1. Spirit Fanfics >
  2. Preto é a Cor do Amor >
  3. O dia perfeito

História Preto é a Cor do Amor - O dia perfeito


Escrita por: Biah_Chan

Notas do Autor


Nada a declarar sobre essa capítulo...

Muitas coisas aconteceram nele, e devo dizer que fiquei sem saber se foram boas ou não '-' KKKKKKKKKK
Tudo está caminhando terrivelmente bem, para o enredo que eu planejei minuciosamente. xD

Fiquei bem chateada com o número de comentários do capítulo passado... Reli ele três vezes para ver se tava assim tão ruim e depois tentei me consolar falando que tinha sido o primeiro capítulo depois que as férias acabaram :( Mas fiquei bem triste mesmo.

Sem mais delongas, espero que gostem <3

~sintam a ironia do titulo~

Capítulo 21 - O dia perfeito


- Will

Eu estava atordoado.

Desde aquela mensagem que Matt havia me enviado que ele não respondeu nem nas ligações e nem nas mensagens que eu enviei a ele. Eu andava apressado para casa e podia sentir o olhar questionador de Nico nas minhas costas.

Eu havia começado a voltava da escola junto de Nico.

Eu não largava do celular, olhava-o de dois em dois minutos. Várias coisas passavam em minha mente, desde coisas terríveis até um simples surto sobre bobagens de meu amigo.

- O que aconteceu, Solace? – escutei a voz de Nico soar, o moreno me analisava até meio curioso com minha súbita agonia e preocupação.

- Nada – respondi aflito. Nico revirou os olhos e suspirou, dando de ombros.

Em menos de cinco minutos, tempo recorde, eu já estava na frente da minha casa me despedindo rapidamente de Nico, que me perguntou se eu iria ou não para a casa dele hoje. Não respondi o moreno ou acho que não, na verdade eu não prestei muita atenção no que ele disse tal era meu estado de preocupação com Matt.

- William – escutei meu pai me chamar da sala, seu tom de voz era sério e imponente.

Soltei o ar buscando calma e andei apressado até meu quarto.

- Oi – respondi. Ele estava sentado na poltrona, assistindo ao jornal.

- Eu soube que você se demitiu – começou o assunto desligando a televisão e me olhando fixo – Por quê?

- Ah... – sorri amarelo – Então, eu não estava muito confortável naquele lugar... E meu novo parceiro não me pareceu “normal” – disse fazendo aspas com os dedos.

- Novo? – arqueou uma sobrancelha loira – Então se demitiu porque Nico já não trabalhava lá?

- Não! – falei rápido e Apolo me olhou esperando uma resposta – Olha, eu já não vou dar mais trabalho pra você, okay? Eu já nem vou a festas com tanta freqüência como fazia em Malibu! Aquela minha vida acabou no exato momento em que eu cheguei à Nova Iorque!

Apolo olhou espantado para mim e olhava para ele, nervoso e irritado. Isso não era hora para questionar o motivo de eu ter me demitido.

- William... – Apolo tentou falar, mas eu soltei uma risada irônica.

- Oh me poupe! Eu já sei exatamente o que vai dizer. “É para o seu bem” ou “Filho, você precisa sair dessa vida” – falei tentando imitar a voz de meu pai numa tentativa falha.

- Olha como fala comigo rapaz! – Apolo se estressou se levantando da cadeira. Nossas vozes alteradas preenchiam o ambiente vazio da casa – Você está na minha casa e eu não tolero esse tipo de desrespeito comigo!

- Me poupe! Para de tentar agir como um pai! Você esteve fora da minha vida durante quinze anos! Quinze anos! – gritei para ele – Sabe o que é crescer sem um pai? Sabe o quanto eu sofri? Ou minha mãe?

- Eu nunca deixei faltar nada a você. Só não te visitava porque o trabalho me mantinha ocupado...!

- Trabalho? Não tente mascarar sua negligencia como pai dizendo que a culpa foi do trabalho – gritei.

- William Solace! – meu pai bronqueou.

- Eu não queria vir! Nunca quis! Minha vida se tornou um inferno desde que cheguei aqui! Por um momento você e Nora pensaram no que eu queria?!

- E você por algum momento pensou em como a sua mãe se sentia no meio das turbulências que você causava? Se perguntou como ela se sentia quando você não voltava para casa? Ou quando chegava sento arrastado ou todo esfarrapado? Pelo menos quis saber de como sua mãe ficou desesperada quando ligaram do hospital falando que você estava em coma alcoólico? Ou preso? – Apolo perguntou jogando em minha cara todas as vezes que eu aprontava na minha antiga cidade.

- E isso é culpa de quem? Minha? – perguntei – Onde estava o meu pai nessas horas? Onde estava o meu exemplo para seguir?

Nesse momento eu escutei a porta da sala ser aberta e passos suaves andando até a sala.

- O que aconteceu? Dá para escutar seus gritos na rua... – Perséfone falou preocupada.

