História Princess - Fazendo o que meu coração me pede

Amber acordou um pouco desorientada, sua visão ainda estava um pouco embaçada enquanto ela tentava se sentar e lembrar da dia anterior. Sentiu alguém ao seu lado se mexer, quando virou a cabeça viu Minzy, em sono profundo, ao lado da cama havia um colchão e ela pode ver Amy e Sulli durmindo juntas, aos poucos os olhos foram acostumando com a pouca luz no quarto e ela pode ver melhor as meninas dormindo no quarto, que era cheio de camas e com vários colchões espalhados no chão também. Com muito cuidado, ela se levantou e conseguiu passar pelo quarto sem acordar ninguém.

A claridade da manhã começava a pintar o céu de tons róseos,e o ar estava gelado como em qualquer típica manhã de inverno. Algumas pessoas já se movimentavam pelo cortiço, mas a princesa não se atentou a isso, apenas saiu pelos fundos do cortiço pedindo que sua memória estivesse boa o bastante para que ela se lembrasse daquele lugar e não demorou muito para achar o túmulo de Sophia.

O local estava com muitas folhas secas em volta, mas pareciam ser da última noite, então YiYun começou a pegá-las uma a uma, para limpar o local. Enquanto se abaixava para pegar mais uma folha, ela sentiu um tecido grosso ser jogado em suas costas, era uma capa.

- Você ainda insiste em vir aqui. - A voz grossa lhe era mais do que familiar. - E que ideia foi essa de vir aqui nesse frio vestida desse jeito? Quer causar em revolução se resfriando?

Apesar da voz ser tão fria quanto aquela manhã, Amber apenas suspirou antes de se levantar para encarar YiFan.

- Por acaso é proibido vir aqui? E a propósito não estou com frio.

Ela estava mentido. Na verdade a princesa quis tanto ocupar a mente com algo depois de ter ido dormir em lágrimas que nem se atentou ao clima.

- Ainda está brava?

- Não. É apenas impressão sua.

O tom sarcástico pairava no ar frio.

- Escuta Amber, não tem como simplesmente…

- Não. Não tem como esquecer tudo dessa vez. Nem se eu quisesse.

Irritada, ela avistou uma pedra de um bom tamanho e sentou-se nela, segurando a capa com mais força ao redor de seu corpo, Kris sentou-se no chão, ao lado dela. A tensão começou a ficar palpável no ar, Yifan havia ido até o cortiço justamente para tentar conversar com ela, e não esperava reação diferente daquela, Amber ainda estava irritada com aquela situação, mas acima de tudo estava confusa. Ficaram naquele silêncio ainda por alguns minutos.

- Por que… - Ela começou, de repente hesitante. - Naquele dia, por que você fez aquilo?

- Eu precisava responder algo ara mim mesmo.

Ele respondeu sem rodeios.

- Conseguiu a resposta?

- Talvez.

Dessa vez era ele quem mentia. Depois de muitos dias pensando, YiFan já tinha total clareza de seus sentimentos. O silencio se instalou mais um pouco, e ele achou necessário esclarecer as coisas logo e começou a falar, sem se atentar em olhar para ela, apenas deixou as palavras sairem de sua boca.

- Foi algumas semanas antes de você ter sido sequestrada. Lembra disso?

Ela se surpreendeu por ele ter começado a falar, mas assentiu em relação a pergunta dele.

- No começo eu apenas te achava muito parecida com a Sophia, por mais que para mim você fosse um garoto, e eu comecei a me sentir um pouco protetor em relação a você?

Amber sentiu vontade de retrucar, afinal o que ela mais lembrava de seus treinos eram os olhares frios que lhe eram lançados por Kris, contudo, queria a explicação do mais velho.

- Por isso eu pegava tão pesado com você nos treinos. Algo em mim gritava pra que eu acelerasse o máximo o seu treinamento, porque senão você não seria capaz de se proteger. Pouca semanas depois você foi raptada. - Ele parou um pouco de falar, como se tomasse um pouco de ar, e depois retomou a fala. - Naquela época eu achei que era apenas meu dever falando mais alto e por isso eu precisava ir atrás de você imediatamente, mas na verdade eu não conseguia pensar na ideia de alguém te tirando de perto de mim.

Depois daquela declaração, Amber sentiu seu rosto começar a queimar, e agradeceu que ele não estava olhando para si.

- Depois teve um dia, que eu te encontrei no jardim e, apesar de não haverem lágrimas no seu rosto, você parecia estar chorando de dor de algum jeito, e aquilo me machucava. Me machucava ver você sofrendo daquele jeito e eu sem poder fazer nada.

