História Prince Cold - Capítulo Sete

"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.
Platão. "

— Filho, o papai vai dormir e quando eu acordar quero você dentro de casa, Wu Minseok. — Zitao disse ao filho que apenas riu e voltou a brincar no jardim com a sua coroa de flores na cabeça.

Zitao sorriu ao entrar no castelo acariciando a barriga de 3 meses ainda pequena, mas agora ele queria que fosse uma menina, era o seu bebê com Onew pois nessa época o alfa estava no cio e assim o ômega engravidou. Sabia que era uma gravidez de risco, pois ao fim de gravidez de Minseok o ômega foi avisado pelos médicos que a próxima gravidez teria que ter o maior cuidado, mas ele estava confiante, tinha seus pais ali mesmo que não aceitassem seu casamento, pelo menos assim se sentia mais leve. Kibum, seu filho mais velho estava na escolinha e Minseok no jardim, achou melhor ir se deitar, subiu as escadas devagar e logo um ser pequeno passou por si correndo; Minseok.

— Meu amor, quantas vezes eu já falei para não correr subindo as escadas? — Zitao perguntou e Minseok parou no alto da escada rindo — Menino levado.

— Papai Kris não tá aqui, ele deixa eu correr. — Minseok disse ajeitando a coroa de flores na cabeça e Zitao se aproximou de si já no alto da escada e arrumou a coroa na cabeça do filho.

— Papai Kris, papai Onew não deixa.— Zitao disse.

— Papai Onew deixa sim, mas só quando o senhor não tá. — Minseok sorriu arteiro e Zitao se ajoelhou em sua frente limpando seu rosto — Tô sujo, pai?

— Muito, meu pequeno ômega. — Zitao fechou os olhos rapidamente, mas logo abriu encarando o filho — Vem, vamos tomar um banho e esperar o Kibum lá na sala.

— Pai, os papais podem comprar mais coroas para mim? — Minseok perguntou e Zitao assentiu — Eu fico bonito?

— Fica lindo. — Zitao começou a se sentir tonto.

— PaI? — Minseok segurou no braço de Zitao que ficava piscando tentando enxergar melhor já que sua mente estava rodando — Pai?

Foi tudo rápido, Minseok segurou no braço de Zitao quando o ômega fechou os olhos e desmaiou jogando o mesmo para a escada, Minseok como era pequeno não conseguiu segurar seu pai, Zitao caiu da escada e Minseok ficou em pânico no alto da mesma sem entender nada e sem se mover, até sua avó aparecer correndo e se agachou em frente a Zitao o acudindo, a mais velha olhou para cima e viu Minseok.

Não teve outra, ela gritou culpando o ômega de empurrar o próprio pai.

Zitao foi para o hospital, Onew e Kris foram chamados, Kibum abraçava o irmão mais novo que chorava sem parar ainda lembrando dos gritos da sua avó, Onew puxou os dois filhos para si e os abraçou, e não teve quem não chorasse quando o médico saiu da sala falando que Zitao havia perdido o bebê.

Dias depois Zitao já estava em casa sempre com os dois maridos ao seu lado, Kibum estava no quarto de Minseok o arrumando para ver Zitao, nenhum dos dois havia entrado no quarto dos pais desde que Zitao voltou, mas Kibum queria que o irmão visse o pai e parasse de se culpar, ele era apenas uma criança, Minseok não poderia se culpar por algo.

— Vem, papai vai gostar de ver a gente. — Kibum disse pegando na mão do irmão e o puxando para fora do quarto e viu sua avó e seu avô alí no corredor — Vamos até o quarto do papai, queremos vê-lo.

— Só você pode entrar. — A mais velha disse e Minseok se encolheu abraçando o braço de Kibum — Esse projeto de ômega não.

— O quê? — Kibum encarou a avó confuso.

— Por causa dele seu pai perdeu o filhote. — Agora o mais velho que começou a falar — Era para você ter sido um alfa, sendo um ômega não pôde ajudar seu pai, na realidade eu acho que nem se fosse um alfa conseguiria fazer tal coisa.

