História Primeiro amor (Fillie e amigos) - Precisamos concordar que isso foi muito bom.

POV FINN

Eu estava imensamente feliz, finalmente estava de volta a Atlanta, a minha folga não havia sido exatamente uma folga, eu havia trabalhado, trabalhado muito. Shows, entrevistas, novo contratos... tudo isso de uma vez, me sinto feliz por tudo que venho conquistando. Sinto saudades de meus amigos, temos conversado pouco, umas mensagens soltas aqui e ali, o único que consegui conversar por ligação de vídeo por longas horas foi Noah, ele me contou as novidades, disse que Sadie e Millie já sabiam, é uma história triste, pobre Noah, mas ele contou tudo a risadas. Aparentemente, tomou um porre e jogou toda a merda no furacão espalhando cocô por toda a parte. E o cocô é a namorada dele, a tal de Júlia, nunca a conheci pessoalmente, mas nunca gostei dela. Que bom que acabou, ele merece alguém melhor.

Noah é uma das melhores pessoas que já conheci, e é um dos meus melhores amigos, não me surpreende Millie tê-lo escolhido como seu melhor amigo, ele é alegre, feliz e sabe como respeitar e tratar garotas. Ele é a outra metade da Millie, não romanticamente falando, mas é como se fossem dois astros celestes, um sempre está orbitando o outro. Chega a ser bonito de se ver quando estão juntos, não existe química romântica, é aquela dupla típica que você sabe e eles sabem que nunca ficarão juntos, são como irmão, uma só pessoa dividida em dois corpos diferentes.

Começo a reconhecer o caminho nas proximidades de onde o set de Stranger Things está localizado. O coração aperta, Millie. É o que faz meu coração bater forte, é o que faz eu pensar que a qualquer momento posso enfartar. Chegamos ao portão que nos separa de todos, estou ansioso, logo que o carro de meu pai para solto-me do cinto de segurança e aguardo que estacione o carro. Vejo pessoas por todos os lados, desço do carro e ando com urgência na direção dos trailers, encontro logo de cara Sadie e Caleb animados, eles caminham ao meu encontro e me abraçam, logo depois vem Gaten e faz o mesmo, ele me pergunta por Noah e não sei responder, afinal esperava que todos já estivessem juntos. Olho discretamente ao redor e não vejo Millie.

- Talvez não seja melhor você vê-la agora. – diz Caleb de repente, lendo meus pensamentos. Eu o olho com surpresa e indagação, afinal, por que não seria bom ver Millie. Ele olha para Sadie como se pedisse algo a ela, eles ficam em silencio e percebo que o clima mudou completamente.

- O que está rolando, pessoal? – pergunto com uma risada nervosa, Sadie me olha com as sobrancelhas franzidas e respira fundo.

- É melhor que você veja com seus próprios olhos. – diz Gaten.

- O quê? – pergunto curioso.

- Ele está aqui. – diz Sadie.

Entendi. Respiro fundo.

- Okay então. – Finjo estar tudo bem. – Vocês querem me acompanhar até o trailer? Quero que o Gaten me conte como foram esses dias com a namorada. – Digo tentando parecer não me importar. Todos se entreolham e me acompanham.

POV MILLIE

- Que droga, você não deveria estar aqui. – Digo andando de um lado para outro no pequeno espaço de um corredor entre o trailer 5 e o trailer 4.

- Não sabia que minha companhia era tão desagradável. – Jacob comenta escorando-se na lateral de um dos trailers.

- Não estou falando isso, Jacob. É só que... você me entendeu! – digo impaciente.

- Millie, nós precisamos levar isso até o fim, falta pouco... – ele me alerta.

- É fácil para você falar isso, a Luna não se importa de você ser meu namorado. Mas o Finn te odeia e mesmo quando você for embora vai ficar um clima estranho entre a gente. – Reclamo.

- Ué, achei que ele iria justamente querer provocar, tentando me fazer de idiota. – Ele diz.

- O Finn não é assim. Ele é diferente de você! Tem princípios. – Digo.

