Subaru estava acostumado a acordar ao lado de alguém. Bom, diferentemente do que alguém pensaria; Depois dos eventos do Santuário, depois de fazer seu contrato com seu espírito, Beatrice, ele tinha começado a compartilhar sua cama com o pequeno ser de cabelos loiros e olhos com símbolos de borboleta. Aquele que ele carinhosamente chama de Beako, tomando conta dela como uma irmã mais nova ou sua própria filha.
Dado o que ela tinha passado, ele não se importaria em ficar junto de Beatrice. Mesmo que ela usasse a desculpa de sugar o Mana de seu Portão quebrado. Mas ambos gostavam de compartilhar a presença um do outro — e ele agradecia a presença e ajuda dela para outros problemas que ele tinha desenvolvido em seus hábitos noturnos.
Normalmente, quando ele despertava, ele via o teto de seu quarto, sentia a presença familiar de Beatrice, abriria um sorriso feliz ao vê-la dormindo ao seu lado e então a despertaria ou seria despertado por ela caso tivesse dormido até muito tarde. Algo que ele gostava. Pois começar o seu dia ao lado daquele pequeno grande espírito fofo, conversar logo de manhã com Emilia e o resto do pessoal, ajudar Frederica, Ram e Petra nas funções de cuidar da mansão, por ele desejar continuar seu trabalho como mordomo, treinar com Garfiel no campo de treinamento secreto deles, zombar de Otto e no final do dia, contar sobre seu dia para Rem.
Uma rotina diária que ele tinha desenvolvido. Algo que ele se acostumou, que ele gostava bastante.
Se ele queria mudar alguma coisa?
Ele gostaria que Rem estivesse acordada para conversarem e compartilharem o que tinham feito no dia. Desejando que de alguma forma, que em algum momento, ela despertasse e ambos pudessem falar sobre tudo o que ele tinha vivido até aquele momento. Tudo pelo quanto ele se importa com a empregada de cabelos azuis. A pessoa que ocupava o segundo lugar do seu coração, não tão distante de Emilia.
Mas uma mudança que aconteceu repentinamente foi essa.
Acordando em um quarto completamente diferente daquele em que ele normalmente acordaria, olhando para um teto diferente. O teto de uma espécie de quarto. Um quarto grande, elegante, bonito. A cama bastante confortável para quem é dono desse lugar. O quarto que você esperaria da realeza, ou pelo menos de nobres.
Seu quarto na Mansão não se compararia a este quarto nesse quesito de elegância, ainda que ele tivesse uma grande importância como um cavaleiro, mas não só um cavaleiro qualquer, o cavaleiro de uma Candidata Real. Mas ele não reclamaria. Para Natsuki Subaru, uma cama confortável, um teto para protegê-lo da chuva e o deixar aquecido, uma casa, grande ou pequena, já bastava para ele. Afinal? Ter um lugar para viver, já bastava para uma pessoa simples como o humilde jovem de cabelos negros.
Mas este ponto era importante? Sim. Por quê? Porque a pessoa quem é dona de tal cama, de tal quarto, era quem estava mantendo-o naquele lugar.
A pessoa, não, na percepção, dele, o monstro que o seqüestrou em Priestella.
O Acampamento de Emilia tinha ido para Priestella na missão de conseguir um cristal especial, o cristal que permitiria Emilia recuperar Puck. Trazê-lo de volta em algum momento. A convite também de outra candidata, Anastasia, que tinha reunido também os outros Acampamentos para negócios diferentes, em prol, Subaru supôs, de ela conseguir colocar todos em dividas com ela. Como uma boa comerciante deveria fazer contra seus rivais de negócios, no caso Candidatas nesse contexto.
