1. Spirit Fanfics >
  2. Recíproco >
  3. Capítulo 10

História Recíproco - Capítulo 10


Escrita por: MissCherry-chan

Notas do Autor


Yo minna, sei que dessa vez eu extrapolei no atraso e isso não tem perdão, então ao invés de encher vocês de desculpas esfarrapadas vou deixá-los curtir esse capítulo mara.
Kissus boa leitura.

Capítulo 10 - Capítulo 10


Abriu os olhos ainda sem entender muito do que havia acontecido, sua cabeça rodava e sentia seu corpo mole, olhando em volta deu-se conta de que estava num quarto de hospital e na cama ao seu lado encontrava-se Hinata, o que significava que ela também havia passado mal durante os fogos. Aos poucos as memórias foram se encaixando em sua mente e o pânico voltava à dominá-la de forma sufocante. Naruto havia a pedido em casamento. Casamento. Sentia-se incapaz de processar tal fato em sua mente e quanto mais tentava digerir aquilo mais nervosa ficava.
                Não sabia o que fazer à partir dali, não queria magoar Naruto, mas não podia iludi-lo, um casamento seria absurdo, completamente irreal e impensável. Não aceitaria, nunca, jamais, simplesmente não podia, apenas não.
                Hinata ao seu lado estava sentada sobre sua própria cama chorando baixinho, e diante daquilo o senso de dever a atingiu e logo se levantou, apoiando-se nos cotovelos para fitar a amiga que necessitava de ajuda, embora ainda mergulhada em seus problemas obrigou-se à concentrar-se na morena e ampará-la como ela merecia.
- Hina, o que houve?
                Porém, ao ouvir a voz de Sakura, o choro da morena tornou-se ainda mais intenso e sufocante, os soluços descontrolados escapavam de forma sofrida e todo o corpo dela tremia envolto no lençol e na roupa hospitalar, o que acabou por pôr a rosada em pânico sem saber como acalmar a Hyuuga. Levantou-se depressa e sentou na cama da amiga a envolvendo num abraço apertado e afagando os cabelos macios, contagiada pelo choro suas lágrimas começaram a lhe inundar os olhos, também, embaçando a visão, todo o desespero dos ultimos tempos correndo em flashes com sua mente a atordoavam mais, parecia que cada vez que as coisas iam melhorar e se resolver algum novo acontecimento vinha para desestabilizá-la novamente. Apertou a amiga mais forte no abraço sentindo-a agarrar-se à si como se fosse seu abrigo na tempestade e agarrou-se à ela também, pois ali, naquele momento haviam apenas elas, cada qual com seus medos e suas dores, os sons do choro das duas misturados tornavam-se cada vez mais altos reverberando até o lado de fora do quarto.
                Estava tão concentrada em seu agarre com a amiga e suas lágrimas compartilhadas que sequer deu-se conta da chegada de Ino oa quarto ou ou mesmo dos dois envelopes brancos que esta carregava e que foram cuidadosamente depositados na mesa lateral. Somente quando o par de braços envolveu as duas foi que levantram os olhos para fitarem a loira trajando seu uniforme hospitalar.
                Diferentemente do jeito Ino de ser, sua voz não estava animada ou estridente, mas suave e acalentadora e toda a calma do mundo parecia prover dela, ao menos naquele momento.
- Shiii, não chorem, pra que chorar, vai ficar tudo bem.
                Queria acreditar na amiga, mas não conseguia, tudo dentro de si estava uma bagunça completa, seu mundo estava ruindo, sentia-se completamente impotente, tal qual como quando era apenas uma gennin e além de tudo algo dentro de si apitava a alertando de que algo não estava certo.
 Aos poucos deu-se conta de que estava no hospital e sequer sabia o porque. Sentiu seu corpo enrijecer nos braços da morena, que já se acalmava. Enjoos e desmaios eram sintomas que reafirmavam suas suspeitas, malditas suspeitas. De repente sentiu vontade de vomitar novamente, de desmaiar novamente ou de simplesmente sumir, tudo numa onda simutanea que a sufocava e arrepiava até o ultimo fio de cabelo. Obrigou-se então à falar forçando sua voz para fora, a qual saíra em um mísero fio, porém não passou despercebido à quem sua pergunta se dirigia.
