1. Spirit Fanfics >
  2. Rebel Heart >
  3. Freshman

História Rebel Heart - Freshman


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


√ Desculpem-me qualquer erro. Boa leitura!

Capítulo 2 - Freshman


Fanfic / Fanfiction Rebel Heart - Freshman

365 dias depois, 4 de fevereiro

— Seu pai está a caminho.

Lancei um olhar de ódio para aquela mulher atrás do balcão. Eu estava me preparando para me arrepender do dia em que nasci. O álcool ainda queimava nas minhas correntes sanguíneas, mas agora tinha consciência dos meus atos. Ainda me encontrava um pouco zonza, e a ressaca parecia ter chegado adiantada, mas sabia que a dor de cabeça era o menor dos problemas. Eu estava ferrada. Literalmente. Eu não tinha nada para usar ao meu favor; todos os fatores apontavam contra mim. Rosie tinha razão: uma festa na casa de Finch nunca acaba bem. Desta vez, eu levei a pior. Não lembro quando as coisas começaram a fugir do meu controle; talvez no oitavo ou décimo copo de vodca.

Ergui meu olhar para a porta e lá estava o meu pai, me encarando com aquele olhar de decepção que eu já estava acostumada. Tudo o que fiz no último ano não lhe agradou nem um pouco. Eu também não me esforçava para isso. Pelas circunstâncias que cheguei em casa da última festa — bêbada, descontrolada e cheirando a sexo — ele tinha me proibido de ir a alguma festa universitária sem o seu consentimento. Não dei ouvidos. No dia seguinte, recebi o convite para a festa de Finch, e não pensei duas vezes antes de fugir pela janela. Eu tinha planejado tudo: pularia a janela, pegaria um táxi, beberia um pouco, transaria com um ou dois caras e voltaria para casa antes das quatro, e ninguém perceberia minha ausência. Nada saiu como o planejado. Pelo menos, não tudo.

— Você sabe o que tive que fazer para não levarem as acusações em diante? — gritou o meu pai, descontrolado, enquanto olhava para mim e para a estrada ao mesmo tempo. 

— Não foi minha culpa, tá legal? — tentei me defender no mesmo tom.

— Essa é a sua desculpa, América? — seus gritos não estavam ajudando em nada. — Pelo amor de Deus! Você está cheirando a álcool, cigarro e a sexo! Você foi pega sem habilitação, bêbada, dirigindo em alta velocidade um carro que nem era seu! Que merda você tem na cabeça, hein?! E se você tivesse atropelado uma pessoa?! E se você tivesse causado um acidente e acabado com a própria vida?!

— Mas isso não aconteceu! — tentei dialogar com ele.

— E você acha que isso melhora as coisas? — seu tom continuava alto, mas seu olhar agora estava fixo na estrada. — Eu e sua mãe estamos nos matando de trabalhar para dar um futuro digno à você e seus irmãos, e é assim que você retribui? Você acha que isso não nos magoa, nos chatea? Ou você só está tentando chamar atenção?

Fiquei em silêncio. 

— Você tem dezenove anos, não é mais um bebê! — berrou. E com um tom mais baixo, mas cheio de desgosto, continuou: — Escute bem o que estou lhe dizendo, América... Você é maior de idade, pode muito bem pagar pelos seus atos. Não vou me responsabilizar por outra situação como essa; não vou pagar fiança mais uma vez. Enquanto você estiver dormindo sob o meu teto, vai ter que obedecer às minhas regras. 

O assunto foi encerrado e só sobrou o silêncio. Virei o meu rosto para a janela e prendi as lágrimas o quanto pude. Eu não ia chorar. Mesmo que doesse, mesmo que ele tivesse razão, eu não ia engolir o maldito orgulho. Eu não conseguia. Não era de hoje que o título de "Desgosto da família" era único e exclusivo meu. Eu não culpava ninguém, nem mesmo os meus irmãos por serem o orgulho dos meus pais. Até um ano atrás, eu era o orgulho dos meus pais também, mas eu acabei com tudo. Eu resolvi prender o meu antigo eu no canto mais escuro do meu coração, e não pretendia libertá-lo.

