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História Recomeçar - Você confia em mim?


Escrita por: juniechild

Notas do Autor


Primeiro, desculpem o atraso. Problemas pessoais T-T, mas já passou suahsuhaushaushaush
Boa leitura

Capítulo 44 - Você confia em mim?


Fanfic / Fanfiction Recomeçar - Você confia em mim?

POV Bruno

- Cadê a Ashley? - disse a Dre assim que entrei no carro no estacionamento do aeroporto.

- Deve estar com Josh.

- deixa eu ligar pra ela. - puxei o telefone do bolso já ia discar, quando meu telefone começou a vibrar - Dre, ligações com DDI +55 é de que país?

- Acho que é do Brasil, já ouvi você e a Ashley falando sobre isso, por que?

- só um instante - atendi - alô?

- Sr. Hernandez? É o delegado Dr. Davi Azevedo, tudo bem?

Dr. Davi Azevedo...? Meu deus!

Flashback On

Ashley entrou no meu quarto como um furacão, nervosa.

- Bruno me ajuda. Eles estão me seguindo.

- Quem? - falei atônito. - calma, se senta e respira. Quem tá te seguindo?

- O Pedro. Eu não aguento mais as ameaças daquele velho. Ele quer me deixar louca. Por favor, me ajuda.

- Nós precisamos dar um jeito nisso.

- mas como? Pelo jeito ele é amigo de qualquer um que possa nos ajudar lá no Brasil.

- Droga. Tem razão... Já sei! - me sentei melhor na cama. - e se nós conversássemos com alguém da polícia aqui, e essa pessoa indicasse alguém de confiança lá?

- Ótima ideia! Por isso você é o meu melhor amigo.

- É, isso mesmo. - Falei desanimado. Cada amigo que ela solta dói como uma facada.

- Então vamos - ela pegou a bolsa e se levantou, mas eu segurei seu braço. Nossos olhares se cruzaram e eu senti meu estômago revirar.

Ai que merda você está fazendo comigo Ashley!

- Pera. Não podemos ir assim, vai dar bandeira. Eu sei que vocês são brasileiros e tal, mas isso é complicado, por que vocês estão em outro país. Não sei, não assisto séries policiais, mas deve ser complicado. - rimos

- tem razão. Mas amanhã de manhã. Nós vamos para a delegacia.

- de manhã que horas? - arqueei as sobrancelhas. Eu odeio acordar cedo, mas com Ashley é três vezes pior.

- umas... 10, 11h da manhã... Eu acho - rimos de novo.

(...)

Ashley me arrastou para dentro da delegacia. Suas mãos tremiam e eu nunca havia a visto tão nervosa. 
Como eu havia marcado um horário com ele, fomos guiados diretamente para uma espécie de sala especial para video conferência.

- Bom dia senhores. Sou o Dr. Isaac. Em que posso ajuda-lo - ele disse apertando nossas mãos.
Ashley passou cerca de uma hora contando sobre todas as ameaças, tudo o que Pedro já havia feito com ela. O delegado ouviu atentamente tudo o que ela disse.

Depois, ele nos explicou que apenas chegar com as acusações sem provas seria  burrice, por que a justiça não poderia fazer muita coisa só com palavras, e a situação poderia piorar para ela no tocante a ameaças e tudo mais.
Ele nos aconselhou a tentar levantar provas desde a morte do pai da Ash, e sobre qualquer outro tipo de crime que o Pedro cometeu.

Algumas semanas depois, eu recebi uma ligação dele, dizendo que havia feito contato com um delegado federal do Rio de Janeiro, e que esse havia se disponibilizado a nos ajudar. Mas ele já havia avisado que Pedro era muito liso e conseguia sempre se safar.

O nome do delegado era Davi Azevedo, e ele disse que iria tentar recolher provas por meio de investigação lá, enquanto conseguia a licença.

