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História Re: E se...? If - Sharing IF


Escrita por: ThinkMind

Notas do Autor


E se...? E se tivesse um Subaru em cada mundo?

Capítulo 58 - Sharing IF


Um hospital não era um lugar como muitos show’s de TV faziam parecer. Não era um lugar extremamente movimentado com corpos entrando e saindo, não era um lugar cheio de médicos trabalhando incessantemente, nem mesmo um lugar realmente lotado na maioria das vezes. Pelo menos, não era tão exagerado quanto os show’s de TV faziam parecer quando comparado a realidade.

Na sala de recepção do hospital estavam duas figuras, pais de um jovem garoto que tinha sido levado até aquele lugar poucas horas atrás depois de um ataque. Onde ele tinha destruído o próprio quarto enquanto agonizava de dor por algum ataque invisível.

Os pais rapidamente levaram-no para o hospital, para tratar dos ferimentos auto-feitos, enquanto o viam esparramado, agonizando, babando intensamente e paralisado no chão como se estivesse morto. Algo que afligiu o coração deles. Pois não muitas poucas horas atrás, ele estava perfeitamente bem — ou pelo normal na percepção deles, já que não tinha acontecido nada de aparentemente ruim com ele fisicamente até aquele momento.

[Médico: Sr.e Sra. Natsuki...]

Um médico se aproximou do casal, um homem gordo, de cabelos e barbas grisalhos pela idade, com óculos de lentes quadradas e um olhar gentil e compreensível.

Kenichi e Naoko Natsuki se levantaram. Ambos abraçavam o lado um do outro.

[Kenichi: Doutor... e então?]

[Médico: Nós realizamos todos os exames possíveis. Tomografia, ressonância magnética, ultrassom... Não encontramos nada que indique ferimentos físicos além dos que seu filho infligiu a si mesmo no seu primeiro... ataque. Não há cortes, hemorragias internas ou qualquer dano que justifique o ato dele ter agido da maneira que descreveram... convulsionando de dor.]

[Naoko: Mas o jeito que ele gritava... como se estivesse morrendo... como se estivesse sendo torturado...]

[Kenichi:Então vocês não possuem nenhuma explicação?]

Naoko apertou as mãos contra o peito, enquanto Kenichi franziu o cenho, cerrando os punhos em frustração pelas palavras.

O médico suspirou, cruzando os braços.

[Médico: A única coisa que podemos afirmar é que seu filho está experimentando algo que nunca vi antes... Parece que simula uma dor real, mesmo que ele não esteja passando realmente por ela. Nunca vi nada parecido. Estamos monitorando-o, então talvez possamos——]

[Enfermeira: DOUTOR!]

O grito de uma mulher o interrompeu, de uma enfermeira, que vinha correndo rapidamente em sua direção. Parecendo agoniada por alguma coisa importante acontecendo. E isso fez o coração dos pais se apertarem, pois ela foi uma das que receberam seu filho, Subaru, no hospital quando chegaram.

—[X]—

A luz fria e pálida do hospital lançava sombras fracas sobre o rosto de Subaru, que jazia imóvel na cama. Suas pálpebras tremiam, gotas de suor deslizavam por sua testa e sua respiração se acelerava como se estivesse lutando por cada fôlego. Os eletrodos presos ao seu corpo captavam a súbita aceleração de seu coração, disparando alertas frenéticos na sala. Os médicos se entreolharam, confusos, enquanto enfermeiros tentavam conter os espasmos violentos do paciente.

A dor explodiu dentro dele como uma lâmina atravessando suas entranhas. Seu peito arfou, os músculos enrijeceram, e um grito estridente rasgou sua garganta, ecoando pelos corredores estéreis do hospital.

[Subaru: POR FAVOR! ME AJUDEM! FAÇAM PARAR! EU NÃO CONSIGO SUPORTAR!]

Subaru berrou, a voz embargada pelo puro terror. Seu corpo se contorcia de forma descontrolada, os braços se debatendo no ar antes de se cravarem contra o próprio abdômen, os dedos rasgando o fino tecido do avental hospitalar e arranhando sua própria pele em uma tentativa desesperada de alcançar a dor que o dilacerava por dentro. As unhas cavavam sua carne, deixando marcas vermelhas, enquanto seu rosto se distorcia em um misto de angústia e horror absoluto.

Era como se algo invisível o tivesse aberto de dentro para fora.

O frio cortante da lâmina em sua barriga era insuportável.

