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História Púrpura - Capítulo Vinte e Sete


Escrita por: Fram

Notas do Autor


Olá, olá!!!

Depois de oito meses escondida dentro de um poço, trocando figurinhas com a Samara, voltei eu com mais um capítulo de Púrpura. Espero que ainda tenha gente a fim de ler essa história q.

Então, depois de lutar com meu bloqueio durante esses meses, escrever duas fanfics grandes esperando que ajudasse e me ferrando pq não ajudaram tanto quanto eu imaginei, fazer manha, ter crises me achando a pior pessoa e escritora do mundo inteiro, eu finalmente consegui desempacar e trazer mais um capítulo para vocês.

Espero de coração que gostem ^^

Boa leitura e nos vemos nas notas finais ♥ ♥

Capítulo 28 - Capítulo Vinte e Sete


Yujin se remexeu na cadeira desconfortável do posto médico, suspirando logo em seguida. Ela odiava o ar saturado que hospitais tinham, odiava o cheiro de doença mal disfarçado pelo odor pungente de desinfetante.

Brevemente a mulher loira se perguntou se os hospitais no distrito central, especiais para seres sobrenaturais, também tinham aquelas particularidades ou se isso era reservado somente para os pobres hospitais humanos. Antes mesmo de completar o pensamento, ela já sabia resposta. Obviamente os hospitais dos seres sobrenaturais eram muito melhores e mais limpos do que aqueles que eram designados aos humanos. E embora fosse injusto, há muito tempo Yujin se acostumara com o que não podia mudar.

— Kim Yujin? — Uma voz monótona ressoou pelo ambiente, chamando a atenção de Yujin, que imediatamente ergueu a cabeça para encarar a senhora da recepção. — A doutora está esperando. — Completou, apontando com a cabeça ligeiramente para a porta do outro lado do corredor.

Obedientemente, Yujin se levantou de seu lugar e caminhou até a sala indicada, sorrindo um pouco quando seus olhos se fixaram em Lee Haneul, a médica responsável pela maioria dos pacientes que porventura aparecessem naquele pequeno posto.

Não era a primeira vez que Yujin se consultava com Haneul. Por isso ela sabia que a médica, embora não fosse humana, se importava de verdade com seus pacientes, enxergando neles mais do que meros indivíduos sem rosto.

— Você voltou mesmo. — Haneul comentou, surpreendida. Na última consulta, Yujin tinha avisado que talvez não voltasse mais. Que não queria levar adiante a situação em que se encontrava.

— Eu não ia. — Yujin anunciou, adentrando de vez na sala. — Deus sabe que eu não ia voltar. — Repetiu, antes de suspirar e pousar a mão na barriga de forma protetora, embora seu abdômen ainda estivesse reto, a curva de sua barriga mal perceptível pelo tecido de sua roupa. — Mas, no fim... Eu não consegui. — Afirmou, seus olhos cheios de água.

Haneul apenas assentiu, sentando-se e indicando para que a outra mulher fizesse o mesmo. Depois de anos trabalhando para o conselho sobrenatural em áreas designadas para o cuidado dos humanos, ela já estava acostumada, tanto com mulheres se decidindo pelo aborto, quanto mulheres tendo a ideia, mas sem coragem de seguir em frente. Ela não julgava nem uma parcela e nem a outra.

Sabia como era difícil ser somente humano na sociedade que viviam, tendo que lidar com a inconstância, repressão, falta de segurança, e muitas vezes falta de alimento. Em suma, falta de uma estrutura básica de sobrevivência. Não havia tempo fácil para humanos adultos, e decidir trazer uma criança para aquele tipo de realidade era quase cruel. Mas ainda assim, com todas essas dificuldades, tirar um filho nunca era uma decisão fácil.

Haneul podia ter seus princípios, e saber que se fosse com ela, independentemente do que estivesse acontecendo, seu filho nasceria. Mas ela também sabia que sua realidade não era a mesma que a das mulheres daquele lugar. Então ela não julgava.

— Você contou para seu esposo, suponho. — Comentou de forma leve, seu sorriso não se alterando ao encarar Yujin, que assentiu, um sorriso próprio lhe adornando os lábios.

— Ele está feliz. — Yujin respondeu. — Ele é louco por crianças e vive dizendo que não quer que Seokjin cresça sozinho. — Riu um pouco, antes de continuar. — Quem o vê falando do meu filho com tanto carinho até acha que Seokjin é filho biológico dele.

— Seokjin está bem? — Haneul perguntou imediatamente, lembrando-se do rosto do garotinho de cabelos escuros que sempre estava sério. — Faz tempo que você não o trás para eu dar uma olhada.

— Ele está bem. — Yujin afirmou. — Eu não o trouxe, porque, bem, as coisas estão tensas no distrito. — Deu de ombros. — Não quero arriscar sair com ele de casa e acabar parando em uma batida ou algo assim. Temos sorte de que, apesar de estarmos em vigilância, nenhum executor ter batido em nossa casa ou na oficina de Hyunjae ainda. Quero manter meu Seokjin o mais distante possível dessa bagunça. — Completou e Haneul assentiu.

— Eu entendo. — Afirmou, antes de suspirar, pegando os papéis da ficha de Yujin. — Vamos só atualizar sua ficha para que eu possa examinar você e descobrir como seu bebê está, tudo bem?

