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História Quando o amor bater à porta - Invista tempo


Escrita por: Lyare

Capítulo 6 - Invista tempo


 

Quando o amor bater à porta, invista tempo.

 

—...E então um aluno perguntou se a gente espremesse um cravo do defunto ainda ia sair. Só que a professora não ouviu a pergunta! Ele só espremeu. Aquele troço espirrou e acertou a menina que tava do meu lado, ainda tô enjoada até agora. — Sakura estava jogada na grama com as mãos em cima da barriga. Itachi estava preparado pro caso de ela vomitar ali mesmo.

— Que nojo. Graças a Deus que não fui pra área da saúde, sou feliz com os computadores, programas e metais. — Itachi tinha as costas apoiadas no tronco de uma árvore. Estavam no campus no horário de almoço e simplesmente estava um calor infernal. Itachi foi esperto ao ver a previsão do tempo e vestir bermuda e regata, mas Sakura se ferrou de qualquer forma, já que não podia usar roupas curtas por causa de uma aula no laboratório.

— Acho que vou morrer, joga água em mim. — Sakura gemeu deitando de bruços. Não ventava, mas pelo menos usava roupas brancas pra refletir o sol.

— Não vou molhar esse lençol. Eu moro sozinho, lembra? Não sei tirar mancha... Ia ficar nojento eu jogar refrigerante em você, a propósito. Claro que eu tô mais preocupado com o pano do que com você, né... — Sakura o fuzilou com o olhar e virou a cara abrindo a mochila e pegando um livro de anatomia.

— Não vai falar comigo? — Ele perguntou enquanto terminava um trabalho no notebook. Ela o ignorou. Ele fechou o computador e foi pra mais perto dela. Ela só estendeu a palma da mão:

— Tá calor, não encosta. Amo você, mas grude hoje não dá. Se você me levar pra uma piscina eu posso pensar no seu caso. — Ela nem desviou os olhos do livro. O Uchiha suspirou voltando pro lugar.

— Ok, vou comprar algo pra te refrescar então, senhorita mal humorada. Ainda temos uma hora até a sua aula. — Sakura abriu um sorriso enorme e confirmou com a cabeça. Só precisava de algo gelado e aguentaria o resto do dia.

--

— Tô morta. — A Haruno murmurou entrando no carro. Como era feliz por Itachi ter se oferecido pra dar carona depois da aula.

— Vamos sobreviver. — Ele bocejou enquanto a menina só se apoiou no banco cansada.

— Minha mãe tem estado meio estranha esses dias, não sei o porquê. Acho que aconteceu alguma coisa quando passamos o fim de semana fora e ela não me diz o que foi. — Falou preocupada depois de ler uma mensagem. Mais uma vez a mãe não dormiria em casa, porque iria pra casa de uma amiga do trabalho. Não lembrava de ela fazer isso nunca.

— O que foi dessa vez? Ela vai dormir fora de novo?

— Sim. Eu não a vejo direito faz uma semana. Não gosto de dormir em casa sozinha... — Suspirou guardando o celular. — Você bem que podia dormir na minha sala, o que acha?

— Vamos lá pra casa, te compro sorvete. Acho que você tá na tpm, pra falar a verdade. Muito inconstante. — Sakura fez um bico, mas a ideia do sorvete a atraiu.

— Ok, mas preciso passar em casa pra pegar minhas coisas. — A ideia de passar mais tempo com o moreno a deixava feliz. — Desculpa por estar meio chata, acho que é só o acúmulo de coisas mesmo. Desculpa, pessoa que amo.

Sakura fez carinho na mão do Uchiha meio sem jeito. Desde a volta do fim de semana com a família, a menina passou a falar “eu te amo” — na verdade Itachi a zoou dizendo que ela falou dormindo, então nem tinha como disfarçar. Mas ela era desse jeito mesmo, espontânea do jeito “Sakura”.

— Como foi a aula? — Itachi perguntou.

— Tranquila... A prova foi adiada pra semana que vem porque surgiu um congresso nessa semana e a professora ainda precisava passar conteúdo. Preciso nem dizer que a turma adorou. E a sua?

— Aquela matéria de humanas. Só debatemos e filosofamos. Amo o meu curso, eu não daria certo em outra área.

— Ah, vai me dizer que você seria o tipo de pessoa que desmaia com sangue? Ou que fica viajando com poesia? — Sakura brincou cutucando o mais velho.

— Desmaiar eu não desmaio não, só fico desconfortável. E sobre poesia, bem, eu acho que nunca consigo entender o que as coisas significam.

— Como assim?

— Não consigo entender o que as pessoas sentem quando escrevem, sabe? Eu sou o tipo de pessoa direta, não gosto de subjetividade. Não consigo ver sentimento em algumas linhas.

— Que pessoa fria, você. Eu vou até pedir um abraço pra ver se o calor diminui. — Sakura tentou um abraço da melhor forma possível já que ele estava dirigindo.

