História Protect You - Primeiros passos...

-Tae Hee!!! -O professor chamava pela quinta vez.

-Oh!? Presente!!! -Se levantou assustada.

-Você estava dormindo em sala de aula novamente senhorita Kim??? Pra diretoria agora!!! 

  Essa é a terceira vez na semana que sou expulsa de sala e que o diretor me vê em sua sala, acho que as grandes portas da sala já me conhecem e se abrem automaticamente.

-Tae Hee eu te disse que se seu trabalho atrapalhasse seus estudos teríamos que tomar providencias não disse? -Ele dizia autoritário.

-Diretor, eu sinto muito, isso não vai acontecer de novo. -Abaixei a cabeça soltando um longe bocejo.

-Kim Tae Hee! -Chamou-me atenção me fazendo pular. -Você sempre diz isso...todas as vezes, entendo que sua mãe desapareceu e sua irmã só tem você para cuidar dela, mas e quem cuida de você? -Lá vem o papo de pena.

-Eu posso cuidar de mim mesma. -O olhei.

-Não, não pode Tae Hee, você tem apenas 18 anos, sei que é normal para crianças da sua idade trabalhar meio período, mas não em três de uma vez!

-Diretor eu disse que seria melhor sair da escola mas... -Ele me interrompeu um pouco irritado.

-Eu já disse que não vou deixar uma aluna sair da escola por isso, podemos ajudar você e sua irmã, com bolsas e alimentos, é só você retornar  para aquele programa de apoio a família.

-Diretor...eu sinto muito. -Disse me levantando e me reverenciando e logo saindo da sala.

Minha vida tem sido assim desde meus 10 anos. Minha mãe saiu de casa e meu pai...não me lembro se já tive um, a única família que tenho é Tae Jin minha irmã mais nova. Ela tinha apenas 7 anos na época e tivemos que lidar com isso nós duas, até dois anos atrás éramos sustentadas por famílias ricas que faziam caridade no programa para a família, mas nos abandonaram... desde então virei a fonte de renda dela e o futuro dela está nas minhas mãos, e ela se tornou meu pilar, caso eu pudesse desabar. 

Hoje Tae Jin é uma garota super sorridente e que esqueceu de que tem pais, eu sinceramente não os odeio, mas Tae Jin acho que nunca seria capaz de perdoá-los. Ela não gosta nem em ouvir a palavra mãe, com 15 anos se esforça bastante, o sonho dela é ser uma k-idol, gostaria que ela fosse médica ou advogada, mas o sonho é dela, o meu dever é só realizar.

Entrei na sala pegando minha mochila e saindo, mesmo ouvindo o professor me gritar e alguns cochichos, não olhei para trás, não tinha nada ali que me fizesse ficar.

Enquanto caminhava pelas ruas de Seoul, reparava o quanto tudo era belo, e como as pessoas que passavam por ali não se importavam com nada, correndo de um lado pro outro, esbarrando nas pessoas, olhando seus celulares, incrivelmente eu era uma daquelas pessoas diariamente, correndo com copos de café, atendendo pessoas chiques e bem vestidas.

Respirei fundo parando de frente a uma fonte. Observando aquela água clara que caía, e as crianças que brincavam ali, me deu uma vontade enorme de entrar ali.

E eu entrei, pulando na água e correndo da mesma, comecei a brincar com as crianças, sem perceber que estava com a blusa da escola e era branca, já estava toda colada em meu corpo e aparecia meu sutiã, parei de brincar com as crianças saindo correndo em direção ao banheiro público trocando de blusa e logo correndo até o ônibus indo pra casa. 

-Oh? Unnie porque ta em casa tão cedo? e porque toda molhada? -Tae Jin disse com a boca cheia.

-Sai da escola. -Disse jogando minha mochila em um canto e pegando uma toalha.

-O QUE? -Ela cuspiu metade em mim. -Você esta louca??

-Mais ou menos. -A fitei tirando os pedaços de pão do meu rosto.

-Unnie você precisa se formar também, não só pense em mim e meus sonhos, quando se realizarem o que você vai fazer? Sentar em um cadeira e dizer "agora posso morrer? -Ironizou.

-Acho que vai ser exatamente assim. -Sorri.