Ficou meio difícil para Ashley conseguir manter contato com o delegado, pois seu ex-namorado vivia a seguindo. Então eu dei a ideia de ela passar alguns dias em minha casa. Já que eu estava passando muito tempo trancado em casa preparando meu terceiro cd, ela ficaria segura e eu ficaria perto dela. Mesmo que seja como um "amigo" .

Flashback Off

- Ah sim, tudo bem Dr. Alguma novidade.

- muitas novidades. Eu consegui reunir algumas provas, alguns pequenos deslizes, e acho que agora nós temos alguma chance contra o Pedro.

- mas isso é maravilhoso!

- é sim, e você não acredita o que eu estou segurando, a minha liberação para trabalhar aí. Amanhã mesmo eu estou embarcando e se der tudo certo, em meses vocês estarão livres desse cara.

- Maravilhoso. - nos despedimos e eu desliguei o telefone.

- Dre - falei me sentindo mais bem disposto. - antes de irmos para casa, vamos para o shopping.

- agora?

- Sim senhor. - rimos - Tenho umas coisas pra comprar.

(...)

- minha família tem uma tradição, sempre que uma mulher está grávida, o pai da criança dá uma joia para ela, algo que demonstre o quanto ele está feliz com isso. E eu preciso comprar duas joias para Ashley. - falei olhando para a vitrine de uma joalheria qualquer.

- eu acho que me perdi. - dre falou olhando para as joias também - por que duas joias?

- uma para a Ellie, e outra para o nosso bebê que está a caminho.

- A branquinha está grávida? - assenti. - e você só me conta agora? Meus parabéns chefe - ele deu uns tapinhas nas minhas costas - já vão encher a casa toda de uma vez só.

- não perde a oportunidade de fazer graça né?! - meus olhos pararam em um conjunto anel + pulseira de ouro com um quartzo rosa em formato de coração e alguns diamantes discretos em torno do quartzo.

- Dre, o que acha dessas?

- não poderia ter escolhido algo melhor - sorri.
Entramos na loja, comprei a joia e fomos direto para casa.

(...)

- Onde está Ashley? - coloquei a carteira e a mala em cima do sofá.
 

- Maninho - Ouço a voz de Tahiti ao longe e a procuro por alto.

- na sala. - senti alguém pular em minhas costas e quase caímos no chão.

- saudade de você, por que andou sumido seu idiota?

- tão simpática. - me ajeitei melhor. - eu precisei resolver uns assuntos... Tenho novidades pra contar. Mas antes disso, onde está Ashley? - a cara que Tahiti fez foi impagável.

- como assim "onde está a Ashley?" eu não a vejo a meses... Espera... vocês voltaram? - ela começou a fazer um escarçel e uma gritaria pela casa. - a Presley vai pirar quando souber!

- eu ainda não contei a melhor titia - ela paralisou no meio da escada e apenas virou o rosto na minha direção.

Tahiti me olhou desconfiada e eu passei a mão pela minha barriga sorrindo feito idiota.

- MENTIRA!

- verdade - meu sorriso parecia que ia atravessar o rosto.

- ai cacete eu não acredito nisso. - ela me abraçou de novo e disse que precisava ver a Ashley imediatamente.

Perguntei a Josh onde ele havia deixado Ashley e ele me disse que ela estava no apartamento dela.

Fomos direto para lá. No caminho eu mostrei a Tahiti o que havia comprado para Ashley, e disse que planejava dar a ela em um jantar, já que devido a correria dos últimos dias nós não tivemos tempo para muita coisa.

Assim que chegamos ao saguão, eu pedi para não ser anunciado, pois havia pedido para Tahiti mandar uma mensagem a Ashley a lembrando da consulta.

Toquei a campainha do seu apartamento três vezes e nada da Ashley abrir a porta. Lembrei que tinha uma chave extra para alguma emergência, e me arrependi de não ter trago comigo.

Uma angústia tomou conta do meu corpo e eu comecei a suar.

Antes que eu pudesse bater na porta, ouvi o barulho da tranca e logo Ashley abriu a porta.