- Nada – falei ainda olhando frio para meu pai – Nada está acontecendo. Até porque Apolo nunca faz nada.

Pedi licenças para Perséfone e Deméter, que me olhavam confusas, e sai de casa batendo a porta fortemente. Meu celular estava em minha mão e a cada minuto eu olhava para ver se Matt havia me respondido. O sol da tarde tocava minha pele, mas mesmo assim eu não me acalmava.

Tudo bem que eu estava nervoso, mas isso não era motivo para descontar em Apolo. Tudo o que falei tinha sim um fundamento, eu ainda estava chateado com tudo o que aconteceu, e sentia muita falta dos meus amigos e festas de Malibu. Mas eu me sentia muito mais leve por ter ‘desabafado’ tudo o que eu sentia. Senti meu celular vibrar e olhei o visor. Matt.

- Matt, o que houve? – perguntei ansioso. Escutei meu amigo respirar fundo e soltar o ar devagar.

- Will... – sua voz saiu abafada e baixa – E agora...?

Sua voz estava totalmente quebrada. Era possível perceber a rouquidão nela, como se ele tivesse passado a noite inteira gritando, seu tom era desanimado e triste. Algo, definitivamente, tinha acontecido com ele.

- E agora o que?! Matt o que aconteceu? – perguntei.

Eu estava sentado numa praça vazia, vez ou outra passavam pessoas apresadas falando ao telefone. Sentei-me num banco embaixo de uma árvore grande e apoiei meus cotovelos nos joelhos.

- Will minha vida acabou... Acabou... – sua voz mais uma vez saiu abafada e eu escutei um soluço do outro lado da linha. Matt estava chorando e eu nunca o havia visto chorar em dez anos de amizade – Meu avô, Will... Ele... Ele...

Assim que escutei aquilo meu coração apertou. O avô era o único familiar vivo que Matt tinha, era nele que meu amigo se espelhava, era por ele que Matt se esforçava e trabalhava para conseguir dinheiro para os remédios para a pressão alta e era somente para realizar o sonho do avô que ele ainda estava estudando. O avô era tudo para ele.

- O que aconteceu com ele? – perguntei temendo o pior. Matt chorava do outro lado da ligação e eu já tinha uma leve noção do que poderia ter acontecido, mas precisava confirmar.

- A pressão subiu de repente... Ele teve um infarto... Will, ele morreu! – Matt falou quebrado.

Fechei os olhos e respirei fundo. Aquilo não poderia ter acontecido não quando eu não estava perto dele para ampará-lo. Nós tínhamos feito uma promessa de que sempre estaríamos juntos em todos os momentos, um sempre ajudando o outro... E eu não podia ajudá-lo. Eu estava a quilômetros de distancia do meu amigo no momento que ele mais precisava de mim. Ao invés disso eu estava aqui, brincando de casinha com Nico.

Deixei que as lágrimas rolassem por meu rosto e xinguei baixo.

- Matt? – perguntei no telefone. Eu sabia que ele ainda não tinha desligado o celular porque era possível escutar seu choro abafado.

- O que é que eu devo fazer agora? Estou tão perdido e sozinho Will – sussurrou no telefone.

- Nós vamos dar um jeito, cara – tentei confortá-lo – Nós sempre damos...

- Não Will... Eu não devia nem ter te incomodado com isso. Vou ficar bem, vou superar.

- Cala a boca. Você deve sempre me perturbar quando algo acontecer, somos irmãos, esqueceu? E eu sei que você vai superar, é o cara mais forte que eu conheço! – tentei animá-lo.

- Obrigado, Will. Por tudo – falou desligando o celular.

Guardei meu celular no bolso e esfreguei minhas mãos no rosto, num gesto de cansaço. No meu caso, cansaço emocional. Me levantei e resolvi voltar para casa, afinal já tinham se passado uma hora desde que havia saído de lá.

O sol já estava se pondo e o céu estava num tom avermelhado. Apressei os passos e quando estava passando pela frente da casa de Nico, parei subitamente com alguém me chamando.

- Ei Will – era Nico – Eu escutei os gritos mais cedo... Tá tudo bem?

- Tá – respondi sem olhá-lo.

- Tem certeza? – escutei passos se aproximando e olhei em sua direção. Ele, que antes estava sentado no banco na varanda da casa, agora se aproximava rápido de mim – Não parece bem.

- Mas eu to! – exclamei exasperado.

- Mas eu só quero... – tentou falar mas eu o cortei.

- Olha, você que disse que nós não tínhamos nada. Então não te devo satisfações, não? – falei olhando firme.

Nico arqueou as sobrancelhas em confusão e eu bufei irritado me afastando do moreno.

- Então acho melhor pararmos de fazer o que quer que estejamos fazendo – escutei a voz dele soar e dei de ombros.

Naquele momento Matt era muito mais importante que meu relacionamento enrolado e complicado com Nico. Dei as costas ao moreno e andei até minha casa, tomando coragem de entrar e encarar Apolo depois de tudo o que eu tinha dito mais cedo.

