Jason ficou perplexo quando descobriu que havia um exército guerrilheiro na região de Sahaarian. Era a primeira vez que ouvia falar de algo do tipo.
Guedara era um homem jovem com os seus 26 anos. Um líder nato. O chefe da guerrilha contra o horrível governo Sandstone.
— Melhor não ficarmos aqui. Os militares de Sahaarian podem nos descobrir e iniciarem um ataque furtivo. Sargento?
— Sim, comandante?
— Desfaça aquele balão. Melhor ser assim do que ter o seu meio de transporte destruído por mísseis, não acha, senhora?
Margot concordou com Guedara. Ela apenas balançou a cabeça positivamente.
— Você acabou de me dizer que é irmão da Luiza. Como assim? Ela tem outro sobrenome — disse Jason confuso.
— Aquele sobrenome é postiço. O verdadeiro é Ramsés III. Vamos, rápido.
O grupo com os guerrilheiros mais Jason e os amigos foram para uma área repleta de jipes e camionetes. O comandante convidou Jason e os outros a entrarem em seu carro (um jipe tunado com direito a um morteiro acoplado atrás). Guedara dirigia enquanto conversava com o protagonista.
— A região de Sahaarian foi um pequeno país antes de ser anexado por Hokkaishin. Houve revoltas e pedidos de independência, mas o governo fizera um acordo com a família Ramsés III para o território não sair da região administrada por White City. Então o governador geral decretou uma lei que fazia Sahaarian uma região semi-autônoma. E por 50 anos governamos assim até sofrermos um golpe de estado perpetrado pelo clã Sandstone, que era a família da segunda casa da nobreza, mas que não faziam parte da linha de sucessão.
— Espera um pouco, volta a fita! Ramsés III não é o sobrenome da Luiza também? Quer dizer que...
— Luiza é uma princesa.
Jason quase deu um grito ao saber da notícia. Morreria sem saber, haja vista a própria Luiza nunca falaria sobre o seu passado.
— Eu era o primeiro da linha de sucessão e, portanto, governante legítimo de Sahaarian. Mas a família Sandstone tomou o governo pelo golpe e está hoje no trono há 10 anos. De lá pra cá, o povo e ex-nobres que se opuseram ao novo governo formaram um grupo de resistência chamado Estrela Dourada, porque a estrela banhada em ouro era o símbolo da bandeira do distrito antes de ser trocada.
O carro passou por um local ainda mais seco. Jason olhou pela janela do carro, mas não viu sinal de uma cidade por perto.
— Os Sandstones mataram os nossos pais e sequestraram a Luiza. Ela tinha cinco anos quando se tornou empregada deles. Hoje, aquela menina se arrisca para juntar dinheiro.
— Por que ela rouba para juntar dinheiro?
— Impostos. Ela paga os impostos dos cidadãos de um vilarejo. O príncipe herdeiro Sirajudin Sandstone ameaçou diversas vezes que mataria os habitantes se não pagassem impostos. Ela decidiu ajudá-los dando tudo de si e virando uma fora-da-lei.
As palavras do comandante Guedara foram muito pesadas. Jason teve a real nocão da vida dramática que Luiza passava.
Os carros tomaram uma estrada de terra e pararam em frente a um planalto. Guedara apertou um botão do painel do carro. A parede de concreto era artificial e se abriu em dois.
Dentro havia um tipo de hangar com várias armas e veículos. Era um tipo de bunker que somente a família Ramsés conhecia.
— Que barulho é esse? — indagou Margot.
— Está cada vez mais próximo — disse Jason, pondo as mãos nas orelhas.
Sasha abraçou a mãe. Estava com medo.
— São aqueles patifes do exército. Preparem os morteiros.
— Sim, comandante.
— Está na hora de mostrar o poder dos estelares.
Guedara retirou um charuto do bolso da farda e passou a fumar.
Do lado de fora do bunker, três caças pilotados passaram pela região. Lançaram foguetes em todos os lugares. Os barulhos das explosões causaram pânico em Sasha. Margot segurou a filha no braço e pediu que ela se acalmasse.
— E os morteiros?
— Estão prontos, senhor.
Guedara pediu que os visitantes aguardassem. Saiu com outros guerrilheiros e foi para uma sala de comando.
— Qual a posição deles?
— Comandante, estão a noroeste. Atiraram a esmo, mas nenhuma instalação nossa foi destruída. Qual é a ordem?
Guedara observou bem o radar. Ordenou que usassem os morteiros a fim de derrubarem os aviões.
Do subsolo surgiram estruturas como alcapões e delas saíram os morteiros com mísseis teleguiados. Pelo menos um jato foi abatido, mas o seu piloto havia acionado a ejeção de segurança e caiu no deserto ainda com o paraquedas.
— Capturem...
— Sim, comandante.
...
Na noite anterior...
A discussão entre Yamashida e Dark Ling subiu de patamar depois que o loiro revelou ser afilhado de Yamashida. Nem Gerson sabia de tal novidade.
O convite para o aniversário do rapaz seria importante para o grande evento que aconteceria no palácio real.
— Não acho que a minha presença seja importante. Aquele Jason não é prioridade para mim.
Dark Ling colocou o óculos de volta e sorriu.
— Então não conte comigo para capturá-lo. O garoto está formalmente anistiado dentro de Sahaarian.
Yamashida pediu para Ling parar um pouco. Admitiu que havia falado besteira. Jason era uma ameaça para a Equipe Black e precisava ser detido.
— Só o senhor pode convencer o meu pai a abdicar o trono para mim. No meu governo, abrirei um canal de diálogo mais liberal com a sua empresa. Sabe que atualmente o papai é muito conservador nesses aspectos econômicos, não é?
— Então eu irei ao seu aniversário. Faça o que tem que fazer para capturar Jason Krueger.
Dark Ling assentiu e prometeu dar tudo de si para a tal captura. Mandou lembranças para Robert Krueger, que estava no cativeiro.
— Acredito que prendeu aquele homem por motivos pessoais. Acertei, velho?
— Não te interessa.
Dark Ling caminhou para o vestíbulo quando Yamashida falou um nome.
— Sirajudin...
Dark Ling se virou.
— Ainda lembra o meu nome?
— Conto com você.
Dark Ling/Sirajudin afirmou que capturaria Jason o mais rápido possível.
Enquanto isso, Britney, que estava escondida, escutou tudo sobre a prisão de Robert e ficou chocada. Descobriu que o seu pai era um criminoso.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.