— Minseok não fez nada! — Kibum gritou — Ele não podia ajudar o papai, não é culpa dele.

— É sim, ele estava no alto da escada olhando para Zitao já no chão, ele deve ter empurrado. — A mulher disse e Minseok se soltou de Kibum e saiu correndo.

— Ele não fez isso! — Kibum gritou e Onew que estava no quarto ouviu a voz do filho junto com Kris, os alfas se encararam e depois olharam para Zitao que dormia, Onew fez um sinal para que o irmão fosse e Kris assentiu indo até a porta e saindo do quarto.

— O que houve? — Kris perguntou e Kibum encarava os mais velhos com raiva — Filho, o que houve?

— Não foi culpa do meu irmão, não foi! — Kibum disse e saiu correndo atrás de Minseok.

— O que aconteceu? — Kris perguntou sério agora fechando a porta atrás de si e encarando os pais do seu ômega. — O que vocês falaram?

— A verdade. — O mais velho disse — Seu filho mais novo foi a causa da morte do filhote que seu ômega esperava.

— Como é? — Kris riu — Meu filhote não teve culpa, Zitao não teve culpa, ninguém teve culpa daquilo, aconteceu porque tinha que acontecer, no futuro nós vamos entender o motivo, mas não culpem ninguém, já que nem o meu próprio ômega não culpa.

Minseok não foi ao quarto de Zitao por dias, depois de um ano o ômega não brincava mais no jardim, não usava mais coroa de flores, Onew e Kris sabiam o porquê junto com Kibum, Zitao nunca soube o que na realidade os seus pais disseram ao filho. Um tempo depois Zitao engravidou, durante os meses Minseok não se aproximava de Zitao com medo de fazer seu pai perder o outro filhote, mas foi quando Baekhyun nasceu que Kris e Onew souberam que o que aconteceu naquele ano foi para dar lugar a outro feito maior, e esse feito era Baekhyun. 

Minseok o achava a coisa mais fofa e brincava com ele quando menor, fazendo os pais se sentirem mais aliviados, mas tudo foi por água a baixo quando Minseok foi crescendo, o temperamento mudou, as palavras rudes eram ditas sempre que possível aos empregados, não tratava os pais e nem os irmão assim, mas os demais ele trava.

Minseok achava que poderia ser alfa no pensar e no agir, já que assim ele poderia proteger as pessoas que ama.

[...]

— Te achei. — Zitao disse encontrando o filho em um dos campos abandonados do reino, era um dos que os Reis iriam construir mais uma escola — O que houve meu bebê?

— O que faz aqui, pai? Deveria estar no jantar. — Minseok limpou as lágrimas que caíam por seu rosto — Os pais do cozinheiro devem falar que o esposo real não estava os recepcionando.

— Já falei com eles e os tratei bem, e outra... — Zitao suspirou — Eles são ótimas pessoas e eu duvido que falem algo, agora me diga o que você está fazendo aqui? Você também deveria estar no jantar.

— Mas não estou.

— Wu Minseok, pare com isso agora! — Zitao falou firme e Minseok se assustou um pouco — Cadê o meu bebê de anos atrás? Cadê meu lindo menino que só corria distribuindo sorrisos?

— Não sei.

— Meu filho, seja por alguma coisa que falaram á você, não pense nisso, não lembre disso, você é melhor que a pessoa que te falou algo. — Zitao disse e suspirou — Se foi por causa daquele filhote que eu perdi quando você era pequeno, sai-

— Não vamos lembrar disso, eu sei que isso lhe dói e eu não gosto de lembrar. — Minseok disse fechando os olhos e balançando a cabeça como se quisesse afastar aquela lembrança.

— Meu lindo, você não teve culpa, se aquilo aconteceu foi para Baekhyun hoje estar em nossas vidas, pronto, acabou qualquer tipo de lembrança — Zitao segurou a mão do filho — Eu quero o meu lindo ômega de volta, não se agarre as palavras meu amor, seja você mesmo, olhe para o jeito que trata as pessoas e fala delas. Minseok, eu não te criei assim, eu não fiz isso, por favor, pense em você e pare de pensar nos outros, você é um ômega e não um alfa, seja firme e forte, mas não seja um ignorante.

