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História Re: E se...? If - Extra - Shaula IF


Escrita por: ThinkMind

Capítulo 30 - Extra - Shaula IF


[Subaru: Arf... po...r Arf que... minh... Arf sorte é... tão... ruim...?]

Ele se perguntou, enquanto ofegava com dor, tentando manter sua consciência.

Quando ele imaginou uma aventura de Isekai, Subaru imaginou um cenário muito diferente: Ser invocado por uma garota fofa, receber um item lendário ou um poder incrivelmente OP, ter companheiros incríveis de batalha e enfrentar os maiores males do mundo para tornar-se um super-herói no novo mundo.

Um desejo comum para adolescentes que lêem fantasias Isekai genéricas por muito tempo. Pois era algo idealizado pela maioria que via tantas histórias.

Só que não foi o que aconteceu com ele... Ele foi invocado para uma espécie de deserto com uma torre gigantesca e monstros do lado de fora, o que já era ruim. Depois ele descobriu seu poder sendo atacado por uma espécie de feixe que cortou sua cabeça: Mesmo que ele não tenha sentido dor, ele ainda sabia que tinha morrido por sua cabeça ter dado um giro no ar e ele ter visto seu corpo decapitado.

Sua primeira morte com seu poder nesse novo mundo.

Mas suas aventuras mal tinham começado nessa parte, pois ele passou pelo deserto, chegou à torre e conheceu — quem mais tarde ele descobriu que tinha sido a responsável por sua morte — uma garota em trajes minúsculos chamada: Shaula, a Guardiã da Torre e Discípula do Grande Sábio Flugel.

Ela aparentemente acreditava que Subaru era seu Mestre.

Mesmo quando este tentou explicar que não era, ela parecia não acreditar e lhe dizia que ele só estava com perda de memórias.

Assim começando seu relacionamento com ela.

Ambos começaram a viver juntos naquela torre, Subaru, após a explicação de Shaula, tentando solucionar os testes da Torre para poder libertar a si mesmo e a garota-escorpião. Uma tarefa que demonstrava-se complicada no andar Electra, com a segunda prova, pelo homem conhecido como: Reid Astrea. Ele não era capaz de superar tal desafio, mesmo com a ajuda de Shaula para tal.

Subaru até fazia piadas como a Torre Plêiades na tradução seria: “Torre de Subaru”, pela tradução em seu mundo original. Como cada andar tinha o nome que se referia às sete irmãs das Plêiades, da antiga religião grega.

Conforme os dias continuavam passando, Subaru, pouco a pouco, começava a se apegar lentamente a guardiã Shaula — especialmente por só terem um ao outro para conversarem. E ele ficou surpreso com a idade dela. Mais de 400! Ele podia jurar que ela teria pelo menos 20 no máximo, especialmente por ser uma figura muito bonita — o que tornava mais constrangedor para ele quando ela o abraçava e ela colocava seu braço ou sua cabeça contra seu peito.

Mesmo que constrangedor, assim como um pouco irritante, ele não realmente desgostava da garota animada que o tratava com tanta reverência. Talvez fosse um pouco arrogante de sua parte? Mas para um jovem Hikikomori como ele, era um pequeno desejo comum ser desejado por uma garota.

A situação entre eles só se tornou um pouco complicada por causa da alimentação.

O coração de Subaru doeu ao comer a “comida” que Shaula teve de se alimentar durante os últimos quatro séculos. O gosto... era indescritível pelo garoto de cabelos negros. Chegando ao ponto de que ele precisava tomar uma grande quantidade de água, como se curar na sala verde, para agüentar cada refeição e isso o fez lentamente racionalizar para comer de forma que preservasse suas forças, sem fazer também coisas desnecessárias que pudessem aumentá-la — como seu exercícios de Rádiocalistenia.

Pela primeira vez, ele entendeu realmente o conceito de fome. Sentindo extrema empatia por Shaula como por todos os que tinham de estar dispostos a comer aquela “comida” para continuarem vivendo.

