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História Por que o Mar me Odeia? - Avião e Pavões.


Escrita por: Nabo

Notas do Autor


Como de costume, vou começar minhas notas me desculpando pela demora. Sim eu sou enrolada... Mas decidi me desculpar de uma forma geral... Eu trabalho, estudo e tenho uma vida pessoas corridinha. Quase tudo engloba escrita, e nas minhas principais responsabilidades dessa área, estão: Esta fic, que tem sido uma das minhas maiores alegrias; Minha próxima fic, que pretendo terminar antes dessa aqui, por uma questão de praticidade; Um presente de aniversário, que tadá!, é uma história original; E acima de tudo, eu escrevo para uma página de parábolas cristãs, chamada Parábolas Geek, baseada em nerdices, e sim, essa é minha prioridade. Se eu poderia ser mais organizada? Talvez. Mas enfim... Espero que gostem, Amo vocês...

Capítulo 30 - Avião e Pavões.



- Quem descobriu as quatro luas de Júpiter?
- Galileu Galilei.
Sobe.
- Qual a primeira lei de Newton?
- Inércia.
Sobe de novo.
- O conjunto de todos os ecossistemas forma...?
- A a biosfera. - Ele estava começando a ofegar. 
Sobe mais uma vez.
- Qual o significado da sigla PEA?
Demorou um pouco mais pra responder. Sobe.
- População economicamente ativa. 
Sobe.
- Certo.
Estudar. Treinar. Namorar. Três expectativas simples. E havia um consenso entre Annabeth e seus botões de que Percy era muito bom em suprir essas expectativas. Tudo isso sem ser grudento ou possessivo, ou qualquer coisa assim. Okay, agora eles passavam muito mais tempo juntos. Fazendo quase tudo que era importante juntos. E o que não era importante também. 
Annabeth estava amando.
Nesse momento estavam estudando e treinando ao mesmo tempo. Annabeth estava com suas anotações em mãos, sentada de pernas cruzadas nas costas de Percy, enquanto ele fazia flexões na areia e respondia a perguntas. E fazia um lindo dia.
Sobe. 
- Quem escreveu "Drácula"?
- Bram Stoker.
Annabeth riu. - Agora uma mais difícil. Qual o diâmetro de uma esfera que possua o volume igual ao volume molar de 100°c?
Percy arfou. -Sério... você quer que eu faça cálculos matemáticos...?
- É a ultima... Juro... Ai paramos pra tomar um suco.
Percy calculou. Pensou. Suou. Espremeu os neurônios pra lembrar das formulas que devia usar. Seus braços queimavam devido ao esforço. A respiração estava mais difícil. E um siri não parava de passear embaixo dele, tirando todo e qualquer foco que ele tinha.
- Ah... Annabeth... Não consigo fazer contas de cabeça nessas condições.
Ela suspirou e se levantou. - O resultado é 38,8cm. 
Percy se jogou na areia. - Obrigado. Agora é sua vez. Cinco de cinquenta.
Abdominais, é claro.
Annabeth sorriu, ajoelhou-se ao lado dele e mexeu em seu cabelo. - Ou podemos ir tomar um suco.
-Preguiçosa. - Percy riu e se levantou, jogando areia em Annabeth. - Você vai acabar com nosso programa de treino.
- E você com meu programa de estudos. 
Percy ajudou Annie a levantar.
- As provas são nesse final de semana. Se eu não aprendi... - Percy coçou a cabeça. - Acho que não tem mais volta.
Annabeth o abraçou. - Se você diz... Em quais cursos você se inscreveu?
- Jornalismo... Como Clark Kent... - Risada - E Educação física pra me garantir...
- Jornalista Cabeça de Alga? - Annabeth riu.
Percy ruborizou.
- É tão engraçado assim?
- Não... Inclusive gosto da ideia... 