- HEY! – Jacob se ofende.

- Perdão. – Peço, afinal não tive intenção alguma de ofendê-lo.

- Tudo bem... olha, eu também não queria estar aqui, mas você sabe como nossos pais são. – Ele fala.

- Eu estou cansada de todo esse controle, de decidirem tudo por mim! – falo.

- Eu mal posso esperar para ser independente. – Ele diz.

- Cala a boca, você quase sempre tem o que quer, até a Luna aceitou vir pra Atlanta só para te encontrar hoje à noite! – digo e ele ri.

- Ela está numa tia apenas a uma hora daqui. – Ele se explica.

- Não importa. – Digo irritada. Jacob teria Luna e Finn me odiaria mais ainda! Isso era tão injusto.

- Okay, você está muito estressada hoje. Estou vendo que nada do que eu falar vai ajudar, até mesmo como amigo e namorado falso eu sou péssimo. – Ele fala dando-se por vencido me sinto mal.

- Desculpa. – Digo tentando melhorar as coisas, talvez eu esteja sendo chata demais, e a culpa nem é dele, ele está aqui obrigado.

- Sem problemas, relaxa. – Ele diz e olha para os pés, fico sem graça por tê-lo feito sentir-se indesejado, preciso lembrar que acima de tudo somos amigos.

- Eu fui mal-educada, não posso descontar em você o que nossos pais fazem. – Digo e estendo os braços para ele e o abraço, meus braços passam por cima de seus ombros e os dele envolvem pela cintura.

- Vai ficar tudo bem entre vocês dois quando eu for. – diz Jacob passando as mãos nas minhas costas. Eu deito a cabeça em seu ombro. Ele está mais cheiroso que o normal, ele queria mesmo impressionar Luna.

- Não, não vai. Você não sabe como o Finn fica quando você está entre ele e eu. Só de falarem seu nome, ele muda... – digo lamentando.

- Bom, eu não gosto dele também, existe reciprocidade entre nós. Temos uma relação saudável aqui. – Ele brinca e eu rio e lhe dou uma tapinha no ombro enquanto o olho.

Antes que eu diga qualquer coisa, ouço passos e de repente Finn aparece acompanhado de nossos amigos.

POV FINN

Eu havia sido avisado, mas confesso que não esperava vê-los agarrados, pela posição que estavam, certamente estavam prestes a se beijar e eu acabei atrapalhando.

- Finn. – Ela diz, parece terem lhe fugido as palavras. Ela afasta-se rápido do namorado que me olha indiferente.

- Oi, Mills... Millie. – Digo. Ela se aproxima rápido e me abraça sem jeito e afasta-se na mesma velocidade. O tal Jacob parece não se incomodar com nosso abraço deve estar tão seguro de si que algo como isso não o incomoda.

- E Noah? Não veio com você? – ela pergunta tentando diminuir a tensão que está presente no ambiente.

- Não, imaginei até que já havia chegado. – Digo e ponho a mão nos bolsos com desconforto. Um silencio constrangedor nos envolve a todos. De repente o celular do namoradinho dela toca, ele parece estar lendo uma mensagem e volta a guardar o celular no bolso.

- Preciso ir. – Ele dispara para Millie de repente. Ela o encara e depois olha para nós de volta.

- Oh, tudo bem, você tem os seus compromissos... – ela diz com um sorriso sem graça.

- É. Você sabe... eu... – ele gagueja, olha para Millie, olha para nós, olha para Millie novamente como se não soubesse como agir, e então ela aproxima-se dele e os lábios deles encontram-se, assim, na minha frente! Sinto meu corpo queimar de ciúmes, foi tão rápido, mas não deixo de sentir vontade de quebrar a cara dele e mostra-lo como deve beijar Millie.

Ele prepara-se para sair e passar por nós, Millie o segura pela manga da camisa.

-  Tome cuidado. – Ela diz de repente. Me pergunto que significado tem tal pedido. Era como se fosse algo intimo entre eles, mas ao mesmo tempo apenas Millie demonstrando seu cuidado, volto a arder de ciúmes.