Só que o problema começou da forma como sempre começava, com Subaru morrendo e Retornando pela Morte por culpa de Sirius Romanee-Coti, o Arcebispo da Ira, do Culto das Bruxas, quem começaram um ataque contra cidade. Eles começaram um ataque, um cerco contra cidade. Subaru até tentou enfrentar Sirius e Regulus Corneas, dois dos Arcebispos, junto de Beatrice e Emilia. Mas eles falharam e a meio-elfo foi seqüestrada enquanto ele ficou gravemente ferido, enquanto seu espírito estava inconsciente após usar todas suas energias para curar as pessoas feridas — algo que ele realmente pediria caso estivesse acordado quando ela começou tal ato, e aprovava até agora por ela ter escolhido priorizar ajudar todos que estavam ao seu redor.
E quando ele estava pensando em como resgatar Emilia de Regulus, que tinha seqüestrado-a.
Mas então veio o anuncio dela.
Um anuncio que veio do Metia da cidade, para todos ouvirem, das exigências para poupar a população e não abrirem as comportas da cidade e afogarem as pessoas. Subaru, por si, queria salvar Emilia, mas sabia que, naquele momento, ele tinha uma responsabilidade para ajudar as outras pessoas da cidade.
Então ele formou um grupo, cujo os membros eram: Subaru, Crusch, Wilhelm, Garfiel e Julius para enfrentarem aqueles que tinham dominado a prefeitura da cidade e tal missão era extremamente importante. Ao chegarem, eles se depararam com três figuras: Duas encapuzadas e um Dragão. E eles tentaram enfrentá-los logo de cara, indo de frente. Até mesmo quando ele perdeu o controle ao se deparar com uma das figuras que ele mais odiava: Roy Alphard, o Arcebispo da Gula, que ele achava ter sido quem causou a perda da memória de Crusch e o coma de Rem. Algo que realmente o tirou do serio, o que fez perder seu controle naquele momento e nublou seu pensamento.
Quando entraram na prefeitura, eles se viram em uma armadilha. A armadilha dela.
Enquanto ele pensava nisso, a segunda figura na cama em que ele acordou, a que estava debaixo dos lençóis sedosos que o cobriam, começou a se mover. Soltando pequenos sons de despertar, ela levantou os lençóis, fazendo caírem para trás de seu corpo, revelando não só o torço nu de Subaru, como sua própria figura despida sentada sobre o corpo do cavaleiro de cabelos negros.
Uma figura de cabelos loiros curtos, olhos brilhantes vermelhos e um sorriso levemente sádico, com alguns dentes pontudos. Um corpo magro, jovem, mas ainda bonito de se ver, ainda mais neste estado desnudo. Uma mulher que Subaru conheceu no evento que o levou até aquele lugar, que o forçou a ir para lá: Capella Emerada Lugunica, a Arcebispo da Lúxuria do Culto das Bruxas.
[Capella: Bom dia, Subaru-Chan~~!]
Se jogando contra a figura abaixo de si, a mulher deu um beijo nos lábios do rapaz que não resistiu e permitiu-a fazer o que quisesse. Os lábios grudados, a língua adentrando na boca dele, passando pelos dentes e tentando enrolar-se ao redor da língua de Subaru, em um ato semi-lascivo entre os dois.
E quando se separaram, deixando um rastro de saliva entre eles. O Arcebispo deitada sobre o peito dele pressionando os seus contra o torço do rapaz. Enquanto ela o encarava, com um sorriso animado e satisfeito, Subaru estava resignado a encará-la com um olhar sombrio, e uma expressão entre neutra e dura, claramente desgostoso com tal ato. Vendo a expressão dele, ela inflou suas bochechas com uma expressão fofa de descontentamento infantil...
[Capella: Eu não gosto do seu olhar assim, Subaru-Chan~ Não quando acordamos tão juntinhos depois de uma boa noite entre nós dois, não acha~?]
[Subaru: ——]
[Capella: Nooossa... Mas isso não me importa por enquanto... Que tal tentarmos ter alguma diversão entre nós dois agora~?]
Se sentando sobre ele novamente, a mulher começou mover sua mão por debaixo dos lençóis para o lugar entre as pernas de Subaru. O olhar dele endureceu levemente e algumas notas de suor começaram cair de sua testa com preocupação. Mas ela parou quando ouviu um som de batidas, alguém estava na porta do quarto e chamando-os. E isso fez uma pequena veia saltar na cabeça da mulher de cabelos loiros.
