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História Quem está no controle? - I Found the DareDevil


Escrita por: laurasalmon

Notas do Autor


Daredevil é o nome original do super-herói "Demolidor". O título em inglês soa melhor. Fico imensamente grata pelo retorno que recebi. Estou amando escrever essa fanfic. Espero que vcs gostem tanto quanto eu!

Capítulo 2 - I Found the DareDevil


 Já havia algum tempo que Fernanda não via Lucas depois daquele episódio esquisito o qual ela não conseguia lidar. Num primeiro momento, aquilo a travara de uma maneira que ela mal conseguia gravar ou ensaiar com Gustavo dentro de um ringue. Claro que nenhum dos dois ia cair no chão e rolar pela lona como aconteceu com Lucas, mas mesmo assim ela passou um bom tempo desconcentrada pensando no efeito que causara.

― O que foi? ― Gustavo parou. ― Por que você fica olhando para os meus pés?

Ela não estava olhando exatamente para os pés dele.

― Só pra ver os movimentos. ― Fingiu um sorriso. ― Pra ver se não vai subir.

― Como assim? ― Gustavo não entendeu. ― Eu não vou chutar você. É boxe. Lembra?

Fernanda sentiu o rosto corar e abaixou as mãos.

― Deu por hoje. ― O diretor os chamou. ― Vocês tem um compromisso mais tarde com parte do elenco. É uma festa a fantasia dos patrocinadores do filme.

― Beleza. ― Gustavo tirou as luvas. ― A gente tava sabendo. Já escolheu a sua fantasia, Fer?

― O que?

― O que você tem?

― Nada! ― Ela saiu do ringue. ― Já escolhi. A gente se vê mais tarde.

Ela precisava se concentrar. Não podia simplesmente viver com medo de encontrar Lucas pelos corredores e ter que encará-lo. Ele estava na nova novela da faixa nobre da emissora e ela estava fazendo um filme que vinha criando bastante expectativa. Ela era uma ótima atriz e era nisso que tinha que se concentrar.

O primeiro passo seria aquela festa dos patrocinadores.

Festas a fantasias costumavam ser legais, pelo menos ela gostava. Esperava encontrar pessoas conhecidas além do elenco do filme. Chegou um pouco atrasada, mas no meio de tantos personagens diferentes não reconheceu ninguém de imediato.

Mas o herói mascarado a reconheceu. Os cabelos dela caíam escuros como cascatas por seus ombros nus. Ela estava usando um vestido justo e claro. Por seus braços havia algumas pinturas delicadas. Fernanda estava calçadas com botas que iam até os joelhos. E no pescoço um colar azul brilhante.

O herói mascarado subiu as escadas, sem tirar os olhos dela. Ela parecia perdida, olhando para os lados e conferindo o celular. A mão dela jogava o cabelo de um lado para o outro. Era a mania dela que ele mais gostava. Ele conseguiu se equilibrar entra o corrimão e o chão e se virou de cabeça para baixo, ficando pendurado pelas pernas. Quando ela se virou, o cabelo fez cócegas no nariz dele que sorriu com a expressão surpresa que ela lhe dera.

― Caramba, você me assustou. ― Fernanda levou a mão até a máscara dele. Na verdade era algo como uma touca preta por todo o rosto. ― Você tá fantasiado de bandido?

Ele fez que não com a cabeça. Os dedos dela escorregaram por seu pescoço, puxando a máscara. Cada poro de sua pele se eriçou. A boca dele ficou visível e então o mascarado segurou seu pulso.

― Quem é você, mascarado?

― Demolidor. ― Ele sorriu. ― E você?

― Pocahontas.

Estava pronta para insistir em saber quem era aquele Demolidor quando uma senhora pediu que ela se aproximasse de uma mesa. Se virou para se despedir do Demolidor, mas ele havia sumido. É claro que era o Gustavo querendo fazer alguma piada. No princípio parecia o mais certo. Mas Gustavo apareceu um tempo depois vestido de policial.