[...]

O jantar foi normal, mesmo com a volta de Minseok e Zitao, o clima foi bom e Minseok até conversou com Jonghyun para a alegria de Kibum que queria o irmão falando com todos, conversou um pouco com os ômegas de JongIn e Kyungsoo, teve um ataque ao ver Luhan e quase não o largou fazendo todos rirem de sua ação e Sehun o encarar com um pouco de ciúmes. Minseok deixou claro que Luhan era uma obra fofa desse mundo e que gostaria de vê-lo mais vezes com Taemin ali no castelo, cochichou para os dois que Baekhyun precisava de amigos fazendo o irmão o encarar com um bico nos lábios. No fim do jantar Minseok conversou com JongIn e KyungSoo, e com os pais de Jongdae e gostou dos Kim's, Jongdae também estava na sala e observava o jeito que o ômega estava agindo, e estava bem confuso.

Todos já haviam se recolhido, cada qual para sua casa e os do castelo para seus quartos. Minseok havia terminado de tomar banho e trocar de roupa quando sentiu fome, riu e foi fazer algo que não fazia desde os 15 anos, assaltar a geladeira. 

Andou pelo corredor e ao chegar na escada olhou para trás e não viu ninguém, olhou para frente no fim da escada e também não havia sinal de ninguém, então desceu as escadas correndo e no fim riu baixinho, ajeitou o roupão de seda em seu corpo e foi até a cozinha, a luz estava acessa e por isso entrou devagar vendo Jongdae de costas lavando a louça.

— Deveria chamar os mais novos para te ajudar. — Minseok comentou e Jongdae se assustou— Achei que ia para a casa dos seus pais.

— Por mais que o Rei Onew tenha deixado, preferi ficar. — JongDae olhou para o ômega que agora estava mexendo na geladeira — E meus meninos estão dormindo, amanhã eles têm aula.

— Jeup e Sang mais atrapalham que ajudam. — Minseok disse risonho e Jongdae concordou em silêncio — Não entendo porquê eles já tão novos estão trabalhando.

— Por mais que as coisas sejam boas no reino, meu senhor. — Jongdae disse limpando as mãos com um pano — Só você sabe o que se passa em sua casa.

— Entendi. — Minseok tirou um bolo da geladeira — Você que fez?

— Ungjae e Taeho fizeram e Jian diz ter feito a calda. — Jongdae riu e Minseok sorriu colocando o bolo na mesa — Quer que eu lhe sirva, senhor?

— Só me traga um prato e os talheres, por favor. — Minseok pediu e JongDae assentiu ainda assustado e confuso, o ômega estava falando tão manso.

— Aqui.

— Quer também? — Minseok perguntou olhando para Jongdae.

— Está me oferecendo? — Jongdae perguntou confuso e Minseok riu.

— Se eu perguntei se quer é porque sim, Jongdae.

— Obrigado, mas eu não quero. — JongDae respondeu e Minseok deu de ombros colocando  a fatia de bolo no prato e guardando o resto na geladeira — Se estiver ruim saiba que foram os meninos e não eu que fiz.

— Entendi. — Minseok sorriu sentando na cadeira e provando o bolo — Está bom.

— Eles vão ficar felizes em saber que gostou príncipe.

— Deixa que eu mesmo falo pela manhã.

— Eu não quero me intrometer, mas o que aconteceu para que saísse correndo?

— Eu peço desculpas pelo que lhe falei, Jongdae. — Minseok disse e Jongdae abriu a boca chocado — Eu sei que só estava sendo educado ao perguntar se eu estava bem.

— T-tudo bem — Jongdae respondeu.

— Posso lhe fazer uma pergunta?

— Claro senhor. — Jongdae murmurou, ele não queria chamar o outro de senhor e pelo amor de Deus aquilo era estranho.

— Por que me beijou?