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História Portal para o desconhecido - Não vamos voltar para casa


Escrita por: Mara-Kuchiki

Notas do Autor


Desculpe-me a demora para postar. É que meu computador quebrou e eu coloquei para concertar. Estou atualizando a fic do computador da minha amiga para não deixa-los sem capitulos.

Obrigada pela compreenção!

Capítulo 7 - Não vamos voltar para casa


 



— Eu não entendo, Rukia, se é impossível sair ou entrar, então por que estamos aqui? Se conseguirmos entrar, podemos sair, também. 

— Ichigo, eu tenho uma teoria. Depois que o Exílio foi selado, ele foi escondido em um espaço morto que fica entre a Soul Society e o Eco mundo. 

— Espaço morto, como assim? — cada vez mais o ruivo ficava confuso, pois a história se complicava mais e mais. 

— Esses portais que servem de passagem para a Soul Society, Eco mundo e até mesmo o mundo dos vivos não é uma linha reta. Existem muitas bifurcações. Só não percebemos porque passamos por elas em uma velocidade tão grande que acabam ficando imperceptíveis. E foi exatamente em uma dessas fissuras que o Exílio foi escondido. Desde então, ninguém mais ouviu falar dele. Minha teoria é que aquele Hollow fora do comum que nos lançou neste mundo conseguiu, de alguma forma, abrir um portal paralelo que nos trouxe direto para cá. 

— Se foi possível quebrar o selo e entrarmos, então vamos conseguir sair, também. Assim que encontrarmos Byakuya e os outros, arrumaremos um jeito de ir embora desse mundo maldito — levantou-se de onde estava, ansioso. 

— Não é tão simples assim, Ichigo. Olha, como conseguimos chegar aqui não faço ideia, mas se esse lugar é mesmo o Exílio, coisa essa que tenho quase certeza de ser, não tem como sairmos daqui sem que alguém lá de fora nos tire — também se levantou e o encarou. 

— Lá de fora que você diz é a Soul Society? 

— Soul Society, Mundo dos vivos, até mesmo o Eco Mundo. Se conseguissem nos tirar daqui já estava valendo — falou, meio cética. 

— Sendo assim, existe uma esperança de sairmos. É só aguardamos alguém nos resgatar. Já estamos aqui há mais de uma semana, não deve demorar para acharem uma forma de irmos para casa. 

— Ichigo... — respirou fundo, falando com a cabeça baixa. — Ninguém virá! É impossível que descubram onde estamos. O Exílio é uma prisão secreta que foi selada e enviada para o submundo na esperança de nunca ser encontrada. Esse lugar é um mundo perdido e esquecido — olhou em seus olhos — Lamento dizer isso, mas... Temo que nunca mais poderemos sair daqui. 

— COMO ASSIM NÃO SAIREMOS MAIS DESSE MUNDO? — falou com a voz exaltada, segurando os dois braços de Rukia e a sacudindo. — NÃO DIGA BESTEIRAS! VOCÊ SÓ PODE ESTAR FICANDO MALUCA, RUKIA! EU PRECISO SAIR DESSE MALDITO LUGAR, NÃO POSSO FICAR PRESO AQUI ENQUANTO MINHA FAMÍLIA ESTA LÁ FORA, PRECISANDO DE MIM... YUSO... KARIN... ELAS PRECISAM DE MIM... 

A morena nada disse, apenas virou o rosto para o lado. Não conseguia encarar a expressão desesperada do amigo, sabia muito bem de todos os seus medos. Ichigo sempre quis ficar cada vez mais forte para proteger todos que amava, e o fato de ficar preso sem notícias era desesperador. 

O ruivo soltou os braços da tenente ao se dar conta de que estava descontando sua raiva em quem não tinha culpa. Abaixou a cabeça, tentando absorver tudo que a morena falara. Era uma situação inusitada ter que ficar naquele mundo desconhecido sem ver as pessoas que amava novamente, deixar para trás uma vida intera, e ter que conviver com a incerteza de que eles estavam protegidos. Isso tinha o abalado bastante. 

— I-Ichigo... — respirou fundo. — Eu sinto muito, realmente não sei o que fazer — murmurou. Sabia que suas palavras não trariam conforto naquele exato momento, mas não poderia deixar de falar na tentativa de fazê-lo ficar um pouco mais calmo. 

— Você não tem culpa, Rukia — olhou para as marcas de suas mãos que ficaram no braço da amiga, arrasado. — Desculpe-me, não tive a intenção de te machucar — rmurmurou, balançando a cabeça novamente. 

— Tolo! Isso não foi nada comparado com o que está por vir — falou com um sorriso sapeca nos lábios, enquanto massageava o local onde estavam os hematomas. 

— E o que está por vir, hein? — perguntou, intrigado. 

— Estamos sozinhos aqui. Vou ter que te aturar por muiiitoooo tempo — respondeu, sorridente. 