Thalia, Percy e Annabeth estavam na pista de pouso de ILA, vendo suas malas serem colocadas no avião bimotor por Argus. Era quinta-feira a noite, e no final de semana teriam provas de admissão em faculdades em Sidney. Eles iam passar cinco dias na casa do pai de Thalia, então já era de imaginar que ela estava super pilhada.
Pilhada por que ia rever o pai depois de quase um ano, ( não sei viam nem por vídeo chamada)... E por consequência ia rever a madrasta também. Nada contra... Mas né... Outro motivo: Eles iam decolar em sete minutos, e Luke ainda não tinha aparecido pra se despedir. 
Argus terminou de embarcar as malas, e Thalia olhou o relógio, nervosa.
- Valeu, Argus. - Percy fez os sinais em libra.
Argus sorriu, e respondeu com as mãos: "Boa Sorte".
A piloto apareceu na janela, uma garota de cabelo escuro e olhar severo. - Hora de embarcar.
Percy e Annabeth se adiantaram para o avião e Thalia olhou para o relógio de novo.
-Zoë, podemos esperar mais um pouco? - Não era bem um pedido da parte de Thalia.
Zoë era uma das amigas feministas de Thalia, e meio que estava zangada com ela desde o começo de seu namoro com Luke. A piloto levantou uma sobrancelha, claramente lendo a mente da amiga. Suspirou e pegou o rádio. - Torre, aqui é Doce-Amarga, pedindo atraso de dois minutos para decolagem... - Se virou para Thalia. - É o máximo que posso adiar...
- Obrigada. - Não ajudou muito.
Mas lá estava ele, correndo da torre de comando.
- Você ia mesmo sem me dar um ultimo beijo? - Ele chegou ofegante.
- Ia... Arrastada, mas eu ia... - Thalia o abraçou.Ele estava com o cabelo molhado e cheirando a cloro. - Você estava treinando...
- Estava. - Ele fez uma careta. - Na verdade eu fugi... Devia estar treinando ainda.
Zoë saiu quase inteira pela janela do avião, o motor já ligado, ela gritou. - Thalia!!! Precisamos ir!!!
Algo desconfortável se formou na boca do estômago de Thalia. Luke viu sua expressão e segurou sua mão, que tremia.
- Desculpe não poder ir com você. Vai ficar tudo bem. - Segurou seu rosto e a beijou.
- Você ainda vai estar aqui quando eu voltar? - Ela quis saber. O treinador e patrocinadores que Luke tinha arranjado eram doidos, e não pareciam gostar muito dela, poderiam levar Luke embora de uma hora pra outra. 
- Não sei. Mas eu vou dar um jeito de ver você. - Eles se beijaram de novo.
- Thalia!!!
- To indo!
Thalia entrou cambaleando no monomotor, se jogou no acento sem se arriscar a olhar pro lado de fora da janela, agarrando os braços da poltrona. Percy estava exatamente igual, agarrado a poltrona como se ela fosse salvar sua vida, de olhos fechados, tomando uma coloração azulada. Annabeth por outro lado estava relaxada, sentada de pernas cruzadas com uma revista sobre arquitetura, exibindo o Parthenon na capa. Tudo sacudiu com a decolagem, Percy e Thalia prenderam a respiração. Ai Annabeth percebeu a tensão dos dois.
- Vocês estão péssimos. - Ela fechou a revista.
- Não gosto muito de altura. Traumas... - Thalia engasgou.
- O céu não gosta muito de mim. - Percy ironizou.
- Por isso vocês não quiseram sentar perto da janela?
Eles apenas confirmaram com a cabeça. Annabeth riu. Segurou a mão de Percy que estava ao seu lado, e de Thalia que estava a frente dele. 
- O Caçadora é o melhor avião que tinha a nossa disposição, e a Zoë é ótima piloto. Fiz esse mesmo trajeto inúmeras vezes com meus pais. As probabilidades de acidentes aéreos são mínimos...