- Porca, o que está acontecendo?
                Se havia alguma esperança dentro de si a feição de Ino diante de sua pergunta foi, definitivamente, a responsável por mata-la. Não precisava de nenhuma confirmação, já sabia o que a havia trazido ao hospital, qualquer palavra seria apenas mera confirmação formal, o medo a devorava completamente e por um momento viu seu futuro completamente incerto, completamente fora do que desejou e planejou para si.
- Sakura... Por favor, preste muita atenção e... Não surte, ok. Bom, por onde começar... hmm... Você acabou tendo uma... Queda de pressão durante os fogos... Assim como a Hinata. Bem... Naruto e Sasuke ficaram extremamente nervosos e acabaram tendo um xilique, por isso trouxemos vocês aqui para o hospital...Onde vocês foram examinadas...  também colhemos um pouco de sangue para um exame e... Bem, Sakura, tanto você, como a Hinata estão grávidas.
                À cada palavra o som da voz da loira parecia cada vez mais distante, estava se desligando pouco à pouco do mundo à sua volta e o soluço desesperado da morena pareceu aos seus ouvidos um mero sussurro.
                Era como estar mergulhando num lago profundo e escuro, sequer conseguia respirar. Olhou para Ino em busca de qualquer sinal que denunciasse uma brincadeira de mal gosto, porém a amiga parecia abalada também e no momento tentava a todo custo acalmar Hinata que chorava até quase sufocar. Queria chorar novamente, mas suas lágrimas pareciam ter secado completamente, sentia-se tremer de nervoso, as mãos formigarem, os lábios secarem, mas as lágrimas não vinham, era tão irreal que simplesmente não conseguia aceitar.
                Levantou-se e pôs-se à caminhar pelo quarto, de um lado ao outro, as mãos desciam tremulas ao ventre, mas sem nunca tocá-lo, e logo subiam para a boca tampando-a como se contendo um grito silencioso, os olhos arregalados e vidrados transmitiam toda a aflição que a dominava enquanto pacientemente a loira esperava acariciando as madeixas da Hyuuga que aos poucos se acalmava também. Ino sabia da história e a conhecia suficientemente bem para saber que naquele momento palavras não serviriam de nada, precisava apenas se encontrar dentro de si mesma, e por isso sentiu-se aliviada da amiga não ter pressa ou mesmo se surpreender quando ela parou e a questionou.
- Naruto sabe?
- Não, e não sou eu que devo contar. Mas ele está lá fora com todo o pessoal esperando noticias de vocês.
- Conte por favor.
- O que? Testa...
- Conte, conte pra todos Ino, eu não ligo, não me importo... De qualquer forma não conseguiria contar para ninguém mesmo que quisesse...
- Sakura, não...
- Por favor, conte Ino, por mim e... pelo meu bebe.
                Bebe. A palavra sussurrada tinha um peso enorme para si. Havia um bebe, uma criança, um vida, crescendo e se desenvolvendo dentro de si. Devia estar feliz, radiante, sentir-se completa, mas nunca esteve tão assustada, nunca sentira-se tão perdida, tão vazia. Viu a amiga derreter-se diante de seu pedido, sabia que podia contar com ela, confiaria sua vida à Ino, porem foi a voz anormalmente firme de Hinata que a surpreendeu.
- Conte Ino. Conte por mim também, onegai.
- Hinata eu... Tudo bem... Eu conto, de vocês duas.
                Por um momento sentiu-se egoísta, Hinata também estava ali, grávida, assim como ela mesma, e até onde sabia a morena não tinha namorado o que com certeza era uma  garantia de que o pai dela, que era conhecido por ser extremamente rígido, não ficaria nada feliz com a noticia de ser avô. Ela realmente estava em maus lençóis, tanto quanto a rosada e mesmo que fosse cruel sentiu-se feliz por não estar sozinha nesse momento, apesar de todas as dores, medos e preocupações sabia que havia alguém que estava tão pedida quanto si mesma, talvez pudessem encarar isso juntas.
                O sorriso mínimo de Ino foi a confirmação final de que ela havia aceitado o pedido das amigas, viu a loira dar um beijo nos cabelos preto-azulados de Hinata e logo em seguida vir em sua direção, ainda estava parada no meio do quarto, e quando recebeu o beijo calmante da amiga em seus cabelos foi como se se sentisse segura. Que se danasse Naruto, que se danasse Sasuke, que se danasse todo mundo. Estava grávida, iria ter um bebe e não estava sozinha, tinha suas amigas junto de si e isso certamente valia muito.
