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História Possessive (camren) - Capitulo 6


Escrita por: _XXVII

Notas do Autor


qualquer erro..

Capítulo 6 - Capitulo 6


As aulas haviam começado há mais ou menos dois meses e graças á Deus esse era meu último ano, bom, graças a Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria falta da escola. 

Enquanto assistia as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: minha terrível (ou maravilhosa?) noite com Lauren, confesso que já haviam passado quase três meses e aquilo não saia da minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ela, principalmente aquela ruazinha quando eu tinha que ir na casa da Mani ou algo do tipo. Aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar aos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim. Que drama.

 As vezes via Lauren de longe e fazia o máximo para ela não me ver. Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ela era uma cafajeste e mesmo eu sabendo disso tinha ido pra cama com ela, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou inventar uma desculpa do tipo “estou menstruada” e também, por Shawn. Eu havia feito tudo por Shawn, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Lauren havia me dado sensações que até então eram desconhecidas por mim. Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação. 

-Então senhorita Cabello. Você não respondeu minha pergunta. – ouvi o Sr. Thompson dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Então arrisquei, foda-se: - Hã... É 10? –falei. E pude ouvir a risada de todos da classe. 

-Claro, poderia ser 10... – o professor falou. – Se eu tivesse te perguntado alguma conta e se isso fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolva números. – ele respirou, pois havia falado rápido demais, como sempre. – Geografia, senhorita Cabello, geografia.

-Ah, obrigada pelo “senhorita” me sinto super importante. – o professor me fuzilou com os olhos mas logo continuou sua explicação.

Logo bateram na porta da sala e o Sr. Thompson murmurou algo do tipo: “Droga, adoram interromper minha aula.” E foi abrir.

-Bom dia... – era a diretora. Mal dia, isso sim. – Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. – ela disse sendo formal. – Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos um “faz tudo” da escola, ela vai ajudar o professor Robson de Educação Física, monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ela. Ela vai ficar conosco mais ou menos seis meses. – coitada dessa pessoa, deve ser uma pessoa tão boa e vai ter que viver nesse inferno. Pensei comigo. A diretora deu uma olhada na porta e fez sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse. – Entre por favor.

PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento eu não acreditava no que eu estava vendo, em um movimento super ninja coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.

-Srta Camila, você está bem? – pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todos olhavam para mim, inclusive... Lauren, que fez uma cara estranhando o fato do professor me chamar de Camila, pois para ele eu havia dito que meu nome era Melanie. Respirei fundo.

-Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-pode continuar. –gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Lauren, ela estava parada ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camiseta preta simples, e uma calça jeans escura, o que era raro. Seus cabelos estavam perfeitamente jogados para o lado. Ela me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ela estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ela menos precisa é da merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ela vem de uma família que possui um grande poder aquisitivo, ai tem dedo podre. Pode ter certeza.

Pude ver umas garotas e alguns garotos tudo babando enquanto Lauren se apresentava. Ridículo. Inclusive ela, a rainha da rainha da rainha da rainha das putas, Alexa. Eu odiava essa garota essa garota. Odiava. 

-Então... – ela tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ela. – Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem, qualquer coisa já sabem, me procurem. – Lauren falava isso com um ar do tipo “Pra tudo, tudo mesmo... inclusive, sexo”. 

Enquanto ouvia Lauren falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito no meu caderno. Aquilo estava estranho o suficiente.

-Para tudo o que a gente precisar mesmo, Sra Jauregui? – Alexa disse com o cu piscando e a olhando maliciosamente e Lauren retribuiu o olhar. Daqui há uma semana todas as garotas e garotos dessa escola já vão estar em sua cama. Ah e sem contar que Sra. Jauregui, não combina nada com Lauren.

-Sra Jauregui? Hm... gostei. – ela disse. – E sim, para tudo o que vocês precisarem mesmo. – Lauren sorriu e deu uma piscadela, em seguida ajeitando algum fio rebelde de seu cabelo, o que fez as garotas babarem mais ainda.

-Ela é gostosa pra caramba, ter uma noite com ela é tudo o que eu mais quero agora. – ouvi uma garota falando para outro garoto atrás de mim. E poderia simplesmente me aparecer e dizer: “Chupem, eu já tive esse privilégio” mas eu sou humilde... e aquilo não era um privilégio. Mal sabiam eles o tipo de pessoa que Lauren era.

-E você... – Lauren disse e apontou o dedo para ninguém mais, ninguém menos do que... euzinha. – Tem alguma pergunta? – ela deu um sorriso, pois ela estava fazendo aquilo por pura implicância, obvio.

-Não. – respondi severamente.

-Tem certeza? – ela insistiu e pude ver diversão em seus olhos.

-Absoluta. – A encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ela ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga.

Lauren logo se retirou da sala com a diretora, que se duvidasse, até ela, Lauren lenhava. E possibilitou o professor de continuar a sua aula.

-Srta Camila, você pode me fazer uma favor? – o professor perguntou.

-Sim... – respondi.

-Vá na secretária e me traga algo que preste e que não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse quadro. – senti irritação em sua voz, quase ri.

-Ok. 

Levantei-me e sai da sala. Desci algumas escadas meio que correndo, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois eu pisei um degrau em falso e caí escada a baixo.

-Droga! – falei alto, não havia me machucado muito, só havia causado uma dor suportável em meu tornozelo.

-Você está bem? –uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade. – Você é muito anta mesmo. Como conseguiu cair desse jeito? – Lauren riu mais uma vez. – Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara. – Idiota.

-Se não vai ajudar, sai daqui. – falei

-Ah, então você quer minha ajuda? – Lauren disse semicerrando os olhos.