Entrei e não vi ninguém na sala, presumi então que estavam todos na cozinha comendo o lanche da tarde. Andei pacientemente até lá e comecei a escutar risadas e conversas animadas, respirei fundo e entrei na sala. Os três pararam de conversar e se viraram para me encarar.

Engoli em seco.

Olhei para meu pai que mantinha o rosto sereno e corei de vergonha, a culpa me corroia e minha voz vacilou quando abri a boca. Perséfone e sua mãe perceberam o clima tenso que havia se instalado com minha chegada e com um simples aceno de cabeça Apolo pediu para que eu o seguisse assim que se levantou e pediu licença para se retirar ao escritório.

Era a segunda vez que eu entrava naquela sala espaçosa onde meu pai trabalhava. Mas dessa vez ele não iria sair da mesa e me abraçar calorosamente, muito pelo contrário. Apolo sentou-se a mesa e começou a folhear alguns papéis, esperando eu me pronunciar.

- Er... – tentei começar, mas as palavras me fugiram da mente.

Apolo abaixou os papeis e apoiou os cotovelos na mesa, exalava autoridade e seu rosto transmitia uma severidade absoluta. Cocei a garganta em busca das palavras.

- Olha, eu sei que o que eu disse mais cedo foi errado – comecei – Eu não deveria ter falado com você daquele jeito rude...

- E o que te faz pensar que eu permitiria uma atitude daquelas na minha casa? – escutei sua voz firme soar no ambiente e me arrepiei.

Nunca eu havia visto meu pai daquela forma tão responsável.

- Eu estava de cabeça quente e... – tentei me explicar.

- Então quer dizer que você desrespeita aos mais velhos quando está de cabeça quente? – perguntou.

- Não foi isso...

- Saiba, William, que eu não sou sua mãe – começou ainda me encarando severo – Eu não vou deixar você abrir suas asinhas e permitir você sequer pensar que pode me desrespeitar. Lá em Malibu você tinha essas liberdades, mas aqui não. Tudo bem que eu deixo você sair, se divertir é essencial nessa idade, e também está certo que eu não fui um bom pai durante sua infância, mas eu ainda sou seu pai. E eu exijo respeito.

- Tudo bem – falei baixo.

- Se isso voltar a acontecer, você dará adeus a sua liberdade. Te matricularei num colégio militar e assim que sair da escola, servirá ao exercito. Talvez assim você aprenda disciplina e respeito. Entendeu?

- Sim... – resmunguei.

- Pode sair agora – falou voltando a mexer na papelada.

Levantei da cadeira meio relutante. Eu queria muito pedir um favor a meu pai, mas como ainda estávamos no meio das aulas e eu tinha acabado de ter uma discussão enorme com Apolo, eu não sabia se seria correto ou não perguntar.

- Pai, eu queria... – tentei.

- Não – respondeu simplesmente.

- Mas você nem ao menos me deixou terminar de falar! – resmunguei e Apolo me olhou paciente.

- Meu filho, você realmente acha que pode me pedir alguma coisa depois de hoje? – perguntou calmo – Não me peça nada nas próximas duas semanas, além de que eu estarei ocupado com o trabalho, servirá como um tempo de reflexão sobre suas atitudes infantis.

Fiquei parado na porta do escritório durante uns dois minutos até então fechar a porta e rumar, indignado, ao meu quarto. Por um lado Apolo até que estava certo, eu compreendia seu lado, mas isso não significava que eu gostasse de sua atitude.

Foi então que lembrei meu ocorrido com Nico e me xinguei mentalmente. Corri para minha janela e encontrei a janela de Nico, antes sempre aberta para que conversássemos antes de dormir, fechadas.

“Então acho melhor pararmos de fazer o que quer que estejamos fazendo.” Lembrei o que o moreno havia falado antes, uma frase dita num tom visivelmente chateado e levemente decepcionado.

Lembrei o tom acusatório que me referi ao moreno quando ele quis apenas saber se eu estava bem, parecendo verdadeiramente preocupado, e me arrependi amargamente por isso. Nico não tinha nada a ver com todo esse meu estresse, ele já estava sofrendo nas mãos de Drew por minha causa e eu ainda o trato desse jeito... Sendo que a algum tempo atrás eu havia prometido a ele que sempre estaria lá para quando ele precisasse, e no dia que Nico tentou retribuir esse favor eu o trato mal e terminamos um relacionamento que mal havia começado!

O dia hoje foi maravilhoso e uma completa... Merda.


Notas Finais


E eu acabei em apenas um capítulo, tudo o que eu construí em vinte! USAHAUSHSAUHSAUSA (romance Wico pra quem não entendeu). Mas tentem entender o lado do Will poxa :(

E a discussão entre ele e Apolo? Tava na hora de loirinho desabafar né? ¬¬' E sinceramente eu AMEI o Apolo todo sério e "maduro" falando com o rebelde sem causa. UASHUAHAUSH

Espero comentários e até a próxima.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...