                Acariciou o ventre mergulhada em uma onda fulminante de amor e alegria, sequer lembrara-se de pensar em qual dos dois seria o pai de seu filho, naquele momento toda sua atenção era completamente dedicada àquele ser minúsculo crescendo dentro de si. Imaginava como seria comprar roupinhas pequeninas e observar sua barriga crescer, estava compenetrada em suas divagações felizes, completamente opostas aos pensamentos dos últimos tempos, quando foi trazida de volta á realidade pela voz da Hyuuga que já não estava mais em sua cama, mas de pé em sua frente.
- Sakura, preciso te contar uma coisa...

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
                A sala de espera estava relativamente silenciosa, apesar de lotada pelos amigos que esperavam noticias, exceto por algumas conversas baixas e o caminhar ritmado e absurdamente sincronizado de Naruto e Sasuke diante da porta que levava ao corredor de internação, por conta disso a chegada de Ino, mesmo discreta, não passou despercebida e além dos olhares preocupados dos amigos a loira viu-se cercada pelos dois desesperados.
- O que houve Ino?
- Como elas estão?
- Calma vocês dois. Eu vim aqui à pedido da Hinata e da Sakura, elas estão bem e pediram pra que eu desse uma noticia muito importante para vocês...
                O tom solene só fazia aumentar a pressão na sala, sentia a tensão transbordar de dentro de si causando um misto de medo e coragem absurdos, todo seu corpo vibrava de ansiedade e preocupação e estava prestes à perder completamente a paciência quando a loira finalmente decidiu abrir a boca e explicar a situação.
- Bom... Não sou eu que deveria dar essa noticia, principalmente para você Naruto, mas tanto Sakura quanto Hinata me pediram para fazer isso e eu não podia negar de forma alguma.
- Desembucha logo loira.
- Bom... A Testuda e a Hinatinha estão... Grávidas!
                Por um instante não entendera o que ela havia dito, porém enquanto tomava consciência das palavras, sentia-se ser tragado ao poucos do estado de incompreensão para o de pânico. A sensação física certamente poderia ser comparada com um ataque cardíaco, na realidade sequer sentia seu coração bater, era como se ele houvesse parado e o sangue congelasse em suas veias, sequer ouviu os comentários de felicitações dos amigos, seu mundo estava ruindo, caindo completamente. Seria pai e, droga, seria pai de dois bebes, de duas mulheres diferentes. O quanto mais isso poderia piorar. Como contaria à Sakura, como seria dali em diante, casaria, não casaria, com quem casaria. Tudo estava completamente confuso dentro de sua mente e aos poucos sentia seu corpo amolecer lentamente, tinha certeza de que já não sabia mais como respirar, tanto que após um amistoso tapinha nas costas vindo de Kiba, simplesmente despencou ao chão e não levantou mais, ouvindo ao longe a voz de Shikamaru dizendo preguiçosamente o quanto desmaios eram problemáticos.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
                O fato de todas as atenções estarem focadas em Naruto naquele momento poderia ter sido um alívio para o moreno que se encontrava completamente consumido pelos seus próprios sentimentos de uma maneira a qual nunca esteve antes, seu coração borbulhava num misto de medo e esperança, uma batalha interna travada entre a alegria e a tristeza. Sakura estava grávida, isto era um fato. Os poréns entretanto eram o que o consumiam e destruíam, Naruto seria pai, ou não, talvez ele fosse o pai, talvez ela já estivesse grávida quando estiveram juntos ou talvez engravidou depois, talvez, talvez, talvez. Tudo aquilo era demais para ele suportar, entender, digerir e de repente aquela sala de espera tornou-se pequena demais, sufocante demais, precisava sair dali, respirar ar puro, frio e fresco, precisava ir bem longe para depois voltar e descobrir se aquilo era ou não real, precisava apenas sair dali. Agora.