— Tudo bem. — Yujin respondeu. Ela ainda não tinha certeza se fizera a escolha certa ao desistir do aborto, mas agora que estava ali, a decisão de dar o seu melhor para criança que estava carregando já tomada, ela sabia que não ia voltar atrás. Não depois de ver o marido chorar de emoção quando lhe dissera. Não depois de ver os olhos do filho brilharem de felicidade ao descobrir que teria um irmãozinho.

Ela teria seu bebê. E faria o seu melhor para criá-lo bem.

**Púrpura**

Yoongi estava sendo um covarde.

Ele sabia que, agora que tinha tomado a decisão de procurar Jongdae, falar com o mensageiro dos deuses era imprescindível. Porém ainda estava hesitando. E apesar de estar irritado consigo mesmo, ele não gostava de se enganar. O motivo da sua hesitação era o medo.

Mas quem poderia culpa-lo? Não era a primeira vez que a oportunidade de tentar fazer algo contra aquela maldição terrível aparecia. Não era a primeira vez que Yoongi estaria tentando salvar seu companheiro. Em nenhum das vezes os seus esforços foram recompensados. Ele nunca chegara realmente perto de conseguir o seu intento.

Por isso tomar aquela decisão estava sendo tão difícil. Ele não sabia se conseguiria fazer isso novamente. Não sabia se conseguiria se encher de esperança para depois ter tudo arrancado de si. Ele estava aterrorizado de não conseguir fazer a coisa certa para seu companheiro.

A ligação entre almas gêmeas era complicada de ser descrita. Era ainda pior quando se estava falando sobre as almas gêmeas dos primeiros seres sobrenaturais criados, porque a ligação era ainda mais profunda.

O conceito era quase sempre erroneamente explicado como se fosse uma alma dividida para dois corpos diferentes, quando isso estava muito longe da realidade. Almas gêmeas, no significado mais básico da expressão, são duas almas distintas que foram criadas no mesmo momento, forjadas do mesmo material, compartilhando um elo muito forte. Era como imãs que se atraem apesar da separação do universo. E ainda que distintas, foram feitas para estarem juntas.

Eram um presente carinhoso do destino para os seres terrestres.

O problema é que os seres sobrenaturais foram criados sem o conhecimento e o consentimento dos Deuses, que se sentiram traídos. Não podendo reverter algo que já existia, uma maldição foi lançada. Os quatro seres sobrenaturais originais, até então os únicos criados, cheios de poder e felicidade, tiveram sua alma gêmea negada após um período muito curto.

Eles sempre sentiriam o peso da existência dessa alma, mas estavam impedidos de tê-la. Não importava se ela estaria encarnada ou não, eles ainda sentiriam. Porém não poderiam tocar ou ver. As almas gêmeas sempre estariam fadadas à morte. Para a tortura ser maior para os seres sobrenaturais originais, as almas gêmeas poderiam viver somente alguns dias ou anos, mas a cada tentativa de contato, elas morreriam imediatamente.

Os seres sobrenaturais originais, sempre estavam fadados a ver cada nascimento e cada morte de suas almas gêmeas e, após a morte, sentir o eco delas em seu próprio peito, até que o período de cem anos se completasse. Então elas nasceriam novamente e tudo se repetiria.

Esse era um ciclo doloroso e cruel para quem sentia seus efeitos.

Irritado consigo mesmo, Yoongi grunhiu antes de decidir acabar com isso de vez. Fechou os olhos, tentando se concentrar. Sendo o demônio mais antigo já criado, além de reunir características de todas as classes de demônios, ainda tinha alguns poderes extras. Ele poderia invocar qualquer demônio que quisesse. Qualquer um. Bastava se concentrar no rosto da pessoa com quem desejava falar, e pronto. Como Jongdae, apesar de ser um mensageiro dos deuses, estava usando a identidade de um demônio, também funcionária para ele. Já tinham feito isso antes.

Demorou somente alguns minutos para que o outro homem aparecesse em sua sala, sua expressão cuidadosamente em branco, enquanto analisava o demônio a sua frente.

— Confesso que, apesar de estar esperançoso, seu chamado me surpreendeu. — O mensageiro comentou com voz leve e Yoongi revirou os olhos.

— Não se faça de sonso. — Yoongi rebateu. — Depois do que me ofereceu, você sabia que eu iria te chamar.

— Como eu disse, eu tinha esperança. — Jongdae admitiu, antes de se sentar em uma poltrona. — Mas, depois da forma como você me expulsou daqui depois da nossa última conversa, eu não tinha certeza se você cederia.

— Eu não acredito em você. — Yoongi bufou. — Meu companheiro é o ser mais importante pra mim. Você sabe disso.

— Eu sei. — Jongdae respondeu simples. E o cômodo caiu em silêncio enquanto ambos se analisavam. Yoongi foi o primeiro a quebrar.

— Eu posso senti-lo. — Ele falou, sua voz saindo sussurrada. — Essa é a parte mais cruel dessa maldição. — Comentou amargo. — Porque eu posso sentir a alma dele. Bem aqui dentro. — Bateu no peito. — Ainda não é tão tangível, está muito fraca para realmente fazer diferença. Mas ela já está aqui. E esse peso no meu peito vai aumentar conforme ela cresce... Até o momento em que eles a tirem de mim de novo. — Explicou com os olhos fechados. — Então tudo vai explodir em dor. A maior e pior dor de todo o universo.

