História Re: E se...? If - Oni IF

Otto nunca se considerou uma pessoa de sorte. Muito pelo contrário, desde bem cedo, ele se considerou uma pessoa extremamente azarado; desde sua habilidade que recebeu desde o nascimento e isso só continuou com o passar dos anos. Claro, ele recebeu ajuda de seus irmãos, de seus pais, ao máximo que pode. Até arranjar uma grande confusão que o fez ser expulso da sua cidade para não ser morto.

Então começou sua jornada como comerciante pelo mundo, acompanhada de duas figuras importantes para ele desde que era mais jovem.

Mas nem com suas habilidades de comerciante, inteligência excepcional, como grande capacidades sociais ele não se via longe do azar que sempre o cercou desde que era mais novo. Talvez sua única sorte real fosse os companheiros que tinha em sua jornada desde mais cedo. Seu querido Dragão Terrestre e seu irmão que seguiu-o pela jornada para protegê-lo. Ele na verdade não era seu irmão consangüíneo, já que ele tinha sido resgatado por seu pai no passado, mas ainda era alguém que ele considerava seu irmão independente de terem o mesmo sangue ou não.

Ele era um pouco mais velho, mas era muitas vezes seu irmão quem tomava conta dele nas situações extremamente complicadas.

Voltando ao azar de Otto. Ele não imaginava que seu azar poderia ser maior, se não fosse pelo fato dele ter se metido em uma grande confusão; Ao comprar vários produtos ao ouvir que teria um grande retorno mais tarde, só para descobrir que o lugar onde teria uma boa venda, ele acabou descobrindo ser mentira.

Onde o lugar que ele poderia ter um bom retorno na Capital de Lugunica.

Por isso, rapidamente, ele começou a mudar sua rota para chegar até a Capital a tempo de ainda ter algum retorno. Recebendo vários comentários divertidos e zombadores de seu irmão mais novo — como sempre recebia quando cometia tais erros. E nessa pressa, ele tomou caminhos duvidosos, caminhos que nenhum comerciante tomariam se não estivessem desesperados, coisa que Otto estava.

E então eles chegaram nessa rota. Tudo parecia bem, tudo parecia que seria uma jornada tranqüila.

Só que o destino mostrou como o azar de Otto era colossal.

[Lye: Do Culto das Bruxas, o Arcebispo que representa a Gula Gourmet, nós somos Lye Batenkaitos!]

O Culto das Bruxas. Entre todos que ele poderia se encontrar na sua jornada, os seres que ele queria evitar seriam: A Baleia, o Coelho e o Culto.

Acima de tudo!

E bem na frente da carruagem estava um deles. Ainda mais, um Arcebispo do Pecado.

A figura de Lye Batenkaitos estava na frente de tal carruagem; Alguém que você pensaria ter treze anos de idade com uma voz aguda que denota juventude. Cabelos castanhos escuros, lisos e despenteados com pontas vermelhas que descem até os joelhos, como também obscurece seu olho direito. Mesmo que esguio, seu corpo era realmente forte, com músculos bem construídos.

[Otto: Droga...]

Ele murmurou com desespero e tristeza por seu azar, enquanto apertava ainda mais as rédeas do seu Dragão terrestre em suas mãos que estremeciam na visão daquele ser.

[Lye: Nós viemos aqui guiados pelo nosso evangelho para encontrar um comerciante carregando com si um ser diferente que não deveria estar ali. Tsu~]

[Otto: E-Eu não sei do que está falando.]

[Lye: Ohh~ Não sabe o que nós queremos dizer? Péssimo mentiroso, comerciante. Não somos facilmente enganados pelas palavras terríveis de um mentiroso como você e ainda mais que você deixa tão obvio para nós sua mentira. Tsu~]

[Otto: Glup]

[Lye: Nós também podemos sentir... essa aura... esse cheiro... a sensação de ameaça e raiva contra nós. Saia de onde você estiver para nós acabarmos com isso! Tsu~!]

Com as palavras ameaçadoras em tom alto, ele chamou pela figura que Otto sabia que estava dentro da carruagem. A figura levantou-se e mostrou-se conhecida para quem estivesse de fora. Uma mão saiu, apoiando-se na lateral ao lado de Otto, que só a observava passando pelo buraco da carruagem atrás de si, e indo para o lugar do motorista.

Lye observou bem aquela figura.

Uma figura de cabelos negros, olhos assustadores, bastante alta e bem construída fisicamente com músculos expostos no traje que usava; Uma espécie de semi-quimono preto com um laranja-amarelo que deixava grande parte de seus braços e pernas expostos, não usando nada nos pés para protegê-los. Essa figura carregava duas armas bastante obvias em suas costas, que formavam um X atrás dele, dois Tetsubo — armas gigantes com cabos de madeira com o resto de metal com espinhos por toda sua extensão.