As coisas que ela dizia não eram muito tranquilizantes, mas o fato de ela estar se esforçando em acalmá-los era valido. Ela falou em como na maioria das vezes nem via o tempo passar, apenas dormia. Da primeira vez que entrou em uma avião e se lembra disso, que seu pai decidiu procurar formas nas nuvens com ela dizendo que era um privilégio de poucos fazer isso de tão perto. Fez a lista dos livros que leu em aviões, e sobre aviões. Antes que terminasse seus devaneios, Percy estava dormindo em seu ombro, e Thalia com a cabeça pendurada pra frente.
Quando acordaram já estavam em solo firme. Se despediram de Zoë, encontraram o carro que estava esperando por eles com motorista e tudo (uma limousine, diga-se de passagem). Pelo que Thalia disse, seu pai morava no centro de Sidney, em um apartamento.
- Não vai demorar muito. - Thalia disse. - Ainda lembro do caminho. 
- Não me importo com a demora, - Disse Percy. - desde que tenha comida nos esperando.
Annabeth riu. - Eu poderia te chamar de gordo. Mas também estou com fome.
A limousine parou em frente a um grande edifício, o motorista retirou a bagagem dos três do porta malas e se foi. Eles entraram na recepção, Thalia falou com a recepcionista que a reconheceu logo de cara, pegaram o elevador, e tadá, cobertura.
A casa de Percy era grande, a casa dos Castellan era grande... Aquele apartamento era desnecessariamente enorme. Em cada canto em que se olhava era possível ler as palavras "Ego" e "Dinheiro" em neon. Percy teve medo de chagar perto que qualquer coisa e quebrar sem querer, imaginando o que ia acontecer se o fizesse. De repente um pavão surgiu na sala.
- Bem vindos a minha casa. - Thalia engoliu em seco. - Onde tudo é assim. - E apontou pro pavão.
- Querido! - Uma voz veio do corredor, macia e simpática. - Acho que nossas crianças chegaram!
Thalia fechou os olhos.
Uma mulher alta, usando um vestido branco, entrou na sala, o cabelo castanho preso em uma trança no ombro. Ela sorriu e foi até eles.
- Olá. - Ela não abraçou ninguém, e ninguém pareceu confortável em fazê-lo.Em vez disso ela olhou Thalia nos olhos e pegou em seu cabelo. - Está brilhoso... Mais bonito que antes.
- Eu... - Thalia tentou responder, parecendo levemente ofendida.
- Eu fiquei sabendo que você está namorando. - Mais uma vez não não esperou resposta. - E vocês dois... - Suspirou ela. - Vamos vamos... Tem comida na cozinha...
A mulher saiu para o corredor mais uma vez, fazendo sinal para que a seguissem.
-Essa é minha madrasta. - Thalia grunhiu, deixando a mala de lado e seguindo a mulher, os outros dois fizeram o mesmo.
-Que ipo de gente cria um pavão dentro de um apartamento? - Percy levanto uma sobrancelha.
- Dois pavões... - Disse Thalia - E por favor, não faça esse tipo de pergunta perto deles... Acontece que ela acha que pavões contêm magia.
Eles entraram na cozinha, a mulher estava sentada a mesa ao lado de um homem de terno e barba bem aparada. No mínimo um casal elegante.
O homem levantou os olhos de seu jornal, direto para Thalia. Eles tinham os mesmos olhos, e apesar dele estar agrisalhando, o cabelo também era igual. Percy presumiu que aquele fosse seu tio, era a primeira vez que o via. O pai de Thalia se levantou em silêncio e a abraçou, ela retribuiu, mas sim, foi uma cena estranha.
- Oi... Pai.
Ele se afastou, ambos parecendo meio desconfortáveis. - Nós já jantamos faz uma hora. Mas mandamos que preparassem algo para vocês. - Ele voltou a se sentar sem dar muita atenção para Percy e Annabeth.