— Eu sinto muito, Yoongi. — Jongdae se escusou sincero quando o outro se calou. Ele sabia que as palavras eram pobres para realmente fazerem sentido para Yoongi.

— Eu também. — Yoongi suspirou antes de abrir os olhos. — Eu não posso sentir isso de novo, Jongdae. — Seu tom agora revelava um traço forte de desespero enquanto ele encarava o outro com intensidade, deixando todos os sentimentos transparecerem em seu olhar. — Você tem que me assegurar que isso não vai ser somente sobre salvar a pessoa que será minha companheira. Vai ser sobre mantê-la viva.

— Ela ainda não nasceu. — Jongdae contou, sabendo que para conseguir a ajuda real de Yoongi, ele precisava ser claro. — Na realidade, ela ainda nem existe para uma questão de fato. É somente um amontoado de células, ainda dependendo da mãe para suprir todas as suas necessidades, e vai continuar assim por um tempo. — Yoongi assentiu, sabendo que o que o outro descrevia condizia com o sentimento que a ligação trazia para si. — Quando sua alma gêmea nascer, só teremos alguns meses antes de... — Hesitou por um momento, olhando para Yoongi, que suspirou.

— Antes de morrer. — O demônio original completou baixinho. — E depois... Quando conseguirmos salvá-la... Como vamos mantê-la segura?

— Eu tenho um plano. — Jongdae comentou, sem, no entanto, elaborar, o que fez Yoongi erguer uma sobrancelha.

— Jongdae... — Começou em tom de aviso.

— Isso vai envolver magia. — Jongdae suspirou antes de continuar. Estava acostumado a manter todos os planos para si, mas dessa vez não poderia fazer isso. Yoongi não permitiria. — E nós vamos precisar de Chanyeol, para dar certo.

— Seu híbrido, que sequer sabe que tem magia? — Yoongi se assustou, inclinando-se em direção a Jongdae numa postura ameaçadora. — Eu não vou salvar a vida da minha alma gêmea para depois deixar um feiticeiro amador matá-la com magia.

— Nós temos alguns meses até isso precisar acontecer. — Jongdae explicou com calma. — Até lá, Chanyeol já estará com o poder estabilizado e, de qualquer forma, quem fará o feitiço sou eu. — Revirou os olhos. — Ele só vai ser minha fonte de energia.

— O último feitiço que você fez, colocou uma mulher em coma por anos. — Yoongi rebateu ainda desconfiado.

— Não era a mesma coisa. — Jongdae se defendeu. — O feitiço que fiz com Sunyeol era para passar parte da identidade mágica dela para seu filho. — Contou. — O feitiço que preciso fazer para proteger a sua alma gêmea e a alma gêmea da representante das fadas é de vinculo.

— Vínculo? — Yoongi perguntou curioso.

— Você quer que ela viva, não quer? — Jongdae perguntou, vendo Yoongi assentir. — Então a única forma de burlar os Deuses e não dar chances para que eles a mate, é vincular a vida da sua alma gêmea à sua.

— O que isso quer dizer?

— Quer dizer, meu caro, que, independente de vocês estarem juntos ou não. — Jongdae começou, um sorriso triunfante adornando seus lábios. — Suas vidas estarão conectadas. Enquanto você viver, ela viverá.

Yoongi se encontrou boquiaberto enquanto olhava para Jongdae, as palavras do outro se infiltrando lentamente em seu cérebro.

Ele estava muito perto de ser imortal. Poucas coisas sendo realmente capazes de matá-lo. Se esse feitiço de vínculo desse certo, Jongdae acabara de lhe oferecer uma forma de ludibriar a maldição e enganar os Deuses.

**Púrpura**

Yuri apoiou os braços na mesa e colocou a cabeça sobre eles. A sua enxaqueca já a acompanhava por dias, e ela não tinha ideia se uma hora a dor iria embora.

Os dias no departamento estavam bem parados já que a sua maior investigação fora repassada para os executores especiais. Chanyeol também estava distante, ainda gozando de sua licença para a consumação de seu acasalamento, e Jongin parecia estar envolto em sua própria investigação particular, mesmo que estivesse momentaneamente trabalhando sozinho, já que não quisera aceitar um parceiro provisório.

Yuri estava tentando mover os seus próprios pauzinhos para descobrir a quanto andava a investigação da morte de Kwang, mas até o momento não obtivera nenhum sucesso.

— Senhora? — A voz de Hana soou da porta, fazendo a alfa levantar a cabeça para encarar a garota. — Tem uma pessoa querendo falar com você. — A mulher mais nova anunciou, parecendo um pouco nervosa enquanto trocava os pés.

— Quem é? — Perguntou ao se endireitar na cadeira.

— Ela disse que se chama Kim Danhee. — Hana falou, sua voz caindo para algo que era um pouco mais alto que um sussurro. — Ela tem um crachá de conselheira média. — Comentou, fazendo Yuri erguer uma das sobrancelhas.

