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História Psycho Crazy Love - Por que tão séria?


Escrita por: ImAFuckingQueen

Capítulo 8 - Por que tão séria?


Amanda injetou uma dosagem de calmante em Coringa, para que ele ficasse menos eufórico. Tirou rapidamente a camisa de forças para colher sangue do Joker, que em nenhum momento saiu da mira das armas. Camisa de força colocada, cinto apertado e algemas bem presas nos tornozelos dele, eu pedi para que Amanda se retirasse. Ela sabia que eu gostava de privacidade com o paciente. Já os guardas não ficaram tão contentes.

- Não podemos sair da sala. Temos que ficar de olho. – eles disseram.

- Bem, acho que a médica aqui sou eu. – disse, já com a paciência por um fio. – Minha forma de trabalho é assim, com privacidade. E não vão ser vocês que vão atrapalhar isso.

- Não queremos ofender... – começou um guarda.

- Não ligo para o que querem. Podem conversar com o Dr. Smithson depois. Ele sabe muito bem minha forma de trabalho, tanto que me escolheu pra ser psiquiatra do Coringa. Vocês vão estar próximos a porta. Qualquer coisa eu grito, vocês entram e matam ele. Mas tenho certeza de que nada vai acontecer.

Eles me encaram céticos, mas se dão por vencidos, saindo e fechando a porta. Eu ainda podia ver a silhueta dos uniformes negros pelo vidro da porta, mas eles só ouviriam algo se eu gritasse muito alto. Ótimo. Privacidade é tudo.

Tiro da bolsa meu gravador, a ‘’Pasta do Coringa’’, minha caderneta de paciente e uma caneta.

- Bom dia novamente, Coringa. –digo, ainda séria.

- Coringa não. – ele choraminga debochado.  

-Senhor C. Como se sente? – indago.

- Muito bem. A proposito eu adorei a sua blusa. Verde fica muito bem em você. – ele diz e eu percebo que está debochando de mim. . 

- Não gosto que debochem de mim. –digo calmamente. – Você gosta?

- Mas não estou debochando.

Encaro seu rosto branco leitoso, seus olhos claros como vidro e seus cabelos verdes ainda muito bem penteados para trás. O brilho louco em seu olho e o sorriso psicótico nos lábios vermelhos não perde o exagero nunca. Ele possuía uma cicatriz em forma de J na bochecha e uma tatuagem escrita ‘’Damaged’’ na testa. E de certa forma, Coringa era bonito. Sim. Mesmo com a cicatriz. Era uma beleza singular, exótica e marcante.

- Gosta de tatuagens, pelo visto. – eu falo, menos séria. Eu também adorava tatuagens. E tatuagens poderiam dizer muito sobre o dono. 

- São artes magnificas, Dra. Não acha?

- Acho. –respondi firme. – Adoro tatuagem.

- Tem alguma? – ele indagou, lançando-me um sorriso malicioso.

- Tenho três. – respondi e anotei rapidamente na folha: ‘’gosto por tatuagens’’.

- Quais?

Parei e o encarei novamente, percebendo o que ele estava tentando fazer.

- O foco aqui é você, não eu. – fico séria novamente.

- Oh, Dra. Por que tão séria? –ele pergunta, sorrindo. – A vida é uma droga e por isso temos que vive-la sorrindo. Não podemos deixar que ela pense que somos subordinados as merdas dela.

- Mas nós somos. – retruco, o encarando com ceticismo.

- Se você pensa que não é, você não é. – ele diz. – Agora, se você pensa que é, você é. É aquela frase: ‘’sou logo existo’’. Tem algum sentido.

- O que você é influi na forma como você existe.

Ele sorriu ainda mais abertamente.

- Estou começando a gostar dessa coisa de terapia. – ele diz.

- Por que não gostava antes?

- O Arkham só me arrumou psiquiatras burros. – ele revirou os olhos. – Era um insulto à minha inteligência.

- Você se considera inteligente? – pergunto, anotando: ‘’arrogância’’ na minha folha.

- Você me acha arrogante, doutora? –ele arqueia as sobrancelhas.

- Vou te contar uma coisa que levo comigo na vida: antes arrogante do que ignorante. – digo e lhe lanço uma piscadela.

Ele ri e se inclina em direção à mesa.

- Sim, eu sou inteligente.

- Qual o seu QI? –pergunto.

Ele dá de ombros.

- Saber a pontuação em QI é necessário?

- É uma forma de medição. E você também pode esfregar na cara das pessoas: ‘’olha, meu QI é 163 e o seu é 115’’.