Antes mesmo do carro ser desligado, saltei do mesmo e bati a porta com força. Saí andando depressa e pisando fundo. Usei a chave reserva debaixo do tapete — já que tinha perdido a minha na confusão de ontem — e passei pela sala sem olhar na cara da minha mãe que estava sentada no sofá e Amélia que estava sentada na mesa redonda perto da parede de fundo com seus livros espalhados pela mesma. Tranquei a porta quando entrei no meu quarto; não queria papo com ninguém. 

Passei direto para o banheiro; não queria sentar na cama e pensar no que aconteceu. Evitando olhar para o espelho, tirei a blusa xadrez, depois a blusa branca de alcinha e o short. Encarei as roupas no chão por um tempo e finalmente tive a coragem de encarar meu reflexo no espelho. Minha aparência não estava nada boa: a maquiagem pesada estava manchando os meus olhos como se eu tivesse tomado um banho de chuva. Eu estava bem diferente de quem eu era um ano atrás: o cabelo, antes castanho, agora estava ruivo e os olhos castanhos esverdeados estavam mais apagados do que uma noite escura. Suspirei. 

Entrei debaixo do chuveiro e deixei que a água gelada caísse sobre minha cabeça. O álcool foi se ofuscando aos poucos, deixando para trás apenas a forte dor de cabeça. Esfreguei o rosto, tirando todo o excesso da maquiagem; a mesma escorria pelo meu corpo e descia junto com a água para o ralo. Depois de me livrar de toda aquela maquiagem e tomar um banho extremamente gelado, me sentia um pouco mais leve. Mais não durou muito: depois de estar vestida e com o cabelo seco, corri de volta para o banheiro e vomitei tudo que ingerir naquela noite de bebedeira, principalmente o próprio álcool. Coloquei tudo para fora até não sobrar mais nada no estômago. Depois veio o mal estar e eu só queria capotar na cama e dormir por dois anos.

Deitei na cama e puxei o lençol para cima do meu corpo. Afundei a cabeça no travesseiro e encarei o teto; todo aquele silêncio me trazia uma imensa sensação de vazio. Algumas lembranças vieram à minha cabeça, como de o quanto eu tinha uma ótima relação com o meu pai e o quanto ele tinha orgulho de mim. Eu tinha estragado isso também. Tinham acabado com a minha vida, e eu acabei destruindo a eu mesma. Não tinha orgulho da pessoa que eu tinha me tornado, mas era assim que eu era agora. Fria. Infeliz. Solitária.

Ouvi três batidas suaves na porta que mesmo assim fez minha cabeça latejar. Apertei os olhos com força e esperei a dor passar. Desviei meu olhar para a porta e a cabeça de Isaac surgiu para dentro do quarto, com aquele olhar de apreensão que eu conhecia bem.

— Posso entrar? — perguntou ele.

— Não.

Ele me ignorou e fechou a porta atrás do corpo. Aproximou-se com um copo d'água na mão e um comprimido na outra. Sentou-se ao meu lado na cama enquanto eu me rastejava para ficar com as costas encostada na cabeceira. Isaac me entregou o comprimido que coloquei na boca e depois a água que me ajudou a engolir o remédio.

Coloquei o copo em cima da mesa de cabeceira e o encarei.

— Já está sabendo, não é? 

Isaac suspirou. 

— Estou... O pai está muito chateado com você.

Revirei os olhos.

— Conta uma novidade. — Resmunguei.

— Não vou ficar do seu lado, Meri. Você pisou feio na bola desta vez — ele não tinha um tom de sermão, mas estava sério demais.

— Eu sei, tá legal? — disse eu, irritada. — Não precisa ficar jogando na minha cara.

— Quantas vezes for necessário. — Ele retrucou. — Eu, a mamãe, o papai, a Amélia... nós só queremos o seu bem.

— Eu sei, eu sei.

— Eu sei que o que Jared fez te abalou muito...

Não.

— Para.

— Mas você não pode deixar que ele estrague sua vida deste jeito.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Merda!

— Para. — Pedi com a voz embargada. — Agora.

O meu irmão me encarou com aqueles olhos acinzentados, e eu diria que tinha alguma quantidade de pena neles.