Ele até deu seus salgadinhos para Shaula, para deixá-la feliz — prometendo até para ela que no futuro ela poderia comer mais comidas gostosas e diferentes daquelas carnes que eles estavam se forçando a comer para sobreviverem. E assim eles passavam os dias; Conversando um pouco, vagando pela torre, Subaru tentando passar pela segunda prova e acordando na sala verde após ser carregado por Shaula nocauteado após um único golpe, e repetir o ciclo de caminhadas. Um destino infernal que parecia propenso a fazê-lo enlouquecer se nada mudasse.

Mas algo mudou em um certo dia.

Não algo que ele realmente desejaria para uma mudança, mas em uma das suas caminhadas. Ele tropeçou nas escadarias.

Normalmente, não faria tanto mal tropeçar em um degrau e cair um pouco nas escadas de sua casa. O problema vinha quando se tratava de uma escadaria como aquela, uma escadaria gigantesca. Gigantesca o bastante para fazer você se sentir enjoado só de subir por ela normalmente de tão alta que era a visão de quem olhasse para baixo do topo dela.

Quando ele começou a cair, quicando na escada, começou com dores leves.

Dores normais de quando você cai nos degraus de pedra. Como quando você leva um soco, ou algo parecido no começou.

Mas gradativamente foi aumentando.

Seu corpo não parava de cair, não parava de quicar, não parava de bater contra os degraus de pedra. Batendo violentamente contra cada um deles. Pouco a pouco a dor começou a aumentar, sua pele, se antes não estivesse marcada, começou a ficar roxa pelos impactos e sua carne doía.

Os ossos dele depois de um tempo começaram a se quebrar no impacto. Alguns começaram a saltar para fora da carne-pele inchada pelos golpes dos degraus, rasgando-o de dentro para fora. Assim como partes quebradas se fincando e empalando seus órgãos internos como continuando a rasgar mais de seu corpo, cortando-o para saírem.

E isso foi piorando.

Uma dor interminável de uma queda que aparentava ser infinita para o garoto de cabelos negros que continuou a cair. Até que finalmente ele chegou ao final da escadaria batendo contra o térreo.

Se ele tivesse uma visão melhor de si mesmo; Ele viu seus membros quebrados e revirados de maneira completamente desumana, ossos saindo para fora de sua pele, rasgando sua carne, como sentia seus órgãos perfurados e sua garganta engasgando com todo sangue que acumulava-se nela pelos danos sofridos, mal enxergando dois metros a sua frente, ou até menos que isso.

Dor. Dor, dor. Dor, dor e mais dor. Era tudo o que ele estava sentindo naquele momento.

Mesmo que ele quisesse viver, ele sabia que não conseguiria sobreviver. Mesmo que ele resistisse um pouco mais, ele sabia que seria mais doloroso ser levado para a Sala Verde e ser curado, porque poderia nem adiantar nada, pois os danos que ele sofreu eram intermináveis e horríveis demais. Mesmo que ele ainda quisesse viver, uma parte dele já estava ansiando pela morte no meio de toda aquela dor.

O que mais restava naquele momento...?

Ele estava sozinho como sempre esteve no seu quarto em casa. Seus pais não saberiam daquela morte, assim como ele achava que nem se importariam no final. Um herói morrendo por causa de algumas escadarias? Era tão patético que Subaru achava merecer tal final pela arrogância de pensar ser um figurão naquele novo mundo.

Não tinha mais nada para ele... seus pensamentos finais seria de que ele gostaria de morrer para sempre. Pois voltar significaria voltar para aquela torre.

E por quê?

Por que ele iria querer voltar?

[Shaula: Mestre...? MESTRE!]

Ele ouviu os gritos dela enquanto seus passos se aproximavam mais dele.

[Shaula: Mestre! Por favor, mestre! Não!]

Ele viu o rosto dela no seu campo de visão. Foi naquela visão que ele desejou mais viver, mais sobreviver.

O rosto de Shaula estava contorcido em tristeza e desespero.

Com lágrimas grosas caindo de seu rosto, ele também via um pouco de ranho. Ela estava com uma visão que Subaru nunca pensou que deveria ver no rosto lindo e animado daquela garota, a garota alegre que ele conheceu nos últimos tempos.