Virou-se em direção à saída passando por cima de Naruto, o qual sequer percebera que desmaiara, e ignorando os chamados de todos os ali presentes foi em direção à saída e ganhou a madrugada. A cidade silenciosa parecia uma prisão enquanto caminhava como um condenado pelas ruas, era inacreditável como toda a sua vida mudara de repente desde a morte de seu irmão, tantas coisas absurdamente inesperadas aconteceram, tantos planos frustrados e agora mais uma incerteza. Tudo o que mais desejava era entrar naquele quarto de hospital e perguntar diretamente à ela se aquele filho era seu, e como queria que fosse, como queria que ela também fosse sua, tudo o que mais queria era recomeçar, ao lado dela. Naruto que fosse para o inferno e todos aqueles que se metessem entre ele e ela, se esse filho fosse seu tinha o direito de saber. Mas e se não fosse? Como lidar com a decepção?
Sakura e Naruto certamente se casariam, com a vinda do bebe o pedido que ele havia feito certamente seria aceito e ele estaria novamente sozinho, enquanto seus dois amigos seguiriam em frente em uma vida feliz.
                Parou sua caminhada sentindo-se completamente fraco, não fisicamente, mas mentalmente, uma fraqueza eu não sentia a anos e que agora o dominava completamente fazendo-o desejar uma cama macia e aconchegante onde pudesse deitar e esquecer-se completamente dos problemas, medos e duvidas que tinha no momento. Olhou em volta dando-se conta do quão curioso era o lugar até onde seus pés o haviam levado, a pequena ponte que passava sobre o rio que cortava Konoha, o lugar onde o time 7 costumava se encontrar antes das missões. O quão irônico isso podia ser.
- Sabe que ainda está sob custódia, não?
- Kakashi. Porque o fato de você estar aqui não me surpreende?
- Bom, considerando que os outros dois responsáveis pela sua custódia estão incapacitados é minha obrigação vir, mas não creio que eu seja completamente eficiente, bebi demais na festa.
- ...
- Sasuke, o que aconteceu?
-... Eu não sei. Não sei o que aconteceu, o que está acontecendo e nem o que vai acontecer. Eu não sei nada, simplesmente nada.
- Está nervoso porque Sakura está grávida?
                Por um momento pensou em não falar nada, guardar silencio e simplesmente deixar-se consumir por tudo o que fervilhava dentro de si, mas o que quer que fosse que estivesse sentindo era tão aterrador quanto qualquer outra coisa que experimentara sua vida toda e quando dera por si as palavras simplesmente vazaram de seus lábios com uma firmeza oposta ao que sentia no momento.
- Esse filho é meu.
- O que?
- Estivemos juntos quando você e Naruto saíram em missão. Esse filho é meu.
O silencio do mais velho deveria ser consolador, mas o fato de simplesmente estar sendo julgado moralmente por alguém tão próximo lhe irritava profundamente. Não que fosse o exemplo de boa conduta moral, entretanto estava tentando se redimir e buscar seu ultimo objetivo de reconstruir seu clã, escolhera Sakura para isso, era fato irremediável e talvez isso pudesse ser considerada uma busca pela felicidade.
O pensamento de que talvez aquele bebe não fosse seu lhe voltou à mente fazendo com que suas entranhas se retorcessem. E ouvir tal dúvida ecoada por Kakashi só fez aumentar sua angustia e aflição. Talvez fosse irônico que sendo tão frio por fora seu interior pudesse ser quente como um vulcão em erupção, fervendo em agonia e confusão com tantos sentimentos.
- E se o bebe for filho de Naruto?
- Não é.
- E como pode ter tanta certeza?
- ...
                Virou as costas caminhando de volta ao hospital, precisava resolver isso e agora, precisava de alguma certeza, qualquer certeza somente para aplacar um pouco de tudo o que lhe sufocava, somente para tirar o peso que havia sobre seus ombros. Sabia que o sensei lhe seguiria e já não dava a mínima para a presença silenciosa que era cortada somente pelo som dos passos ecoando nas ruas já adormecidas. Estava determinado, falaria com Sakura e que todo o resto fosse para o inferno.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
                O choque de ouvir as palavras de Hinata e o choro de culpa dela não se dava pelo fato de ter sido traída e, embora estivesse irritada com Naruto, sentia-se de certa forma aliviada. O fato de não ser a única culpada em toda essa trama de traição e segredos lhe proporcionava algum alívio, mesmo que mínimo, porém o fato de que talvez estivesse grávida de Naruto e seu filho tivesse um irmãozinho antes mesmo de nascer lhe causava uma nova onda de medos e aflições.