[???: Mama?]
A voz feminina que a chamou só fez sua frustração aumentar ainda mais, enquanto se levanta. Deixando os lençóis e a cama enquanto colocava seus pés no chão do quarto, perto das roupas de Subaru, enquanto este se cobria com o lençol, sabendo bem o que tipo de coisa poderia acontecer se ele mostrasse-se daquela forma para quem entrar, pois tinha presenciando uma cena dessas antes.
[Capella: Entrem, pedaços de carne!]
Com um tom completamente irritado e desgostoso, ela ordenou, rangendo os dentes.
A porta do quarto foi aberta e duas figuras entraram. Ambas adentraram no quarto, uma mulher alta que usava uma saia justa; De pele clara, olhos vermelhos e cabelos roxos. Uma mulher bastante bonita para quem visse só sua aparência. Mas quem a conhecesse bem, saberia o bastante para saber que é uma mulher sádica, narcisista. Enquanto a outra, uma bela jovem com cabelos longos roxos em duas caudas, a um centímetro do chão, com um pequeno ahoge e olhos de âmbar. Usando uma roupa de freira — com estética árabe. Seu traje consiste em um vestido azul com fenda e botas brancas de cano alto.
Duas das “filhas” da Arcebispo do Pecado, Sakura Element e Melty Pristis.
Quando entraram, automaticamente entenderam parte da situação.
Sakura engoliu em seco, preocupada, enquanto Melty, com as bochechas ardendo em vermelho, começou a olhar para o chão. Sabendo bem como já tinham feito algo imperdoável ao interrompê-los, como seria pior ainda caso olhassem na direção da pessoa deitada na cama — quem nunca deve ser observado por nenhuma delas mesmo que por um instante quando estivesse no estado em que estava.
[Capella: O que vocês querem?]
[Sakura: M-Mama, sinto muito incomodá-la logo tão cedo. Peço mil perdão por isso. Vim informá-la somente que seu pedido foi completado e nós o trouxemos.]
[Capella: Sim~~? Perfeito~! —— Mas realmente acha que isso é justificativa o bastante para virem aqui, para me, para nós interromperem só por causa disso? Mesmo que minha ordem de alertar-me tenha sido dada na chegada do meu pedido, minha primeira ordem, A MAIS IMPORTANTE!, não deveria ser descumprida! Porque vocês poderiam esperar mais um pouco, não é, NÃO É?!]
[Sakura: Sim, Mama! P-Peço desculpas, f-foi um erro.]
Nervosamente, a mulher baixou um pouco seu rosto em vergonha. A boca ficando seca de medo.
Mesmo uma mulher narcisista como ela temia-a.
Sakura juntou as mãos sobre sua saia, apertando-a uma contra outra, entrelaçando os dedos e se apertando até os dedos ficarem brancos de tanta força. Um medo irracional percorrendo todo seu corpo em um instante ao ver a raiva estampada no rosto da mulher que nunca deveria ser irritada.
Melty nervosamente olhou para figura de Capella, ainda desnuda. E ela, sem querer, desviou seu olhar para figura na cama, instintivamente procurando qualquer apoio fora Sakura — quem nunca lhe daria apoio nenhum caso ela estivesse sobre o olhar raivoso da Mama. Só que foi um erro. Ela viu-o lá, parado, se cobrindo com o lençol até a altura do pescoço, vendo-o com uma pequena marca de mordida perto do queixo — e ele se cobriu um pouco mais em nervosismo.
Instantaneamente, ela desviou o olhar de novo para encontrar fúria...
[Capella: Você perdeu alguma coisa, Melty?]
As palavras foram ditas com grande veneno e raiva mal-controlada, enquanto as veias na testa da mulher pareciam que bastava poucos instantes para estourarem.
Porque Melty tinha cometido um grave erro.