— Não acredito que você fez essa piada. Que horrível, Sakura. — Itachi balançou a cabeça em negação.

— Haha, você riu, nem vem. Lá no fundo do seu pâncreas você riu. — A menina cruzou os braços presunçosa. Itachi continuou balançando a cabeça incrédulo.

Em mais alguns minutos chegaram na casa da rosada. Itachi ficou esperando no carro e minutos depois a menina voltou com uma pequena bolsa e dois livros.

— Jura que vai tentar estudar hoje? — O Uchiha tirou sarro do livro de taxonomia no colo da garota.

— Estou enganando minha consciência, shiu.

Compraram dois potes grandes de sorvete de morango e de creme — Sakura não conseguia decidir qual queria e Itachi resolveu da melhor forma possível, pois estava morrendo de vontade de ir pra casa. E logo chegaram ao apartamento do Uchiha.

— Fique à vontade. — Ele murmurou abrindo a porta pra ela. Sakura entrou e foi direto pro sofá. Era uma apartamento mediano, tinha uma sala grande e móveis bonitos. A cozinha era americana então havia apenas uma bancada dividindo a cozinha da sala. Um banheiro de visitas e viu no corredor mais duas portas.

— Você é rico e eu não sabia? — Sakura brincou se jogando no sofá. 

— Sou um príncipe árabe, querida. Vou pegar uma toalha pra você, vai escolhendo um filme. — Falou enquanto guardava os sorvetes.

Sakura ligou a televisão usando os instintos — eram daquelas inteligentes com milhões de funções, mas teve sorte de encontrar o botão do Netflix no próprio controle.
Itachi brotou no corredor jogando uma toalha em cima da jovem.

— Ei. Que tipo de filmes que você assiste, hein? No “sugestões pra você” só tem esses filmes de serial killer, de terror ou de gente morrendo. Credo, tubarão? Que sugestão horrível.

— Eu gosto da adrenalina, ué. Vou tomar banho, pode usar esse banheiro aqui. Tem sabonete e essas coisas no armário. — Ele apontou e escapuliu pro quarto.

Sakura agradeceu aos céus quando a água gelada tocou sua pele. Pelo menos nessa noite não pegaria em um livro sequer, Itachi estava certo. Tomaria sorvete, assistiria filme e aproveitaria a companhia do moreno.

Itachi já estava largado no sofá com os cabelos molhados. Usava uma bermuda de pijamas e uma regata. Quando o Uchiha olhou na direção do chuveiro, a boca abriu em total descrença.

— Você tem uma pijama de estampa de vaca? — A pergunta pulou da boca antes que pudesse pensar direito.

Sakura estava parada no banheiro usando calças de estampa de vaca, uma regata branca e segurava a blusa do pijama na mão, pois julgava estar quente pra usar.

— Aham. Vem até com capuz e tem o rabinho. — mostrou a parte de trás da roupa e tinha realmente um rabo. E para sua surpresa, Itachi gargalhou. Riu com muita vontade. — Uai, que foi? Meu pijama, ué.

— Você...não...existe. — Itachi foi segurando o riso enquanto ela vinha em sua direção achando engraçada a reação dele. 

— Então, o que veremos? — Ela sentou ao lado de Itachi e recolheu as pernas pra cima do sofá.

— Você pode escolher. — Sakura sorriu com um olhar malicioso. Esperava mesmo que ele dissesse aquilo. Então, queria ver o Uchiha vendo um romance.

— A Incrível História de Adeline! — Ela tomou o controle e começou a procurar o filme. Itachi sentiu que era cilada, mas relevou. Levantou e foi pegar sorvete.

Meia hora depois entendeu que realmente estava em uma cilada. Sakura nem piscava enquanto assistia o filme, que na sua opinião era meio tosco. Não envelhecer depois de ficar na água gelada e ser atingida por um raio? Que bobo. A menina era o tipo de pessoa que interagia com o filme de uma forma que ele nunca tinha visto antes.

— Nossa, como ela é burra! Não consegue ver que é melhor ficar com ele? — Sakura parecia realmente ficar agoniada com a trama. Itachi só observava e tomava o sorvete.
No final, tinha uma Sakura chorando.

— Ah, minha flor. É só um filme. Você ficou triste? — Itachi a colocou sentada entre suas pernas quando viu as lágrimas.

— N-não... É que é muito bonitinhoo! Passou, to ótima. — A menina ficou meio sem graça, mas tinha gostado de ter o Uchiha tão perto. Ele beijou a bochecha dela fazendo barulho. Uma, duas vezes. Ela quis rir.

— O que quer assistir agora? Podemos...

Puf. A luz acabou. 

— Ih. Não tem mais o que assistir não. — Sakura levantou e foi andando até a varanda. — Acho que foi o bairro todo. E agora?

— Bom, acho que só resta esperar. — Itachi levantou do sofá e checou as horas no celular. — Ainda são 19:30, mas se você quiser dormir...

