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História Querida Julieta (CANCELADA) - Nirvana


Escrita por: Kamikze e amorimMrs

Notas do Autor


PELAMOS DE DEUS, se quiserem ouvir Hometown Glory e Someone like You durante a leitura do capitulo, eu agradeceria, mas eu IMPLORO, ouçam Chega de Saudade, no final.

Capítulo 20 - Nirvana


New York, NY

Pov. Camila Cabello

Passei toda a manhã, revirando-me na cama, andando pelas dependências do apartamento. Tantas coisas haviam se passado, tanto havia discorrido desde à partida de Lauren...

Ah Lauren. Eu sentia tanto a sua falta, os pensamentos assolavam-me, violavam-me de forma indistinta

Mas eu ela ainda estava ali, estava em cada movimento meu, cada suspiro de vida, ela estava na luz e na chuva, ela era a mais digna expressão de perfeição e vida da natureza.

Ela era tudo, ela estava em tudo, eu pensava enquanto rodopiava pelo apartamento.

Respirei fundo, lembrando-me, do último capítulo do que era o fim da nossa história de amor. Se você está confortável, deixe-me começar a terminar de te contar, como, e porque as coisas estavam do jeito que estavam, e como eu era grata por isso, como e porque as coisas tinham tomado tais proporções, como sem perceber, eu atingi ao que Lauren mais almejava: apoteose. Como eu descansei em meu Nirvana.

Nos dias que se seguiram após o enterro de Lauren, eu estava desolada; mas algo, sútil mas pertinentemente incomodo dentro de mim, me dizia que tinha algo. Lembrei-me de seu celular, que Lauren havia enterrado em minhas mãos como se fosse a coisa mais importante do mundo, dizendo por fim "Que as estrelas te guiem até o caminho da luz, meu amor".

E quando fui revirar o celular, vi que as últimas palavras dela haviam sido gravadas! Ouvi a mensagem várias, e várias e várias vezes; até encontrar a próxima pista, auxiliada por Mariana, amiga de Lauren, que no fim das contas, se tornou para mim uma fiél companheira até encontrar o Caminho da Luz.

Lauren tinha razão, uma estrela me guiaria até lá, e essa estrela foi ela.

Uma pista me levava à um lugar, e esse lugar, sempre à outro lugar – sempre os lugares que havíamos agendado como os lugares para qual fugiríamos caso mamãe nos perseguisse.

Mamãe, meus pensamentos divagaram por um instante.

Ela havia sido indiciada, mas eu depus à seu favor – por que era a verdade, não havia sido ela que tirara a vida de Lauren, muito menos foi ela quem enviara o homem que a matou, até porque, eu a conhecia, ela não mandava alguém fazer direito o que só ela fazia bem com as próprias mãos.

Ao final, encontrei, confiado à um mensageiro, documentos, e a última carta, o último sopro de vida de Lauren.

– Não pode dormir na janela, Camila. – Mariana disse enquanto dispersava-me dos pensamentos dos quais eu estava absorta.

Eu estava sentada no parapeito da janela, com a cabeça recostada sob o vidro, divagando.

– Eu não estou dormindo. – eu disse de olhos fechados.

– Porque não abre os olhos?

– Porque não quero ver um mundo sem Lauren Jauregui. – respondi, dessa vez abrindo os olhos e fitando-a.

Eu quiz chorar mas não chorei – as lagrimas não vieram, me faltaram. Faltaram-me decorrente de todas as noites que eu chorei desde o enterro de Lauren, mas além de tudo, não chorei por que não havia um motivo especifico, logo, eu alcançaria a luz.

Ela abriu a boca para dizer algo, mas antes que pudesse proferir uma palavra sequer, a campainha soou. Era o florista, ele estregara-me mais de 30 flores diversas. Rosas, azáleas, margaridas, orquídeas, todas, todas lindas. Eu sabia que havia chegado à hora, e estava feliz com isso – livraria-me do peso do mundo.