[Melty: Me de—— Urgh!]
[Capella: Primeiro vocês interrompem-nos em um despertar matinal para dar uma noticia que poderiam entregar qualquer momento depois, e depois, ousadamente, agora você olha na direção do MEU Subaru-Chan com um olhar lascivo de um pedaço de carne que não conhece seu lugar? Realmente estou sendo leniente demais, ou você quem é ousada demais para esquecer-se do bons modos que tanto trabalhei para colocar em sua cabeça.]
Tendo transformado seu braço esquerdo em um braço de dragão, esticando-o para agarrar a perna esquerda de Melty, ela a levantou no ar, alto o bastante e a aproximou para ficar face a face. Um método que as vezes ela fazia, no intuito de intimidar. Não que ela precisasse fazer isso, já que, normalmente, os tratamentos anteriores que suas “crianças” recebiam já seriam o bastante para fazê-las estremecer.
[Capella: O que eu devo fazer com você, hum?! Está pronta para uma... boa punição pela sua transgressão, hein?!]
[Melty: Irrk! P-P-Por favor, M-Mama, p-por favor!, e-eu, e-eu peço desculpas, s-s-só c-cometi um p-pequeno acidente!]
[Capella: Sua...!]
[Subaru: Capella!]
Antes que Capella começasse seu ato de punição contra garota por quebrar sua regra preciosa, Subaru a impediu com um grito, saindo de sua posição anterior e revelando parte de seu corpo pelo lençol que caiu levemente e isso o fez se cobrir de novo para evitar mais problemas.
Sakura afastou-se levemente da confusão.
O Arcebispo tirou seu olhar sobre a pequena garota de cabelos longos para o rapaz de cabelos negros, mantendo parte de sua raiva, mas parecendo ficar mais leve quando recaiu sobre ele. Entre um estado de raiva pendente contra garota que estava na sua mão, literalmente, e suavidade pelo rapaz que estava sobre seu olhar, com um certo nível de carinho.
[Subaru: E-Está tudo bem, f-foi só um acidente.]
[Capella: Hum? Subaru-Chan, você não está sendo muito bonzinho? Mesmo que ela seja uma das minhas que qualifiquei para tomar conta de você, não poderia permitir ela lançar um olhar daqueles sobre você. Um olhar feio e lascivo. Não percebe o quanto isso pode perturbar essa bela dama, tendo uma das minhas garotas confiáveis tentando o corromper?]
[Subaru: E-E-Eu sei, e não queria que você se sentisse assim por minha causa. Mas... eu realmente não me sento ameaçado quando você está perto... Por que... Por que eu olharia para outra pessoa quando você está na minha frente...?]
[Capella: ———— Kyaaah! Sim!, sim! Você tem razão, não é~~~?! Você realmente tem razão~~ Fuuh! —— Melty-Chan, você realmente é sortuda, não acha~? Você realmente cometeu uma transgressão horrível, o ato de quebrar uma das minhas regras, mas graças a você pude ver novamente a lealdade do MEU querido Subaru-Chan, que falou algo bastante correto~~! —— Muito bem.]
Capella fez seu braço voltar ao normal, soltando a pequena garota com roupas de freira.
Virando-se para ir até a cama.
Ela chegou até Subaru, inclinou-se, dando mais um beijo rápido. Enquanto o seu corpo começou a moldar suas roupas tradicionais através de sua Autoridade. E quando se separaram, com outro pequeno rastro de saliva entre eles, ela estava com um sorriso satisfeito.
[Capella: Precisarei sair agora para pegar uma coisa bastante importante, então, se comporte direito, sim~~? Hoje você pode levar um brinde extra para aquele pedaço de carne nas celas~! Por ter me deixado com tanto bom humor apesar dos erros que elas cometeram~~!]
[Subaru: Obrigado... querida.]
[Capella: Gyahahaha~~ Não precisa agradecer assim~ Como sua companheira, nossos laços envolvem recompensar e incentivar tais atos, não~~? —— Agora, venham! Subaru-Chan precisa se trocar e eu não vou dar um segundo perdão caso seus olhares lascivos caiam sobre ele novamente~~!]
