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História Procurados - Caixa de música


Escrita por: XioKONIC

Notas do Autor


VOLTEEEI YEEEY!!! É a segunda vez que tento postar o capítulo, e por favor site, não faz isso comigo ok ? <3 Escrevi esse capítulo todo hoje e digamos que estou orgulhosa ¬u¬ Espero que gostem e desculpem qualquer erro. LEIAM AS NOTAS FINAIS

Capítulo 7 - Caixa de música


Fanfic / Fanfiction Procurados - Caixa de música

E como nem tudo era um mar de rosas, não demorou para que Bobby soubesse que estavam sendo perseguidos. Um dos seguranças os viu fugindo e então foi atrás deles. Estava dirigindo um carro caro, também de cor preta, naquela extensa avenida enquanto perseguia os dois.

Era pouco mais que uma da manhã, e isso complicaria um pouco a vida dos dois. Não havia movimento nenhum além daquela complicação no início de madrugada.

Deveria ser um início de dia mais tranquilo, mas as coisas nem sempre funcionariam da forma que a pessoa deseja.

Com um sinal antes combinado, Bobby avisou Hanbin para pegar a arma sem identificação e atirar nos pneus, para acabar com aquele maldito incômodo. Sem demora, o menor tirou a arma que estava escondida em seu casaco e virou um pouco seu corpo, para conseguir enxergar o carro que os perseguia em velocidade alta.

Com apenas um tiro certeiro, o menor conseguiu acertar o pneu esquerdo. Por conta da alta velocidade de ambos, o carro não conseguiu parar e apenas desviou, batendo com toda força na pequena mureta que dividia o sentido da avenida.

Sentiu um alívio ao não ter mais que escutar aquele barulho chato de pneu “cantando” a cada curva quase fechada. Voltou a abraçar o corpo do maior e apenas percebeu que iriam entrar em túnel. Já havia passado tantas vezes por ali, mas sempre de dia, no seu horário de trabalho, quando não se conseguia observar cada detalhe e beleza do lugar.

As luzes meio laranjas iluminavam aquele local fechado. O único som que conseguia escutar, além da própria moto, era sua respiração. Baixa e constante, calma, com normalmente era. Hanbin se assustou com a facilidade que teve para se acalmar depois daquela perseguição. Ainda mais que aqueles seguranças também haviam disparado contra eles mesmos.

Quando voltou a si, ainda estavam no túnel e era como se seus pensamentos houvessem durado apenas um segundo. “Isso daria uma boa foto” pensou, enquanto observava em volta.

Mal sabia que estava sendo observado. Pelo pequeno retrovisor daquela moto, Bobby o observava de vez em quando, sempre tendo de prestar atenção naquele túnel.

Eram traiçoeiros demais.

E então, saíram daquele lugar caótico. Hanbin pareceu se lembrar daquele local, familiar demais para si. Soltou o ar com calma e apenas apertou mais a cintura do mafioso, procurando algum tipo de calma em seu interior. Depois de três, ele conseguiu entender como havia acontecido o acidente de sua irmã. Somente conseguiu aceitar aquilo ao passar pelo local que evitou durante três anos e alguns meses.

Aos poucos, pingos começaram a cair do céu. Hanbin achou que Bobby fosse pegar o desvio que levava até a pequena casa de Bobby, mas foi apenas um engano. Bobby seguiu reto naquela avenida, sem importar se os ternos estariam encharcados quando chegassem naquela cabana.

Bobby acelerou mais a moto, podendo se ouvir um único barulho de motor naquela madrugada tão vazia. Era engraçado como os pensamentos de Bobby eram embaralhados, mesmo ele teimando que estava tudo bem, que era um homem de mente boa, e não uma mente conturbada.

Conturbada como ela.

Todas as pessoas com quem havia trocado pequenas palavras em qualquer festa que havia ido por trabalho pareciam vazias. Cada uma delas, todas sem valor algum em seu interior, apenas dinheiro e mais dinheiro. Achavam que aquilo valia mais do que ter um cérebro. Aquelas pessoas gastavam mais umas que as outras apenas para demonstrar poder. Poder, que sem nenhum conhecimento, entraria em decadência rapidamente.

Desde que havia conhecido Hanbin, ele parecia ser o único naquele lugar tão caótico que tinha algum valor. Mesmo o ajudando, como ajudara nessa madrugada, ele havia hesitado quando soube qual seria o trabalho. Hanbin tinha consciência de que aquele homem roubaria de qualquer um sem nem pensar mais de umas vez, mas ainda assim, parecia tão errado aos seus olhos. O menor havia assassinado alguém por “engano”, já que quem deveria fazer essa parte era Bobby, mas mesmo assim, levou a culpa e chorou à noite escondido.

Escondido.