— A deixe entrar. — Comandou, intrigada com a visita repentina.

Quando uma senhora grisalha e distinta entrou na sala, Yuri se ergueu da cadeira, inclinando a cabeça em um gesto respeitoso.

— Kwon Yuri? — A mulher perguntou, adiantando-se enquanto oferecia a mão direita. — Eu sou Kim Danhee.

— A que devo a honra? — Yuri indagou, sentando-se e indicando que a outra mulher fizesse o mesmo. — Não é todo dia que temos a ilustre visita de uma conselheira por aqui.

— Eu preciso falar com você sobre o assassinato de Lee Kwang. — Danhee foi direta, mal dando tempo para Yuri piscar.

— Eu sinto em lhe informar que o departamento já não investiga mais esse crime. — Yuri respondeu uniformemente, embora estivesse um pouco confusa.

— Eu sei disso. — Danhee respondeu, antes de se sentar. — E é por isso que vim aqui.

— Como? — Yuri perguntou, cada vez mais confusa diante da postura da outra mulher.

— Eu preciso de você e seus homens no caso. — A mulher grisalha informou. — Extraoficialmente.

Yuri se sentou, seu cérebro finalmente absorvendo um pouco das informações oferecidas.

— O que exatamente a senhora quer de mim, senhora Kim? — Questionou firme, vendo a outra mulher sorrir, antes de começar a falar.

**Púrpura**

Jongin estacionou o carro na beira da floresta, respirando fundo antes de sair do carro e caminhar em direção à sua casa.

Por causa de toda a situação de Chanyeol e Baekhyun, ele praticamente voltara a morar com os pais, achando muito mais fácil se manter perto para caso acontecesse alguma coisa.

Até o momento ninguém, fora o coletivo comandado por seu pai, sabia da presença de Baekhyun no território do orgulho e isso era um alivio. Quanto menos pessoas soubessem, melhor seria, tanto para Baekhyun, quanto para Chanyeol. Ainda mais agora, com essa história de possível gravidez.

Assim que alcançou a sua varanda, cabeça ainda cheia de pensamento sobre o amigo e seu companheiro, parou subitamente, farejando o ar. Franziu o cenho por alguns segundos, antes de relaxar suas feições até que seu rosto demonstrava sua expressão habitual. Assoviando baixinho, inseriu a chave na fechadura e abriu a porta, adentrando a casa logo em seguida.

— Para a moradia de um executor, sua casa foi surpreendentemente fácil de invadir. — Kyungsoo comentou calmamente, não se movendo de onde estava sentado no sofá, uma revista apoiada em suas pernas cruzadas.

— Poucas casas, de executores ou não, conseguem ser imunes a magia. — Jongin comentou tranquilo, entrando de vez na casa e atravessando o cômodo para se sentar na poltrona que estava posicionada de frente para Kyungsoo.  — Acho que só se o executor em questão for um bruxo.

— Você tem razão. — O bruxo concordou, antes de deixar a revista de lado, mudando de posição no sofá, seus olhos focados em Jongin. — Você sabe o porquê da minha vinda aqui. — Começou sem enrolação.

Kyungsoo pensara muito antes de aparecer ali, e chegara a conclusão de que deveria ser o mais direto possível, porém se mantendo do lado educado. Podia não gostar particularmente de Jongin, mas o shifter era sua única chance de saber mais sobre Baekhyun. Ele não podia estragar isso.

— Tem a ver com o seu irmão, certo? — Jongin perguntou suave. O shifter ainda se lembrava bem da expressão de Kyungsoo quando Chanyeol e ele tiraram Baekhyun do Coven. E podia ver, debaixo da postura estoica e indiferente, a ansiedade e a esperança de saber mais sobre o paradeiro do irmão.

— Você sabe onde ele está? — Kyungsoo questionou, embora já soubesse a resposta.

— Sei. — Jongin não via razão em mentir. Até mesmo porque Kyungsoo era esperto o suficiente para ver além do que ele estava falando. Jongin era o melhor amigo do Chanyeol, então com certeza saberia o paradeiro do parceiro. Sabendo de Chanyeol, ele saberia de Baekhyun. — Mas não posso dizer.

— Você tem irmãos, senhor Kim? — Kyungsoo indagou após alguns segundos. Seus lábios estavam pressionados em uma linha fina e de repente, ele não conseguia mais ficar sentado.

— Tenho duas irmãs. — Jongin foi sincero, acompanhando com os olhos seu visitante, que se levantou e começou a andar pelo cômodo, parando em frente à grande janela que dava para a floresta. — Sunkyu e Seok. — Revelou, enquanto também se levantava, um pouco desconfortável em ficar sentado quando o outro estava de pé.

— O que você faria se suas irmãs fossem embora, sem nenhuma explicação e não dessem nenhuma notícia por dias? — O bruxo perguntou, voltando-se para encarar o shifter.

— Eu iria até no inferno para buscá-las. — Respondeu de pronto. — Eu faria qualquer coisa para tê-las perto de mim de novo.

— Então você sabe como eu me sinto. — Kyungsoo afirmou antes de suspirar. Não gostava da ideia de se mostrar ainda mais vulnerável, mas agora sabia qual caminho dava mais chances de fazer Jongin falar e não hesitaria em usá-lo. — Baekhyun é meu único irmão e eu o amo. Não poder estar perto para protegê-lo é doloroso pra mim.