- Eu tomarei, prometo. – Ele diz a olhando nos olhos e sai, nos diz um tchau baixo e tímido e passa por nós de cabeça baixa a passos largos. O silencio permanece. Não consigo olhar para Millie novamente depois de vê-la beijando-o, depois do “tome cuidado”, aparentemente ela gosta mesmo desse idiota. Mas eu sei que ela ainda sente algo por mim, ou pelo menos é o que acho.

- Então, nós vamos ficar aqui fora para sempre? Está quente. – Sadie diz quebrando o silencio funeral.

- Podemos ir ao nosso trailer... – Millie sugere, finalmente a olho e seus olhos estão fixados em mim como se esperasse alguma aprovação.

- É, vamos para o nosso trailer, pessoal. – Confirmo tentando fugir dos olhos dela, é como se dissesse muitas coisas.

Começamos a caminhar juntos rumo ao trailer 5.

POV SADIE

Enquanto todos entravam no trailer 5, puxo Millie pelo braço para que fique por último e eu possa lhe falar a sós.

- Ai, Sadie. – Ela reclama do puxão forte que lhe dou.

- Que ideia foi essa de trazer o embuste pra cá? – pergunta ela.

- Não foi ideia nossa, foram nossos pais. Jacob nem queria vir. – Ela cochicha defendendo-se.

- Que não viesse, nós também não o queríamos aqui! – reclamo.

- Ele é meu namorado! – ela fala.

- Agora é sério? – pergunto indignada.

- Não! Você sabe que não! – ela responde.

- Não foi o que pareceu quando vimos vocês se agarrando entre os trailers. – Provoco.

- Não estávamos nos agarrando, era só um abraço de amigos! – ela se defende.

- Tem certeza? – continuo a provoca-la.

- Tenho! Eu te falei que nesses dias todos eu não conseguia parar de pensar no Finn. Cada dia eu tenho mais certeza que amo ele e não o Jacob. – Ela diz.

- Ele quem? – a voz de Gaten soa da porta do Trailer e nós o olhamos assustadas.

- Ninguém. – Responde Millie rapidamente.

- Eu ouvi você dizendo que amava alguém que não era seu namorado, Millie. – Gaten cruza os braços e fica de frente para Millie que fica nervosa.

- Você deve ter ouvido errado. – Ela diz.

- Não, eu tenho certeza que ouvi certo. – Ele diz e um sorriso começa a surgir nos lábios dele. Ele sabia que era o “ele” de Millie, mas queria que ela assumisse. – Vai Millie, me conta...

- Noah! – Ela grita de repente.

- Noah? – Gaten e eu perguntamos uníssono. Millie abre um sorriso e só então percebemos que seus olhos estão focados atrás de nós. Nos viramos no mesmo momento que Millie passa por nós correndo.

- Ouvimos o nome do Noah? – Caleb sai rápido do trailer acompanhado de Finn. Antes que possamos responder, seus olhos encontram Noah vindo caminhando ao nosso encontro e Millie finalmente chegando até ele, ele a abraça e a levanta do chão. Estão tão felizes. Todos sorrimos bobos, finalmente estávamos completos.

POV MILLIE

Eu poderia explodir de felicidade! Noah havia chegado, eu me sentia bem com ele por perto. Estávamos todos sentados de frente uns para os outros conversando dentro do meu Trailer e de Finn. Nós havíamos felicitado Gaten por seu relacionamento e caído na gargalhada de Noah bêbado terminando o namoro com Júlia, mesmo com todas as desgraças, ainda assim nós rimos muito. Em todos os momentos percebia Finn me encarando, mas quando eu o olhava de volta, ele desviava o olhar e demorava alguns minutos até este ciclo de encaradas reiniciar. A conversa estava tão boa que não percebemos o tempo passar, quando nos damos conta, passaram-se duas horas inteiras desde que nós havíamos iniciado a conversa, Caleb e Gaten haviam saído a poucos minutos para se prepararem para gravar, Noah e Sadie ainda haviam ficado conosco, Finn parecia mais confortável com a troca de olhares, ele já se demorava a desviar o olhar, apenas quando éramos chamados a atenção por algum de nossos amigos.