Bobby podia dormir feito uma pedra, mas isso não quer dizer que ele não havia se preocupado ao escutar aqueles soluços baixos no meio da madrugada. E isso era algo que entrou na lista de coisas mais esquisitas que já haviam acontecido com Bobby.

Era a primeira vez que alguém levava a culpa por si.

Era a primeira vez que ele escutou alguém chorando, escondido e provavelmente abafado pelas cobertas e travesseiros da cama espaçosa de seu quarto de hóspedes.

Assim que Bobby parou a moto perto da cabana, percebeu que também era uma daquelas pessoas sem valor. Ele matava sem hesitar e ansiava por seu salário sujo. Infelizmente, desde sua infância, ele não teve estrutura para saber o que era certo ou errado.

A única regra era sobreviver.

Bobby não gostava de drama. Não sairia por aí dizendo do quanto sua infância havia sido traumática e muito menos ficaria chorando pelos cantos. Não era mais aquele garotinho, agora era um homem que continuaria fazendo de tudo para sobreviver, nem que isso significasse acabar com quase toda sua vida. O que importava era continuar respirando sem preocupação de uma bala em um de seus pulmões.

Seu único valor estava em observar o mundo e poder dizer sobre o quão desvalorizado era. Ele era ganancioso, mas nesse ponto, não poderia fazer nenhuma caridade. Não mais.

Com passos firmes, foi caminhando para a cabana, usando uma lanterna em mãos. Hanbin o seguia logo atrás, e Bobby podia jurar que de tão perto, podia sentira respiração do outro contra sua nuca.

-Está com medo ou gosta de ficar próximo assim de mim? –Perguntou olhando para trás, encarando aqueles olhos levemente esbugalhados.

Bobby podia negar de tudo. Desde sua origem até o próprio nome, mas uma coisa que não conseguiu fazer, nem mesmo em seu subconsciente, era negar o quanto aquele ex-policial era bonito. Engoliu seco, após perceber aquela maldita proximidade e apenas se virou novamente, tentando recompor os pensamentos.

Escutou passos um pouco ao longe, com um conjunto de vozes. Eles se aproximavam cada vez mais. Bobby teve de pensar rápido e a única coisa que pôde fazer para não estragar os planos, foi empurrar Hanbin para o mato. Isso parecia soar engraçado em voz alta, mas Bobby nem teve tempo de fazer nada. Antes que Hanbin falasse algo, Bobby tampou a boca do menor com sua mão livre, apagando a lanterna em seguida.

Ambas as respirações estavam aceleradas e apesar do escuro, o dois mantiveram os olhos bem abertos. Por conta da pressa, Bobby havia caído em cima de Hanbin,e nem se importavam mais com os ternos caros que estavam naquela terra. A vida deles valia mais que dois mil dólares. Em cada terno.

Dois homens entraram naquela cabana e fecharam a porta. Em escutar o barulho de tranca, Bobby sabia que eles iriam voltar logo. Teria de agir rápido, para que não houvesse complicações num lugar daqueles. Era um dos pontos altos da cidade, estavam quase saindo da cidade e só havia mato por ali, tirando aquela maldita cabana. Além do total breu à volta deles.

Bobby saiu de cima de Hanbin e pegou sua arma silenciada com rapidez, se posicionando devagar. Hanbin  se ajoelhou ao lado dele, acabando por se surpreender ao que Bobby fez o sinal para que ele pegasse sua arma.

-Você vai atirar no segundo cara. –Após sussurrar isso, voltou a prestar atenção em qualquer movimento.

Para alguém de olhos tão pequenos, Bobby era observador por demais. Em um minuto, as vozes voltaram a ficar próximas. Assim que a porta foi aberta, ambos miraram na mesma. Com tiros certeiros, aqueles homens caíram no chão sem vida alguma.

Bobby se levantou com rapidez e checou em volta. Estavam sozinhos.

Olhou para Hanbin e o chamou fazendo gestos. Arrastaram os dois corpos para dentro da cabana, já que o plano era colocar fogo naquele lugar horrível e desaparecer como fantasmas. Após deixarem aqueles corpos no centro da cabana, passaram a vasculhar. Bobby se sentiu frustrado por terem achado apenas algumas drogas. Felizmente, não mexia com aquele tipo de trabalho, então estava livre de recolher aquilo para ter lucro.

No outro lado da pequena cabana, Hanbin olhava a cozinha. Era suja e não pareciam fazer uso do fogão dali. Tudo estava jogado para as pragas, e Hanbin teria até mesmo nojo de ter que conviver ali, mesmo que por alguns minutos. Voltou para a sala e Bobby jogava gasolina em tudo o que via pela frente. Não sabia de onde ele havia tirado aquele galão, mas se ele havia achado um meio de destruir tudo, já estava de bom tamanho.