[PLAY – CHEGA DE SAUDADE]

Peguei a pequena vitrola de Lauren, e pus um disco para rodar, enquanto a banheira enchia e eu me despia, da cabeça aos pés.

Ao som da vitrola tocava uma música brasileira, Lauren me mostrara ela por meio de uma das dicas, me levando até à música quando fui até o Brasil em busca de mais pistas do seu enigma.

O advogado de Lauren, a quem ela pediu que eu procurasse para entregar os documentos, disse-me que ele já havia entregado os documentos no tribunal, e que eles já comprovaram a autenticidade de tais palavras dela, e que, na manhã seguinte, fariam como se era exigido nos documentos: o sepultamento do seu corpo como uma árvore Bodhi (a árvore em baixa da qual Buda alcançou seu Nirvana).

Vai minha tristeza, e diz à ela, que,

Sem ela não pode ser

Diz-lhe numa prece, que ela regresse

Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a novidade é que

Sem ela não há paz, não há beleza é só tristeza e melancolia

Que não sai de mim não sai

A música ecoava enquanto eu entrava na banheira, com as várias flores. No banquinho próximo à mim, estava a carta, na borda da banheira, estava a bandeira, a bandeira do orgulho LGBT, uma mensagem direta à mamãe e ao mundo, a mensagem clara de que: eu, Karla Camila Cabello, amava Lauren Michelle Jauregui.

Carta

"Querido mundo, queria lhe dizer algumas coisas – as últimas, na verdade.

Digo-te caro mundo, que és extraordinário, digo que foi um prazer conhecer-te, e agora te digo adeus. Eu, que só queria amar-te, hoje, só que a morte. Levanto com orgulho a bandeira de meu amor, a bandeira de tudo o que representa nesse mundo à resistência por parte dos oprimidos. Oprimidos por amar. Querido mundo, sinto-lhe dizer-lhe, tu está muito doente, doente de ódio de pessoas que não enxergam, pessoas cegam que são incapazes de amar, e serem amadas, pessoas que além de tudo, são miseráveis. Não são amados, não amam, e não permitem ao alheio amassem. Tome providencias, querido Mundo, você é bom demais para morrer dessa forma, não deixe que o desamor povoe as tuas terras assim como o ódio já povoa o coração de cada um de teus habitantes.

Agradeço-te, porém, pois graças a ti, vivi. Vivi e me senti viva, querido mundo. E o motivo disso tem um nome: Lauren Jauregui.  Dizem que para uma mente bem estruturada, a morte, é apenas uma aventura seguinte. Homens filosofam a morte, e lhe empregam sentidos irreais, para esconder o mais simples e verdadeiro fato de que nenhum de nós quer morrer. Nenhum de nós quer mergulhar nessa escuridão e desespero, nesse imenso vazio incerto que é a morte. Mas eu não tenho mais medo, não tenho mais, porque sei que não estarei sozinha, não tenho medo pois, a partir do momento que entreguei-me de corpo e alma à Lauren Jauregui, os medos me pareceram coisas vãs. Então, não contrariada, e a gosto, unirei-me à morte à minha eterna amada, a minha outra parte, ao meu segundo eu. A parte que Zeus separara de mim, mas que eu reencontrei.

E hoje, digo-te mundo, com amor e com orgulho, que eu, sou a Senhora do meu Destino."

Prólogo.

Camila foi encontrada morta, asfixiada com uma bandeira do orgulho LGBT, pintada com uma palavra com seu próprio sangue, "Liberté" (um dos três preceitos da ordem francesa: Liberte, Fraternite, Egalite), seu corpo jazia em uma banheira, cheia de flores. Seu corpo foi à um funeral com as mesmas exigências de Lauren: virar uma árvore no central parque. Ironicamente, as raízes se cruzaram, assim como os galhos das árvores.

Museus e estatuetas foram erguidos a ela e a Lauren. Lauren e Camila são lembradas como inspiração, e há muitas honrarias à seus nomes. Um biografo que escreveu duas histórias a partir dos diários de Lauren e dos relatos de Camila, disse que o casal seria uma lágrima no rosto do tempo.



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