— Eu entendo, senhor Do, mas... — Jongin começou, antes de ser interrompido pelo bruxo.

— Não, acho que o senhor não entende, pelo menos não totalmente. — Respirou fundo. — Eu não peço desculpas e eu nunca imploro, senhor Kim, mas estou fazendo isso agora. Implorando. — Reforçou enquanto se aproximava do outro homem até que estavam de novo, de frente um para o outro. — Eu preciso saber onde está meu irmão. Eu preciso me desculpar por ser um idiota e eu preciso... — Engoliu em seco, mas não desviou seus olhos dos de Jongin. — Preciso assegurar que não importa o que nosso pai disse a ele. Ele nunca deixará de ser meu irmão mais velho.

Jongin se manteve calado por alguns segundos, sem saber o que responder. A antipatia que Kyungsoo lhe inspirara fora instantânea e mútua, então ele não esperava esse nível de abertura. Não esperava que o bruxo descesse de seu pedestal para implorar qualquer coisa a um shifter.

— Eu... — Hesitou. — Eu queria poder te falar. Mas Baekhyun não quer. — Explicou rapidamente, erguendo a mão quando Kyungsoo abriu a boca, certamente para rebater. — Não, me escuta. Eu entendo sua preocupação, juro que entendo. Mas seu irmão confia em mim para manter a localização dele em segredo e eu não vou quebrar essa confiança.

— Eu estou implorando. — Kyungsoo insistiu, seu tom de voz claramente desesperado. — Eu posso me ajoelhar, se você quiser.

— Hey! — Jongin pediu, segurando o bruxo pelos braços para que ele parasse antes que fizesse exatamente o que tinha anunciado. — Eu não estou te negando nada para te humilhar ou te fazer implorar. — Falou, encarando o bruxo nos olhos. — Eu posso ver o profundo amor e devoção que você tem por Baekhyun, mas você tem que entender o meu lado também. Ele pediu para não falar nada porque não está preparado para enfrentar as consequências do que seu pai disse a ele. Foi um golpe duro, Kyungsoo.

— Eu sei! — Kyungsoo se exaltou erguendo a voz. — Mas não está sendo difícil só pra ele, pelos Deuses! — Comentou frustrado, soltando-se de Jongin, que só então percebeu que ainda o segurava pelos braços e deu dois passos para trás, um tanto quanto desconcertado.

— Espere mais um tempo, Kyungsoo. — Pediu suavizando a voz e usando o primeiro nome do bruxo pela primeira vez. — Ele eventualmente vai chegar a um acordo com tudo o que está acontecendo e vai te chamar.

— Tudo o que está acontecendo? — Kyungsoo perguntou, uma das sobrancelhas se erguendo de forma desconfiada. — Além da situação com meu pai, no que mais Baekhyun está metido?

— Não é algo que eu possa compartilhar. — Jongin se apressou a responder, batendo-se mentalmente por ter sido descuidado ao falar com o bruxo.

— Você... — Kyungsoo começou, mas Jongin balançou a cabeça.

— Baekhyun é quem vai te contar, quando estiver preparado; eu não vou dizer mais do que isso. — Afirmou. — O que eu posso fazer é dizer a ele que você me procurou e está muito preocupado. Tenho certeza de que ele vai apreciar saber que você não desistiu dele.

— Tudo bem. — Kyungsoo suspirou, reconhecendo a derrota momentânea. — Se eu te der uma carta, você entrega pra ele por mim? — Pediu, suspirando de alívio quando o outro assentiu.

Kyungsoo sabia quando recuar, mas recuar não era o mesmo que desistir. Agora que sabia com toda certeza que Jongin se encontrava com Baekhyun eventualmente, ele só precisava de paciência e esperteza.

E ele podia ter os dois com a motivação certa.

**Púrpura**

Baekhyun torcia as mãos de nervoso enquanto andava de um lado para o outro no quarto que compartilhava com Chanyeol, ansioso demais para conseguir se manter parado.

— Baek, você está me deixando tonto. — Chanyeol reclamou, puxando o seu companheiro até que ambos estavam sentados na cama lado a lado, as mãos ainda juntas. — Relaxa, é só uma conversa com a curandeira do orgulho.

— Não é “só uma conversa”, Chanyeol! — Baekhyun discordou. — Você tem noção do quão assustador é pensar na possibilidade de estar... — Hesitou, ainda desconfortável em dizer em voz alta.

— Eu sei. Desculpe-me. — Chanyeol pediu arrependido. Não era uma situação fácil, qualquer que fosse o ângulo olhado, e isso era ainda pior. — Não quis dizer que você não pode ficar nervoso, só que essa agitação toda vai acabar te fazendo mal.

— Eu só... — Baekhyun suspirou. — Me sinto em uma montanha russa. E eu não gosto de montanhas russas. — Bufou baixinho, antes de erguer os olhos para encarar Chanyeol. — Eu não sei o que esperar disso tudo.

— Eu entendo. — Chanyeol respondeu, inclinando-se um pouco para beijar a testa de seu companheiro. — Mas nós temos um ao outro. O que vier, nós vamos enfrentar juntos, certo?