Coringa solta uma gargalhada alto e exagerada e não pude deixar de rir junto.

- Creio que seu QI seja 163. – ele diz, ainda rindo.

- Sim. Estou lutando para aumenta-lo.

- Já é um gênio.

- Quero ser o gênio. – afirmo, lhe lançando um sorriso sagaz.

- Depois de mim, claro. – ele rebate.

- Claro.

- Fiquei curioso pra saber o meu QI. – ele diz pensativo. – Você está me instigando, Dra. Gosto disso.

Sorrio. Yes!

- Amanhã trago o ‘’Teste psiquiátrico de QI para detentos com transtornos mentais’’. – cito o nome do teste e anoto na folha ‘’não esquecer o teste’’.

- Você acha que sou transtornado, Dra? – ele indaga, tombando a cabeça para o lado de uma forma adorável.

Uou! Adorável? Sério, Gabriella? O Coringa pode ser tudo, menos adorável. Sua louca.

- Me responda uma coisa, Coringa. – fugi da pergunta. – Como você veio parar no Arkham?

- Hum, deixei o Batman me capturar. – ele deu de ombros.

Opa. Opa! O-P-A.

- Você deixou o Batman te capturar? – indaguei, surpresa.

- Sim. Fiquei sabendo que uma ex vendedora convertida à médica estava trabalhando no Arkham. Super capacitada, provavelmente ficaria comigo.

Então ele se lembrava de mim? Ele se lembrava de que deixara Kop matar Melanie? Ele se lembrava de tudo aquilo? E mesmo assim tratou do assunto como se não fosse nada demais.

Anotei ‘’ realmente psicopata’’ na minha folha.

- Agora eu gostei. – ele disse, lendo minha folha. – Muito mais a minha cara.

- Realmente. – eu disse, retomando a seriedade. – Pois bem. Acho que teremos isso por hoje.

- Ah, mas já, Dra? –ele indaga, fazendo uma careta frustrada. – Estava tão legal.

- Realmente estava. –concordo com ele. Eu realmente gostei de conversar com ele. – Mas por hoje é o bastante. Alcancei minha meta.

- Ah é, e qual era? – ele pergunta, parecendo interessado.

- Te deixar a vontade comigo. E parece que consegui. – falei me sentindo vitoriosa e ele sorriu.

Ele sorria muito. Nem parecia um assassino psicopata que matava por diversão. Parecia apenas um ser humano feliz que via motivo de riso em tudo. Quer dizer, segundo a psiquiatria pessoas que sorriem demais por tudo são deprimidas, mas enfim. Coringa com certeza não tinha depressão.

- Antes, mais uma pergunta. – digo.

- Ora, Dra. Quinzelle, está me deixando impaciente com essas perguntas. Você sabe tudo sobre mim e eu não sei nada sobre você.

- Um acordo, então? –arqueei a sobrancelha.

- Gosto de acordos. – ele disse satisfeito.

- Você me responde essa pergunta e eu te respondo qualquer pergunta que você fizer sobre mim. Mas só uma.

- Tudo bem. Podemos fazer uma ‘’Sessão da Última pergunta’’ no final de cada consulta. Tenho curiosidade sobre você.

Penso um pouco a respeito, mas assinto. Eu poderia mentir de vez em quando.

- Fechado. – eu disse. – Minha pergunta é: Por que te chamam de ‘’Palhaço’’? ‘’Príncipe Palhaço do Crime’’, ‘’Palhaço’’, ‘’Palhaço de Gotham’’...?

- Talvez por conta do meu cabelo. Do meu sorriso constante?  Da minha pele leitosa? Do meu bom humor? Das minhas maravilhosas piadas ou frases bem humoradas? – ele diz como se fosse óbvio.

- Realmente, bem óbvio. Eu só queria ter certeza. – lhe lanço um sorriso. – Sua vez.

- Quais são as suas três tatuagens? Se você não me responder a verdade eu não vou conseguir dormir.

Dessa vez vou responder a verdade.

- Tenho um bobo da corte que tatuei aos 18 anos, foi minha primeira tatuagem. Uma escrito ‘’Goodbye’’ e alguns pássaros. 

- Certo. –ele sorriu. – Amanhã vou querer saber a localização.

Corei com o comentário e organizei minhas coisas.

- Até amanhã, Coringa. Digo, Mister J.

- Até amanhã, Dra. Quinzelle.

Foi um longo dia. Mas um dia produtivo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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