-Unnie!!! -Ela esperniou.

-Jin-Aah é minha decisão, não é só por você, eu realmente não aguento mais a escola e eu to muito feliz com meus trabalhos.

-Para de mentir! Eles te tratam igual lixo naquela cafeteria. -Ela estava com a voz manhosa a ponto de chorar.

-Só as vezes, mas eu estou bem com isso, vou juntar muito dinheiro e viajar, é meu sonho lembra? -Não era totalmente mentira, mas nos últimos anos tinha me tornado muito dependente de Tae Jin.

-Lembro...-Ela disse fungando o quase choro.

-Então, lembra também que combinamos aceitar as decisões da outra? Você aceita a minha...né? -A encarei.

-Sim...mas só porque eu não posso fazer nada a respeito.

Sorria a ver sua cara manhosa, realmente sempre tive o sonho de conhecer lugares novos, mas sonho foi uma coisa cortada da minha lista, eu tinha que fazer tudo por Tae Jin antes de pensar em mim, nunca reclamei, claro que não, sou agradecida por ter ela, por ao menos uma pessoa ter ficado ao meu lado.

A tarde havia chegado e já estava na hora de ir pro primeiro trabalho do dia, me levantei colocando uma calça Jeans azul e uma blusa Cinza de malha. E prendendo o cabelo em um rabo de cavalo baixo.

-Eu vou ir trabalhar, a gente se vê mais tarde. -Disse a dando um beijo na testa e jogando a bolsa de lado.

-Ok, talvez eu chegue tarde por causa do cursinho. -Disse comendo

-Esta bem...mas Jin-Ah...pra uma idol você come demais. -Ri.

-Unnie estou em fase de crescimento. -Deu de ombros.

-Ok Ok. -Disse saindo. -Cuidado em.

O meu trabalho da tarde era em uma chique cafeteria, as pessoas lá não eram educadas, muito menos simpáticas, te tratavam como lixo, e se cismassem com você...bom era melhor pedir demissão. Uma jovem cismou comigo, eu venho a aturando, mas o que mais queria fazer era mata-la ali mesmo.

-Um Ice Americano e um Choco pie. -Ela disse me encarando.

-Sim senhora. -Me reverenciei sem a olhar.

-Sim Senhora? -Alterou a voz.

-Senhorita, desculpe. -Convertei ainda não a olhando.

-Porque você não me diz isso me olhando? Tem medo que eu descubra que são mentiras essas suas desculpas?

-Desculpa, vou trazer o seu pedido rapidamente. -A olhei e sai.

Ao chegar no balcão tive que respirar uma vinte vezes pra não correr lá é soca-la a fuça na frente de todo mundo e acabar dormindo na cadeia.

-Você demorou muito. -Me olhou irritada.

-Desculpe...-Disse colocando as coisas na mesa.

-Aaaah presta atenção garota! -Ela disse atuando assustada depois de jogar o café em mim e no chão.

Eu estava furiosa, eu queria voar nela, eu queria tirar todos aqueles cílios falsos dela no tapa...mas ficou só no querer. Respirei incontáveis vezes até ouvir.

-Ya Wendy o que você pensa que esta fazendo? -Uma voz atrás de mim disse grosseira.

-A...Oppa...o café acabou caindo, porque essa garota não presta atenção.

Eu permanecia ali molhada a olhando, tentando pensar em qualquer coisa que não fosse agressão.

-Eu vi que foi você senhorita Wendy! Se desculpe. -Ele ficou ao meu lado, mas nem sequer o olhei, apenas para seus sapatos que exalavam dinheiro.

-Mas Oppa...

-Agora! -Ele alterou a voz fazendo todo mundo nós olhar e minha gerente ir até a mesa.

-Eu sinto muito, nossa empregada fazer vocês passarem por esse transtorno. Se desculpe Tae Hee-shi. -Ela me olhou com aqueles olhos nervosos...eu não queria me desculpar.

-Não foi culpa dela...-Ele insistiu.

-Se desculpe agora!!! -Ela gritou comigo, porque? Porque eu era a  fraca ali. A que precisava de dinheiro.

-De-Desculpe. -A olhei e em seguida passei os olhos pelo garoto que me encarava com olhos decepcionados.

