente. – Caiu um cisco no meu olho, só isso.

Ele ficou me encarando, não parecia acreditar em mim. Por sorte não insistiu, não disse mais nada e nem fez perguntas. Acho que isso era uma das qualidades do Green, ele entendia os limites. Eu não estava pronta para conversar sobre isso com ninguém, talvez nunca estaria.

Enfermeira Joy se aproximou do balcão e me entregou meus Pokémons, Green se sentou em um dos sofás do Centro, eu o acompanhei e ficamos sentados em silêncio enquanto esperávamos por Red. Fiquei me perguntando se devia falar algo sobre o que aconteceu entre a gente na beira do lago, não sei porque isso estava me incomodando tanto, várias perguntas passavam pela minha cabeça e algumas eu gostaria de fazer a ele, mas achei que não seria uma boa idéia. Green era muito na dele, falava pouco, nunca se sabia o que passava pela cabeça dele. Ele era totalmente diferente de Red.

E por falar em Red, ele tinha acabado de adentrar o Centro, olhando para os lados. Quando avistou Green e eu sentados a um canto, sorriu e começou a correr em nossa direção. Atrás dele vinha uma garota loira, de baixa estatura que usava as mesmas roupas que aquele cara que vimos na competição e... Perai... Não pode ser!

Meia hora depois...

Então Yellow era na verdade uma garota? Eu estava realmente muito surpresa com aquilo, não parava de olhar para ela enquanto caminhávamos ao lado dos meninos em direção ao ginásio. Como eu não havia percebido antes que ela não era um garoto?

Red, Yellow e eu iríamos ver a batalha de Green contra a Misty. Eu estava bem animada por vê-lo batalhar em um ginásio pela primeira vez. Green ia um pouco a nossa frente, eu vinha atrás conversando com os outros. Yellow parecia ser uma garota divertida, não era tímida como eu, ela era mais excêntrica podemos dizer, se enturmava muito fácil, tanto que eu a conhecia a meia hora e já estávamos conversando sem parar, Red acompanhava nossa conversa animado. Green estava quieto, parecia pensativo. Eu estava feliz por ter ela no grupo, quer dizer, era bom ter outra treinadora com quem conversar. Desde que saí de casa só tenho falado com Green, Red e Ingro.

Quando chegamos ao ginásio o segurança não estava mais em frente a ele. Foi só nos aproximarmos e as portas de vidro automáticas deslizaram para os lados, abrindo passagem. Diferente do ginásio do Brock, este era totalmente iluminado. As paredes tinham um tom azul claro e o chão era coberto de ladrinhos brancos, mais a frente havia uma piscina com enormes plataformas brancas e redondas boiando sobre ela. O mesmo campo de batalha da competição. Green não tinha nenhum Pokémon aquático pelo que eu sabia, mordi os lábios, estava nervosa por ele.

Quando nós quatro nos aproximamos mais da beira da piscina, pude ver Misty nadando com uma espécie de estrela do mar, parecia estar treinando junto do seu Pokémon. Peguei minha Pokédex para saber mais sobre ele.

“Starmie, o Pokémon Estrela do Mar. É a forma evoluída do Staryu quando exposto a uma Pedra d' Água. Seu corpo se desenvolve num formato geometricamente simétrico. Ela se movimenta nas águas girando o corpo como uma hélice. A jóia no núcleo de seu corpo brilha nas sete cores do arco-íris.”

Misty nos viu, nadou até a borda da piscina e saiu de lá recolhendo o Starmie. Seu cabelo ruivo estava solto na altura do ombro, ela vestia um maiô branco com detalhes em azul escuro e estava descalça, olhou para gente e sorriu. Estava completamente molhada. Contornou a piscina e parou em frente a Red.

— Parabéns novamente por ter ganho a competição, aliás parabéns a você também por ter chegado até a final – ela falou se voltando para Yellow. – A luta de vocês foi incrível. Espero que façam bom proveito dos seus novos Pokémons de água – sorriu.

— Obrigada – Yellow respondeu.

— Valeu – disse Red.

— Então, qual de vocês dois veio me desafiar hoje? – Misty perguntou a Yellow e Red.

— Eu – disse Green se colocando na frente de todos nós.