[Subaru: Entre todas as coisas que esperava nesse dia por conta da sorte do meu irmão... não esperava algo tão irritante quanto isto. Arf! Otto, você realmente dá muito trabalho.]

[Otto: A CULPA NÃO É MINHA! Ele disse que veio aqui em busca de você!]

[Subaru: Jogando seu irmão no fogo? Que tipo irmão é você, hein? Maldoso.]

[Otto: ... foi mal.]

Otto ficou com uma expressão derrotada no final da troca, não conseguindo também mais revidar tais palavras de seu irmão.

[Lye: Ohh~ Ele é um Oni~! Pensávamos que estivessem todos exterminados há tempos atrás. Que delicioso! Nunca experimentamos um Oni antes, você parece bastante suculento~!]

[Subaru: Erk! Que chato para você, não sou comestível. Mas minhas armas podem te satisfazer quando as enfiar na sua boca a força. —— Eu me chamo Subaru Suwen, o Guardião da família Suwen e filho de meus salvadores. Pela honra de minha divida, irei esmagá-lo pelo meu povo e por meu irmão!]

Dito isso, ele saltou da carruagem e pousando a poucos passos do Arcebispo. Ambos os lutadores puxando suas armas para lutarem. A brisa cortava o terreno árido enquanto Subaru apertava com força seus dois tetsubos, o peso familiar de suas armas descansando em suas mãos.

Lye Batenkaitos começou o avanço, sorrindo, movia-se com passos suaves, a ameaça refletida em seus olhos.

Subaru avançou, girando uma de suas armas em um arco brutal. Lye desviou facilmente, seu corpo desaparecendo em um salto curto com o Leaper, reaparecendo atrás de Subaru. O Oni mal teve tempo de se virar antes que um chute devastador acertasse suas costelas, fazendo-o recuar, arrastando os pés no solo seco. Lye não deu trégua, avançando com velocidade inumana, suas adagas dançando em cortes precisos. Subaru se defendeu como pôde, cruzando seus tetsubos para bloquear os golpes.

Centelhas voaram quando o metal se chocou, mas a pressão implacável do Arcebispo da Gula o empurrava para trás.

Cada golpe que Subaru desferia encontrava apenas o vazio, Lye se movendo como uma sombra, usando o Leaper para se reposicionar. Quando uma abertura finalmente surgiu, Subaru tentou esmagar seu oponente com um golpe brutal, mas Lye desviou com agilidade, sua palma esquerda iluminando-se com a Palm of the Fist King. O golpe acertou o estômago de Subaru, fazendo-o cuspir sangue ao ser lançado para trás.

Subaru lutava para se levantar, os músculos doendo, sua respiração pesada. Mesmo sem ativar seus chifres, sua força física superava a de um humano comum, mas Lye não era um inimigo comum. O Eclipse Lunar pulsava através de seu corpo, concedendo-lhe as habilidades de incontáveis vítimas. Cada movimento era um espetáculo de técnica e precisão.

Lye atacava em rajadas, suas adagas cortando a carne de Subaru em pequenas incisões, enfraquecendo-o lentamente. Subaru tentava revidar, girando seus tetsubos em ataques amplos, mas sua velocidade era insuficiente.

O Arcebispo dançava ao redor dele, como um predador brincando com sua presa.

Subaru sentia o cansaço se acumulando, o sangue escorrendo por cortes profundos. Mesmo assim, seus olhos ardiam com determinação. Ele tentou mais uma investida, erguendo ambos os tetsubos para um golpe esmagador.

Lye, com um salto ágil, desviou no último instante, aterrissando atrás dele e cravando uma das adagas na coxa do Oni.

O grito de dor foi abafado quando Subaru caiu de joelhos, a visão embaçada pelo suor e sangue.

Lye se afastou alguns passos, o sorriso satisfeito em seu rosto. Na sua mente, a luta estava decidida.

[Lye: Vamos amar sentir o gosto de suas memórias, Oni. Vai ser um novo gosto interessante? Tsu~]

[Subaru: Nem em sonhos, aberração.]

Subaru resistia, os dedos se fechando com força ao redor de suas armas, mas seu corpo não conseguia mais acompanhar o ritmo avassalador de seu oponente. Subaru cerrou os dentes, o calor percorrendo seu corpo enquanto um brilho azulado irrompia do lado esquerdo de sua testa. O Primeiro Chifre emergia, pulsando com poder bruto.

