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História Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - A morte não permite despedidas


Escrita por: FresadelaLuna

Notas do Autor


Ouçam Million Reasons da Lady Gaga ou Hurts Like Hell da Fleurie peloamordedeus!!!! A trilha sonora é tudo para que vocês sintam como eu me sinto so reler esse cap❤❤❤❤🍮

Capítulo 47 - A morte não permite despedidas


Fanfic / Fanfiction Quando A Piada Se Transforma Em Escuridão - A morte não permite despedidas

“Você está me dando um milhão de razões para te deixar
Você está me dando um milhão de razões para desistir do show
Se eu tivesse uma estrada, eu correria para as montanhas
Se eu me encontrasse em uma estrada deserta, eu ficaria quieta para sempre
Mas você está me dando um milhão de razões
Eu me curvo para rezar
Tento fazer com que o pior pareça melhor
Senhor, me mostre o caminho
Para sair de toda essa armadura desgastada
Tenho milhões de razões para me afastar
Mas amor, preciso de apenas uma boa razão para ficar”

 

 

Dick Grayson

 

Ele não quis dormir depois daquela noite, não quis falar com ninguém, nem ao menos com Alfred. Não sabíamos mais o que fazer. Então, como forma de tentar tirá-lo do transe da perda, montamos um funeral no centro da Sala Principal, ainda coberto pelas flores que Bruce lhe mandara, era lindo, exceto pelo cadáver dentro do caixão, que como um preso, teve que ser vendado antes da guilhotina, neste caso, no momento de sua morte. De forma irônica, ele havia se esquecido que o dia do enterro da Harley foi o mesmo dia em que enterraram os pais dele, então, para voltar a se lembrar de suas origens, o guiei, mesmo distanciado dele, até o casebre que ele comprou para enterrá-los, a poucos metros da Mansão. Enquanto o esperava  no portão, tive a certeza de que as rosas que ele colocara no vaso vazio era para sua mãe, enquanto ele tocava o mármore que deveria ser do túmulo de seu pai.

Sei que sua cabeça está presa em um ciclo, enquanto ele encarava o nada. E assim que o vejo voltar, com a expressão cansada e o olhar constipado, a camiseta largada abaixo do sobretudo, a barba por fazer e o cabelo bagunçado, posso ter quase certeza do que ele está pensando.

 

Bruce

 

Sinto como se eu houvesse parado de respirar, mas estivesse completamente consciente disso. Eu não tenho ideia de como tudo pareceu mais frigido. Nada acontece como planejado, tudo se quebra, e o engraçado é que eu esperava acreditar que as pessoas dizem adeus em sua própria maneira especial, mas nossa despedida foi com uma briga.

Quando meus pais morreram, lembro que Alfred disse: “Tudo vai mudar, nada permanece o mesmo. Ninguém é perfeito, mas todo mundo é culpado. Tudo em que você confia e tudo o que você pode fingir, vai deixar você na parte da manhã e virá te encontrar durante o dia”. Bem, já são 16hrs da tarde, o céu continua nublado e nada vem.

Assim que tive coragem de sair do casebre, ultrapassar o campo de gramas secas em meio a trilha de terra e enfim consegui chegar na Mansão, entrando na Sala Principal, tive a impressão de que tudo estava escuro e a única coisa que estava iluminava era o caixão. Quando andei até ele, Alfred rapidamente saiu da poltrona, dando-a a mim para que eu me sentasse ao lado do cadáver de Harley. Ela ainda assim parecia estranha, mas Alfred chorava, limpando as lágrimas num lenço, tocando as mãos da Harley, como se ela pudesse lhe devolver o toque também. Me sentei na poltrona, trazendo meus braços para cima do caixão, tocando nos ombros gélidos. Ela usava o vestido do baile, mas desta vez não havia peruca alguma.

Ela estava em minhas veias esse tempo todo e agora eu não consigo tirá-la. Como eu posso dizer a ela agora? Como posso assumir tudo aquilo contido? Como eu poderia…? Como? Tudo parecia forte demais para suportar. Mas mesmo assim detive as lágrimas, podendo ver Stephanie Brown entrar no cômodo e abraçar Tim.

Suspirando, olhei-a, a minha frente, com mais afinco.
- Eu não quero que eles saibam os segredos, o jeito que eu amei você, porque eles não entenderiam isso… E-eu não acho que eles iriam me aceitar. - apertei suas mãos assim que Alfred se afastou - Meus pensamentos lutam com máquinas, dentro da minha cabeça, como adversários. Às vezes acho que isso tudo é mentira porque foi rápido demais… Talvez agora eu possa dizer que eu amei e perdi você e… Por Deus! Dói como o inferno…

Levantando-me, Alfred voltou a se aproximar, me olhando com seu par de olhos marejados.

- Vou sentir falta de ser chamado de Velhinho. - fungou.

- O Comissário Gordon vai vir buscar o corpo daqui meia hora. - avisou Tim, baixo o bastante para que só eu ouvisse.

Afirmando, em silêncio, passei entorno do caixão, vendo como Dick parecia impaciente, vez ou outra olhando para os cantos, como se procurasse ou esperasse alguém.

- Você está bem? - indaguei.

Ele me olhou assustado, enfiou as mãos na jaqueta de couro, e suspirando, abriu um sorriso acanhado no canto da boca.

- Bruce, essa é a minha pergunta para você.

Procurei encontrar em algum lugar, conforto, mas novamente tudo parecia escuro e agora a única coisa que se iluminava era o caixão, e quando me aproximei, notei o porquê. Talvez seja esse o modo que minha mente, ainda confusa, arranjou para me colocar na linha. Devido a cabeça estar um tanto inclinada para cima, pude ver parte do pescoço e costas, e por mais que eu quisesse dizer que poderiam ter tampado as cicatrizes com maquiagem, não havia nenhuma ali, estavam completamente limpas.

- O quê? - perguntei para mim mesmo - Essa não é a Harley! - gritei.

- Bruce, calma, você está nervoso... - disse Alfred, se aprontando em vir a mim.

- Não, ela não é a Harley! - reclamei, agarrando o cadáver para frente, abrindo os botões das costas, mostrando a pele completamente intacta.

Quando todos viram, espantados, joguei o corpo novamente dentro do caixão. Isso explicava o porquê eu não a achava verdadeira, porquê eu me sentia estranho perto dessa… Coisa! Quem era essa aqui? E onde estava a Harley?

- Essa não é a Harley! - voltei a repetir, abismado, tentando não me desesperar.

- Ainda bem que alguém notou isso, eu já estava cansada de ouvir todos esses choramingos, deveriam ter dito o quanto me amavam quando eu ainda estava “viva”!!! - disse uma voz risonha vindo da porta da Sala Principal, mas não sem o sorriso de seu acompanhante.



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