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História Public - Two


Escrita por: bossceo

Notas do Autor


TO DE VOLTA MEUS AMORES!!! Tentarei atualizar assim, todos os sábados, certo? Já tenho mais um cap pronto, fora esse, então eu to bem adiantada ^^

Fico feliz que a fic tenha dado bons resultados! Essa cap mostra um pouquinho mais a relação dos dois e como se sentem um pelo outro <3 Boa leitura.

Capítulo 2 - Two


“Você deveria se afastar do Jooheon oppa.

Ele sequer é seu amigo de verdade.”

 

Changkyun riu de maneira sarcástica. Já deveria ser o quinto comentário somente naquela semana, o bastante para lhe deixar anestesiado em relação aos constantes ataques que passou a receber. Naquele ponto, o estudante de Engenharia de Produção sequer se importava se as palavras ali ditas eram verdade ou não, já que a maioria das baboseiras que comentavam eram causadas por um ciúmes ou obsessão paranóicos em relação a Jooheon. O melhor amigo estava se tornando um tópico cada vez mais comentado entre os adolescentes coreanos. Changkyun não o culpava: ele era espontâneo e divertido. Vez ou outra se pegava assistindo aos vídeos do rapaz, mas desistia da ideia sempre que percebia que tinha aquela mesma pessoa debaixo do mesmo teto em que se encontrava. Não queria que a relação entre os dois se tornasse algo tão mecânico à esse ponto e isso lhe fazia considerar ficar mais próximo da produção de vídeos do YouTuber. Talvez dessa forma pudesse compreender melhor Jooheon e quem sabe descobrisse um pouco mais sobre seus interesses.

 

Desde sua conversa com Kihyun, suas interações com Jooheon pareciam mais cautelosas se comparadas a anteriormente. Ele sabia que o gamer já estava estranhando seu comportamento por suas constantes saídas noturnas para visitar Kihyun - quando se dava ao trabalho de explicar para onde ia - agora, agindo dessa forma, a pulga atrás da orelha do rapaz seria ainda mais incômoda. Changkyun estava agindo como se fosse um jovem bobo com seu primeiro amor. O escritor já havia se apaixonado antes e por homens, então esse sequer chegava a ser o problema. Todo a grande problemática de dava ao medo avassalador que sentia de perder o melhor amigo por conta de seus sentimentos bobos. Se por um acaso do destino, por muita sorte da sua parte, Jooheon correspondesse toda aquela avalanche de sensações que Changkyun sentia, a probabilidade que eles teriam de terminar um possível envolvimento era enorme. O Im até fez uma lista mental de motivos pelo qual ele jamais deveria tentar algo.

Ele pode me rejeitar, e nossa amizade acabará.

Se por um acaso ele compreender, mas recusar, ele irá se envolver com outras pessoas, eu irei me machucar, e nossa amizade acabará.

Talvez - com chances absurdamente minúsculas - se ele aceitar, nós podemos terminar. Um: Relacionamentos homoafetivos não eram bem aceitos. Dois: Jooheon conhecia muitas pessoas, e minha auto estima já não era grande o bastante, quanto mais competindo com desconhecidos que entendem mais dos gostos de Jooheon que ele próprio.

Em resumo: nossa amizade acabará.

 

Não era como se tivesse escolha. Temia demais, o suficiente para ser incapaz de fazer qualquer coisa. Preferia ficar sem descobrir os sentimentos do melhor amigo se fosse para acabar daquela forma. Odiava arriscar, desde um chute ousado no futebol até em relação às suas publicações. Changkyun não gostava de errar, não gostava de ser pressionado e de sofrer a consequência de suas falhas, por isso, se precavia.

 

No dia em questão, Jooheon havia o convidado para assistirem a uma maratona de filmes enquanto comiam doces e tomavam refrigerante. Acabaram fazendo uma sessão de Harry Potter por completa e total influência de Changkyun, um fã assumido dos livros e dos filmes. Riram bastante das piadas bobas que faziam ao decorrer dos filmes, mas pararam no quinto, quando a pizza chegou. Comeram até ficarem satisfeitos e com os corpos cansados em reflexo ao longo dia de filmes. O mais novo ia sugerir que fossem dormir e que acabassem em um outro dia, já que teriam aula no dia seguinte. Era a única decisão racional.

 

Porém, Jooheon nunca foi um homem muito racional.

 

Sugeriu que assistissem à um novo filme de terror, bastante popular na época. Sua teimosia era notável, o que resultou em um Changkyun convencido de que teriam tempo para assistir ao filme com tranquilidade. Bem, eles viram o filme, mas a parte da tranquilidade ficou apenas no papel. Em apenas vinte e cinco minutos, Jooheon ja estava colado ao corpo do Im, assustado com as cenas sangrentas e assustadoras que passavam pela tela plana da sala que compartilhavam.