[Sakura e Melty: Sim, Mama!]
Seguindo-a quando ela se dirigiu para saída, as duas rapidamente aceitaram o chamado da mulher de cabelos loiros, sabendo bem que nada ganhariam se reusassem ou demorassem mesmo que um segundo a mais. Com um último aceno de mão, como uma piscadela e um beijo no ar, Capella despediu-se de Subaru.
O cavaleiro ficou parado.
Segurando os lençóis por mais alguns instantes, ele se lembrou das palavras que disse. Mordendo seu lábio inferior com força até soltar um pequeno filete de sangue, ele conteve seu enjôo, sua vontade de vomitar. Mas ele também não podia deixar Melty sofrer o mesmo destino que ele viu uma das outras sofreram. Não, não alguém gentil como aquela pequena garotinha em traje de freira que tinha ajudado-o mais do que todos os outros. Limpando parte do sangue com um dos seus braços, ele deixou o sangue secar.
Levantando-se, também nu, ele olhou para partes de seu corpo. Mordidas, pequenas marcas de arranhões, como uma pequena “tatuagem” de coração feito com o Sangue de Dragão sobre seu peito no mesmo lugar onde fica seu coração, um pouco mais a cima do ponto exato. Ele olhou também para alguns arranhões e marcas de mordidas em suas pernas. Mas nenhum ferimento profundo, coisa que ela nunca fez fisicamente — apesar dos ferimentos mentais e emocionais que ela lhe deu.
A luz de seus olho tinha sumido.
Respirando fundo, ele acalmou seu coração. Impedindo-se para machucar mais seu coração, suas emoções.
Tudo para não cair no buraco que ele poderia sufocá-lo.
Ele rapidamente pegou as suas roupas no chão, vestindo-se lentamente. Não por querer, não. Subaru mais do que nunca queria estar longe do estado em que estava instantes atrás. Agora nas suas roupas tradicionais em que ele chegou nesse mundo; ele se sentiu mais confortável, sentiu-se completo, como também sentiu uma sensação de algo o abraçando e o confortando.
Foi então que percebeu.
[Subaru: Não chore... por favor... não chore, não chore...]
Repetiu mentalmente para si mesmo, como fazia toda manhã em que teve de passar por tais coisas desde que foi levado a tal lugar. Tentando levar sua mente para figuras familiares. Para Emilia, para Rem, para Beatrice. Para as pessoas de seu Acampamento, para todos que ele amava e esperava rever logo.
Mas não o impedia de se sentir sujo pelas marcas que ainda estavam nele, mesmo que se banhasse milhares de vezes.
Só que ele tinha de ser forte...
—[X]—
Andando pelo corredor enquanto carregava uma bandeja, ele refletia onde estava.
O esconderijo de Capella e seus assassinos, suas “filhas” e “filhos”.
Pelo menos, ele pensava que tal lugar deveria ser a Base de Operações Principal, assim Subaru imaginava que fosse pelo lugar ter um quarto importante para dona de todo o grupo de assassinos pudesse ficar — apesar dele ele imaginar que todos os esconderijos tivessem um quarto especial para ela ficar a vontade quando fosse obrigada a ir.
Mas o importante é que ele tinha deduzido o lugar onde estava tal Base de Operações. Gusteko. Em um território entre ambas as nações, Gusteko e Lugunica, para ela permanecer dentro e fora, sem a acionar a presença do Dragão Divino como uma ameaça externa. Já que ele ouvirá falar de como o Dragão Divino enfrentaria e destruiria quem invadisse os territórios do reino de Lugunica. E se ela, um Arcebispo, não fosse considerada uma ameaça, então o Dragão Divino tinha outra restrição: Ele não atacaria ameaças que fossem originarias de Lugunica que saíram e voltaram para dentro do território deles.