As palavras de Rukia fizeram com que seus sorrisos dessem lugar a expressões sérias. Os dois se olharam fixamente. Naquele momento, acabara de cair a ficha de que não havia ninguém mais naquele mundo além deles, e que talvez fossem os únicos que viveriam ali até seus últimos dias de vida. 

O silêncio reinou no meio dos amigos por alguns longos minutos, que mais pareceram uma eternidade. Uma pergunta que não queria calar martelava em seus pensamentos, mas ambos temiam a resposta, pois isso traria à tona a realidade de que estavam, sim, sozinhos em meio àquele paraíso indesejado. 

— E agora, Rukia, o que vamos fazer? Continuar procurando Byakuya e os outros? — Ichigo foi quem se encheu de coragem para perguntar. Aguardava a resposta da morena, que o fitava com os lindos olhos violeta arregalados. 

— Pra ser sincera, não tenho mais tanta certeza de que eles estão mesmo aqui. Procuramos por dias, acho que não tem mais onde procurar — falou, depois de um longo suspiro. 

— Rukia, acho que devemos parar de procurar Byakuya e os outros e voltar para a cabana, lá teremos mais conforto e não precisaremos ficar procurando abrigo no final do dia — falou, de uma forma animada, dando um sorriso amarelo para a morena. 

— Por mim está ótimo, também acho que é a melhor decisão a ser tomada. 

A morena se entristeceu, pois sabia que Ichigo estava tentando disfarçar a tristeza que sentia por saber que não ia poder voltar para sua vida e a família que tanto amava. Apesar do sorriso que ela presenciou em sua face, a tenente sabia que por dentro ele estava desolado. 

Era típico o ruivo esconder seus sentimentos, mas essa tática não funcionava com Rukia, pois ela conhecia muito bem o amigo e, por mais que ele tentasse esconder, sua dor era eminente para ela. 

Para Ichigo, toda a história que a morena havia contado era surreal, mas, se tratando da Soul Society, o ruivo não duvidava de nada. Ele mesmo já tinha visto e passado por cada coisa que era impossível de acreditar. E ainda tinha que lidar com o turbilhão de sentimentos que estava sentindo por ter que viver sozinho com Rukia. Temia que a pequena ficasse incomodada, não queria que nada entre eles mudasse. 

Algumas horas de caminhada e o casal de amigos finalmente chegou à cabana. Ao adentrar o recinto, notaram que nada havia mudado. As coisas estavam exatamente como deixaram. 

— Ao que parece, só têm nós dois mesmo nesse mundo maldito — resmungou o ruivo, ao se deparar com o lugar intocado. 

— É o que parece — murmurou, depois de um longo suspiro de tédio. — Nada mudou aqui, está como deixamos. 

— Rukia, pensando bem — sentou na cama e a encarou. — Se esse lugar é mesmo o tal de Exílio, onde está o ex-capitão? — perguntou, intrigado. 

— Não sei, Ichigo, isso que te contei aconteceu há centenas de anos, é muito tempo. Talvez ele tenha morrido. Realmente não sei te dizer o que foi feito dele. Você mesmo viu o estado que essa cabana estava quando chegamos aqui. Era visível que ninguém vivia neste lugar há muito tempo. 

— Por mais difícil que seja de admitir, você tem mesmo razão. Tenho que me conformar que talvez nunca mais saiamos daqui — ficou cabisbaixo 

— I-Ichigo — sussurrou. As palavras tristes do amigo deixaram Rukia mal. Ela não queria que ele sofresse. 

Porém, não tinha muito o que fazer. Ao que parecia, o destino deles estava selado. Depois de quase dois anos afastados um do outro, teriam que conviver tendo por companhia um ao outro. 

— Ichigo, vamos dar uma arrumada nesse lugar que o sol está quase se pondo. Seria ótimo se conseguíssemos preparar uma sopa bem quentinha — falou, tentando animar o amigo. 

— Você quer dizer eu preparar uma sopa, né, você não sabe nem assar um peixe na fogueira — resmunga. 

— Ah, quanta ingratidão, Ichigo! Você deveria ter vergonha de levantar uma calúnia dessas contra mim — provoca-o de maneira sarcástica. 

— Sério mesmo que terei de te aturar pelo resto dos meus dias? — provoca-lhe, sorridente. 

— Isso não teve graça, seu bobão — resmunga. 

Os dois ficaram por um tempo se alfinetando, até que notaram o sol se pondo. Ichigo foi até o lago tentar pegar um peixe, enquanto Rukia tirava poeiras e organizava melhor o interior da cabana. 

Cerca de meia hora depois, o ruivo voltou com peixes, algumas batatas e lenha. Quando adentrou na velha cabana, ela estava mais apresentável. A tenente tinha deixado o local bem limpinho e dera um toque feminino, trazendo para o rapaz uma sensação de aconchego. Ali seria seu novo lar agora, seu e de Rukia. 