Ela estava pálida, encurvada e com os olhos opacos.

Eu fiquei assustado com a visão que tive e dei um passo para dentro.

- Ashley por que você não me...

- Ashley você tá grávida? - Não acreditei em meus olhos. - O que ele faz aqui?

- A questão é o que VOCÊ faz aqui. - Eu disse e cerrei meus dentes e me preparei para interrogar Ashley, mas quando olhei em seus olhos, vi uma súplica por paz.

Em um piscar de olhos Ashley soltou a maçaneta da porta e caiu no chão.

- ASHLEY - Gritamos juntos e eu me abaixei desesperado ao seu lado.

Peguei em seu braço e ele estava gelado e pálido.

- meu amor me responde - comecei a sacudi-la, sem perceber que estava chorando desesperado. - fica comigo, Ashley.

- ela está viva - Lucas disse medindo a pulsação dela.

- tira as mãos dela - rosnei e ele passou os braços por baixo dela.

- não temos tempo para suas infantilidades. Pega a Ellie no quarto e vamos pro hospital imediatamente.

- eu levo a Ashley. - Disse me colocando de pé novamente.

- caralho Bruno! - Tahiti gritou da porta - o que aconteceu aqui?

- Tahiti, pega a bebê que está no quarto e vai pra casa, imediatamente.

- o que aconteceu?

- só vá, por favor, depois eu te explico. 

- anda Bruno - Lucas estava no elevador já, eu corri para lá e logo ele se fechou.

Fomos direto para o estacionamento e entramos no carro dela. Eu na frente e Lucas atrás com ela ainda no colo.

O carro demorou alguns segundos para pegar e a cada segundo que passava eu ficava mais nervoso e tremia mais.

Deus, não deixe nada de ruim acontecer.

Finalmente saímos e eu dei graças a deus de o UCLA não ser tão longe da casa da Ashley, cortando algumas ruas dava pra chegar em 15 minutos.

- Fica comigo meu amor, não me abandona por favor - Lucas disse em português e eu não entendi bulhufas.

- dá pra falar em inglês?

- dá pra dirigir mais rápido? A Ashley dirige mais rápido que você - fechei os olhos e respirei fundo.

Olhei pelo espelho retrovisor para Lucas e vi ele tocando a barriga de Ashley.

- que porra você está fazendo? - Disse entrando na rua do UCLA

- vendo a diferença na barriga de Ashley.

- ainda não dá pra ver.

- óbvio que dá, você que é desatento.

Respira Bruno, não perde o controle agora.

- ah, eu esqueci que você não viu como ela ficou magra... Por que será? - ele colocou o dedo no ar num gesto exagerado e estalou a língua no céu da boca - lembrei! Você tinha largado ela sozinha no hospital - ele sorriu ironicamente.

- filho da puta

- um filho da puta sincero. 

- você tem sorte de eu não quebrar a sua cara.

- você não tem coragem

- cala a porra da sua boca - bati no volante.

- presta atenção na porra da estrada.

1 minuto depois nós estávamos a colocando em uma maca já dentro do hospital.

Na hora que eu fui dar a entrada dela, percebi que não estava nem com os meus documentos, nem com os delas.

"Que beleza."

Precisei subornar a mulher para ela fazer a ficha sem precisar conferir documentos.

Lucas voltou a recepção pra me indicar o caminho do quarto onde ela estava.

(...)

- Drº! - Gritei assim que o vi andando no corredor onde Ashley estava internada. Saí correndo em sua direção e logo um monte de enfermeiros se aglomeraram perto de onde estávamos. - Ela - Parei para respirar e apoiei as mãos em minhas pernas. - Ela está grávida.

- Isso muda algumas coisas - Ele apontou para uma enfermeira que começou a escrever algumas coisas em uma prancheta. Olhei para trás e vi Lucas andando normalmente. - Senhor, preciso que me informe algumas coisas.

- Tudo bem.