Como um: “Vou destruir as ameaças que venham dos outros países. Mas as ameaças dos nosso, podem fazer o que quiser.”
Algo que minimamente faria Subaru concordar com Crusch para desfazer o contrato, pensando em como, racionalmente, ele não estava ajudando-os contra o inimigo perigoso dentro do território deles. Mas suas reflexões sobre isso poderiam ficar para outra hora quando não estivesse em suas analises sobre a situação atual em que estava preso. Pois o local atual, mesmo deduzindo-se sua localização territorial, não significa saber totalmente o ponto em que eles realmente estariam nesse momento.
Era o mesmo que dizer que sabe o território do Mapa Mundial em que você está, mas não sabendo em qual ponto dentro do território eles estariam. Impossível encontrar-se sem maiores pistas, como nomes de pontos de referencia — como uma cidade ou uma vila próxima, ou mesmo uma estrada nomeada.
Só que ele não tinha muito com o que trabalhar.
Mesmo livre para vagar na base, ele não tinha permissão para sair a menos que Capella o levasse para o mundo exterior ela mesma. Nunca o permitindo sair com nenhum dos “aproveitadores” que são suas “crianças” mal-criadas. Subaru ao menos sabia que o lugar era bastante grande, imenso. Maior que a Mansão Mathers. Pelo que ele deduziu, ir do quarto da Capella até a porta de entrada-saída desse lugar demorava o mesmo tanto que ele demoraria para ir da Mansão para Vila de Arlam, andando — e ele podia deduzir também que correndo seria o mesmo tempo que ele demoraria quando fazia tais corridas.
O lugar tinha partes mais bem trabalhadas, arrumadas. Enquanto outras pareciam ser retidas de Dungeons de RPG que Subaru tanto jogava em seu mundo. Uma ironia pensar que, essa divisão, lembrava-o exatamente do tipo de aventura MMORPG em que seu personagem passaria para enfrentar um Boss altamente poderoso, como um dragão — que, novamente por ironia, Capella podia se transformar. E era esse tipo de pensamento que o permitia acalmar sua mente em meio a tanto estresse.
Novamente voltando ao seu serviço atual.
Ele tinha chegado em frente a porta de madeira com grandes pretas na pequena janela, e, usando sua chave especial, ele a abriu. Olhando ao redor ele não viu nenhum guarda; pedido feito por ele para que a pessoa nessa cela não fosse incomodada — algo que custou-lhe fazer “favores” para dona desse lugar — ou ameaçada de qualquer forma. E ao abrir, carregando cuidadosamente a bandeja, ele viu uma figura lá.
Sentada sobre uma cama não tão elegante, não boa para alguém dormir, a cama feita especificamente para um prisioneiro, estava a figura de uma mulher; Cabelos verdejantes soltos, olhos que emanavam certeza e liderança, com roupas mais ou menos cuidadas, que antes eram elegantes. A figura de uma Candidata Real, Crusch Karsten.
[Crusch: Subaru-Sama... obrigado.]
[Subaru: Não precisa agradecer, Crusch-San. Nunca te abandonaria... apesar de sentir que faço isso sempre que saio dessa cela.]
[Crusch: Não se culpe por isso, Subaru-Sama. Sei bem como você, assim como eu, não deseja estar aqui, por mais que não tenhamos escolha.]
[Subaru: você não faz idéia.]
Murmurando a última parte, ele se aproximou dela, entregando-lhe a bandeja. Com comida e bebida. Dessa vez, estava melhor do que dá última vez. Não que Crusch fosse reclamar de receber quaisquer comida, não quando ela sabia como Subaru deveria estar se esforçando para ajudá-la da forma que podia.
E o que ela fazia ali?
Durante o cerco de Pristella: Ambos caíram na Armadilha de Capella na prefeitura. E Subaru estranhou a forma como ela agia, como se ambos já tivessem se encontrado antes, como se já tivessem se conhecido. Mas o pior foi como ela proclamou que o levaria consigo. Claro que ele resistiu, obviamente, com tudo o que podia. Mas nada pode fazer depois que Crusch foi colada como moeda de troca, após ser feita de refém.