[Shaula: Mestre... por favor, por favor, por favor... não morra... Por favor, Mestre... eu vou te salvar! E-Eu vou t-te levar para sala de cura! Você vai ficar bem, Mestre! Por favor... por favor... não me deixe para trás... não de novo... Por favor, Mestre! E-Eu não quero ficar s-sozinha de novo... eu não quero ficar para trás de novo...!]

Aquelas palavras o destruíram.

Elas o fizeram esquecer de sua dor, elas o fizeram chorar mais do que os ossos que rasgaram seu corpo e o fez engasgar mais do que o sangue na sua garganta.

Subaru instintivamente desejava poder mover suas mãos para limpar as lagrimas do belo rosto da garota-escorpião. Subaru instintivamente queria se levantar para abraçá-la e confortá-la para garantir que ela nunca mais ficaria sozinha enquanto ele estivesse ali, mesmo que fosse arrogante de sua parte ser capaz de quebrar a solidão de alguém que ficou 400 anos naquela torre sem ninguém. Subaru desejou poder fazer qualquer coisa para livrar a dor que afligia o coração dela.

Mas ele estava ali.

Subaru percebeu-se como incapaz de fazer qualquer coisa para ajudá-la.

[Subaru: Um herói...?]                 

Se antes suas ilusões de Isekai foram quebradas pela percepção de onde veio parar, ele agora percebia como não poderia ser um herói. Pois não foi capaz de sobreviver a uma escada e não era capaz de secar as lagrimas da pessoa que estava chorando por sua morte bem na sua frente.

A incapacidade daquilo era mais doloroso do que tudo.

Conforme ele perdia sua visão, ele ainda a via chorar. Sentiu-a derramando suas lágrimas sobre seu rosto, como seus braços tentando abraçá-lo sem causar mais dor no final de sua vida. Ela estava confortando-o nos seus momentos finais e ele nada poderia fazer para retribuir ou agradecer.

Naquele momento final, foi quando Subaru mais se sentiu patético por falhar com Shaula.

Foi também que ele deseja firmemente que ao morrer, aquela linha do tempo não existisse como ele temia que existisse. Pois ele não conseguia suportar a idéia de ser a causa das lágrimas daquela garota tão gentil e que o tratou tão bem desde que se conheceram.

Ele desejava que aquelas lágrimas nunca tivessem sido derramadas.

—[X]—

[Shaula: Hum? O que foi, Mestre? Você está encarando meu rosto por tanto tempo. Não que eu ache ruim! Sua Shaula fica mais do que feliz em ser encarada desse jeito pelo Mestre~!]

Ela falou empolgada conforme continuava acompanhando-o pelas ruas da Capital.

[Subaru: Desculpa. Eu só estava pensando... que fico feliz em te ver sorrindo desse jeito.]

[Shaula: Oh~! É um daqueles momentos de romances para elevar o relacionamento com a sua garota da trama?! Shaula sempre fica feliz perto do Mestre e por isso ela pode sorrir tanto! Então, obrigado, Mestre~!]

Ela gritou energeticamente, pulando para abraçá-lo com felicidade estampada na sua face. Isso o fez engasgar um pouco pela força, peso, como o fato dela estar jogando seu peito contra seu rosto, o fazendo ficar vermelho de vergonha.

Mas no fundo Subaru estava feliz.

Vê-la sorrindo, andando pelas ruas daquela cidade. Longe da Torre e da solidão que tanto enfrentava. Subaru prometeu novamente que iria proteger aquele sorriso tão doce com tudo o que tinha e lhe fosse possível.

Mais tarde naquele dia, ele se envolveria em uma confusão vergonhosa na Seleção Real graças a sua própria falta de controle e ela.


Notas Finais


Esse foi o momento mais traumatizante do Subaru até o presente momento na sua jornada no Shaula IF. Foi nesse momento que ele abandonou seu sonho de ser: Um herói genérico de Isekai, e prometeu proteger o sorriso da garota que o ajudou.


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