- Bom, Noah. Acho melhor irmos, logo chegará nossa vez de gravar, precisamos ir nos preparar... – Sadie diz enquanto levanta-se do sofá onde estava sentada.

- Ah, verdade. – Noah diz enquanto ambos trocam olhares cúmplices.

- Mas vocês só gravam as 5:00 PM com a gente. – Finn diz.

- É... mas nosso trailer está uma bagunça... – Noah fala.

- Como você sabe do trailer da Sadie se veio direto para cá? – eu pergunto desconfiada que a real intenção deles é deixar-me a sós com Finn, sendo que esta certamente não é uma boa ideia, ao saírem, a primeira pergunta de Finn será sobre eu ter trazido Jacob.

- Ela me disse que estava tudo uma bagunça lá. – Ele responde rapidamente.

- Mas Sadie não é bagunceira... – eu falo.

- De qualquer forma, nós estamos indo, vamos procurar Sophie... até mais. – Sadie diz puxando Noah pelo braço antes que as desculpas acabassem, e os dois saem fugidos do trailer deixando apenas Finn e eu a sós no trailer. Nós nos encaramos e ficamos em silencio por alguns segundos.

- Então, como foram seus dias de folga? – ele pergunta de repente, ouvir Finn dirigir-se a mim, faz com que eu sinta vibrações em todo meu corpo.

- Uh, ótimos. – Digo.

- É! Percebi pelas suas fotos no Instagram. – Ele responde e acabo prendendo a respiração involuntariamente. Ele viu minha foto beijando Jacob na praia, é claro que havia visto, não curtiu por que não gosta de Jacob. Como não havia pensado nisso?

- Bom... sim. Foi realmente tranquilizador. – Digo com um sorriso amarelo.

- Aham. – é apenas o que ele diz. Depois vira-se em silêncio, pega seu violão que antes estava sob a cama do trailer e o põe em um canto para que fique de pé.

- É só isso? Aham? – pergunto nervosa, estranhando sua atitude.

- Eu disse algo errado? Ou deveria ter dito algo diferente? – ele me olha com um sorriso fraco, parece confuso.

- Sinceramente? Eu achei que iria reclamar de eu ter trazido Jacob comigo. – Digo cada vez mais confusa com o seu comportamento.

- Por que eu faria isso? – ele dá um sorriso cínico, agora sim consigo ver o Finn que não estava encontrando a poucos minutos atrás.

- Talvez por que você odeia ele? – digo o óbvio e ele põe se a pensar e acaba concordando com um aceno de cabeça, mas permanece em silêncio.

- Então? – pergunto ansiosa.

- Então o quê? – ele pergunta fingindo-se não entender.

- Deixa para lá. – Falo impaciente. – Me conte sobre seus dias de folga.

- Bom, não foram bem dias de folga. Trabalhei muito. – Ele fala.

- Nossa, você só trabalhou nesses dias todos? – pergunto interessada.

- Não, claro que não. Tive momentos de descontração com amigos também, fui a um show de amigos... foi legal. – Ele diz escorando-se no balcão.

- Ah, bacana. – Falo – E foi só isso?

Ele para de repente como se ponderasse sobre algum assunto.

- Não... nós somos amigos, certo Millie? – ele pergunta.

- Sim. Você sabe... – digo.

- Okay, nem sei por que estou sendo tão cauteloso em te contar algo assim, é obvio que o que houve entre a gente passou e estamos melhor como amigos, você até trouxe o seu namorado. – Ele diz, eu sabia que ele ia falar de eu ter trazido Jacob em algum momento.

- Fala logo, Finn. – Digo ansiosa.

- Nesse show que eu fui, tinha uma garota lá. – diz ele e agora me encara e seu olhar arde sob minha pele.

- Uma garota? – pergunto tentando disfarçar minha inquietação.