Seus músculos se expandiam, e seus olhos brilhavam em uma fúria determinada.

Com uma explosão de velocidade, Subaru avançou, suas tetsubos traçando arcos violentos no ar. Lye foi obrigado a recuar, as adagas tilintando ao desviar os golpes ferozes. O Oni avançava implacável, cada ataque carregado com a força de um monstro, destruindo o solo abaixo. Lye saltava e girava com o Leaper, tentando manter distância, mas Subaru se adaptava, seus movimentos agora rápidos e impiedosos. O impacto dos tetsubos rachava o chão, fazendo o Arcebispo vacilar por breves instantes.

A vantagem havia mudado — o Oni estava à altura da luta.

A expressão de Lye se contorcia em frustração. Com um gesto, seu corpo começava a se distorcer. A luz negra do Eclipse Solar envolvia seu corpo, transformando sua aparência. A nova forma de Neiji Lockhart surgiu, e com ela, a Palma do Primeiro Rei.

O golpe devastador cruzou o ar, forçando Subaru a saltar para trás no último instante.

Os dois combatentes agora estavam em pé de igualdade, o chão tremendo a cada choque de poder. O rugido do Oni ecoava pelo campo, enquanto Lye ria entrecortado seus olhos brilhando em um êxtase cruel.

A batalha estava longe de terminar. A luta se intensificava, com Subaru e Lye trocando golpes devastadores. O Oni, com seu Primeiro Chifre, mantinha-se à altura das habilidades copiadas do Arcebispo.

Porém, o sorriso sádico de Lye começou a desaparecer quando Subaru levou sua mão à testa, liberando o seu Segundo Chifre.

O chifre rosa brilhou intensamente, e em um instante, a aura de Subaru tornou-se esmagadora. Sua força e velocidade aumentaram drasticamente, fazendo o solo tremer sob seus pés.

Lye tentou usar o Leaper, desaparecendo e reaparecendo em diferentes pontos ao redor de Subaru, mas o Oni já estava um passo à frente. Cada aparição era recebida por um golpe brutal, desviando Lye no ar como uma boneca de pano. As adagas de Lye cortavam o ar, mas eram facilmente desviadas pelos tetsubos de Subaru. Ele agora se movia com precisão avassaladora, seus olhos brilhando com uma fúria contida.

Lye tentou combinar diferentes habilidades adquiridas através do Eclipse Lunar, mas nenhuma parecia funcionar.

A força crua de Subaru esmagava qualquer tentativa de contra-ataque.

Em um último esforço desesperado, Lye ativou o Leaper para se afastar e ganhar distância, mas Subaru já estava atrás dele antes mesmo que o Arcebispo pudesse perceber. Um golpe violento de tetsubo acertou Lye nas costas, lançando-o contra o solo com tanta força que rachaduras se espalharam pelo chão.

Subaru não dava espaço para respiração. Seus punhos e armas golpeavam o corpo de Lye sem piedade, quebrando ossos e esmagando carne. O Eclipse Solar mal conseguia manter a aparência de Lye estável, pois o corpo que ele assumia se desfazia diante da brutalidade do Oni.

Pela primeira vez, o Arcebispo do Pecado sentia o medo genuíno da morte iminente.

A cada golpe, Subaru parecia perder mais de si mesmo, afundando na sede de sangue. O tempo do Segundo Chifre corria, e Lye sabia que só precisava sobreviver até o esgotamento do Oni. Mas a questão era se ele conseguiria aguentar até lá.

A poeira se erguia, dançando no ar enquanto Subaru avançava, seus movimentos agora rápidos demais para serem seguidos. Lye tentava se afastar, utilizando o Leaper para se teletransportar de um lado para o outro, mas Subaru sempre o encontrava como se pudesse prever cada fuga antes mesmo de acontecer. Os Tetsubos cortavam o ar, esmagando o chão e rachando a terra onde passavam. Lye mal conseguia se defender, suas adagas sendo repelidas como brinquedos diante da força esmagadora de Subaru. Os músculos de Subaru pulsavam com energia brutal, seus olhos frios e selvagens fixos em seu inimigo.

Lye tentou usar o Eclipse Lunar para fortalecer seus membros, suas técnicas se misturando em um turbilhão de golpes ferozes.

Ele golpeava com a Palma do Primeiro Rei e disparava para longe com o Leaper, apenas para ser interceptado novamente, cada tentativa de ataque se tornando mais desesperada.

O chão tremia a cada impacto quando Subaru desferia golpe após golpe, sem dar trégua. Lye foi arremessado, girando no ar antes de se chocar contra o solo, cuspindo sangue. Seus ossos estalavam, mas Subaru não parava. Seus Tetsubos desciam como martelos de destruição, esmagando carne e ossos, enterrando Lye cada vez mais no solo.