-Você está louca Kim Tae Hee? Qual é o dilema do nosso café? -Berrava.

-O cliente sempre está certo...-Disse suspirando.

-Então porque diabos você não pediu desculpas logo? -Abaixou o tom de voz.

-Porque não importa o que eu falar, ela implicou comigo. -A olhei.

-Quer saber Tae Hee-shi...você esta demitida, eu sinto muito, não posso mais aturar você aqui.

Ah claro...que dia ótimo, perco escola, perco trabalho, e tenho que me humilhar.

-Senhora...eu não posso eu dependo desse emprego, por favor não vai acontecer mais...-Segurei suas mãos....implorando.

-Eu sinto muito. -Disse puxando suas mãos das minhas. -Volte aqui amanhã pra pegar o resto do seu acerto. -Disse deixando uma pequena quantia em minhas mãos.

Eles sempre diziam "sinto muito" por mais que você se humilhasse...eles não sentem nada, nem um pouquinho sequer.

Fui ao vestiário tirando meu uniforme e voltando a colocar minhas roupas, enquanto encarava meu rosto no espelho, se eu fosse um pouco mais bonita poderia ser uma idol que nem Tae Jin, ou se soubesse cantar ou dançar, se eu tivesse algum talento eu podia inventar algo revolucionário e virar a maior milionária da Coréia... Mas a única coisa que tenho é bastante força para trabalhar. -Sorri de lado.

Coloquei a bolsa de lado e sai sem olhar pra trás, afinal já tinha sido demitida, precisava encontrar outro emprego logo, como estava anoitecendo precisava ir ao meu outro emprego, mas assim que sai pela porta de trás no beco o mesmo garoto da pele morena estava escorado na parede, e me olhou soltando um sorriso de leve, tentei não me apavorar.

-Desculpa por hoje mais cedo. -Ele disse parando na minha frente, era bem  mais alto que eu.

-Nada...eu que tenho que pedir. -Sorri sem graça. -Mesmo sabendo que não estava errada, meus lábios já se acostumavam em dizer tais palavras. 

-O que? Você não fez nada de errado, eu sinto muito mesmo, ela é um pouco revoltadinha e desconta nas pessoas erradas. -Colocou a mão na cabeça mostrando seu eye line com um sorriso tímido.

-Talvez ela precise de um psicólogo. -Ironizei. -Ah...desculpa falar assim da sua namorada, foi sem querer. -Fui me curvar mas ele segurou meus ombros.

-Para de fazer isso...-Disse me olhando feio por ter me curvado. -E ela é minha irmã, não namorada. -Piscou e meu coração fez questão de ir parar na minha garganta.

-Aah...

-O que é isso...você foi demitida? -Disse olhando pro envelope em minha mão.

-Aaah...er...

-Isso é ruim... -Ele disse se virando e chutando uma lata. -O que eu posso fazer  pra te recompensar? -voltou a me olhar.

-Não precisa, isso acontece. -Já estava na hora de ir pro próximo emprego.

-Quanto você quer? -Me olhou, disse em um tom normal, mas já pensava que ele era só mais um dos idiotas que pensava que se resolvia tudo com dinheiro...mas era verdade.

-Olha eu to atrasada pra ir pro meu próximo emprego.

-Desculpa, mas eu preciso saber como te recompensar. -Me olhou aflito.

-Você é daquelas pessoas ricas que tem carrões legais né?

-Não tenho um carro tão legal...-ficou sem graça.

-Bom mas tem um, pode me recompensar me dando uma carona até meu emprego já que estou atrasada. -Disse sem um pingo de vergonha na cara.

-Ah seria um prazer. -Sorriu.

Durante todo o caminho não conversamos ou sequer nos olhamos, apenas ele concentrado na estrada e eu concentrada na janela tentando aprender como se respirar. 
Já conseguindo, senti o aroma do carro, era um tanto como cheiro de bebê, como se cuidasse do carro com todo carinho. Sem perceber que o fitava ele me olhou e sorriu.

-O que foi? Perguntou me fazendo sair do transe.

-Você parece gostar muito do seu carro...

-Ah sim...foi um presente da minha mãe, então apesar de ser velho, gosto muito dele. -Sorriu orgulhoso.