— Desculpa, Meri — ele estava arrependido de tocar no assunto.

— Por favor — pedi, séria, sem olhá-lo. — Só preciso dormir um pouco.

Isaac mordeu o lábio inferior e assentiu. Levantou-se e se inclinou para pegar o copo em cima da mesa de cabeceira.

— Boa noite, Meri.

Virei-me para o outro lado, trazendo o lençol até os meus ombros. As lágrimas começaram a escorrer mesmo sem nenhum esboço de choro na minha expressão. O álcool me deixava muito fora de mim, mas quando eu estava sozinha ou lembrava de algum assunto que me machucava, eu costumava ficar muito emotiva. Então não conseguia controlar o choro.

Acordar no dia seguinte foi extremamente difícil. A ressaca tinha ficado dez vezes mais enjoada e meu corpo estava mole, implorando para ficar na cama. Mas não podia faltar; tinha teste de álgebra naquela manhã e minhas notas não estavam muito satisfatórias para faltar em um dia tão importante. Eram sete e vinte e cinco, meus pais já tinham ido trabalhar àquela altura. Agradeci á Deus, pois não queria passar por uma cessão psicológica e moralista logo pela manhã. Eu tinha que me apressar se quisesse uma carona até a universidade. 

Isaac estava me esperando na sala quando surgi vestida e maquiada, carregando a mochila nas costas. Caminhamos em silêncio até o carro. Sabia que ele estava se sentindo culpado por ter tocado naquele assunto ontem à noite, mas sabia que, acima de tudo, que ele sabia respeitar o meu espaço. O carro entrou em movimento e os primeiros momentos foram de puro silêncio, mas eu sabia que não demoraria muito para ele abrir a boca, e foi exatamente isso o que aconteceu.

— Sinto muito por ontem — disse ele sem desviar o olhar da estrada; as mãos firmes no volante.

— Tudo bem — fui sincera. — Não quero falar nesse assunto.

Ele balançou a cabeça.

— Mas podemos falar sobre aquele outro assunto, não é? 

— Não preciso da sua lição de moral, Zac — bufei, irritada. — Obrigada pela preocupação, mas você não é o meu pai.

— Sou o seu irmão — retrucou. — Seu irmão mais velho... — desviou o olhar para mim por mínimos segundos, e depois voltou a focar na estrada. — É meu dever cuidar tanto de você quanto da Amélia.

— Eu sei me cuidar sozinha — disse eu.

— É desse jeito que você sabe se cuidar? Depois de tudo o que aconteceu, acha que o papai não tem razão?

Fiquei em silêncio.

— Meri, eu me importo com você. Eu, a mamãe, o papai, a Amélia... nós só queremos o seu bem. — Fez uma pausa. — Eu sei como é se sentir impotente às vezes. Meu coração está com você. Mas essas suas atitudes só estão afastando as pessoas que se importam com você. Uma delas é o papai. Ele pode parecer duro às vezes, mas ele só quer o seu bem.

Zac era um irmão e tanto. Mas alguns fatores nos afastaram mais do que eu gostaria. Verdadeiramente, eu tinha afastado o meu antigo eu de tudo e de todos, e mantinha ele acorrentado entre sete chaves. 

O carro ocupou uma vaga no início do estacionamento e meu irmão olhou para mim. 

— Tenta se desculpar, tá? — disse ele. — Conversa com ele hoje à noite.

Coloquei uma alça da mochila sobre o ombro direito e abri a porta. Olhei uma última vez para Zac e fechei a porta do carro. Abaixei a cabeça e ouvi o motor ranger atrás de mim e levantei a mesma quando vi o carro sair pelo estacionamento e sumir na esquina a poucos metros.

Retomei a postura e caminhei entre as pessoas de cabeça erguida. Os alunos me cumprimentavam de todos os lados e, às vezes, eu recebia cantadas descaradas dos garotos e respondia com um sorriso malicioso ou uma piscadela. Percebi murmúrios ao meu respeito quando passei pelo corredor, e logo soube que as pessoas estavam informadas sobre o ocorrido de ontem á noite. Virei sobre os calcanhares e comecei a andar de de ré enquanto levantava meus dois dedos do meio para os fofoqueiros de plantão, recebendo principalmente olhares ofendidos.