— Nem. Vamos conversar. Sabe que amo conversar. — Sakura abriu a porta da varanda já que agora o ar condicionado não funcionaria.

— Qual filme você mais odeia? — O moreno perguntou sentando no sofá. Já começavam a se acostumar com o escuro, então Sakura veio andando e tateou o sofá até sentar na frente do Uchiha.

— Aqueles que têm tubarão ou algum bicho na água que mata pessoas. Fico tão angustiada! Quando eu era pequena eu vi um documentário sobre tubarões, fiquei com tanto medo que achava que ia encontrar algum deles voando de noite no quintal. — Sakura sussurrou como se fosse um segredo e deu umas risadinhas. — É super bobo, mas não gosto. E você?

— Filmes de drama. Tipo aqueles que um dos dois tem uma doença que vai matar a pessoa em alguns meses. Fico agoniado vendo que o tempo vai passando e a pessoa vai morrer. Não gosto de perder as coisas... Além de que isso é algo que está fora do meu controle.

— Mas a vida é assim... — Sakura ponderou. Enxergava precariamente os olhos do Uchiha. — A gente não sabe o que pode acontecer amanhã. Ou daqui a dez anos. A gente só vive a vida esperando que o melhor aconteça, mesmo que haja dias maus.

— Acho que a sensação de perda pra mim é algo complicado... — Confessou tocando a mão da jovem. — Eu gosto de pensar que você sempre vai estar aqui.

Sakura arregalou os olhos com a declaração. Ele não viu o sorriso nos lábios da rosada.

— Que papo mais depressivo, o nosso. — Ela riu e apertou a mão de Itachi. Também queria que ele estivesse pra sempre ali ao alcance de uma mão. Sakura se aproximou e foi subindo o mão pelo braço do moreno até chegar aos cabelos. Começou a afagar.

— Namora comigo? — Ele sussurrou tocando a bochecha da menina.

— Um pedido oficial, sociedade! — Ela sussurrou de volta rindo, Itachi revirou os olhos, mas Sakura pulou em cima dele e caiu de costas no sofá, surpreso. — Claro que aceito. Acha que vai se livrar fácil de mim?

— Eu espero que não consiga tão cedo. — Ele riu e sentiu a jovem aninhar-se em seu peito. Ele apoiou o queixo na cabeça dela e a envolveu com seus braços. Queria que ela ficasse pra sempre ali.

— Obrigada. — Ela disse ouvindo os batimentos do coração dele. Itachi esperou uma continuação, mas depois de alguns minutos decidiu perguntar.

— Pelo quê? Sorvete? Por eu ser lindo? — Eles riram e Sakura deu-lhe um tapinha.

— Não, seu bobo. Obrigada por estar aqui. Só isso.

Acabou que continuaram ali aproveitando a companhia um do outro. Foi Sakura quem acordou primeiro. Ainda estava tudo escuro e seu corpo estava dolorido.

— Itachi... Acorda. — Foi tentar levantar, mas tinha escorregado um pouco no sofá e era praticamente impossível sair dali sem Itachi sair do caminho primeiro. — I-ta-chi.

O moreno acordou quando foi cutucado. Demorou alguns segundos pra lembrar onde estava.

— Ah, a gente dormiu. Vem, levanta, vamos pra cama. — Itachi a ajudou sentar no sofá. — Quer dizer, você vai pra cama. Vou ficar aqui, boa noite.

— Ah, você pode vir também. — Sakura bocejou e levantou meio desnorteada. — Você é meu namorado, dono da cama e não vamos fazer nada.

— Ok. Vai que você me agarra enquanto eu estiver dormindo. — Ele brincou e pegou o celular pra iluminar o caminho até o quarto. O Uchiha a guiava pela mão.

— Até parece. Eu sei me controlar e você nem é tão...
Rápido demais, Itachi a apoiou na parede do corredor. Sakura ofegou quando o viu tão perto. A luz voltou, Itachi deixou o celular de lado. A cara de sono dele era engraçada, mas dadas as circunstâncias Sakura não reparou nisso. 

— Eu não sou tão...? — Ele falou junto ao ouvido dela. Céus. Sakura arrepiou-se quando ele respirou junto ao pescoço. A mão dele estava apoiada na parede ao lado da cabeça da rosada. — Tão...?

Tinha esquecido como que pensava. O que estava falando mesmo? Ele beijou a orelha e mordiscou o pescoço. Como que respirava mesmo?

— Tinha álcool naquele sorvete? — Sakura balbuciou e ele riu. Se afastou, beijou a testa dela e indicou o quarto pra ela entrar. Ele voltou pro sofá.

— Boa noite, minha flor.

— Ok, entendi. Pega pelo menos um cobertor. — Murmurou meio zonza.

— Tá calor, não se preocupa.

— É, realmente. — Sakura se abanou precariamente e entrou no quarto.


Notas Finais


O que estão achando? Haha


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