— Sim. — Baekhyun sorriu, soltando a mão de Chanyeol para que pudesse abraçar o homem mais alto.

Ficaram assim por um tempo, antes de uma batida na porta os fazer se separarem.

— Ela chegou. — Sojin avisou, sorrindo terna para o casal, que se entreolhou antes de seguirem a beta para fora do quarto, as mãos firmemente juntas novamente.

**

Kim Soonja era uma mulher velha. Ela mesma se descrevia assim, ignorando com diversão quando os outros tentavam ser diplomáticos e usavam eufemismos para não terem que apontar a sua idade.

Ela não ligava para algo tão banal quanto a quantidade de anos que vivera.

Seus anos de vida agregavam seu conhecimento. Cada fio de cabelo branco e rugas contavam um pouco de sua história e do quanto ela aprendera até ali. E do quanto ainda poderia aprender.

Ela era curandeira do Orgulho há mais tempo do que Joonki era alfa. Na verdade, ela vira o shifter pantera nascer. Assim com vira o pai dele nascer.

Soonja era vista como a mais antiga e mais experiente do Orgulho. Ela era mais do que a curandeira do coletivo, era um dos alicerces para manter tudo em seu devido lugar. Além disso, poderia se dizer sem sombra de dúvida que ela era uma mulher inteligente, perspicaz e, acima de tudo, experiente.

Ela lidara com poucos ômegas masculinos em sua vida. Mas fora o suficiente para saber quando um estava grávido.

Sendo um shifter, exames não eram muito necessários, as visitas aos médicos eram escassas e na maioria das vezes motivadas por feridas graves demais para se curarem sozinhas. Gravidezes não eram diagnosticadas com exames. Não havia necessidade quando se tinha os sentidos mais desenvolvidos.

Quando Baekhyun entrou na sala, ela sabia.

Pelo que Joonki contara, Baekhyun acabara de descobrir que era um shifter. Com seu lobo e consequentemente com seu cheiro suprimido por muito tempo, ainda era difícil perceber as nuances, ainda mais numa situação como aquela. Mesmo para um lobo tão poderoso quanto Chanyeol. Não para Soonja, no entanto.

Ela sorriu para o casal, vendo-os se sentarem no sofá à sua frente, os dois claramente nervosos.

— Esse é o Baekhyun, companheiro do nosso Chanyeol. — Sojin anunciou com orgulho, antes de se sentar ao lado dos lobos.

— É um prazer conhecer a senhora. — Baekhyun murmurou sem jeito, um sorriso fraco lhe adornando os lábios.

— Meu nome é Soonja. — Ela falou, dispensando a formalidade. — Você pode me chamar assim.

— Tudo bem. — Baekhyun respondeu em um tom nervoso. — Joonki disse que a senhora... Quero dizer, você. — Corrigiu-se rapidamente. — Poderia nos ajudar a descobrir sobre a... — Hesitou novamente.

— Gravidez? — Soonja completou com voz gentil, vendo o rapaz de cabelos rosa engolir em seco antes de assentir. — Eu entendi que você não sabe muito sobre isso, certo?

— Não. — Baekhyun confirmou. — Eu não entendo muito sobre shifters. — Confessou, olhando para a mulher rapidamente antes de desviar o olhar para suas mãos.

— A verdade é que nem mesmo nós sabemos muito sobre gravidezes masculinas. — Soonja começou em um tom brando. — Muito do conhecimento se perdeu desde que ômegas se tornaram raros.

— Então basicamente estamos todos tateando no escuro. — Chanyeol se pronunciou pela primeira.

— Em linhas gerais, você está certo. — Soonja concordou. — Não há estudos ou mesmo discussão sobre ômegas. Mesmo eu, que sou antiga, já não tenho tantas informações assim.

— Se não sabemos muito sobre ômegas ou gravidez masculina, como saberemos se estou grávido? — Baekhyun perguntou, um pouco de impaciência transparecendo no seu tom.

— Seu cheiro. — Soonja afirmou simplista. — É o primeiro indicativo.

— Cheiro? — Chanyeol questionou com o cenho franzido. — Ele não cheira diferente para mim.

— Seu olfato ainda está sobrecarregado devido ao período do acasalamento. — Soonja explicou. — E nós devemos levar em consideração o fato do cheiro real do seu companheiro ter sido suprimido por anos. Demora um tempo para realmente se ajustar. — Continuou. — Mas ser mais velha, significa que eu tenho mais tempo usando as minhas habilidades e, portanto, elas são um pouco melhores do que as de vocês, jovens. — Sorriu. — Baekhyun atualmente cheira a acasalamento. — Explanou. — Uma mistura de cheiros que incluem o natural dele junto com o seu. Ele também cheira a felicidade e nervosismo. Mas também tem outra coisa... — Inclinou-se um pouco para frente, fechando os olhos. — Uma pitada um pouco mais profunda. Doce. — Abriu os olhos para encarar os dois lobos. — Ainda é muito fraca, mas daqui uns dias vai ser perfeitamente perceptível para outros shifters.

Os olhos de Baekhyun se arregalaram quando ele entendeu o que a curandeira estava dizendo. Inconscientemente se viu colocando a mão livre no estômago ainda plano.

