História Queda Livre

de todas as coisas do mundo, uma das que mais amo é a chuva, seja ela uma garoa sutil diante o cinza do outono, ou uma tempestade quente durante o verão; gotas gélidas são bem vindas, também, especialmente quando as flores clamam para que sua primavera as enxarque antes que suas raízes sequem. tem chovido muito aqui, sou do litoral de santa catarina, mas, devido às mudanças climáticas das últimas décadas, bem menos se comparado ao que normalmente chove. talvez seja egoísta da minha parte zelar tanto pelas águas do céu, tanto pela situação em que estamos vivendo no país, quanto pelas pessoas que saem para trabalhar e acabam sendo pegas de surpresa – quando veem, estão com os cabelos molhados. mesmo assim, de verdade, eu amo a chuva. é importante nos permitirmos desaguar como ela, deixar a correnteza nos levar para onde precisamos ir e as vezes nem sabemos.

adoro seus poemas, mei, este especialmente está uma graça. queria ressaltar, aliás, que há uns anos pensei que logo tu fosse deixar as flores amarelas de lado, e toda a sua estática no geral – todo mundo começou a gostar muito de amarelo. foi um julgamento bobo da minha parte, mas percebi que essa é você, simplesmente, e não poderia te admirar mais. <3

ps: não entenda mal o que disse no último parágrafo, nunca a desdenhei nem nada parecido! apenas quis compartilhar, foi meio tosco da minha parte.

Às vezes é preciso desaguar um pouco, derramar um pouco, deixar chover, dentro e fora, um pouco. Quem sabe assim, quando secar, a gente não se alivia um pouco, ou faz dos pouquinhos assim meio soturnos que ainda restaram, tantinhos diluídos o suficiente pra nos deixar seguir, com chuva, ou não.

Adoro teus textos, que o dia difícil tenha mornado, quem sabe aquietado, e o seguite esteja melhor, até a próxima <3