História Possible - Prólogo.

Meus olhos se abriram lentamente por causa da claridade que vinha da janela que dava para a sacada, me fazendo virar o rosto e fugir daquilo. Sorri. Maxon estava ali do meu lado, aquilo tudo parecia um sonho. Só em imaginar que três meses atrás estávamos casando e agora estavam os dois enrolados em lençóis depois de uma noite maravilhosa.

Maxon havia pedido para que construíssem um chalé ao lado do palácio para ser nossa casa temporária enquanto o palácio estava sendo reformado. Ontem Maxon havia tirado o dia de folga para cuidas das margaridas no jardim enquanto eu preparava o jantar para nós. Aquele estava sendo o nosso refúgio, nosso mundo particular, onde recebíamos nossos amigos próximos e familiares.

Levanto-me devagar da cama tentando não acordar Maxon. Pego sua camiseta de gola polo que ele estava usando ontem e a coloco. Olhei no espelho e a camiseta dele ficava um vestido em mim, coloquei o cabelo para trás das orelhas e fui para a cozinha, já que pela primeira vez eu acordei antes de Maxon e ele sempre tem "preparado" o café da manhã com a ajuda dos empregados do palácio, resolvi eu mesma fazer o café e levar para ele na cama.

Quando cheguei à cozinha o café da manhã inteiro estava sobre a bancada, parecia até o café da manhã de quando participava da Seleção.

As criadas se assustaram quando me viram fazendo reverencias as pressas e me pedindo desculpas, minhas bochechas queimavam de vergonha por elas me verem daquele jeito com a camiseta de Maxon. As dispensei e ri nervosa da situação. Preparei uma bandeja com café, suco de laranja e algumas coisinhas que havia ali;

Empurrei a porta do quarto com a bunda tentando equilibrar a bandeja para não acordar Maxon.

_Minha rainha? - ótimo, ele já estava acordado. Virei-me em direção a cama e o vi sentado com o peito nu, o lençol cobrindo apenas da cintura para baixo. Contemplei aquela linda cena de Maxon com os cabelos bagunçados e com cara de sono.
_Bom dia Max - sorri e levei a bandeja até a ponta da cama, fui para o lado dele e o beijei com ternura. _Trouxe café para você, na cama.
_Você está tentando me persuadir para ficar mais um dia na cama? - dei de ombros.
_Não faria nenhum mal eu me aproveitar de você por mais um dia - meus dedos escorregaram para o lençol que o cobria e fui puxando-o para baixo deixando Maxon mais a mostra.
_America, meu amor, você não imagina a bagunça que deve estar em meu escritório pro ficar um dia sem ir lá, e eu não quero nem imaginar o que aconteceria se eu ficasse dois dias afastado - os dedos de Maxon seguraram meu rosto me fazendo olhar para ele. _Eu preciso trabalhar, preciso descobrir o que meu pai escondeu por todos esses anos. Não fique triste minha querida - suspiro, Maxon tinha razão precisávamos descer das nuvens, havia trabalho a ser feito.
_Não estou triste Max, só estou prevendo que você vai acabar se afundando em trabalho no escritório.
_Nesse caso, eu deixo você me resgatar das pastas, dos papéis e canetas - nós rimos e Maxon fez cocegas em mim, me fazendo ficar por cima dele tentando impedi-lo.

E aquilo se resultou em a camiseta de Maxon que eu estava vestindo no chão do quarto de novo e o nosso café da manhã espalhado no chão do quarto com algumas louças quebradas.

Os lábios de Maxon percorriam meu corpo com beijos e voltavam para meus lábios me beijando com mais urgência do que nunca, minhas unhas arranhavam suas costas a cada movimento mais forte e profundo que Maxon fazia. As cicatrizes em suas costas eram desenhadas por meus dedos sempre em que fazíamos amor.

Em nossa primeira noite juntos depois de casados, Maxon foi o mais cavalheiro e romântico do mundo, até a hora que meus dedos sem querer tocaram suas cicatrizes e ele se afastou de mim na mesma hora. Lembro-me que eu havia ficado apavorada, pensando que havia feito alguma coisa errada, até Maxon começar a chorar como uma criança que perde o brinquedo preferido. Ele não parava de me pedir desculpas e dizer que não conseguiria ser Rei, que não teria conseguido chegar até ali sem mim. Por fim eu entendi que ele sentia falta do apoio da Rainha Amberly e por mais difícil que seja das broncas do Rei Clarkson, ele sentia falta dos seus pais.

O corpo cansado e em êxtase de Maxon saiu de cima do meu enquanto eu recuperava o fôlego e rolava para deitar minha cabeça sobre o peito dele. Maxon estava sério, olhava para o teto pensativo. Contornei seus lábios com meu dedo indicador e ele me olhou abrindo um sorriso estilo Maxon me deixando de pernas bambas.

_O que foi? - eu perguntei, sorrindo para ele também.
_Não vejo a hora de ter filhos com você.
_Talvez eu já esteja grávida e nós nem sabemos – o provoquei.
_Eu não conseguiria suportar tanta felicidade se você estivesse grávida America - ele sorriu bobamente, se levantando aos poucos e beijou minha testa. _Amor, me desculpe, mas eu tenho que trabalhar.
_Tudo bem, depois eu te puxo para almoçar - Maxon riu brincalhão e se levantou totalmente da cama completamente nu. Olhei para ele de cima a baixo e me sentir a mulher mais sortuda de Illéa.