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História Que o Azar Esteja ao Seu Favor - Capítulo 6


Escrita por: xAAlves

Notas do Autor


Boa leitura! ❤

Capítulo 6 - Capítulo 6


  Desço do ônibus, com uma faca em mãos, assim que Dan para o ônibus em frente a um posto de gasolina.

- Ok gente, - Theo chama nossa atenção -, vamos nos organizar. Um grupo fica aqui fora cuidando do ônibus e outro vai na loja comigo pra arranjar comida ou qualquer coisa que seja útil.

- Eu fico no ônibus, caso dê algo errado e tenhamos que fugir rapidamente! - Dan diz, sentando-se na escada da entrada do ônibus.

- Certo. - Theo diz, cruzando os braços em frente ao corpo. - Quem vai comigo?

- Eu! - Mika diz. - Gosto de aventuras.

- Você não vai. - Theo a encara.

Vejo Mika ajeitar o cabelo e encarar o irmão.

- Por que não posso ir junto?

- Simples: porque é perigoso e não quero que você se arrique.

- Está dizendo que não sei me cuidar?! - Ela aumenta a voz.

- Continue gritando assim, aí você estará colocando todos em perigo. - Oliver diz.

- Não se meta, cara. - Dan rebate.

- Nós já poderiámos ter ido e voltado uma duas vezes... - digo, bufando.

- Mika, Dan e...quem mais vai ficar aqui?

- Eu fico aqui. Já que tenho uma arma de verdade. - Pablo se encosta no ônibus.

Leo chega perto de mim e põe o braço em meus ombros.

- Vou cuidar de você. - ele sorri pra mim e eu coro.

Qual o problema dele...?

- Leo, você também fica. - Theo diz e joga a mochila vazia sobre um dos ombros.

- Mas por que? - ele pergunta indignado.

- Muita gente indo para um mesmo lugar. Fique aqui e cuide de tudo.

Theo simplesmente sai andando ao falar isso. Dou uma olhada em Leo e peço desculpas. Sigo correndo até Oliver e Theo.

Ao entrarmos numa lojinha de conveniências que havia no posto, nós três nos espalhamos pelo lugar: Oliver foi ver medicamentos, eu fui pegar roupas e Theo foi procurar comida.

Abro meu enorme saco de lixo e começo a colocar algumas roupas ali dentro. Ponho sapatos que suponho servir em alguém.

Aproveito e procuro roupas pra mim. Pego um short e uma regata preta para usar agora. Retiro rapidamente o blusão que eu usava e visto a regata. Tiro meus tênis e retiro a calça, vestindo o short em seguida. Precisei colocar um cinto para que não fique escorregando pelo meu quadril. Calço os tênis e volto a enfiar roupas dentro do saco.

Sigo caminhando pelos pequenos corredores. Vou até a parte de higiene e pego algumas coisas quase que necessárias: papel higiênico, escovas de dente e creme dental. Ah, não podemos esquecer do desodorante!

Já estando pronta, sigo para a entrada da lojinha e espero por Theo e Oliver.

Observo o balcão do estabelecimento. Notas de dinheiro estavam espalhadas pelo chão. O dinheiro realmente não vale mais nada.

Em seguida os garotos chegam, cheios de coisas.

- Quando você mudou de roupa? - Oliver pergunta.

Olho para mim mesma.

- Aproveitei o estrupício - sorrio torto e dou de ombros.

- Faz bem. - ele passa por mim e abre a porta - Belas pernas!

Coro com o seu comentário e crispo o lábios.

Theo segue na frente, sem olhar para mim e eu vou atrás.

×××

Depois de todos trocarem a roupa, comer ou dormir, nos preparamos para ir embora. Tudo estava calmo. Muito calmo para a segunda semana de apocalipse. Bom, pelo menos para nós, era a segunda semana.

Passo um enlatado de feijão, aberto e esquentado numa fogueira improvisada que Pablo havia feito, para Mika. Eu abria as latas e Pablo esquentava. Enquanto faziámos isso, Leo e Dan organizaram o interior do ônibus, ajeitando um banco para cada um deitar.

Theo, Pablo e Oliver estavam decidindo se íamos dormir ali mesmo, no posto de gasolina, ou se iríamos continuar na estrada até encontrarmos um local seguro novamente. Já Mika e eu, estávamos sentadas no chão, recostadas na lataria amarela do ônibus enquanto passávamos um enlatado com feijões.

Observo Leo e Dan descerem do ônibus e se juntarem aos outros, perto da fogueira. Pablo termina de esquentar as outras duas latas que eu havia aberto e entrega para eles.

Mika estava fissurada em conseguir escutar algo no rádio. Um dia ela havia dito que tinha escutado alho em alguma sintonia, mas bem na hora o rádio parou e apenas uma hora depois, percebemos que eram as pilhas. Ela até carregava pilhas no bolso de seu novo short verde limão.

Eu havia conseguido um casaco de lã amarelo fraco. Era leve, confortável e esquentava.

- Acho que estou escutando algo. - Mika diz ao meu lado e eu a olho com um sorriso debochado. Ela me encara de volta e revira os olhos - É sério! Não estou brincando. Escute!

- Ok, ok... - suspiro e lhe dou o enlatado, pegando o rádio em seguida.

Ponho ao lado do ouvido e tento aumentar o volume, mas as risadas dos garotos impediam que eu conseguisse ouvir algo.

- Ei! - chamo-os, fazendo suas cabeças virarem pata mim. - Calem a boca! Estou tentando escutar.

Aponto para o rádio e volto minha atenção para o mesmo.

- Venham escutar! - Mika os chama e eles logo vem em nossa direção.

- Estão falando sobre o apocalipse? - Oliver é o primeiro a perguntar.

- O que estão dizendo? - questiona Dan. - Diga logo, Bruxa!

- Cale a boca e aprenda a esperar, Dan. - Theo diz.

Ele bufa e eu reviro os olhos. Aproximo o rádio deles e aumento o volume, logo a voz de uma mulher fala:

- ...Deus me perdoe por todos os meus pecados... - a voz da mulher estava embargada e podia se escutar batidas, muito altas.

- Ela está rezando? - Leo pergunta, coçando a cabeça.

- Shii! Vamos escutar! - exclama Mika.

- ...Se alguém está me escutando, alguém que seja sobrevivente...desse inferno... - ela faz uma pausa e logo ouço seu grito quando um vidro é estilhaçado. - …meus pais, tem um...uma pousada, há alguns quilomêtros da rua Martír 131. É humilde. Meus pais são humildes.

- Não é aqui perto a rua Martír 131? Passamos por lá, certo? - Pablo pergunta.

- Sim, mas é meia hora daqui. - Dan responde.

- É a nossa melhor opção. Vamos logo, antes que anoiteça. - Theo diz e todos começam a juntar suas coisas.

Me levanto, mas continuo encostada no ônibus, escutando o que a mulher dizia.

- …Mamãe, papai...se estiverem escutando, cuidem de Tommy por mim. Eu sei e vocês também sabem que eu não vou sair dessa... - ela chorava e eu sentia meus olhos queimarem. Por mais que eu tente, eu não conseguia evitar não imaginar a cena. - Eu sou Susana Collins, e agradeço seu tempo. Uma boa tarde e...uma boa vida.

E então a transmissão é desligada, dando novamente início aos ruídos.



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