— Nossa! Nem parece o mesmo lugar nojento de antes — falou ao dar uma boa olhada no ambiente. 

— Se vamos viver aqui, é melhor deixá-la o mais confortável possível — sorriu para o amigo, que balançava a cabeça, concordando com o que ela falara. 

— Eu pesquei alguns peixes, e ainda encontrei essas batatas em uma clareira na floresta, onde fui procurar lenha. Parece que o local era uma espécie de horta. Está cheio de mato, mas tem alguns pés de batata por lá. 

— Isso é ótimo! Amanhã vamos até lá, quem sabe não têm outros tipos de legumes. — se animou. 

— Ah, sim. Agora, vou preparar nossa sopa bem quentinha — falou, jogando as coisas que trouxe em cima da mesa. 

As horas que se seguiram foram bem divertidas para os amigos. Ichigo fizera uma sopa deliciosa, os dois comeram e ficaram por um tempo conversando, animados. Desde que chegaram àquele mundo os amigos não se sentiam tão bem, talvez porque antes tinham o peso de encontrar seus companheiros e voltar para casa. 

Mas, em meio aos novos fatos, as prioridades do casal de amigos havia mudado. Não tinham conversado a respeito de que rumo suas vidas tomariam, mas as coisas entre eles com certeza mudariam, e muito. 

— Ei, Ichigo, o que você pensa que está fazendo? — ficou indignada ao ver o ruivo todo esparramado na cama. 

— O que você acha? — perguntou, irônico. — Eu vou dormir. 

— Quem vai dormir na cama sou eu, seu espertinho — puxou-o pelos pés, fazendo-lhe cair de bumbum no chão. — Você vai se ajeitar aí no chão como fez na noite que dormimos aqui. 

— SUA LOUCA! QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — berrou, estressado, ao se levantar do chão alisando o bumbum que estava dolorido. – EU VOU DORMIR NA CAMA SIM, INCOMODADOS QUE SE MUDEM — cruzou os braços, fechando a cara para ela. 

— Olha aqui, seu teimoso, vamos passar muito tempo nessa cabana e não vou dormir com você, acho bom que se acostume logo de uma vez com o chão — rebateu cinicamente, coisa que deixou o ruivo ainda mais irritado. 

— Como você é egoísta, Rukia. Quando dormimos em abrigos improvisados você não se incomoda nadinha em dormir comigo, né?! — se indignou com a amiga. 

— Não adianta fazer chantagem, eu que vou dormir na cama — se jogou no móvel, se enrolando no cobertor. 

— Você é uma peste mesmo — murmurou, arrumando a cama no chão com algumas cobertas que ela jogou em cima do rapaz. 

A temperatura lá fora havia caído muito, fazendo a cabana ficar demasiadamente fria. 

Ichigo fitava o teto, envelhecido pelo desgaste do tempo. Não conseguia dormir, por mais que tentasse. Não conseguia parar de pensar em tudo que Rukia lhe falara. A possibilidade de nunca mais ver sua família o deixava inquieto. 

— Ichigooo... — sussurrou a morena, se inclinando na cama para olhar o rapaz no chão. 

— Quê? — respondeu, mal-humorado. 

— Ainda quer dormir na cama? — ficou meio constrangida com o que perguntara. 

— Não, obrigada! Estou muito bem aqui — falou, ainda de mau-humor, fitando o teto. 

— Não seja orgulhoso, Ichigo, vem logo para a cama, estou com frio. 

— Já disse que não vou, vai dormir e pára de perturbar. 

A pequena fez bico e voltou para seu lugar, sem nada dizer. O frio realmente a estava incomodando, mas o que não estava deixando a morena dormir era a falta que sentia de ter o ruivo ao seu lado, sentir seu cheiro, ter seu corpo aquecendo o dela. 

Demorou um pouco, mas finalmente o sono chegou para Ichigo. Ele sentiu seus olhos pesarem, e aos poucos foi fechando-os, até que: 

— Rukiaaa... O que você está fazendo? — o rapaz tomou um baita susto ao sentir o pequeno corpo da morena encostar no seu. 

— Não consigo dormir sem você — murmurou tão baixo que o ruivo quase não conseguiu escutar. 

— Você é mesmo uma figura — passou o braço sobre o pescoço dela, deitando sua cabeça sobre ele. Acomodou o corpo da tenente junto ao seu e a envolveu em um abraço. — Boa noite, Rukia — fechou os olhos e sorriu. 

— Boa noite... Ichigo — dos seus lábios brotaram um sorriso, também. Ela se sentia feliz nos braços de seu amigo


Notas Finais


Pessoal, como estou postando de outro computador não irei responder os reviews, mas por favor, não fiquem triste que quando tiver com meu pc respondo todos. Sendo assim, deixem bastante reviews viu?
Beijos para todos!


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