-Maneira de falar, sua idiota. –Manquei até a secretaria ignorando totalmente Lauren, eu caminhava estilo “Saci Pererê”. Bati na porta, mas nem esperei abrirem, fui logo entrando.

-Oi, o Sr Thompson pediu algo que preste e não fique se desgastando pra escrever no quadro? – fui direta.

-Canetões novos? – A secretaria perguntou arqueando as sobrancelhas.

-Não, lápis de cor. – fui irônica e acabei sendo um pouco grossa, Lauren sabia como tirar o meu humor. A secretaria me ignorou e pegou os canetões, em seguida me entregando os mesmos. Sai da secretaria ainda estilo “saci” e porra... Lauren ainda estava lá, em frente a porta, cheguei a mês assustar quando abri a mesma. 

-Você não tem mais nada pra fazer não? Porque algo totalmente estranho aconteceu, você está trabalhando aqui agora. – falei, indo em direção as escadas a fim de subi-las. Mas estava sendo difícil.

-Bom... se você acha que vai conseguir subir as escadas com o tornozelo desse jeito por causa da sua burrice... vá em frente. – ela estava encostada na parede apenas me olhando e rindo das minhas tentativas falhas de subir. A dor era suportável, mas mesmo assim estava doendo pra caramba, eu não conseguia firmar meu pé direito no chão o que dificultava minha subida. Gemi de dor.

-Aconselho você a ir na enfermaria. Andar de baixo. – Lauren murmurou.

-Não preciso dos seus conselhos.

-Garota, esse seu tornozelo bugado está me dando agonia, então deixe de ser chata porra, e vamos. – Lauren disse irritadinha (como sempre) e logo me pegou no colo a força, eu esperneava a fim que ela me soltasse, pois eu queria distancia daquela garota, mas foi inútil até porque ela era bem mais forte que eu. Lauren desceu as escadas comigo, pois a enfermaria ficava no andar de baixo, exatamente no primeiro andar. A escola tinha 6 andares, sendo que as salas de aula ficavam a partir do terceiro andar, então se acontecesse algo grave com alguém dentro das salas, até chegar na enfermaria a pessoa já estaria morta. Mas enfim, esse não era meu caso, mas mesmo assim eu não precisava estar passando por isso.

Entramos em uma sala onde estava escrito bem grande “ENFERMARIA” e havia uma mulher baixinha e rechonchuda lá dentro, expliquei para ela que eu havia sido idiota o suficiente para cair escada a baixo, ela reprimiu um riso e logo colocou uma faixa em meu tornozelo. Eu preferia gelo, mas ok. Enquanto a mulher enrolava faixa a faixa em meu tornozelo pedi para Lauren levar os canetões para o Sr Thompson, ela fez uma cara super feia como se fosse me dar um tiro, mas garanto que ela não ia querer dar uma de gangster dentro da escola, então só fez o que eu pedi.

-Obrigada. – desci daquela pequena maca, e agora já conseguia firmar um pouco o pé.

-De nada. – Ela disse simples. – Espera um pouco que eu vou chamar aquela menina de novo para te ajudar a subir.

-NÃO. – gritei involuntariamente. – Quer dizer, eu subo sozinha. –Dei um sorrisinho. – Já estou ótima. – Tão ótima que parecia que tinha jogado uma rocha no meu tornozelo.

-Você tem certeza? 

-Sim. – sai daquela sala fazendo o mínimo de caretas possíveis por causa da dor, que agora já estava um pouco mais aliviada. Eu tinha que ser convincente, se não ela chamaria Lauren. Assim que fechei a porta da enfermaria, voltei a ser uma mula manca. Fui caminhando pelo corredor me apoiando na paredes até chegar nas escadarias, mas logo algo me veio como uma luz: o elevador. Olhei em direção ao lado que ficava o elevador e droga, interditado, estavam arrumando o sistema e colocando novas câmeras. Só me restou as escadas mesmo.

Me sentei em um degrau inocentemente como quem não quer nada e comecei a subir sentada, quando descia ou subia alguém, eu fingia estra amarrando os tênis e murmurava algo do tipo “não se fazem mais cadarços como antigamente” e em seguida dava um sorrisinho falso. Cara, eu não precisava estar passando por isso. Mas finalmente consegui chegar ao 4° andar, onde ficava minha sala.

Entrei na sala mancando e os olhos de todos vieram para mim, fiquei totalmente sem graça e logo percebi que... Lauren estava sentada no lugar do professor. Pronto, minha vida agora seria um inferno.

-E como está seu tornozelo? – ela perguntou com um sorriso sarcástico se formando em seus lábios enquanto eu me sentava.

-Está ótimo. – fui sarcástica. Por que Mani foi me deixar logo hoje?

-Eu percebi. – Ela devolveu o sarcasmo. – Ah e antes que você pergunte, o professor careca de vocês teve que ir resolver alguns problemas pessoais. – ela disse sendo totalmente folgada e colocando os pés sobre a mesa.

-Eu não ia perguntar. – falei.

-Você deveria ser mais simpática com a Srta Jauregui. – ouvi uma terceira voz. – É o primeiro dia dela. – era Alexa cacarejando.

-E você deveria deixar menos claro que quer ir pra cama com ela. – eu pude perceber um “O” se formando na boca da Alexa e a risadinha do resto da turma.

-Ok, garotas, parem... que falta de respeito, Melanie. – Lauren disse e eu fui obrigada a rir, não sei se eu estava rindo por ela tentar ser formal, algo que nem de longe ela era ou se estava rindo por causa do meu falso nome.

-Melanie? – Alexa perguntou. – O nome dessa ai é Camila. – Lauren logo virou-se para mim e nós ficamos nos encarando por algum tempo.

-Camila? – ela perguntou.

-É, deve ser. – falei indiferente.



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