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História Recomeçar - Onde está o pai do bebê?


Escrita por: juniechild

Notas do Autor


Boa noite gente, como estão?
Todo mundo ligado no RiR? ashaushuashuash
Antes de começarem a ler eu só gostaria de avisar que havia cometido um erro astronômico, na hora do parto, dizendo que ela teve 3 paradas cardíacas, quando na realidade ela não teve nenhum, e também sobre o peso e a altura do bebê shuashuashaush. Perdoem a autora por favor <3
Agora sim, boa leitura ^^

Capítulo 54 - Onde está o pai do bebê?


POV Bruno

Quando fechei a porta do quarto, eu me senti profundamente frustrado. Frustrado de sempre andar em círculos com Ashley. E eu também fiquei muito confuso com sua atitude. Ela não pode ter jogado tudo para o alto assim, desse jeito.

O pior de tudo é que ela não de meu a oportunidade de falar. Ela simplesmente jogou toda a merda em cima de mim e não me deu o direito de me defender.

Ora, todo mundo erra.

- Bruno ! – Andrye levantou e se meteu no meu caminho. – O que houve?

- Acabou! – Levantei os braços. – Eu sou um homem livre e desimpedido agora. – Sorri ironicamente, o coração chorando.

- O que? – Lucas disse atrás de mim.

Olhei para a cara dele e senti o sangue subir.

Ah, como eu queria quebrar a sua cara Lucas. Você não tem ideia.

- Ah sim, quase me esqueci de você. Não se esqueça de convidar para o casamento de vocês. Agora que eu saí do caminho, pode ir lá e ser o “homem perfeito.” – Empurrei Andrye e saí dali.

Saí do hospital, entrei no meu carro e comecei a socar o volante.

O que custava ela me ouvir porra. O que custava ela parar de se achar a dona da verdade? Só um pouco.

Eu posso não ser a pessoa mais adulta do mundo. Mas ela agiu pior do que eu. Ela agiu como se fosse estivesse me repreendendo. E eu não preciso de outra mãe.

 

Peguei o telefone e procurei na lista de contatos o nome de um velho amigo meu dono de uma boate.

 “Você é um bêbado de merda”. Ouvi a voz de Ashley gritar no fundo do meu cérebro.

Eu sempre, sempre procuro refúgio na bebida. Desconto minhas frustrações em uma garrafa de whisky, não só para relaxar, mas para ficar bêbado o suficiente para enrolar todos os meu pensamentos e os calarem.

Bloqueei a tela do celular e o joguei no banco do carona.

Eu não sou um bêbado de merda.

Liguei o carro e saí do estacionamento, se eu não vou beber, preciso descontar em outra coisa.

Música.

 (...)

 

POV Lucas

Eles terminaram.

É bom demais para ser verdade.

Mas não posso me dar ao luxo de ficar feliz, não antes de saber direitinho o que houve.

Vou em direção a garagem atrás de Bruno, para que ele possa me explicar o que aconteceu dentro daquele quarto com Ashley, mas assim que piso os pés no asfalto, uma moto quase me atropela e eu dou um pulo para trás.

Vejo um lampejo de cabelo ruivo e rolo os olhos.

Zoe.

Ela para a moto e logo mais duas motos param perto dela. Ela tira o capacete e ajeita o cabelo.

Me viro de costas, indo em direção ao hospital.

- Ei, onde vai amorzinho? – Ela diz e eu massageio as têmporas.

Fala sério.

Volto e ando em direção a ela.

- O que houve agora? Eu já pedi para você me deixar em paz.

- Eu sei, eu sei. – Ela faz drama falso. – Eu não vim atrás de você por isso. Eu vim trazer um recado de Pedro.

- Ele também deveria me deixar em paz.

- Para de fazer esse teatrinho Lucas. Você nunca deixou e nunca vai deixar o Pedro. Mas, não vou me estender muito. – Ela levanta da moto e caminha lentamente em minha direção.

- Então fale.

Uns dos motoqueiros entrega um notebook e ela abre a tela.

- Lucas. Quanto tempo – Ouço a voz de Pedro.

- O que você... – Olho para as paredes atrás dele. Eu conheço essas paredes.

Elas são... da minha casa.

- O que você está fazendo na minha casa?

 

- Eu vim tomar um chá com você, mas encontrei a casa vazia.

- E achou que não faria mal nenhum invadir a casa dos outros. – Ele desdenha.

- Não foi uma invasão, já que é a sua casa.

- A porta não estava trancada? – Ele da de ombros.

- Não interessa. Eu estou começando a me irritar com você, Lucas. Você ainda não decidiu de que lado está.

- Eu já disse que estou fora.

- Ops!... Resposta errada. Você não está fora. Você está dentro, e você está tentando me enrolar. Me passar a perna.

- Por que acha isso?

- Eu recebi um recado essa semana. De santa cruz, na Bolívia. Sabe onde é?

- Claro, Bolívia faz fronteira com Acre, ou Rondônia. Eu acho.

Pedro ri, e leva uma xícara a cabeça. Olho para Zoe, que esta meneando a cabeça.

- Eu não estou com paciência para as suas palhaçadas, Lucas. Eu te dei um serviço, e você está tardando em faze-lo. Será que eu realmente vou ter que levantar a minha bunda da cadeira e ir mata-la?

Estremeço.

Fico paralisado, encarando Pedro. Que me encara de volta. Bufo.

- Não. Eu vou fazer isso de uma vez. Só, espera ela sair do hospital.

- Como é? –Ele deu risada. – O que você almoçou? Merda? Vai logo lá e mata ela. É bem mais fácil já que ela aí. Porra Lucas tá ficando burro?

- Não, eu não estou burro. Só me dê tempo.