- Bem, na verdade eram 3, e tinha a Ayla... é bem engraçado na verdade... – ele diz e dá uma risadinha.

- Está enrolando, Finn. – Eu digo acompanhando-o no riso para fazer parecer que está tudo bem, mas por dentro estou surtando, morrendo de ciúmes.

- Okay, vou ser direto, eu fiquei com uma dessas meninas que estavam lá com a Ayla. – Ele diz friamente, eu fico muda digerindo o que ele acabou de me dizer, tento não pirar, luto contra mim.

- Nossa, você ficou com uma garota nesses dias. Legal. – Digo tentando parecer amigável e normal, cruzo os braços e dou talvez o sorriso mais falso da minha vida.

- Você achou legal mesmo? – pergunta ele e seus olhos me estudam, analisam. Já sei, isso tudo é um jogo para me fazer ciúmes porque ele me viu beijando Jacob. Entendi, vou entrar no jogo.

- Bom, e qual o nome dela? – finjo indiferença, quero ver até onde ele leva a mentira.

- Eu não lembro. – Ele fala e ri. – Não sei nem se deu tempo perguntar.

- Nossa, e agora você sai ficando com pessoas que nem sequer conhece? – digo também rindo.

- Existe uma primeira vez para tudo. – Ele me encara ainda analisando-me.

- E como ela era? – pergunto.

- Ah, muito bonita! – ele diz e mantém os olhos fixos em mim esperando minha reação a cada palavra que diz. – É loira, e inteligente, ela gosta de música indie, isso soma pontos a favor... ah espera, tenho uma foto aqui que tiramos no inicio do show. – Ele diz e tira do bolso o celular, leva alguns segundos procurando a foto e finalmente a encontra. Me aproximo para ver, ainda desconfiada de tudo ser apenas um plano, mas quando finalmente pego seu celular em minhas mãos, vejo que realmente ele falava a verdade, ela é muito bonita.

- Realmente muito bonita. – Digo voltando a sentir ciúmes. – Mas, então... vai se tornar algo sério quando você voltar para casa novamente? Vai procura-la? – pergunto.

- Não! Foi só uma ficada, e foi um desastre. – Ele diz e ri guardando o celular de volta no bolso.

- Ela beija mal? – me sinto satisfeita por ele não ter gostado.

- Não, muito pelo contrário, foi bom. É que se eu contar como a noite acabou... – ele faz uma pausa para rir – foi muito constrangedor. Noah passou dois dias rindo de mim sendo que estava na fossa pelo fim do relacionamento.

A certeza de que ele realmente estava falando a verdade me atinge como um míssil. Para ele citar Noah, só pode ser verdade, ele sabe que Noah jamais mentiria para mim. Sinto-me queimar de ciúmes.

- Me parece que você descobriu uma forma de se divertir. Sair beijando qualquer uma sem perguntar nome e sem compromisso algum. – Eu o alfineto sem conseguir me conter.

- E me parece que você está com ciúmes. – diz ele de repente e eu me surpreendo.

- Claro que não. – Discordo rápido.

- Que bom, afinal seria estranho. Você tem que sentir ciúmes do seu namorado e não de mim. – Ele diz e me encara provocador.

- É, não teria sentido algum eu sentir ciúmes de você. – Digo incomodada.

- Sem falar que não faz mal eu querer beijar uma garota bonita, e eu sou solteiro... – ele continua a atiçar-me.

- Finn, vamos mudar de assunto? – eu peço com medo de perder o controle do meu ciúme, mas ele me ignora completamente.

- Tipo, quando gravamos naquele dia, eu quis te beijar, então fui lá e te beijei. Você sabe que não era Mike beijando Eleven, mas eu beijando você, Millie. – Ele diz e caminha em minha direção.

- Por que está falando essas coisas, Finn? Aquilo era trabalho, só isso! – digo sentindo meu corpo tremer com sua proximidade.

- Tem certeza, Millie? – ele pergunta e me olha com os braços cruzados como se dissesse que não acredita em nenhuma palavra que digo.