Amber apertou suas mãos na capa, lembrava-se muito bem daquele dia, das palavras de seu pai, daquele desespero que ela sentiu na hora, e do abraço de YiFan.

- Sobre o beijo…

- Você tem uma noiva YiFan.

- Meu casamento é tão real quanto o seu. É só um acordo para juntar o dinheiro das famílias.

- Independente disso.

Ele bufou um pouco irritado.

- Talvez aquele tenha sido meu ato de rebeldia, eu estava cansado de ter pessoas controlando a minha vida, e pelo menos uma vez eu…

Ele se levantou, e ficou de frente para ela, a diferença de altura o brigou a levanta-la pelo braço, ela olhava nos olhos dele perdida, e ele apenas admirava aqueles olhos castanhos que há tanto o perseguia em seus pensamentos.

- Pelo menos uma vez eu queria fazer o que meu coração me pedia.

Sem pensar duas vezes, ele a beijou de novo, agora de modo mais calmo, devagar. Amber se sentiu mergulhada em um turbilhão de sentimentos, mas não o afastou, apenas se deixou ser levada pelo turbilhão, fechando seus olhos. Ao perceber que estava sendo correspondido, Kris passou seus braços ao redor da cintura de Amber, aproximando os dois. Ela sentiu a lingua dele pedindo pasagem e apenas deu abertura, tendo também o seu “ato de rebeldia”. O ósculo foi se aprofundando até o ar faltou em ambos os pulmões e eles se afastaram minimamente.

YiFan não conseguia esconder o sorriso de seu rosto, mas a primeira coisa que YiYun fez ao se dar conta do que tinha acabado de fazer foi abaixar a cabeça envergonhada, o que fez o mais velho rir.

- Não ria.

Ela disse com uma voz manhosa, e ficou ainda mais envergonhada pois aquela não era sua intenção. Se aproveitando daquilo ele aproximou seus lábios do ouvido dela.

- Você não sabe o quanto me agrada saber que te deixou desse jeito.

- Ya!

Ela se desvencilhou do abraço e afastou ele com as mãos, depois virou-se de costas, sem coragem de encará-lo no rosto.

- Já chega. Você está noivo, e eu tenho meus próprios caminhos. Nós… nós não podemos…

- Você beija bem alias.

- Wu YiFan!

Ela gritou sentindo seu rosto arder ainda mais de vergonha. Ainda rindo ele simplesmente a envolveu em seus braços, deixando que o corpo dela se encostasse em seu tronco.

- Não se preocupe, eu vou deixá-la em paz. Até que você esteja certa na sua decisão.

- Minha decisão?

- Eu já tenho certeza do que eu sinto Amber, e deixei isso bem claro hoje, e vou esperar com toda a paciência do mundo até o dia que você decidir me aceitar ou me rejeitar completamente.

- Kris.

Ela estava totalmente sem palavras.

- Por favor. Não se esqueça de hoje.

No fundo ambos queriam congelar naquele momento, entretanto, foram interrompidos pelo som de alguém batendo palmas. Assustados eles se viraram para a direção de onde vinha o som e encontraram um Jonghyun batendo palmas com uma expressão de surpresa no rosto.

- Jonghyun!

Amber tirou os braços de YiFan de seu redor, pedindo para os céus um buraco no chão para que ela pudesse se esconder.

- YiYun. - Ele falava com toda calma, como se a cena que ele acabara de ver fosse totalmente normal. - Henry está indo para o palácio e queria se despedir de você, estamos te procurando a um tempo. Não sabia que você estava… ocupada.

Ele terminou a frase com um sorriso ligeiramente malicioso no rosto.

- Jonghyun.

Ela protestou, ainda envergonhada.

- E eu só sugeri que vocês conversassem hein YiYun. Mas não se preocupe, meus olhos não viram nada e minha boca é um túmulo.

Ele gesticulava de forma teatral, e Yifan ainda não conseguia esconder o sorriso de seu rosto, toda vez que pensava no beijo.

- E que sorriso é esse no seu rosto hein? Da sua ousadia eu cuido mais tarde senhor Kris Wu.

- O que foi Jonghyun? Fala mais alto, não consigo te ouvir com você aí embaixo.

Dessa vez até Amber quis segurar o riso, já que ela sabia como o Kim odiava piadas referentes a sua altura.

- Ta bom, já chega. - Ele puxou Amber pelo braço. - Vamos logo que o seu primo quer se despedir.

Amber riu enquanto era puxada e, uma última vez olhou para YIFan, sentindo seu coração bater forte.