Fernanda ficou olhando fixamente para a boca dele enquanto Gustavo conversava com um dos patrocinadores. Não era a mesma boca que ela acabara de ver. Gustavo tinha os dentes maiores. Ele se virou, erguendo as sobrancelhas para ela que arregalou os olhos ao ser pega no flagra.

― O que foi? Tem alguma coisa no meu dente?

― Não. ― Ela sorriu. ― Desculpa.

Gustavo piscou um dos olhos, virando-se para o patrocinador novamente. O celular de Fernanda vibrou antes que ela pudesse pensar em falar alguma coisa sobre o filme. Deu uma olhada rápida.

Tem uma coisa pra você aqui no terraço.

Demolidor.

Deu uma olhada em volta, procurando pela escada. Pensou em falar com Gustavo que iria sair por um segundo, mas ele não estava mais ali. Deu alguns passos para trás e se perdeu no meio da multidão. Alcançou as escadas e descobriu uma porta para o terraço. Assim que saiu, conseguiu ver boa parte do bairro iluminado. O céu também estava cheio de estrelas. Mas não havia nada ali. A porta se fechou com um estrondo. Fernanda se virou rapidamente se assustando com o mascarado pendurado ali de cabeça para baixo. Mas daquela vez, a boca dele estava visível e ele sorria.

― Acho que você vai precisar de ajuda com a porta.

Ela simplesmente não conseguia reconhecer a voz dele. Se ele tinha o seu número, não era um completo desconhecido. Fernanda estreitou os olhos, levando a mão à touca escura, mas ele a deteve.

― Você está jogando comigo? ― Ela ergueu as sobrancelhas. ― Por que eu gosto de jogos. Mas só quando eu ganho.

Ele sorriu um pouco mais. Era bem estranho estar ali conversando com um cara de cabeça para baixo cuja única parte do corpo que ela via era a boca. Uma boca bonita e familiar.

― Só estou aqui pra abrir a porta com o meu super cartão. ― Ele mostrou um cartão automático da casa de festas.

― Deixa eu ouvir a sua voz de verdade. ― Fernanda se aproximou.

― Não. ― Ele ficou sério, mas assim que as mãos dela envolveram o rosto dele, voltou a sorrir. Fernanda estava tentando descobrir de quem era aquela boca.

― Não vou conseguir adivinhar.

― Só olhando não.

Os olhos dela percorreram o queixo dele até o pescoço. Seu pomo de adão subiu e desceu. Ela podia simplesmente pegar o cartão que abria a porta e ir embora. Mas havia um cara gato e misterioso pendurado no teto de cabeça para baixo sorrindo para ela.

Fernanda fechou os olhos, impulsionando o corpo para cima com a ponta dos pés. Seus dedos escorregaram pelo rosto do mascarado e alcançaram o pescoço dele. Sua boca tocou a dele devagar. A mão do mascarado deslizou por entre seus cabelos, firmando-a ali quando a boca dele se apossou da dela. Seu nariz bateu no queixo dele quando suas línguas se tocaram. Ela virou o rosto devagar, beijando-o como se tentasse descobrir quem era. Mas não descobriu. Se afastou, abriu os olhos e encontrou um meio sorriso.

Sua memória estava quase pronta para se lembrar, mas o mascarado soltou sua nuca, colocou o cartão em sua mão e impulsionou o corpo para cima, sumindo pelo telhado.

Ela apertou os lábios, levando os dedos à boca e ainda sentindo um formigamento.

Do outro lado do telhado, tomando cuidado para não cair, o mascarado encontrou o buraco pelo qual havia subido e arrancou a touca. Seus pulmões ardiam, mas ele não conseguia parar de sorrir. Passou a mão pelos cabelos castanhos revirados e comemorou com um pequeno soco no ar. Havia acabado de descobrir como controlar os receios de Fernanda. E descobriu também que subiria todos os telhados de São Paulo se ela estivesse lá para beijá-lo daquele jeito.



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