- Tenho. – Digo e minha voz falha, tento afastar-me dele indo para o balcão onde antes ele estava, mas ele caminha ao meu lado permanecendo próximo a mim.

- Está fugindo de mim, Millie? – ele pergunta. Eu me viro para ele e respondo de forma a parecer calma.

- Não. – Digo e sorrio nervosa.

- Ótimo. – Ele diz prendendo-me entre o balcão e ele. Com um braço de cada lado para impedir-me de fugir novamente.

- Porque está fazendo isso, Finn? – pergunto.

- Porque eu decidi que sempre que eu quiser algo, eu vou lá e se puder pego, sem remorso, sem problemas, sem negar os meus desejos. – Ele diz e aproxima seu rosto do meu pescoço, ele respira e começo a sentir arrepios sob toda minha pele. Ele parece estar sentindo meu perfume, meu coração dispara com a pergunta que se forma na minha cabeça.

- E o que você quer agora? – pergunto enquanto sinto seu nariz tocar minha orelha e subir para meus cabelos... fecho os olhos tentando controlar-me.

- Essa resposta é fácil... você. – Ele diz. Enquanto fixa seus olhos nos meus como se pedisse permissão.

Sem dizer nada, eu o seguro pela nuca e o puxo para que seus lábios encontrem os meus. Então o beijei intensamente, enquanto ele empurrava-me contra o balcão, fazendo cair algo no chão, decidimos ignorar totalmente seja lá o que caiu. Sua língua pede passagem entre meus lábios e, eu dou de bom grado. Totalmente sincronizados, nosso beijo se encaixa perfeitamente. Ele morde meu lábio inferior com força. Tenho medo de ter machucado, mas não quero pensar em nada agora, apenas aproveitar o seu beijo, o seu calor. Ele me levanta e me põe sobre o balcão, posicionando-se entre minhas pernas. Meu corpo começa a suar quando ele desce os beijos pelo meu pescoço, eu fico impaciente desejando seus lábios de volta aos meus, ele volta a beijar meus lábios, enquanto me abraça forte como se quisesse fundir nossos corpos. Como senti falta desse beijo, não sei se vou ser capaz de ver ele durante esses dias todos de gravação e fingir que nada aconteceu entre nós, perdi totalmente o controle de mim, só consigo pensar em toca-lo e beija-lo sem parar. Passo minhas mãos pelas suas costas, por dentro de sua camisa, passo as unhas por sua pele lisa enquanto ele passa a mão pela minha perna. Ele sorri durante nosso beijo mas sem separar nossos lábios, talvez sentindo cócegas ou até mesmo tantos arrepios quanto eu. É tudo tão diferente de tudo que já experimentamos juntos, de todos os beijos que já trocamos, me sinto extasiada. Nosso beijo se prolonga por mais um tempo até que por falta de ar acabamos nos afastando. Aos poucos volto a ficar lúcida, passo as mãos pelos meus cabelos devagar enquanto Finn afasta-se com um sorriso vitorioso no rosto, ele me olha nos olhos. E desço do balcão onde Finn havia me colocado. Tento voltar a respirar normalmente, mas me parece quase impossível, permaneço encostada contra o balcão pois ainda não sei se sou capaz de dar algum passo. Eu o olho, não com arrependimento, mas cheia de certezas. Finn ainda me queria, ele me desejava. E isso era tudo o que importava. Ele encosta-se ao meu lado no balcão e com sua mão esquerda afasta meu cabelo para poder ver meu pescoço, ele beija minha orelha, sente meu perfume mais uma vez, sinto que minhas pernas falharão a qualquer momento.

- Precisamos concordar que isso foi muito bom. – ele diz baixo ao meu ouvido, sorrindo enquanto morde o lábio. –  Mas acabou, talvez outro dia a gente faça de novo, agora preciso ir dar vida ao Mike. – ele diz e pisca o olho para mim e sai do trailer quase correndo. Eu permaneço imóvel e muda, sem conseguir raciocinar direito. Isso foi uma loucura!