— Você está querendo dizer que... — Chanyeol estava atônito. Por mais que soubesse da possibilidade forte de que Baekhyun realmente estivesse grávido, ainda era difícil acreditar que era de verdade.

— Acho que devo dar os parabéns para os novos papais. — Soonja cumprimentou, sorrindo.

**Púrpura**

Jongdae voltou ao Coven das mulheres com o coração bem mais leve do que quando o deixara. Apesar da desconfiança de Yoongi, ele estava receoso de que o demônio não cedesse aos seus pedidos e, se realmente esse medo se concretizasse, as coisas seriam ainda mais difíceis.

Chanyeol, agora que estava acasalado, estava se tornando muito mais poderoso. Assim como Baekhyun também se tornaria cada vez mais forte conforme fosse se conectando com seu lado lupino. Mas eles sozinhos não poderiam dar conta da missão que tinham. Ter pessoas mais experientes ao lado deles era mais do que um capricho. Era uma necessidade.

Principalmente com a vinda da criança.

— Parece que tiraram um peso muito grande de seus ombros, meu amigo. — Zulai comentou assim que viu Jongdae, que sorriu, já se sentando em frente à amiga.

— Ele finalmente aceitou! — Contou com entusiasmo, vendo a expressão da mulher diante dele mudar primeiro para o espanto e em seguida para a alegria.

— Que boa noticia, Jongdae! — Animou-se. — Finalmente as coisas estão se encaixando em seus devidos lugares.

— Sim. — Jongdae suspirou satisfeito. — Agora eu preciso fazer uma visita para Chanyeol. Está na hora de realmente começar a prepará-lo para a missão que tem pela frente.

— Com o acasalamento completado não vai demorar para que os poderes mágicos dele se manifestem. — Zulai comentou. — Ele vai precisar mais do que nunca da sua orientação.

— Sim. — Jongdae assentiu. — Se tudo der certo, ele vai ter Sunyeol também.

— Você está pensando em apresentá-la a ele? — A bruxa perguntou.

— Ainda não posso dizer que ela é a mãe dele. — Jongdae contou. — Mas ela precisa dessa proximidade e, sinceramente, acho que ele também. Se ela estiver com ele, equilibrar seus níveis de magia vai ser ainda mais fácil.

— E sobre o companheiro dele? — Zulai questionou. — Ele também precisará de apoio para aprender a conectar com seu poder. — Franziu o cenho. — Ele não é um ômega comum. — Apontou. — Um ser tão poderoso quanto Chanyeol precisa de alguém tão poderoso quanto.

— Eu sei. — Jongdae suspirou. — Mas temos tempo para ajudá-lo também. Ainda mais agora que ele está esperando um filhote. E, por estar convivendo com shifters, se conectar com seu lobo vai ser muito mais fácil.

— Você tem razão. — Zulai concordou. — E quando você vai reunir mãe e filho?

— Logo. — Jongdae respondeu. — Tudo agora é uma questão e escolher um momento certo, Zulai. — Explicou. — Apesar de eu ter criado uma linha paralela à original, ela ainda está sob o jugo das regras que os Deuses criaram. O destino tem que seguir seu curso e tomando o tempo necessário. É muito arriscado tentar apressar as coisas.

— Os Deuses, às vezes tornam tudo complicado demais. — A sacerdotisa comentou com pesar.

— Eles sempre tornam tudo complicado demais. — Jongdae concluiu amargo. — Sempre.

**Púrpura**

Jung suspirou, ajeitando o cobertor em volta do pequeno corpo de Haeun e deixando um beijo terno na testa da garota, antes de se mover e fazer o mesmo com Jiwoo. Fazer as gêmeas dormirem estava sendo ainda mais difícil diante de todo o caos que estava acontecendo.

Ele odiava ter que arrastar os filhos para essa bagunça. Haneul e Jiwoo eram muito pequenas e não deveriam ser expostas a todo aquele estresse. Mesmo Minjun, que era mais velho, sofria com tudo aquilo.

Mas não tinha outro jeito. A ausência de seu filho mais velho era como uma ferida permanentemente aberta, não só em Hyunki e nele, mas em toda a sua família. Minjun sabia sobre seu irmão perdido e mesmo as gêmeas conseguiam sentir o seu vazio, ainda que não o entendessem.

Deixando as filhas dormindo, saiu do quarto deixando a luz de cabeceira acesa e a porta entreaberta, antes de rumar para a porta do outro lado do corredor. Bateu na madeira escura, dando alguns segundos antes de entrar.

Minjun estava jogado de bruços na cama, um livro aberto na sua frente e música explodindo para fora do fone. Sorriu com carinho antes de se aproximar da cama, fazendo um carinho leve nos cabelos escuros do filho, que ergueu os olhos do livro e sorriu.

— Aconteceu alguma coisa? — Minjun perguntou, tirando os fones do ouvido para prestar atenção no pai.

— Não. — Jung respondeu. — Eu só queria saber se você está bem. Com tudo o que tá acontecendo, quero dizer.

— Eu prefiro agora, que estamos na nossa casa. — Minjun deu de ombros. — Eu odeio aquele lugar quase tanto quanto o pai. — Confessou depois de morder os lábios.

— Eu também não gosto de lá. — Jung fez uma careta. — Mas era preciso.