 

Com aquilo, o mais jovem já estava mais que acostumado, contudo, não com a respiração pesada do rapaz contra a curva do seu pescoço e os braços enlaçando seu corpo com firmeza. O escritor sequer conseguia respirar daquela forma, com medo de acabar se descontrolando pelo nervosismo é que Jooheon notasse o seu estado somente com um abraço desengonçado no tapete. E ele estava torcendo para as coisas não piorarem, mas como tudo na vida, piorou. Em dado momento, Jooheon se assustou com uma cena qualquer, acabando por pousar sua mão em um local mais que inadequado.

 

Changkyun cutucou as costelas do amigo, extremamente encabulado com a posição em que estavam. Recebeu em resposta um salto do mais velho, que, como sempre, assustou-se com o toque inesperado. Changkyun riu fraco, mas logo tratou de arrumar uma explicação para o seu incômodo. Claro, ele falhou miseravelmente, gaguejando mais do que o necessário para explicar o que estava acontecendo fora da consciência do gamer. O resultado foi um Changkyun constrangido ao extremo, removendo por conta própria a mão que repousava por cima da sua bermuda. Jooheon apenas riu.

 

Uma maldita risada que deixou a cabeça do Im repleta de interrogações. Ele sequer quis pensar muito nisso, mas havia sido uma situação vergonhosa e Jooheon sequer se desculpou pelo ocorrido, como se fosse algo tão banal que não era preciso uma explicação ou um pedido de desculpas. Aquilo o levou a deduzir - contra a sua vontade - que o Youtuber achava que a intimidade entre eles ia muito além do que ele mesmo pensava.

 

Changkyun não soube dizer o quanto isso era bom e o quanto era prejudicial. Talvez significasse que ele sentia algo a mais para ser tão carente de toques e tão calmo em relação a incidentes como aquele. Talvez ele tivesse apenas rido em sinal de constrangimento. Ou, quem sabe, ele riu por que sabia de tudo que o melhor amigo sentia. O morador mais jovem do apartamento dividido não conseguiu mais se concentrar em detalhe algum do filme, apenas sentindo o quão quentinha a pele de Jooheon poderia ser com tamanha proximidade.

 

Eles se retiraram da sala, Jooheon desligou os aparelhos e Changkyun lavou e limpou toda a sujeira que haviam feito. O mais jovem estava mais que pronto para tomar um banho e dormir, ao menos naquele momento teria um espaço para pensar e relaxar um pouco. Ao menos foi o que pensou, o que foi uma falha tremenda. Jooheon estava em seu estado de pavor costumeiro de quando assistia ou jogava algo relacionado a terror. Naqueles casos, o jovem poderia se assustar até com o barulho da chuva batendo contra a sua janela.

 

Como era de se esperar, eles tomaram banho juntos, o que foi o cúmulo do constrangimento para o rapaz mais jovem. Jooheon. Ele torcia para todos os deuses que o gamer não houvesse notado, mas claro que Jooheon não era bobo e sabia que o melhor amigo estava agindo de maneira estranha quando próximo a si. Aquilo só poderia significar duas coisas: Ou ele estava apaixonado por alguém, ou por si. E a segunda opção era aquela pelo qual ele torcia com todas as suas forças. Não era novidade alguma para si mesmo que tinha uma queda por Changkyun.

 

Seu interesse surgiu quando soube que ele era homoafetivo, o que lhe causou curiosidade. Não curiosidade em relação a si próprio, mas sobre como o amigo havia se descoberto daquela forma. Chegou a conclusão que aquilo não era coisa de se descobrir, que apenas acontecia sem aviso ou motivo. E então Jooheon passou a admirar Changkyun, sem que ele mesmo soubesse o motivo. Eles passaram a apoiar os projetos um do outro e a se conhecerem ainda mais, nessa época onde os hormônios estavam a flor da pele. Já eram tão próximos que o Lee pensou que não era paixão o que sentia, mas sim uma atração temporária pelo melhor amigo, considerando o tempo que passavam juntos.

 

Depois que estavam devidamente limpos e de algumas pegadinhas feitas pelo mais baixo com o nervosismo do gamer, Jooheon buscou por roupas confortáveis para dormir no quarto do amigo. Vestiu-se apropriadamente e levou consigo seu travesseiro e lençol de estimação, já que não dormiria sem aquelas peças. Apareceu na porta no escritor como uma criança dengosa e assustada, e, bem, vez ou outra era assim que era visto por Changkyun.

 

O mais novo riu, dando duas palminhas na sua cama, indicando que o rapaz poderia se deitar lá. Em uma rápida checagem no relógio, Jooheon notou que já passavam das duas da manhã, então se recolheram para dormir sem mais enrolações. O Im um pouco nervoso pela aproximação, coisa que não costumava sentir, e o Lee pelas cenas assombrosas que percorriam sua mente vez ou outra.

 

Changkyun não pôde dormir. Seu coração batia como um tambor, tão forte que não sabia como Jooheon não percebera. A imagem de um Jooheon adormecido, tranquilo, lhe fez sorrir um tanto bobo. Era como se fosse uma criança presa ao corpo de um quase adulto. A cena seria adorável, e o estudante de Engenharia seria capaz de rir ou tirar uma foto daquilo para poder brincar com a imagem do amigo em um momento futuro, porém, tudo o que conseguiu fazer foi soltar um suspiro cansado.