— Então quer dizer que eu passo o final de semana na casa dos meus avós e você acaba sendo presa. — Disse Rosie, surgindo entre a multidão de alunos que circulavam pelos corredores.

— Como você soube disso? 

— É difícil não saber quando esse é o assunto do momento — ela olhou por cima do ombro para um grupo de garotas que olhavam em minha direção e cochichavam entre si.

A cena se repetia em vários cantos da universidade.

— Estou pouco me fodendo para o que estão dizendo sobre mim — falei alto, chamando a atenção principalmente dos fofoqueiros que comentavam descaradamente sobre a minha vida.

— Meri, eu não acredito que você fez isso — disse ela, apreensiva, mas com um tom de sermão camuflado na apreensão. — Eu disse à você para não se meter nas festas do Finch.

— Rosie, por favor, não — pedi sem paciência. — Já recebi lição de moral demais. 

— E com razão, não é? — insistiu ela. — Seu pai deve estar muito irritado com você.

Lancei-lhe um olhar seco e cru, e então Rosie soube que era a hora de parar, levantando as mãos em forma de rendimento.

— Onde está o Eg? — perguntei, mudando de assunto.

— Ele deve estar chegando — respondeu.

— Não vieram juntos hoje? — olhei para ela.

— Não. O primo dele chegou de viagem esse final de semana e eles vão vir juntos, acho.

— Ah, sim... Justin, não é isso?

— É. 

— E ele é gostoso?

Rosie deu risada.

— Nem pense em dar em cima do garoto, Meri. Não o faça querer voltar de onde veio logo na primeira semana.

Abri um sorriso divertido; o bom humor voltando aos poucos. 

— Não garanto nada — disse eu. — Você sabe que não consigo controlar meu desejo sexual por homens fortes e bonitos.

— E tatuados — acrescentou.

— E tatuados — confirmei.

— Então temos um problema — murmurou ela.

— Não me diga que ele tem tatuagens — disse eu enquanto caminhávamos pelo corredor.

— Para dar e vender — suspirou. — Sério, Meri, não estrague as coisas.

Olhei para ela sem emoção. Porque todos me viam como a garota que estraga as coisas? Deveria ter restado algo bom de mim. Rosie recebeu uma mensagem do namorado dizendo que estava no estacionamento com os garotos do time de futebol. Eggsy era o tipo de cara que falava com todos, mas tinha amizade com poucos. Alto, forte, pele bronzeada, cabelo negro e olhos azuis reluzentes, era desejado pela grande maioria das garotas que o conhecia, mas para azar delas, sua namorada sempre foi seu amor de infância platônico. Rosie, uma garota baixinha de olhos claros e cabelo escuro, conquistava todos por onde passava, e Eggsy sempre deixava claro, orgulhoso, a questão de que ele se apaixonou por ela à primeira vista. 

Eggsy não estava com os garotos do time de futebol quando chegamos — segundo ele, tinham ido embora pouco antes de chegarmos. Ao invés disso, estava acompanhado de um cara mais alto que eu, um metro e setenta e cinco, eu diria, cabelo curto e loiro, olhos castanhos claros e a boca em um formato interessante. Tatuagens. Muitas tatuagens. Seus braços pareciam fechados nelas e, na nuca, um belo par de asas que senti vontade de beijar devagarinho. E, atrás da orelha, "Patience" escrito no sentido vertical. Só de imaginar aquela boca desenhada e os braços tatuados encostando no meu corpo, minha parte mais íntima e escondida se retraiu da maneira mais pulsante e deliciosa. Ele tinha me excitado logo de cara. E eu o olhava da forma mais descarada possível, com um sorriso de canto de boca um tanto malicioso.

— Oi, baby — Rosie deu um selinho no namorado, que a agarrou pela nuca e aprofundou um pouco mais o beijo, tudo muito discreto.

— Amor, que saudade — disse ele. — Como foi na casa dos seus avós?

— Deu para matar a saudade — respondeu ela. — E como ficou tudo por aqui?