- Ela vinha sentindo alguma dor, fraqueza, tontura, vertigem?

- Nada

- Ela vomitou, sangrou?

- Não que eu saiba.

- E na hora do desmaio, ela estava se queixando de alguma coisa?

- Bom, eu...

- Ela parecia muito fraca - Lucas me interrompeu. - Do tipo que não come direito a dias. Nos sentamos na mesa da sala e começamos a conversar, do nada ela gritou. Me desesperei e perguntei o que ela tinha. E ela só disse "dor". Corri pra pegar a chave do carro, e de repente ela tinha desmaiado.

- E essas dores já vinham acontecendo com frequência?

- Não que eu saiba. - Falei

- Tu não sabe de nada ein. - Lucas disse e eu rolei os olhos.

- Ela não me contou que estava assim.

- Por que será? - Ele fez uma careta irônica e o médico soltou um risinho.

- Bom - o médico tossiu forçado - Vamos analisar o caso da paciente, e assim que tivermos os resultados, eu volto a falar com os senhores. - E assim ele voltou para dentro do quarto.

(...)

 

Estávamos sentados um de frente para o outro na sala de espera ao lado do corredor onde Ashley estava. Durante uma hora eu fiquei andando de um lado para o outro, até a médica de Ashley chegar. Ela disse que iria analisar o quadro da Ash junto com um obstetra (não gostei da parte de ele ser homem) e assim que terminasse ela me avisava.

Desde então eu já recebi uma ligação de uma Tahiti descontrolada, e de um Phill confuso e preocupado. 

Depois das ligações eu me sentei e desde então estamos em silêncio.

- a Ashley é uma idiota mesmo - Lucas disse em português e riu.

- como?

- eu disse - ele falou em inglês - que a Ashley é idiota.

- por que?

- por que você sempre magoa ela e ela sempre te perdoa.

- O que você quer dizer com isso?

- é isso mesmo. Eu sei que aquele dia que você a deixou sozinha no dia do aniversário dela não foi a primeira vez. Você não dá valor ao que tem.

- mas que p...

- não seu monte de merda, você não dá valor ao que tem. Tá acostumado a pisar e sempre receber amor em troca. 

- olha como você fala comigo.

- eu falo do jeito que eu quiser - a calma com que ele fala me deixa ainda mais nervoso. - e não adianta dizer que não, por que você sabe a verdade, só que ela nunca foi jogada na sua cara.

- ah claro, e você adora isso né. Jogar na cara dos outros. Pois então, você sempre vai lamber a Ashley, fica atrás dela, e adora ficar com o resto. O MEU resto.

-. - Lucas olhou bem no fundo dos meus olhos e começou a rir. Mas não foi uma risada discreta. Foi algo estranho, uma risada irônica e sarcástica.

- qual é a graça?

- aah Bruno. Pelo amor de Deus, se enxerga. Eu nunca precisei correr atrás dela. Ela que me conta as coisas. Por que ela confia em mim. Sabia que ela tem medo de você surtar de novo a deixar sozinha?

- isso é mentira - levantei. Mas ele continuou sentado de qualquer jeito na cadeira.

- se você duvida. Pergunte a ela. Eu posso até ficar com as migalhas, mas eu tenho algo dela que você não tem. A confiança.

- escuta bem o que eu vou te falar - apontei o dedo na cara dele - você pode parar de ficar disputando a Ashley comigo. Por que essa guerra eu já ganhei. Então, vá atrás de uma vagabunda qualquer, por que na Ashley você não toca, ela é minha. O filho que ela está esperando, é meu - Bati no peito.

Lucas arregalou os olhos e fez cara de falsa surpresa.

- nossa, eu não acredito. Você já se ouviu? Você fala como se nós estivéssemos numa briga e a Ashley fosse o prêmio para o ganhador. O "cinturão" que garante ao ganhador da luta o título de "fodão"... Escuta uma coisa você - ele se levantou - se eu quisesse a Ashley de verdade, eu já estaria com ela. Mas o problema é que eu não vou força-la a nada. Não existe disputa, e nunca mais fale dela como se ela fosse uma porra de um prêmio de merda. Ela não merece ser comparada a isso.