— Ah, tudo bem então. Eu só vou me trocar e já volto para a nossa batalha – ela falou se virando e indo em direção a uma porta que ficava do outro lado da piscina.

Alguns minutos haviam se passado quando Misty voltou. Dessa vez estava vestindo uma camiseta amarela, e um short jeans que era segurado por alças vermelhas que passavam por cima dos seus ombros, calçava um all star vermelho, seu cabelo ruivo estava preso na lateral de sua cabeça novamente como na competição, mas ainda estava um pouco molhado.

Misty já foi se posicionando para a batalha em uma das extremidades do campo, Green se dirigiu ao seu lugar. Havia largos bancos brancos que rodeavam a piscina. Yellow, Red e eu nos sentamos em um deles para assistir a luta. Uma moça de maiô já tinha se posicionado para ser a juíza.

— Apresentem-se – ordenou a moça.

— Meu nome é Misty Kasumi, sou a líder do ginásio da cidade de Cerulean e minha especialidade são os Pokémons tipo Água.

— Meu nome é Green Carvalho, sou da cidade de Pallet.

— Vai ser uma batalha 3x3, sem limite de tempo e só o desafiante tem o direito de trocar de Pokémons... Prontos? – a moça perguntou estendendo uma bandeira.

Misty e Green assentiram. Green nem se quer parecia nervoso, parecia calmo e seguro de si.

— Comecem! – falou a moça fazendo um movimento com a bandeira.

— Vá Goldeen – Misty lançou sua Pokébola na água, um peixe submergiu e ficou nadando aguardando a ordem de sua treinadora. Nós já havíamos visto um Goldeen na competição, mas não tínhamos pegado os dados dele, antes que eu pudesse pegar minha Pokédex, Green já estava apontando a sua para o peixe.

“Goldeen, o Pokémon Peixe Dourado. Em época de desova eles são vistos nadando em rios e cachoeiras em grandes grupos. São ótimos e belos nadadores. Se colocados em um grande aquário de vidros resistentes, irão quebrá-lo com a força de seu chifre para escapar.”

Green guardou sua Pokédex e parou por um tempo, ficou olhando de Misty para o peixe, parecia estar pensando. Depois de breves segundos ele puxou uma de suas Pokébolas.

— Nidoran, pode sair – Green lançou sua Pokébola no ar. O roedor roxo surgiu e aterrissou em uma das plataformas brancas. Eles iriam começar a batalha e eu estava muito ansiosa para assistir.

< Por Green >

— Nidoran, vamos começar com a Picada Venenosa – Nidoran abriu sua boca e de lá foram lançados dardos roxos em direção a Goldeen.

— Goldeen, desvie – o peixe foi rápido, era incrível sua velocidade na água, desviou e começou a nadar em direção a plataforma onde estava Nidoran. – Acerte-o com o Ataque de Chifre – o peixe começou a pular para fora d’ água, passando de um lado a outro da plataforma mirando seu chifre em Nidoran e tentando acerta-lo. Nidoran começou a desviar, mas foi acertado e derrubado para dentro d’ água.

Ouvi exclamações de horror vindo da pequena “plateia” que assistia minha luta, todos estavam pasmos, mas Nidoran ressurgiu na superfície e começou a nadar “cachorrinho” em direção à plataforma.

— Eu não sabia que Nidorans podiam nadar – Yellow falou surpresa.

— Posso não ter nenhum Pokémon do tipo Água, mas ensinei cada um dos meus a nadar depois que vi o campo de batalha no ginásio do Brock. Pensei que todos os campos dos ginásios poderiam ser a caráter do tipo de Pokémon que os líderes usam.

— Você fez muito bem, Green – falou Misty. – Mas não importa se seu Nidoran sabe nadar ou não, ele não tem chance contra Goldeen dentro d’ água. Acerte-o novamente – ordenou a garota para o peixe, que investiu em direção a Nidoran e o acertou com seu chifre. O pequeno roedor voou alguns metros e caiu em outra plataforma com um baque, demorou a se levantar.

Eu sabia que eu tinha poucas chances neste ginásio, não tinha nenhum Pokémon que me desse vantagem no terreno, como Misty tinha, nem se quer tinha um Pokémon de Planta, ou um Elétrico, não tinha vantagem alguma, fiquei calmo e tentei pensar em alguma coisa, enquanto via Nidoran ofegante.