— Tudo muito chato sem você. 

— Parem, por favor — pediu o loiro que até então eu não sabia o nome. Justin, eu desconfiava. — Isso está ficando constrangedor — acrescentou.

— Justin, ai meu Deus, quanto tempo! — Rosie o abraçou apertado e ele retribuiu.

— Não faz tanto tempo assim — disse Justin, rindo fraco.

— Da última vez que nos vimos, você tinha mais cabelo — brincou ela, tocando nos fios loiros do rapaz.

Ele abriu um sorriso divertido e então olhou para mim.

— E quem é a ruivinha aí? — perguntou ele, apontando em minha direção com o queixo.

— América Greene — estendi a mão em sua direção, dispensando a apresentação dos meus amigos, olhando fundo e intensamente naqueles olhos brilhantes que refletiam no sol.

— É um prazer, América Greene — disse ele, apertando minha mão. — Justin Bieber.

— Prazer só na cama — dei-lhe uma piscadela, e ele recolheu a mão, com um sorriso divertido.

— Este é o meu primo do Canadá — informou Eggsy. 

— Vocês vão morar juntos? — perguntei.

— Não. Minha família se mudou definitivamente para cá — respondeu Justin.

— Interessante — disse eu, mordendo levemente o lábio inferior.

Peter, meu colega de classe nas aulas de álgebra e religião, se aproximou ofegante, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Parou ao nosso lado, pediu um segundo e colocou as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego.

Retomou a postura, respirou fundo e disse:

— Eggsy e Rosie, o diretor solicita a presença dos dois em sua sala antes mesmo da primeira aula.

— Por quê? — perguntou Rosie.

— Parece que alguém dedurou vocês dois sobre alguma coisa — deu de ombros.

— Ah, droga — murmurou Eggsy, colocando a alça da mochila sobre o ombro direito.

— Está tudo bem? — perguntou Justin ao primo.

— É o que vamos descobrir — respondeu ele. — Pode esperar um pouco aqui? 

— Hum-hum.

— Meri, caso não voltemos á tempo, pode mostrar ao Justin a sala dele? 

— Claro, Eg — concordei, adorando a possibilidade de ficar sozinha com o calouro.

Eggsy segurou na mão de Rosie e ambos caminharam lado a lado em direção a porta principal. Observamos até ambos desaparecerem entre as enormes portas duplas principal de onde saía e entrava alunos o tempo todo. Virei-me para Justin e abri meu melhor sorriso cafajeste. 

— Canadá, não é?

— Hum, sim — respondeu ele. — Canadá.

— Ouvi dizer que o clima lá é bem frio. 

— É. É, sim.

— Legal. E o que te trouxe aqui? 

— Novas experiências, talvez — deu de ombros.

— Interessante — menti. Não era nada interessante para mim. Sua vida não me importava, apenas importava o momento em que ele iria parar na minha frente sem roupa. — Eles não voltam tão cedo — refiro-me à Eggsy e Rosie. — Podemos ir andando, que tal? Posso mostrar tudo aqui a você.

— Hum... — ele coçou a nuca, hesitante. Naquele momento, soube que Eggsy havia o alertado sobre o perigo "América Greene". — Eu agradeço a boa intenção, mas o Eggsy já ficou de me mostrar tudo aqui.

— Eu tenho certeza que comigo será mais interessante — sorri de lado.

Ele trocou o peso do corpo de um pé para o outro, desconfortável.

— Eu... Eu não quero parecer rude, mas você não faz o meu tipo — disse ele, tentando ser o mais delicado possível. 

O sorriso de canto continuava brincando em meus lábios, agora, divertido.

— Eu faço o tipo de todos — fui mais convencida do que desejava. 

— Minha mãe costumava dizer que não sou todo mundo — limpou a garganta. — Se me der licença, vou achar minha sala sozinho. Foi um prazer te conhecer, ruivinha.

E, sem hesitar, girou o corpo sobre os calcanhares e saiu andando um pouco apressado pelo mesmo caminho que antes o primo havia feito com a namorada, desesperado para se livrar de mim.

Era impressão minha ou eu tinha acabado de levar um fora de um calouro?


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...