Ele me empurrou para longe e eu me segurei para não desequilibrar.

- eu estou te avisando Lucas, não fique rondando a Ashley.

- Bruno, você já deveria ter aprendido, que eu faço o que eu quero, do jeito que eu quero - ele abriu um sorriso sarcástico e minha mão cocou para não dar um murro na cara dele.

- eu estou falando sério, não me subestime

- e se eu fizer isso você vai fazer o que? - Lucas me encarou desafiadoramente.

- familiares de Ashley Kennedy? - uma enfermeira apareceu na sala e nós nos viramos em sua direção. - venham comigo.

- eu vou sozinho - falei indo em direção a enfermeira.

- vai sonhando colega.

Grunhi derrotado. Agora tenho outra prioridade.

(...)

- Senhores, nós fizemos alguns exames na paciente, e nem ela, nem o bebê correm risco de vida - respirei aliviado - porém...

- Porém o que? - Lucas se intrometeu na conversa.

- ela está com deficiência de algumas vitaminas, e pelo que pude ver, ela não está sendo a mais cuidadosa na gravidez. Se isso continuar os desmaios se tornarão constantes, as fraquezas vão piorar e aí sim ela correrá o risco de ter um parto prematuro seguido de uma morte. Então, para nivelar o quadro da paciente, ela vai permanecer no hospital tomando doses diárias de vitaminas, fazendo exercícios e se recuperando até que eu avalie o quadro como estável novamente.

- e isso vai durar quanto tempo?

- se ela colaborar, em duas semanas ela estará em casa.

- ótimo. - a porta se abriu bruscamente.

- Dr. A paciente Ashley Kennedy acordou - nos três nos levantamos. - a drª. Jennifer está conversando com ela, e ela requisita sua presença.

- já estou indo.

O médico disse que depois que eles conversassem com ela, nós poderíamos ve-la.

POV Ashley

Chovia. Chovia muito.

Eu não enxergava um palmo a frente do retrovisor do carro, mas estava em alta velocidade. O medo e a adrenalina corriam em minhas veias e eu fiquei grata pela estrada estar vazia.

Eu chorava descontroladamente e olhava para trás constantemente. Tinha um carro preto me seguindo e no rádio do meu carro tocava uma música fúnebre. De repente ficou tudo claro e eu só senti o carro começar a rolar morro abaixo.
 

- meu filho! - eu gritei, mas a voz não saiu.
 

O carro capotou muitas vezes, e eu tentava proteger alguma coisa, mas não conseguia abrir os olhos.
 

- cadê você bebê? - minha voz não saia e eu me desesperei batendo nas paredes do carro agoniada e angustiada.
 

O carro parou de capotar e a porta do carro abriu. Ainda chovia muito e eu saí com muita dificuldade. Eu olhei para minhas mãos e vi o sangue escorrendo junto com a água. Eu tentava gritar e não conseguia, então saí do carro e me deparei com um feto e uma menino de uns 2 a 3 anos deitados na frente do carro.

Os dois estavam mortos.
 

- NÃO! - Eram meus filhos, o que eu abortei no acidente e o que eu estou carregando.
 

"Só pode ser!"

Eu os agarrei chorando e ao olhar para frente vi Pedro olhando para mim e rindo. - SEU FILHO DA MÃE - Eu corri em sua direção e ele sumiu, eu não consegui parar de correr e caí dentro da água.

***

- NÃO! - abri os olhos e levei minhas mãos em minha barriga.

- senhorita, se acalme, está tudo bem - uma mulher de branco veio ao meu encontro.

- meu filho, meus filhos! Onde eu estou? - comecei a chorar desesperada e me vi presa a um monte de fios.

- mantenha a calma por favor, ou eu vou ser obrigada a dar-lhe um sedativo.