Então para tentar ajudá-la, ele tentou se entregar na tentativa de encontrar uma forma de sair por si só — ele tentou não cogitar usar o Retorno pela Morte para reiniciar a situação na Prefeitura em nome de tentar valorizar sua vida, não tratando cada uma como loops falhos.
Mas ele foi inocente demais. Pois não só ela tomou-o facilmente como refém, como ainda manteve Crusch.
Nocauteando-os.
Foi terrível. Pois quando ele novamente acordou, já estava nesse lugar gigantesco. Longe de Priestella, longe de todos seus aliados e amigos, nas garras do Arcebispo e de seus assassinos. E ele, tristemente, cogitou seu poder; mas só por um instante. Subaru teve que manter sua mente focada, especialmente porque Capella possuía Crusch também como refém nessa pequena cela. Forçando-o a colocar a segurança dela em primeiro lugar, acima de todas suas outras preocupações enquanto estivessem naquele lugar.
Pois como ele bem descobriu, ela era descartável na perspectiva de Capella e dos outros. A menos que ele pedisse e mostrasse o quão disposto estava para mantê-la vida, segura, com uma cama e com comida e água para se manter viva. E ele estava muito disposto a fazer isso.
Sentindo levemente um gosto ruim na boca, como seus olhos arderem novamente.
[Crusch: Subaru-Sama...? Você está bem...? Seu olhar parece um pouco...]
[Subaru: Não se preocupe, Crusch-San. Estou somente pensando em... algumas coisas. Por favor, não se acanhe e coma.]
Tentando afastar os pensamentos negativos da cabeça de sua companheira, ele disse com o maximo de carinho que conseguia juntar em meio aos sentimentos negativos que estavam afogando-o. Não poderia fazer isso com ela, quando ela estava trancada em uma cela dessas por culpa dele — por ela ser um refém que o impedia de agir na sua maneira impulsiva, por ele não querer que ela se ferisse por sua culpa.
Então ele tinha que se esforçar por ela.
Por isso, quase sempre ele tentava mapear esse lugar gigantesco, aprendendo sobre todos os assassinos e guardas que guarneciam tal lugar. No intuito de encontrar uma forma de fugirem desse lugar, juntos. Mas agora, quando estava perto de Crusch, instintivamente, ele sentia repulsa. Não contra ela, mas contra si mesmo. Nojo. Nojo da sua pele que estava ao redor de si, da pele marcada e maculada pelas mãos, dentes e língua daquela mulher. Mas isso era por Crusch.
Enquanto ele continuasse atendendo aos desejos de Capella, ela não faria nada com Crusch o que ele viu fazer com seus amados “filhos” — atos grotescos através de sua Autoridade — e permitiria ele cuidar da Candidata o quanto quisesse, como sua “convidada especial”. Então ele faria isso. Sairia para os encontros que ela exigisse, lhe diria às palavras que ela queria ouvir, se tornaria o que ela pedisse e lhe daria todo seu próprio ser, incluindo seu próprio corpo.
A comida que Crusch comia agora era uma das suas conquistas pela sua troca.
Deixando Capella fazer o que quis com seu corpo, deixando-a roubar sua primeira vez que ele queria dar para garota que ele amava — e esperava dar quando estivessem em um relacionamento estável ou mesmo depois do casamento —, ela atendeu ao seu pedido de deixar os guardas e assassinos longes de Crusch, contanto que esta também se mantivesse comportada. E ele continuou suas trocas. Não importava mais para Subaru que seu corpo fosse usado da forma como ela quisesse, pouco importava se ele pudesse manter Crusch viva, segura, e pudesse levá-la de volta para Félix e Wilhelm, para voltar para sua casa, Subaru não se importava com o quão nojento ele se sentia com seu próprio corpo.
Enquanto Crusch se mantivesse forte como ele, Subaru resistiria o máximo que pudesse.
Subaru não quebraria.
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