 

Quando teve certeza que Jooheon adormeceu, tratou de ligar seu notebook para checar seu tão amado blog. Haviam comentários e críticas positivas, mas, como era de se esperar, havia aqueles comentários em específico que magoavam seu ego sempre que os lia. Contido, naquele dia em questão, Changkyun já não dava o devido valor as fãs de Jooheon e seu ódio gratuito e sem razão. Ele se sentia neutro, anestesiado. Estava prestes a fechar a aba, quando sentiu uma movimentação atrás de si.

 

- Você não dormiu? - O mais velho questionou, sonolento. Changkyun abriu sua boca para argumentar, mas Jooheon fez questão de se mover até os pés da cama - onde estava usando o computador - para checar o que o amigo fazia.

 

O escritor não foi capaz de fechar o conteúdo. Seria rude da sua parte. Jooheon meu aquelas palavras e respirou fundo, direcionando seu olhar para o melhor amigo ao seu lado em seguida. Não queria que ele sofresse esse tipo de ataque, não queria que ele fosse machucado. Os rostos estavam tão próximos que Changkyun quase saltou para trás quando os narizes se tocaram, de maneira sutil e quase imperceptível. Foi como um choque de adrenalina.

 

- Não leia essas coisas. - Pediu.

- Eu não me importo, hyung.

- Mas não leia. Eu não quero que você se machuque por isso.

- Jooheon, é sério, eu realmente não me importo. - Tentou ser firme, mas não conseguia falar aquelas coisas olhando diretamente para o rosto do amigo tão próximo ao seu. Ele sentia que seu peito ia explodir a qualquer segundo.

- Se te incomodar…

- Eu vou te dizer. Eu prometo.

- Ótimo… - O mais velho suspirou, ainda cansado e sonolento. - Vamos dormir, hm?

- Eu não estou com sono. Você pode ir dormir se quiser.

- Então me deixa ficar aqui. - Pediu, manhoso. - Eu juro que não te atrapalho.

- O que está sugerindo, Lee Jooheon?

- Você continua aí e eu durmo aqui. Abraçadinho com você.

 

Changkyun não conseguiria negar aquele pedido. Sorriu fraco, concordando em seguida. O mais velho repetiu o ato, sorrindo quase como uma criança ao ganhar seu doce favorito. Passou o lençol pelo corpo do mais novo de forma que este não sentisse frio e logo tratou de abraçar de maneira aconchegante. Changkyun riu soprado do quão manhoso seu amigo podia ser, logo tentando voltar a sua atenção ao notebook a sua frente enquanto tentava acalmar as batidas do seu coração.

 

O contato era gostoso e confortável. Era bom saber que o rapaz confiava em si em um momento de medo e que gostava da sua companhia. Havia um comentário novo e o mais novo resolveu lê-lo por pura curiosidade, talvez até o fizesse rir um pouco. Abriu a página em questão, onde ele havia publicado um texto sobre um filme recente de super heróis. Correu os olhos pela resposta e notou que o nome de Jooheon sequer era citado. Sua vontade de descobrir do que se tratava somente se aguçou.

 

“Woa, sinceramente, kkkk. Como você tem orgulho de postar algo assim? Você sequer escreveu o nome do personagem certo. Kkk, o que as pessoas veem nessas publicações ridículas?”

 

O Im piscou seus olhos, tamanho o seu choque. Seu coração palpitou dolorosamente com as palavras ali escritas. Era a primeira vez que alguém criticava seu trabalho verdadeiramente, não era uma fã boba do seu melhor amigo. Era alguém que havia realmente odiado o que havia feito. Changkyun se sentiu magoado, ferido. Como se seu trabalho tivesse sido em vão, fútil e jogado no lixo. Como se ele não fosse capaz de realmente ter feito algo bom, seus erros se sobrepondo a sua vontade.

 

Ele engoliu em seco, fechando o notebook de uma vez por todas sem sequer desligar o aparelho. O colocou com cuidado no chão, logo repousando sua cabeça na cama. Precisava dormir, afinal, teria aula cedo e se focar naquilo não seria de grande ajuda para si, já que pensamentos negativos não lhe fariam ter um dia muito produtivo. Se sentiu irritado por um momento com Jooheon. O mais velho estava o usando como travesseiro e, apesar do cuidado em lhe cobrir com o lençol, não lhe deu um travesseiro.

 

Tentou chutar o travesseiro nos seus pés, conseguindo agarrar o objeto sem acordar o melhor amigo. Jooheon estava tão fofo daquele jeito, que Changkyun esqueceu-se dos problemas vistos a pouco. Arrumou-se na cama, abraçando de volta o rapaz mais velho, sentindo seu corpo se aquecer junto ao seu coração. Ambos eram seus portos seguros e aquele abraço representava um laço muito mais forte do que os dois imaginavam.

 


Notas Finais


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