Ele podia sentir cada centímetro de sua pele e carne se rasgando, os nervos gritando em agonia enquanto o sangue quente escorria, encharcando lençóis brancos que deveriam estar imaculados. Mas nada disso estava fazendo sentido em sua cabeça! Era como se estivesse acontecendo com ele, mas não com Ele realmente. Como se estivesse sentindo a dor de outro ele!

Seus olhos reviraram e, por um momento, ele viu escuridão – apenas escuridão. Mas então, a luz voltou, e junto com ela, o horror de algo pontiagudo perfurando seus olhos. A pressão, o som grotesco do globo ocular sendo atravessado, o calor viscoso cobrindo sua face – tudo era real demais.

Ele não conseguia ver mais nada além de sombras e vermelhos distorcidos.

Seu grito se tornou um uivo agonizante, enquanto seus dedos tentavam alcançar os olhos, esfregando-os em desespero, como se pudesse arrancar a dor dali. Suas unhas rasgavam a pele ao redor, os enfermeiros lutando para segurar seus braços antes que ele se machucasse ainda mais.

Ele sufocava. O sangue enchia sua boca, descia pela garganta, quente e sufocante. Cada tentativa de respirar trazia um borbulhar grotesco, afogando-o em sua própria essência. Cada inspiração era uma luta, seus pulmões queimando em desespero. Sua língua tremia, seus dentes mordiam o ar, tentando cuspir o sangue que não estava ali. O terror crescia. Ele ia morrer. Ia morrer de novo, sem entender, sem conseguir escapar.

[Médico: SEGUREM ELE!]

A voz do médico rompeu a sala enquanto entrava na sala apressadamente após ser chamado, e Subaru sentiu mãos fortes segurando seus braços, pressionando seu corpo contra o colchão. Mas sua mente estava cega pela dor, pelo desespero. Ele se debatia furiosamente, suas unhas cravando mais fundo na própria barriga, como se quisesse arrancar as entranhas para acabar com o tormento. Seus pés chutavam o ar, os joelhos tremiam, e sua cabeça se jogava contra o travesseiro, depois contra a barra de metal ao lado da cama. Um som surdo ecoou, seguido de outro, e outro, enquanto os enfermeiros tentavam evitar que ele se ferisse ainda mais.

 [Subaru: FAÇAM PARAR! EU VOU MORRER! ESTÁ DOENDO! POR FAVOR! NÃO QUERO MORRER! POR FAVOR, ME TIREM DAQUI!]

Sua voz se tornou um soluço agonizante, entrecortado por gritos e tosses sufocadas pelo próprio sangue que ele apenas imaginava escorrer de sua boca. O desespero o consumia, a dor o destroçava. Ele lutava, mas não havia como vencer. Seus membros estavam exaustos, sua garganta queimava, sua visão já não registrava nada além de vultos distorcidos.

Lágrimas e sangue (pelo menos na mente dele) se misturavam, sua consciência oscilava entre a lucidez e a inconsciência. Sua boca se abriu em um grito mudo, e então, tudo ficou frio. Um silêncio terrível o engoliu.

E então… acabou.

O corpo de Subaru ficou inerte na cama do hospital, seu peito subindo e descendo com a respiração irregular, os olhos arregalados encarando o teto sem foco. Os médicos se afastaram, trocando olhares perplexos. Ele estava vivo, mas sua mente, sua alma... tinham acabado de atravessar a morte mais uma vez. O eco de sua agonia ainda pairava no ar, mesmo que ninguém ali pudesse compreendê-lo.

Não muito longe, seus pais estavam vendo a cena. Os dois ouviam seus gritos por ajuda, seus gritos de como estava morrendo naquele momento. E o coração deles se apertaram ainda mais enquanto se perguntavam.

O que estava acontecendo com seu precioso filho?


Notas Finais


Nesse IF, algumas coisas aconteceram diferente:

-Existe um Subaru na Terra e um Subaru no mundo de Re:Zero. Ambos compartilham as mesmas sensações físicas compartilhadas.
-O Subaru da Terra sente as dores do Subaru do Mundo de Re:Zero e vice-versa.
-Cada um sente precisamente, exatamente, as mesmas sensações (especialmente a dor) que um sente do outro.
-Por causa dos efeitos de drogas e anestésicos no mundo da Terra, o Subaru do mundo de Re:Zero também é afetado psicologicamente ficando grogue ou drogado, mas não no mesmo nível que o da Terra. Mas, por exemplo: Se o Subaru da Terra passasse por uma cirurgia para abrir a cabeça, o de Re:Zero sentiria a dor do procedimento.


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