— Eu sei. — Minjun respondeu, seus olhos ficando tristes. — Eu entendo que era necessário. — Suspirou. — O pai precisava descobrir as coisas para que a gente possa encontrar o meu irmão.

— Sim. — Jung concordou. — E encontrar seu irmão é importante.

— Você acha que o que o pai encontrou no cofre vai ajudar? — O adolescente perguntou.

— Não tenho certeza. — Jung riu com amargura. — Seus avós nunca foram as pessoas mais fáceis de lidar e realmente querem que esse segredo fique escondido. Tudo o que seu pai encontrou no cofre pode não dar em lugar nenhum.

— Isso não é justo, pai. — Minjun sussurrou. — O que eles fizeram com o pai e com você... O que eles ainda fazem com a gente, não é justo. — Reclamou, a voz embargada. — Eu só quero que... — Respirou fundo, desviando o olhar. — Eu só quero que o pai não tenha mais motivos para estar triste o tempo inteiro, mesmo quando estamos vivendo um momento bom. Quero uma vida normal, uma família normal. — Engoliu em seco, enxugando as lágrimas que haviam rolado por seu rosto, com raiva.

— Eu sei que as coisas não estão fáceis, filho. — Jung falou, engolindo o nó em sua própria garganta. — Nunca foram. E é, de fato, muito injusto com todos nós que isso tudo esteja acontecendo. Que esse tormento pareça nunca ter fim. — Puxou o filho até que ele estava com a cabeça deitada em seu colo. — Mas vai ter, filho. Eu confio que, com a ajuda dos itens que seu pai achou ou não, nós vamos encontrar seu irmão.

— Eu imagino como ele seria. — Minjun comentou depois de alguns segundos de silêncio. — Desde que vocês me contaram sobre ele, eu sempre imagino como seria nossa vida se ele tivesse crescido com a gente. — Suspirou. — Eu me pergunto se ele seria um bom irmão e se seriamos próximos.

— Vocês vão ter tempo para descobrir isso. — Jung falou, o nó em sua garganta crescendo até que era difícil falar. — Eu prometo, filho.

— Você... — Minjun começou, hesitando por alguns momentos antes de tomar coragem para continuar. — Você pode ficar um tempo aqui? — Pediu, sua voz soando bem baixa.

— Claro que posso. — Jung afirmou, ajeitando-se até que estava com as costas apoiadas na cabeceira da cama, com Minjun usando seu ombro como apoio, o braço jogado na cintura do pai frouxamente. — Você e seus irmãos são a coisa mais importante das nossas vidas, Min. Não se esquece disso, tá? Eu te amo.

— Também te amo, pai.

**

Hyunki se recostou contra os travesseiros, a agenda que encontrara no cofre de seus pais em sua mão, seu estômago se retorcendo em nós de ansiedade.

Sem mais delongas ele abriu o caderno preto, seus olhos se fixando na primeira página. A letra bem desenhada de seu pai se destacava contra a folha branca do caderno.

As primeiras folhas eram notas aparentemente aleatórias, como lembretes, anotações de negócios e telefones. Hyunki reconheceu alguns nomes e até se lembrou de alguns fatos anotados ali. Porém, alguns nomes ele nunca tinha visto na vida.

Derrotado, resolveu passar as páginas um pouco mais rápido, parando quando reconheceu um nome.

Do Myungsoo.

Esse nome também estava no contrato de compra e venda das terras da Alcateia e Hyunki se perguntou brevemente o que poderia significar. Quem afinal era Do Myungsoo?

Estava prestes a fechar a agenda, quando seu olhar recaiu sobre a anotação curta ao final da última página.

 

25 de Setembro

Apesar de não confiar em Myungsoo, entregamos a criança para ele hoje. Ele disse que irá dar um bom lar a ela e o nosso dinheiro será transferido. Não sei se fiz certo, mas não há como mudar agora. Seja o que os Deuses quiserem.

**Púrpura**

 


Notas Finais


Chegamos ao fim, o que acharam? Me contem nos comentários, tava morrendo de saudade de vocês ♥

Agradecimentos especiais a Swan, minha beta maravilhosa que sempre me salva e a Laura, que como sempre, é a melhor amiga que um dia eu poderia pedir e tá sempre me incentivando e aguentando minhas crises. Eu me sinto muito sortuda por ter essas duas na minha vida.

Antes de ir embora, ganhei duas fanarts maravilhosas da senhora ~Bomma que vou deixar linkada aqui para vocês verem. (Bomma, além de fazer capas divinas e desenhar muito bem, também escreve. Se alguém não conhece (que eu duvido) procurem as fics dela, cês não vão se arrepender.)

Alias falando em fics procurem o perfil da ~Miss_Sw e da ~WieNiet, garanto que é sucesso!

As fanarts:

Yixing: https://drive.google.com/open?id=0B1-xJS1vhul0TnZCQXNwNl91VjQ

Chanyeol: https://drive.google.com/open?id=0B1-xJS1vhul0WEdUaVd5ZXZ4ZG8

Acabamos aqui, obrigada a quem me acompanha pela paciência, e por todo apoio que cês me dão. Eu sou muito grata.

Beijinhos e até a próxima ♥ ♥


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