Ouvi o som de uma Pokébola se abrindo, olhei para o lado e vi que um feixe de luz avermelhada saia da mochila de Blue. Sua Nidoran saiu da Pokébola por vontade própria e começou a “falar” com o meu Nidoran.

— Nham Nham – gritava ela.

Assim que ele a viu, se levantou animado. Ela estava torcendo por ele e isso pareceu o dar forças para prosseguir com a batalha. Olhei da Nidoran para Blue, ela olhava do meu Nidoran para mim, não pude deixar de sorrir para ela, ela retribui o sorriso.

— Vamos lá Nidoran, use o Bicada – ordenei.

— Então vai ser Bicada vs. Bicada. Vamos lá Goldeen – o peixe começou a nadar rápido para a plataforma em que estava Nidoran, ele pulou para fora d’água mirando seu chifre no roedor, que pulou da plataforma apontando seu chifre também. Ambos pareciam que iriam colidir, mas Nidoran jogou seu corpo um pouco para o lado, o chifre de Goldeen pegou nele de raspão, enquanto o seu acertou o peixe bem em cheio.

Nidoran voltou a aterrissar na plataforma, Goldeen caiu na água e começou a nadar com mais dificuldade.

— Picada Venenosa novamente – ordenei. Nidoran começou a disparar as agulhas, mas era impossível acertar Goldeen quando este estava na água. Até que eu tive uma ideia. – Nidoran, continue disparando as agulhas na água, não precisa mirar no Goldeen – o roedor me obedeceu.

— Mas o que ele está fazendo? – ouvi Red perguntar.

Conforme as agulhas de Nidoran entravam em contato com a água, elas começavam a se dissolver, a água começou a ficar roxa por causa do veneno, Goldeen que estava diretamente em contato com a água acabou sendo envenenado.

— Essa não, Goldeen! – Misty choramingou ao ver seu Pokémon se debatendo de dor. – Concentre-se Goldeen, use o Supersônico.

Apesar de toda dor o peixe obedeceu, ondas sônicas foram lançadas em direção a Nidoran.

— Pule na água para desviar – o pequeno roedor me obedeceu e começou a nadar em direção a Goldeen. O peixe se debatia muito, estava perdendo cada vez mais força por causa do veneno. – Vamos terminar com isso agora, use o Foco de Energia – uma aura avermelhada envolveu o corpo de Nidoran enquanto ele nadava. Isso aumentaria a chances de um crítico. – Agora Chute Duplo – ele nadou até o peixe, que ainda se debatia de modo que não pode desviar apesar de Misty ordenar que o fizesse. Quando o roedor estava perto o suficiente, ele acertou o peixe com o primeiro chute, Goldeen voou alguns metros para fora d’ água e quando estava descendo Nidoran o acertou com o segundo, dando um belo ataque crítico, Goldeen subiu mais um pouco e dessa vez caiu em cima de uma das plataformas totalmente desacordado tamanha que fora a força do chute de Nidoran.

— Goldeen está fora de combate. Nidoran vence! – anunciou a juíza agitando a bandeira para o meu lado.

— Volte Goldeen – Misty recolheu seu Pokémon. – Você foi ótimo, como sempre – falou olhando para a Pokébola e depois levantou seu olhar pra mim. – Você foi bem nessa primeira luta Green, mas queria dizer que Goldeen é o meu Pokémon mais fraco. Não conseguirá vencer os outros dois. Saia Psyduck – falou lançando sua Pokébola em uma das plataformas.

Um pequeno pato amarelo surgiu. Tinha a cara de bobo e segurava a cabeça com as mãos. Apontei minha Pokédex para ele.

“Psyduck, o Pokémon Pato. Oprimido por habilidades enigmáticas, ele sofre uma dor de cabeça constante. Quando sua dor de cabeça chega ao ápice, ele usa seus misteriosos poderes psíquicos para mandar pra longe o que está o irritando.”

— Ele não parece ser grande coisa – falei calmo.

— Nunca subestime um adversário ou o julgue por sua aparência, Green – Misty respondeu.

— Vamos lá Nidoran, use o Picada Venenosa – Nidoran que já estava de volta a plataforma abriu sua boca e disparou dardos venenosos no pequeno pato, que continuou a encarar as agulhas com aquele olhar vazio.