-Aah...sim. -Parando pra pensar ele já tinha me contado bastante sobre sua vida, que a garota chata era sua irmã, que tinha problemas, que ganhou um carro se sua mãe.

-Acho legal isso que você faz. -Ele disse quebrando o silêncio.

-O que eu faço? -Perguntei sem jeito.

-Você viaja, do nada.

-É aqui! -Disse e ele estacionou rapidamente.

-Obrigada...então... Adeus. -Disse saindo do carro.

-Aaa só pra constar meu nome é Jong Yoon, Kim Jong Yoon.-Sorriu

-Ah...Prazer Tae Hee, Kim Tae Hee. -Sorri de volta.

-Wa você é da família Kim também. -Ta o que isso tem a ver?

-De certa forma. -Sorri. -Tenho que ir. -Disse já acenando. -Então, Adeus.

-Até logo. -Sorriu e deu partida. 

Já cheguei no serviço levando bronca por chegar uns cinco minutos atrasada...imagina se não tivesse tido carona, iria chegar vinte e seria demitida já de uma vez.

O meu trabalho noturno é em um hotel, trabalho na lavanderia do hotel, e como é um lugar chique é tudo a mão, são milhares de jovens e senhoras que ficam aqui nesse forno lavando as roupas dos ricos que não gostam de usar maquina...porque eu só trabalho pra rico? Simples...apesar de ser a coisa mais chata do mundo, o salário é maior, e estamos aqui por dinheiro, não é mesmo?

Sai do trabalho umas 22:00 e fui para o ponto de ônibus, estavam tão cansada que acordava toda hora com minha cabeça batendo no vidro da janela do ônibus.

-Senhorita não vai descer? -O motorista me cutucava e levantei rápido.

-Oh! Eu sinto muito! -Disse descendo do ônibus, sempre descia na última parada, já que minha casa ficava na favela se Seoul, de uns tempos pra cá as favelas foram se acabando, mas só sobrou essa, ficou mais como "bairro histórico"

Me arrastei até em casa e encontrei Tae Jin sentada na mesa com fones de ouvido.

-Ya! -A assustei.

-Unnieee não faça isso. -Disse ela com a mão no coração.

-Sorry...o que ta fazendo?

-Estudando música, na próxima semana vai ter mais uma daquelas avaliações mensais e preciso estar preparada.

-Humm...sim...Jin-Aa eu sei que precisa estar preparada, mas também precisa ir para a escola. -Disse tirando seus fones e  os enrolando no seu celular. -Vá dormir.

-Okay...você também. -Ela me olhou fazendo careta. -Boa Noite.

Assim que ela se deitou fui ao banheiro tomar um banho depois daquele dia que tanto desejei que acabasse, sentei de frente a mesa olhando todas as quelas contas que precisavam ser pagar, e suspirei, definitivamente aquele dia precisava ser apagado do calendário.

（〜^∇^)〜

Me levantei mais tarde do que deveria, parece que o dia  anterior foi mesmo muito pesado, escutava barulho na cozinha e com certeza era Tae Jin já que só ela fazia comida batendo as panelas.

Me levantei soltando um leve bom dia  indo direto para o banheiro enquanto fazia minha higiene matinal e tomava um banho. Quando sai Tae Jin já não estava mais lá, apenas um bilhete na mesa em cima da comida escrito "Coma tudo" ela sempre fazia isso, porque eu sempre comia pouco, não porque não gostava de comida, mas por falta de tempo e estar  sempre correndo.

Como eu estava desempregada mesmo e não precisava de escola, comi  tudo e direito sem precisar engolir as pressas, procurava no jornal alguns lugares que precisavam de emprego. E me lembrei que precisava voltar no café para pegar o resto do pagamento.

Coloquei uma bermuda jeans preta e uma camiseta longa branca e meu tênis já velho e fui em direção ao café enquanto prendia meu cabelo. Fiz uma caminhada longa pra economizar no dinheiro do ônibus.

-Oh!? -Disse avistando um rosto parecido que me recebeu com um sorriso.

-Que coincidência não? -Ele sorriu.

-Bom...sim...por mais que eu não ache que é só coincidência. -Sorri torto.