- EU QUERO MEU FILHO! - Elas me olharam assustadas. - ELE MORREU, ELE MORREU!

- Minha senhora, seu filho não está morto, se acalme por favor.

- meu filho - me encurvei e abracei minha barriga.

- chame o médico Arya - ouvi uma mulher falar mas não prestei atenção.

- ele morreu, ele morreu - me balancei na cama com os braços circundando minha barriga.

- o que aconteceu aqui? 

- Dr. Jennifer? Meu bebê morreu - eu comecei a soluçar e ela me abraçou. – de novo não, de novo não.

- Calma, seu bebê está aí ainda, ele é muito forte. Ele está crescendo em sua barriga.

- tem certeza? Eu vi, ele morto ao lado de uma criança. Um menino.

- foi só um sonho querida. Ele não morreu.

- eu estou com medo Drª, medo de perder o meu bebê, meu menino.

- é mesmo? - ela me olhou divertida. - chamem o obstetra, está na hora de termos uma conversinha com essa mamãe.

Poucos instantes depois, me entregaram uns lencinhos, e eu limpei as lágrimas ainda tentando controlar a respiração.

- eu não suportaria perder outro filho Drª.

- se depender do seu obstetra, nada de ruim vai acontecer com ele. Pode confiar.

- quem me chamou? Então a senhorita acordou? - um homem alto, branco e com um corpo bem admirável de uns 30 anos entrou na sala, com a maior pinta de médico.

- acordei - solucei e mais uma lágrima caiu. Ri. - opa.

- boa tarde, quase noite Ashley, meu nome é Mark e eu sou obstetra. Fui chamado ás pressas para cuidar do seu caso.

- ah sim.

- então, como se sente?

- cansada, dolorida, fraca, e tonta.

- hum. Então Ashley, posso te chamar assim? - assenti - então, você quer ter esse filho?

- claro que sim.

- você tem certeza disso?

- absoluta.

- então por que você vem se alimentando mal, bebendo além da conta, dormindo mal, andando pra cima e pra baixo? Essas ações fazem mal para o desenvolvimento do bebê.

- eu não imaginava. – Olhei para as minhas mãos

- a sua ginecologista Drª Jeniffer me disse que havia lhe avisado que sua gravidez seria um pouco frágil devido ao recente aborto.

- sim - mordi o lábio inferior e afastei o sonho da minha mente.

- eu tenho uma notícia não muito legal para você.

- o que foi? 

- você vai precisar ficar internada no hospital.

- não – Fiz careta - até quando?

- até nós repormos todas as vitaminas que faltam no seu corpo, e eu ter certeza que você não vai fazer nenhuma estripulia.

- mas...?

- você quer ter esse filho?

- quero. 

- então eu sugiro que você permaneça aqui. Quanto maior for a sua colaboração. Mais rápido vai sair daqui. - abaixei a cabeça concordando.

- tudo bem, se for por ele, eu fico.

- desculpe?

- por ele, meu filho.

- você já sabe o sexo?

- sim. É um menino.

- você fez ultrassom em Londres? - a drª que estava calada até agora se manifestou.

- não. - coloquei a mão na barriga - eu sei que é - fechei os olhos e me lembrei do sonho.

(...)

- com licença - ouvi uma voz abafada do outro lado da porta, mudei o canal da TV do desenho e coloquei em um filme.

- pode entrar.

Logo Lucas apareceu na porta e eu respirei fundo.

- Como você está? – Ele se encostou fechando a porta.

- Ainda um pouco fraca e muito sonolenta.

- É efeito do remédio.

- É – Olhei para todos os lados, menos em seus olhos, eu sei o que vem agora e não quero passar por isso.

- Então... Você e o Bruno?

- É... Você sabe dos meus sentimentos por ele.

- Sei sim – Sorriu sem humor – E você sabe a minha opinião sobre isso.