Uma empregada apareceu e colocou um prato pra cada um dos três. A comida estava boa. E começou o interrogatório.
- Como estão meus irmão?
Percy sentiu que a pergunta era pra ele, então se ajeitou na cadeira, tentando melhorar a postura. - Senhor?
- Poseidon ainda passa a maior parte do tempo ocioso? Hades aparece de vez em quando? 
A garganta de Percy secou.
- Meu pai está bem... Ele trabalha na administração de ILA, já que não temos um prefeitos, e etc. - Ele largou os talheres. - Tio Hades está sempre trabalhando, mas eu vejo ele de vez em quando, sim.
O tio balançou a cabeça. - E você, garota... - Era com Annabeth com que ele falava agora. - Vai fazer arquitetura? 
Annabeth não foi tão intimidada, ela já o conhecia. - Sim. É uma paixão que eu e minha mãe compartilhávamos.
Enquanto isso Thalia comia em silêncio, sabendo que sua hora chegaria, torcendo que demorasse o suficiente pra terminar seu prato e fugir para o quarto. 
- E o seu namoro? Quem é o garoto mesmo?
Droga. Thalia se engasgou. Precisou tomar água, e respirar. A madrasta correu com um segundo copo para acudir a menina. Só então ela respondeu.
- Luke Castellan, pai. No namoro vai bem.
O pai de Thalia dobrou o jornal e o colocou de lado. - Pensei que ele viesse junto com vocês. - Não dava pra saber se ele gostava ou não da ideia de ter o genro dormindo sob seu teto.
- É. - Thalia afastou o prato. - Ele vinha. Mas ele está começando a carreira profissional de natação, então não pode.
- Nadador profissional. - Ele juntou as mãos, apoiando os cotovelos na mesa. - As probabilidades de sucesso são minimas. Ele estuda?
Thalia respirou fundo, claramente tentando não se irritar. - Está cursando a distância, Direito.
- Será que ele consegue os dois ao mesmo tempo? Que curso você vai fazer mesmo?
A garota já havia contado a ele por telefone, mas repetiu, devagar. - Designer Gráfico. 
- Presumo que ele vá viajar muito sendo nadador profissional.
- Sim, pai.
- Acha que ele vai ter tempo de trabalhar, estudar, e ainda ter tempo pra você? Ainda mais estando longe?
Thalia estava com os punhos cerrados no colo, sob a mesa, e Percy sentiu o cheiro de ozônio que uma tempestade trás. Era óbvio que ela estava prestes a gritar com o pai (ou pior). Os dois, pai e filha, estavam se encarando. Ai Hera, a madrasta se levantou, ajeitou o vestido e pigarreou.
- Muito bem. - Ela disse como se aquela tensão não passasse de um probleminha, como uma mancha na toalha de mesa. - Hora de mostrar os quartos.
Eles não tinham terminado de comer ainda, mas se levantaram e a seguiram para fora da cozinha. Assim que tomaram distância o suficiente, a mulher falou.
- Ele está estressado.
- E conseguiu fazer o mesmo comigo. - Thalia estalou ou dedos, nervosa. - Mas nem sei por que você está justificando ele.
Hera parou no meio do corredor largo e deu de ombros. - Não gosto de discussões na minha casa. Este é o quarto do garoto. Da menina. E você sabe qual é o seu. - Ela mostrou as três portas do corredor. - Está tudo arrumado pra vocês.
- Obrigada, mas Annabeth vai dormir no meu quarto comigo.
A mulher levantou as mãos, em indiferença. - Como quiser, querida. Durmam bem. - E puf!, sumiu.
Percy e Annabeth se entreolharam, esperando que Thalia fizesse alguma coisa. Ela suspirou.
- Venham, vou mostrar meu quarto.  
 


Notas Finais


Espero que tenham gostado... u-ú
Amo vocês, comentem e me ajudem com opiniões u-ú <3<3


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