                Quando a porta foi aberta e Ino entrou acompanhada de Kiba e Shikamaru que praticamente carregavam um Naruto extremamente branco e abalado o choro da Hyuuga cessou de imediato e naquele momento a rosada soube que era hora de por tudo em panos limpos e lamentou que Sasuke não estivesse ali. Realmente desejou que tudo tivesse sido diferente e que as coisas pudessem ter se resolvido de uma maneira mais suave, mas já não havia mais tempo para lamentar e enrolar, o melhor para todos, inclusive para os bebes, era por fim nessa confusão de uma vez.
                Diante da noticia que recebera a pouco não seria de se estranhar que a reação do loiro fosse exatamente essa, estava branco como papel e mal conseguia se fixar de pé, sendo arrastado pelos dois amigos e largado de qualquer jeito em uma das poltronas que havia no quarto. Entretanto lembrou-se de que o motivo de ter pedido à Ino para que desse a noticia em seu lugar era para, justamente, adiar o confronto inevitável que teria com Sasuke e Naruto e, agora, sabia também que a motivação da morena era a mesma. Ele certamente não tinha a mínima ideia da possibilidade do bebe de que ela carregava não ser dele e, embora estivesse com a consciência um tanto mais leve, ainda não se sentia completamente preparada para dar a noticia de que traíra o, até então namorado, com o melhor amigo dele.
                Não sabia nem por onde começar e olhando para Hinata sabia que esta estava tão perdida quanto. Sentiu-se então um tanto aliviada quando ele iniciou a conversa.
- S-Sakura-chan... H-Hinata-chan...
                Mesmo ambas tendo permanecido em silêncio na expectativa de que ele dissesse alguma coisa foi claro para todos que ele também não sabia o que dizer ou como dizer e como ouvir o choro de Hinata novamente não parecia uma opção saudável obrigou-se à manter a calma e tomar a palavra. Resolver essa situação era essencial agora.
- Naruto. Eu já sei.
-C-como??
- Hinata me contou.
                Os olhos esbugalhados e a expressão de pânico na face dele eram um tanto cômicas e enquanto olhava de uma para outra balbuciando de forma incompreensiva foi inevitável impedir o riso de escapar de forma intensa e um tanto contagiante, logo os três estavam rindo até lágrimas brotarem dos olhos.
- Você não está brava?
- Não. Não. Na verdade, tenho que te contar uma coisa muito importante também.
                Estava preparada para revelar tudo de uma vez, contar tudo o que havia acontecido e por fim naquela situação. Mesmo antes das palavras deixarem sua boca já se sentia livre, liberta, a culpa já não a dominava mais e fosse o que fosse que acontecesse depois, quem quer que fosse o pai daquele bebe sua consciência estava leve e tranquila. Porém, como nada que é bom dura muito a abertura repentina da porta e a entrada de um Uchiha na velocidade de um furacão cortou completamente seu momento e com uma só pergunta pos em choque todos os ali presentes, inclusive Kiba e Shikamaru que sequer haviam saído ddanarrto e também ou outros amigos que vinham atrás dele no corredor numa provável tentativa de impedir a invasão repentina, mas certamente sem muito sucesso.
- Sakura, esse filho é meu?
                O tempo parou naquele instante e o choque se alastrou na face de todos como uma doença contagiosa, a expressão do loiro diante da declaração do amigo era um misto de surpresa e descrença e quando sua voz saiu anormalmente seca foi que Sakura finalmente despertou de seu transe sendo tomada pelas memórias, não só do que fizera, mas também do que Hinata lhe contara, viu-se então obrigada à intervir antes que aquele diminuto quarto de hospital virasse um campo de batalha com direito à uma volumosa plateia.
- Como assim, Sasuke?
- Naruto, já chega.
- Sakura-chan... Como...?
- Naruto, senta e se acalma, por favor.
                Foi preciso inspirar profundamente ao menos três vezes até reunir força e coragem suficiente para falar, principalmente na frente de todos os amigos que, curiosos, não fizeram qualquer menção de ir embora e ela não se sentia particularmente confortável para enxotá-los do quarto, na verdade mantê-los por perto poderia ser considerado como uma precaução, uma medida de segurança caso os dois idiotas resolvessem brigar.