- Lucas

- Não, me deixa falar. Eu cheguei a conclusão que eu sou igual a você. Fala sério, eu saí por duas semanas e quando eu volto você está com ele de novo, e está grávida. Isso foi um soco no meu estômago. E olha só, eu estou aqui, preocupado com você, mesmo depois de ter sido abandonado por você. Da mesma forma que você faz com o Bruno.

- Eu posso explicar Lucas

- Eu não terminei de falar ainda. Eu espero que dessa vez dê tudo certo, eu não vou estar aqui para sempre.

- Para. – apontei o dedo na cara dele. - Você não pode chegar aqui e falar essas coisas pra mim. Por que foi você que me deixou sozinha naquele apartamento.

- Ao contrário do Bruno, eu deixei você para sair a procura de algo que vai te ajudar. Eu não te deixei chorando, eu me certifiquei que você iria ficar bem. – Ele passou as mãos pelo cabelo e eu vi seus olhos marejados.

- Essa conversa não vai nos levar a lugar algum. Por favor, vamos parar de falar nisso.

- Tudo bem – Ele respirou algumas vezes, olhou pra televisão e soltou um risinho. – Tá assistindo crepúsculo?

- Eu achei que fosse algum médico, aí mudei de canal. – rimos

Lucas mudou de canal colocando no desenho de novo, depois veio e ajustou meu travesseiro e nivelou a cama.

- Descanse – Me deu um beijo na testa e foi para a porta do quarto.

- Onde está Bruno?

- Conversando com seu médico. Amanhã eu volto tudo bem?

- Tudo bem. – Dito isso ele se foi.

 

(...)

 

POV Bruno

 

Depois de falar com o obstetra, eu voltei para a sala de espera e vi que Lucas não estava na sala de espera.

Fui até a porta do quarto da Ashley e ouvi os dois conversando.

- Para. – ouvi a voz de Ashley e comprimi um repulso de abrir a porta. - Você não pode chegar aqui e falar essas coisas pra mim. Por que foi você que me deixou sozinha naquele apartamento.

- Ao contrário do Bruno, eu deixei você para sair a procura de algo que vai te ajudar. Eu não te deixei chorando, eu me certifiquei que você iria ficar bem. – A culpa me preencheu e eu me afastei da porta.

Ele infelizmente tem razão. Ela não confia em mim, ela tem medo de eu deixa-la.

Por que eu sempre tenho que fazer cagada?

 

- Ela dormiu – me assustei com a voz de Lucas do meu lado. – Ela está meio sonolenta e muito cansada. Eu vou embora, mas volto amanhã. Qualquer coisa me avisa. E não banque o crianção de novo.

- Tchau – Sorri forçado.

Depois que ele saiu eu entrei no quarto em silêncio e olhei para Ashley.

Ela mantinha uma expressão serena e eu me senti um idiota.

Quando foi que eu perdi a confiança da minha ex-mulher e amor da minha vida?

Será que ela seria capaz de me deixar um dia? Quando ela se cansar de mim?

Afastei esses pensamentos da minha cabeça e desliguei a TV.

- Liga de novo – Ouvi a voz baixinha de Ashley falar atrás de mim e me virei.

- Achei que você estava dormindo.

- Esse remédio me deixa sonolenta o suficiente pra não me mexer, mas não me deixa dormir. Meus pensamentos estão um caos.

- Ah sim. Já sabe que você vai ficar por aqui alguns dias?

- Sei sim.

- E você está de acordo com isso.

- Eu preciso fazer isso. Pelo nosso garoto. E também, eu tenho TV a cabo 24h, posso dormir o quanto eu quiser e tenho uma comida maravilhosa.

- Você está falando engraçado. – Me sentei desconfortável no sofá cama.

- É efeito do remédio, não tira sarro de mim. - Ela riu e eu sorri nervoso - Você quer me perguntar alguma coisa? Você está inquieto.

- Nada demais.

- Pergunta logo Bruno. Pode falar.

- Ashley, você confia em mim?

 


Notas Finais


Beijinhos ^^


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