Andou em volta do cômodo, procurando por algo que fosse interessante e achou uma pequena caixinha de música. Ao abrir a mesma, se surpreendeu ao não encontrar uma bailarina, mas sim, uma pequena criança com roupa de coelhinho. Bobby parou o que fazia e olhou o menor, percebendo que ele estava à toa.

Vasculhar o passado nem sempre era bom.

Hanbin girou a pequena chave na fechadura e uma doce melodia começou a tocar. Só de ouvir o começo daquela música, Bobby sentiu seu corpo pesar muito, além de que se arrepiou todo.

-Pare de brincar e me ajude aqui. Procure por fósforos. –Bobby disse de costas para Hanbin, continuando a jogar a gasolina por todo canto.

Hanbin fechou a caixinha com cuidado e voltou para a cozinha. Em um dos armários mais altos, achou uma pequena caixinha de fósforos. Pegou a mesma e voltou para a sala, jogando a caixinha para o maior. Hanbin andou até ele e ambos ficaram perto da porta. Após acender um dos fósforos, Hanbin teve a honra de o jogar no chão, vendo o fogo começar a se alastrar com facilidade. Notou que ele fazia um rastro, e arregalou os olhos ao perceber a merda que havia feito.

Havia uma bomba caseira ali, eles já planejavam explodir a cabana, provavelmente depois de pegar tudo que lhes era precioso. Com rapidez, ele empurrou Hanbin para fora e começou a correr enquanto ao arrastava junto. Eles tiveram cinco segundos para se afastar antes de tudo ir para os ares.

Bobby se jogou no chão junto do outro, se encolhendo enquanto escutavam os pedaços da madeira caindo em volta. Pela distância, nada os alcançou, mas havia sido por pouco. Muito pouco.

Bobby se levantou e olhou para o que restou da cabana em chamas. Seus olhos brilhavam pela forte luz do fogo, seu nariz coçava por conta da fumaça e suas mãos queriam matar Hanbin.

-Seu retardado! Não podia simplesmente jogar o fósforo perto?! Se eu não percebesse aquela bomba, estaríamos mortos agora! –Bobby gritou, sabendo que não teria problema nenhum por estarem no meio do nada.

Hanbin estava sem argumentos, mas estava cansado de ter que ficar calado.

-Você não olhou aquele lugar direito! –Disse o olhando de modo firme. Bobby nem ousava olhar para ele, não sabia nem o que seria capaz de fazer caso perdesse a paciência.

Mas não podia. Não podia, pois se algo acontecesse com ele, ficaria sozinho novamente, com a culpa de ter matado outro inocente em suas costas. Hanbin provavelmente era a pessoa mais linda que ele havia conhecido. Por dentro, e principalmente por fora.

-Por que me respondeu? –Bobby se virou para ele, o olhando de modo furioso. A sensação de quase morte significava falha, coisa que Bobby odiava.

-Por que eu tenho direito de falar! Ou vai dizer que não?!Sendo seu “aprendiz” ou não, eu também quase morri tá?! –Hanbin disse com um tom de voz mais alto.

Em apenas um segundo, Bobby havia sacado sua arma e agora mesma apontava para o centro da cabeça de Hanbin. O menor lhe olhava assustado, era uma sensação horrível ter uma arma apontada para sua cabeça. Bobby carregava um sorriso no rosto. Hanbin era ingênuo demais.

-Então iria se importar de morrer por minhas mãos? Por que, não sei se você sabe, ma eu não tenho medo de estourar alguns miolos a mais. –Disse olhando no fundo de seus olhos.

Hanbin apenas fez o mesmo, mas não estava como achou que estaria. Ao invés de mãos trêmulas, elas estavam firmes demais enquanto apontava para a cabeça do mafioso.

-Agora estamos quites. –Hanbin disse apenas isso, deixando seu último ato de coragem sair pela boca. Engoliu seco ao perceber que o outro não afinou.

Bobby tirou sua arma da cabeça do outro e sorriu.

-Você não pode apertar esse gatilho, por que você precisa de mim, como também, preciso de sua ajuda. –Hanbin se surpreendeu, também abaixando sua arma. –Vou te propor um acordo novo. –Bobby disse sorrindo. –Você é corajoso o bastante para derrubar minha máfia junto comigo?

-Como assim?

-Eu vou roubar o lugar do chefão dessa máfia.

 

Somente em um mundo tão caótico um coelho seria tão louco quanto uma raposa.


Notas Finais


Gostaram? ¬u¬ Espero que sim, suei tanto para escrever auhsuahshsauas <3 Para quem ficou curioso sobre a sensação do Bobby com a caixinha de música, essa é a música que tocou <3

https://www.youtube.com/watch?v=a28qyoZQfSA


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