- Me acalmar? Eu não quero me acalmar droga nenhuma. Eu não acredito que você fez isso Sakura.
- Não haja como se fosse o dono da razão Naruto, lembre-se que você é tão errado quanto eu.
- O que você fez dessa vez dobe,
- Não se mete na conversa teme, não é da sua conta.
- Vai se danar Naruto, esse filho é meu.
- Seu? Seu? Que lindo, mas até onde eu sei o namorado dela sou eu.
-Por favor não briguem.
-Então é trouxa e chifrudo.
-SASUKE SEU CRETINO.
O que houve em seguida foi um caos geral e o que antes era somente um estupida discussão acalorada logo se tornou uma briga mais estupida ainda. O moreno e o loiro atracados no chão do quarto desceriam socos e chutes como duas crianças, sequer lembrando-se de quaisquer um dos ensinamentos shinobi, enquanto os amigos tentavam à todo custo separá-los, sendo, eventualmente, atingidos também.
Hinata chorava novamente e Sakura gritava à plenos pulmões para que eles parassem, sendo impedida por Inonde entrar em meio à briga também para separá-los. Entretanto, em meio à todo o escarceu que se instalou no quarto, foi Kakashi que os separou, puxando-os pelas golas das camisas e os afastando.
-Are, aee, já chega. Ficar brigando não vai levar à nada e o estresse faz mal para os bebês.
- Por favor Sasuke, Naruto, não façam isso, não tornem tudo mais difícil par nós.
- Você vai ficar com ele. Tudo bem. Só me diga Sakura, esse filho é meu? Eu preciso saber.
-Sasuke...
- Então você realmente ficou com ele né? Eu não acredito...
- Naruto, por favor, pare. Olhe para Hinata, olhe para mim. Só pare e escuta o que eu preciso te dizer, por favor.
A culpa banhou os olhos azuis quando ele fitou a morena que chorava de forma silenciosa. Era agoniante como seu interior entrou em colapso de forma sufocante nos últimos dias, jamais imaginaria que ter o amigo de volta custasse tanto à sua sanidade, entretanto, mesmo com todos os encontros e desencontros dos últimos meses sentia que não faria diferente, simplesmente porque o resultado de tudo isso era além do que poderia esperar. Seria pai, teria uma família finalmente, alguém para quem se dedicar e amar incondicionalmente, uma continuidade de si mesmo, um bebe, ou talvez dois.
-Hinata, eu... Eu... Sakura, esse filho, seu filho, quem é o pai?
Ser confrontada com a duvida que lhe corroia, assim, na frente de todos não era nem de longe o que desejara. A madrugada aos poucos ia se esvaindo e os primeiros raios de sol que invadiam o quarto através da janela clarearam sua mente de forma desesperadora, trazendo à tona a verdade cruel e absoluta, ela não sabia quem era o pai de seu filho. 
Sentiu o amargor na garganta e sentiu-se culpada, falha com aquele pequeno ser que crescia dentro de si, como poderia ser uma boa mãe se sequer sabia quem era o pai daquela criança. Empurrou as palavras para fora de seus labios com toda sua força de vontade, sequer reconhecendo o tom esganiçado de sua voz.
-Eu... Não sei...
E mais uma vez lá estava o silêncio tornando tudo mais difícil, mais pesado. Era como um holofote evidenciando a cruel verdade que ecoava sem intervalo. A expressão no rosto daqueles que assistiam o desenrolar de todos aqueles acontecimentos poderia ser considerada cômica se a situação não fosse tão trágica. A tenção mais uma vez tornava o ar pesado e respirar tornava-se ainda mais difícil, entretanto como se por milagre a solução veio na forma de uma loira escandalosa que se lembrou do pequeno detalhe com um gritinhos estridente chamando a atenção de todos os ali presentes.
- Testuda, o exame. O exame. Dá pra saber de quantas semanas você está, aí é só fazer as contas para saber quem é o-
A chegada indiscreta de mais uma pessoa interrompeu o breve discurso de Ino e fez com que o sangue de todos congelasse na veias, por um instante Naruto perdeu novamente a cor que havia recuperar após briga com Sasuke. Na porta, fulminando a filha com o olhar estava, ninguém mais, ninguém menos que Hyuuga Hiashi, o pai mais rígido do qual os amigos tinham noticia.