Lye tentava rastejar, seus olhos tremendo, mas Subaru apenas caminhava lentamente em sua direção, o rosto impassível.

Ele ergueu um Tetsubo com ambas as mãos e o trouxe para baixo, esmagando as pernas de Lye. O grito do Arcebispo ecoou pelo campo, mas Subaru não parou. Outro golpe, e o braço de Lye se estilhaçou. Outro golpe, e seu peito afundou.

A chuva de golpes continuava, implacável, até que Lye não passava de uma massa retorcida de carne e ossos no chão. O sangue se espalhava pelo solo, misturando-se à poeira. Subaru ficou sobre o corpo mutilado, a respiração ofegante, os olhos ainda selvagens. Ele soltou os Tetsubos, que caíram pesadamente ao chão, e permaneceu ali, imóvel, enquanto o vento carregava o cheiro metálico pelo ar.

O Segundo Chifre ainda pulsava em sua testa, brilhando intensamente, mas seus olhos não mostravam emoção alguma. Apenas o silêncio acompanhava a morte de Lye Batenkaitos, sob o peso da força monstruosa de Subaru.

Pouco a pouco, seus chifres começaram a encolher e então desaparecer.

[Subaru: Oh, merda.]

Com esse comentário, ele caiu para trás. Em um baque ele caiu de costas no chão. Cansado pelo esforço que colocou na luta, ferido pelos ataques que recebeu, assim como suas energias exauridas pelo uso de dois dos seus chifres.

Um preço a se pagar pela sua vitória contra um dos lideres dos monstros que massacrarem seu povo no passado.

Ouvindo um som de passos, ele então viu uma figura ficando sobre si.

[Subaru: Oh, e ai Otto, beleza? Tô acabadão... vou tirar um cochilo... cuida do resto... beleza...?]

[Otto: O que?! O que você——?!]

[Subaru: Zzzz...]

[Otto: SUBARU!!!]

Gritando em frustração, Otto deu um pequeno golpe na cabeça do Oni de cabelos negros, irritado e desamparado. Olhando ao redor ele deu uma boa olhada no tanto de destruição causada por seu irmão na batalha contra o terrível Arcebispo e teve de suspirar em aceitação.

Afinal ele foi salvo novamente por seu irmão.

Subaru Suwen. Pelas histórias que seu pai tinha lhe contado, Otto sabia que Subaru foi resgatado por ele como um golpe do destino. Pois ele foi encontrado após o ataque que a vila dos Onis havia sofrido pelas garras do Culto das Bruxas. Otto o achou estranho na primeira vez, como sempre achou todos por causa de seu poder.

Até que começaram a crescer juntos.

Subaru demonstrou-se alguém bastante maduro desde cedo, apesar das brincadeiras que ainda fazia para se provocá-lo. E também quando ele falava e fazia coisas estranhas que nem ele mesmo conseguia compreender. Até mesmo criando coisas do nada, mesmo sem saber como, porque, mas ainda entendendo como estas funcionariam. E isso até o fez se tornar um inventor talentoso na cidade de que tinham vindo.

Apesar da sua aparência maior, Subaru ainda era mais novo que Otto. O tornando o mais novo entre todos os irmãos da família Suwen.

E eles se davam incrivelmente bem.

Entre todos os irmãos, Otto e Subaru eram os que melhor se davam bem. Brincavam, conversavam, liam, faziam negócios. Tudo juntos como uma dupla. E quando Otto foi expulso da cidade, Subaru o seguiu. Mesmo que Otto não o quisesse ele o seguiu. Subaru servia como um guardião para Otto em problemas que necessitassem sua força física, que foram muitas, se tornando o guarda-costas pessoal do irmão mais velho.

Hoje foi mais um dia que ele protegeu-o do perigo. Otto podia sentir-se orgulhoso de seu irmão mais novo naquele momento. Ele tinha derrotado um dos Arcebispos do Pecado, o Pecado da Gula! Algo que muitos cavaleiros nos últimos quatro séculos tentaram, mas falharam.

E ele tinha conseguido!

[Otto: Mas ninguém vai acreditar em nós... seria tão bom para os negócios.]

Comentou com um pouco de cansaço. Olhando para trás na carruagem, ele viu o corpo de seu irmão dormindo depois de carregá-lo e colocá-lo lá para continuarem o caminho que tinham que seguir até a Capital.

[Otto: Hmmm. Vou comprar uma refeição especial para ele.]

Disse com um sorriso animado, enquanto prosseguiam lentamente pela jornada que tinham á frente.