— Confusão – Misty falou.

Um brilho azulado surgiu nos olhos de Psyduck, tal brilho apareceu nas agulhas que estavam indo em direção a ele e elas foram desviadas em direção a Nidoran que conseguiu evadir seu próprio ataque.

— Ele pode usar ataques psíquicos? – Red perguntou espantado. Confesso que até eu tinha ficado sem fala.

— Faça a mesma coisa com ele – Misty falou.

Os olhos do pato continuaram a brilhar e o brilho envolveu o corpo de Nidoran que começou a levitar no ar enquanto aparentava sentir muita dor. Psyduck lançou o roedor para outra plataforma, Nidoran caiu totalmente desacordado. Ataques psíquicos era super efetivos contra Pokémons venenosos.

— Nidoran está fora de combate. Psyduck vence – anunciou a juíza novamente.

Eu fiquei pasmo. Está certo que Nidoran já estava debilitado da batalha que teve contra Goldeen, mas esse pato ganhou dele sem nem se quer se mexer.

— Nham Nham – ouvi a Nidoran da Blue choramingar preocupada ao ver seu parceiro desacordado. Blue a recolheu para a Pokébola parecendo preocupada também.

— Volte Nidoran, bom trabalho – falei o recolhendo para a Pokébola e pegando outra. – Vá Machop!

O pequeno lutador surgiu em uma das plataformas brancas muito confiante. Machop me ajudara a derrotar Brock, sua força era incrível. Eu sabia que ataques psíquicos também eram super efetivos contra Pokémons lutadores, mas eu estava sem muitas opções no momento.

— Mesma tática Psyduck – Misty falou, os olhos dele voltaram a brilhar azuis.

— Pra de baixo d’ água Machop – então Machop mergulhou. Machop tinha braços bem fortes, conseguia nadar bem rápido e prender a respiração por bastante tempo. Notei que Misty não mandou Psyduck para a água também, fiquei imaginando que, apesar dele ser do tipo Água, não devia ser um bom nadador.

Psyduck começou a olhar para os lados em busca de Machop. Eu imaginei que o adversário deveria estar em seu campo de visão para que ele focasse sua energia psíquica nele e o usasse o Confusão.

Machop surgiu por trás da plataforma onde Psyduck estava.

— Chute Baixo – ordenei. Machop deu uma rasteira no pato que acabou caindo. – Ataque de Caratê, mas evite acerta-lo na cabeça – lembrei-me do que a Pokédex disse sobre Psyduck, se a dor de cabeça dele aumentasse seus ataques psíquicos poderiam ficar mais fortes e eu queria evitar isso a todo custo. Machop acertou o golpe no corpo do pato, que continuava caído.

— Arranhão – Psyduck obedeceu a sua mestra e começou a arranhar o rosto de Machop. – Agora o afaste com a Arma d’ Água – então um forte jato foi expelido do seu bico e afastou Machop o tirando da plataforma, antes que ele pudesse cair na água Misty ordenou que Psyduck usasse o Confusão novamente e mais uma vez vi um de meus Pokémons ser desacordado por aquele ataque. Machop jazia na plataforma sem se mover. O recolhi e engoli em seco.

Esse era apenas o segundo Pokémon dela e eu só tinha um que eu estava tentando evitar usar. Sem contar que eu não tinha nenhuma tática de como vencer esse ataque Confusão. Psyduck ganhava sem fazer esforço algum. Ao menos eu podia ver marcas em seu corpo, Machop havia lhe causado certo dano. Eu realmente não queria ter que chegar a esse ponto, mas eu estava sem escolhas.

— Eu sei que você consegue, treinamos muito para esse momento – falei olhando para minha última Pokébola. – Vá Charmander.

O pequeno lagarto de fogo estava disposto a lutar. Nosso treinamento não seria em vão. Red, Blue e Yellow pareciam pasmos com minha decisão.

— Você não tem a menor chance – Misty falou olhando para mim.

— Foi você mesma que disse para nunca subestimar um adversário, eu não estou derrotado ainda – falei calmo.

— É o que veremos dentro de alguns minutos – ela parecia bem confiante, eu não tirava a razão dela, mas também não me deixei ficar nervoso. Precisava confiar no Charmander e em todo nosso treinamento. Esse seria o momento mais difícil da minha jornada até agora.