Hinata encolheu-se mais sob os lençóis da cama enquanto Neji arrumava a postura ereta. A cada passo dado pelo homem, a cada palavra proferida por ele, o medo e a tristeza dominavam ainda mais a morena e não chorar nunca foi tão difícil.
-Hinata, que história é essa de gravidez?
Era esperado que a notícia de que a herdeira do maior clã de Konoha estava gravida vazasse mais que depressa, mas ainda havia a esperança de que aquilo não chegasse aos ouvidos de seu pai tão rápido, gostaria de ter tido mais tempo para se preparar para o que viria, pensar ao menos no que diria, apesar de que a verdade é que jamais saberia como dizer ao seu pai que estava gravida sem sequer estar casada. A chegada dele não foi tao surpreendente quanto o súbito ato de coragem de Naruto, que mais que depressa saiu de onde estava e, como que, como se perdendo a noção do perigo, se é que um dia a teve, colocou-se na frente do Hyuuga impedindo-o de continuar em direção à cama da morena.
O choque foi tal, marcando aquele dia na mente de todos ali presentes como um dos mais absurdos e inimagináveis. A raiva expressa no olhar frio do Hyuuga congelaria o inferno, mas não foi, nem de longe, capaz de por medo num loiro superprotetor e quando a voz do mais velho saiu gélida e arrogante os olhos azuis estreitaram-se levemente antes de responder.
- Sai da minha frente.
- Não.
- E quem você pensa que é?
- Pai do seu neto.
Os olhos claros arregalaram-se sutilmente antes do homem retomar a postura fria, o tom levemente irônico nas palavras que se seguiram abalaram claramente o loiro, não pela forma como foram ditas e sim pelo conteúdo da frase, que dita por aquele homem não deixava margem para oposição.
- Então está mesmo grávida. Creio então que você seja o noivo, correto?
- E... E... C-como??
- Certamente que não pensou que eu permitiria que minha filha fosse mãe solteira, certo?
O loiro balbuciava sem conseguir sequer formar uma sílaba coerente, sentia-se afrontado e sem ter como reagir. Seus sentimentos estavam confusos desde aquela missão, ainda era namorado de Sakura, ou talvez não, já não sabia de mais nada depois das ultimas revelações. Sabia que amava a rosada, isso era fato, mas já não lhe parecia o mesmo amor, queria estar com ela, mas não mais como homem e mulher, algo havia mudado dentro e si, lembrou-se então das inúmeras noites que não conseguia dormir pensando na morena ou quando dormia e saboreava novamente em seus sonhos a pele macia e arrepiada pela brisa da noite fria, experimentando as mesmas sensações daquela noite. Sentia falta da morena, de sua companhia, das conversas leves e divertidas, seus sorrisos, vez ou outra pegava-se pensando nela e sentindo saudade do cheiro dela, tão fresco e inebriante.
Era estranho e aterrador dar-se conta de que pensava mais em Hinata do que em Sakura e de repente sentia-se leve e liberto, claro que ainda se preocupava com a paternidade do filho da rosada, mas somente o fato de não ter de lidar com toda aquela onda sufocante de sentimentos era um alivio imenso, involuntariamente um sorriso faceiro surgiu em seu rosto quando percebeu que era um tolo de não ter percebido antes o que realmente estava acontecendo, era um tolo realmente, um tolo apaixonado.
Mexeu a mão no bolso da calça de onde tirou a caixinha com o pequeno anel, que antes estava decidido à dar à Sakura. Olhou para rosada numa pergunta silenciosa, era incrível como tudo podia se resolver num simples olhar, no momento não cabiam palavras, desculpas ou despedidas e tudo o que necessitou foi do doce sorriso da, agora, ex namorada, e um breve aceno positivo antes de virar-se para a morena, segurar sua mãos, tão macias e delicadas, de dedos longos e finos, ajoelhar-se  diante dela e fazer o tão esperado e ansiado pedido.
-Hyuuga Hinata, quer casar comigo?
-Não.


Notas Finais


The Tretas neve ends. Bom pessoas vou tentar não atrasar o próximo capítulo, mas não prometo nada que é para não ferir o coração de ninguém.
Kissus kissus e já ne


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...