-Sente-se. -Disse apontando para a cadeira a sua frente, ele estava todo arrumado, diferente de ontem vestia um terno preto e apesar de não usar gravada o deixava bem sério, ainda mais com aquele topete.

-Un...eu não posso. -Disse me pondo do lado da mesa.

-Como não? Esta aqui como cliente, não é mais uma empregada certo? -Certo...então o que eu estava fazendo? Apenas concordei e me sentei a sua frente.

-Então, o que quer comigo? -Disse o olhando curiosa. -Você é uma pessoa gentil eu sei, mas você já me fez um favor, já se desculpou. -Sorri.

-Não...o que eu quero dizer é diferente.

Apenas o olhei curiosa.

-Tenho um emprego pra você.

-Olha eu sei que eu aparente precisar, e eu preciso mesmo, mas não é bem assim...

-Você nem ouviu minha proposta. -Ele tentou fazer cara de bravo mas logo sorriu quebrando o gelo.

-Então Kim Jong Yoon qual é sua proposta? -perguntei arrumando minha posição.

-Bom, você parece ser uma garota bem firme, e era isso que eu e meu pai estávamos procurando para o nosso irmão.

"Loading..."

-O que eu quero dizer é. -Ele riu. -Que eu quero que você seja uma "babá" integral.

-Babá? Integral? Eu tenho uma irmã pra cuidar, sinto muito. -Disse tudo rapidamente.

-Bom se não pode ser integral, então até as 20h. -Sorriu.

-Explique por favor. -Eu estava frustrada, não entendendo a mínima.

-Bom, vou te explicar tudinho e caso concorde preparar o contrato, minha família é dona da revista "Eclare" e é uma revista bem famosa no estrangeiro, como  somos bem sucedidos a concorrência sempre quer colocar boatos e sempre estão de olho em nós, o problema é que meus irmãos caçulas não ajudam em nada.

-A garota eu faço ideia. -Disse até sem pensar.

-Sim, Wendy é bem mimada e como nosso pai se casou novamente ela ficou pior.

-E você tem outro irmão mais novo...

-Sim, e é exatamente nele que queria chegar.

-Ele parece ser uma criança problemática pra precisar de uma babá.

-Sim...o problema é que ele não é criança, apesar de tudo.

-Mas como assim ?

-Ele esta no último ano da escola, e ele é bem bad boy, eu estou sempre sofrendo pra tentar tampar a boca da mídia, ele esta sempre aprontando, mexendo com as garotas ricas que não se deve mexer, é muito cansativo pra mim ter que ajudar meu pai a cuidar da empresa e ainda cuidar dos problemas dos meus irmãos.

-Meu Deus, você é um anjo...-Disse e logo percebendo o que falei, corando.

-Obrigada...mas é ai que você entra. -Ele sorriu.

-Mas...oi?

-Você tem pulso firme, consegue colocar meu irmão na linha, e ser meu braço direito, impedindo ele de causar problemas.

-Uma babá pra um cara da minha idade? -RI incrédula.

-Exatamente.

-E sua irmã? Ela não me comeria viva?

-Você vai ter autoridade sobre meu irmão, e é claro ela não poderá lhe tocar ou lhe dirigir palavras ofensivas, por que por enquanto ela eu consigo me lidar sozinho.

-Mas ainda sim não sei se posso aceitar, o senhor é muito gentil, mas...

-Eu lhe pago o dobro dos dois empregos, ou melhor o triplo.

-Você só pode estar zoando comigo.

-Não, não estou. -Sorriu simpático.

Pensei em várias possibilidades e desculpas pra sair dali e nunca mais o ver, mas porque não aceitar? Eu precisava... E era muito dinheiro.

-Okay. -Suspirei.

-Boa escolha jovem, amanhã nos encontramos pra você ler o contrato e condições, etc. -Ele disse se levantando. -Eu vou indo porque estou ocupado.

-S-sim senhor.

-E pode falar normal comigo. -Sorriu. -Até amanhã.

-A...Até. -Disse enquanto encarava o endereço que ele deixara no guardanapo.

Eu estava pensando no que eu acabara de fazer com minha vida, mas era engraçado, a sensação de que tudo estava começando a se mover, e que talvez amanhã fosse diferente dos outros dias que foram todos iguais.