- Pra quê? Pra você leva-la até o pai dela e vocês três brincarem de casinha?

Forço uma surpresa

- Como assim? O pai dela está vivo?

- Ah, vai me dizer que você não sabe?!

Me endireito. – É, eu sei. – Digo.

- Isso, seja sincero, é melhor para você. Olha aqui Lucas, não pense em me passar a perna. Se eu descobrir que você quer me enganar, eu mato você e aquela franga.

- Isso não vai ser preciso. – Aceno e ele sorri.

- Assim que eu gosto. Até mais. – E a chamada se encerra.

- Tem certeza que não quer voltar atrás? – Zoe fala e eu demoro a processar sobre o que ela está falando.

- Eu não vou mais foder você. Fique com seu namoradinho de merda.

- Nossa, estressado. Eu não estava falando disso.

- Só para reforçar. Tchau – Dou a volta e vou em direção a porta do hospital.

 

Merda!

Perdi Bruno de vista, e ainda me meti em problemas. Aquela gorda recepcionista deve ter aberto o bico pro Pedro quando eu fui naquela espelunca.

O que eu vou fazer agora?!

 

POV Ashley

 

Silêncio. Foi tudo o que eu ouvi.

As lágrimas ficaram paradas em meus olhos, embaçando minha visão. Eu não consegui pensar em nada, além de que eu fiz a maior burrada da minha vida.

Eu, 25 anos, com um meio trabalho, e dois bebês pra criar, sozinha.

Eu vou precisar ser forte, muito forte.

Levantei os olhos para tentar clarear a cabeça e notei que tinha uma bolsa de sangue do meu lado. Segui a mangueirinha e vi que ela estava levando sangue para uma veia na minha mão.

Opa. Eu acho que o que houve foi mais sério do que eu pensava.

Uma enfermeira entrou no quarto e sorriu para mim.

- Bom dia senhorita.

- Bom dia. – Tentei sorrir.

- Eu vim aplicar um remedinho para te ajudar a relaxar. – Ela sorriu de novo e encaixou uma seringa cheia de um líquido transparente em uma espécie de entrada na mangueirinha do soro e despejou o líquido.

- Você tem notícias do meu filho?

- Ele está passando por alguns exames, amanhã o médico vai lhe dizer qual o estado dele.

- Mas ele está bem?

- Está bem, não se preocupe. Durma um pouco. – Meus pensamentos começaram a enrolar, e meu corpo foi ficando pesado e eu acabei me entregando lentamente ao sono, não sem antes ver a figura de Andrye entrar no quarto.

(...)

 

- Quanto tempo ela está dormindo? – Ouvi uma voz falar.

- Desde as 5 da manhã. – Uma voz um pouco mais fina disse agora.

Dava pra ouvir outros barulhos, que logo eu distingui como sendo da TV, e abri meus olhos.

- Será que ela vai... Ash! – Meus olhos estavam um pouco turvos ainda, mas deu para reconhecer um vulto branco pegando fogo ao meu lado.

- Hum... Oi... – coçei os olhos e pisquei até distinguir o vulto. Era Ed.

E a outra voz era Andrye.

- Boa noite dorminhoca. – Ele me deu um beijo na testa.

- Pra mim é bom dia. – Minha voz saiu rouca e preguiçosa.

- Eu imagino.

- Como você está amiga? – Senti mãos em meus pés e olhei para eles, onde os braços de Andrye estavam segurando.

- Drye... Estou bem, eu acho, meus braços e pernas estão pesados, mas acho que é de sono. – Bocejei.

Eles riram, mas estava tudo meio lento ainda.

- Quem mais está aqui?

 

- Só eu e a Drye. – Ed falou.

Drye!? Hum...

Sorri maliciosamente, ou tentei, mas fui ignorada.

- Está com fome? – Ed falou acariciando meu braço.

- Acho que sim. Me traz um big mac?

- Claro, espera um pouco. – Ele riu e saiu do quarto.

- Só eu e a Drye – Zombei e Andrye corou.

- Não começa.

- Vocês dois ficaram sozinhos aqui, o dia todo?

- Não. Você também estava no quarto.

Rolei os olhos.

- Não se faça de sonsa. Eu conheço vocês dois.

- Tá, nós conversamos. – Ela olhou para o teto. – Mas, ainda estamos separados. É uma espécie de tempo agora.

- Hum, quanto tempo será que vai durar esse tempo de vocês dois ein – Sorri.

- Espero que seja o mais breve possível. – Ela sorriu

- Você o ama. Que coisa mais fofa.

- Ai amiga, eu não sei como você e o Bruno sobrevivem com essas brigas. Eu não aguento mais.

Mordi o lábio inferior.

- Nós dois não vamos mais brigar.

- Por que?

- Por que eu terminei tudo. E dessa vez foi sério.

Andrye me encarou incrédula.

- Você não...

- Um big Mac no capricho – Ed entrou no quarto, interrompendo Andrye, que pegou a “mesa” e trouxe para perto da minha cama, para me ajudar a comer.

- Sopa?

- É, sopa. – Ele riu. – Prometo que te levo pra comer um big mac quando você sair daqui. Hum... Seu médico virá em alguns minutos falar com você.

- Que bom, será que eu vou conseguir sair hoje?

Ed começou a rir.

- Você está aqui a um dia, é quase impossível isso acontecer – Ele parou de rir e apoiou a mão na beirada da minha cama. Respirou fundo - Ash, você não pegou uma gripe. Você teve um filho.

- Não do jeito que eu esperava. – Respirei fundo e Andrye resolveu mudar de assunto, falando sobre um seriado qualquer de TV.

 

Depois, uma enfermeira veio medir minha pressão e me dar alguns remédios, e tirar a bolsa de sangue que estava vazia, e trocou pelo soro. Ela disse que se eu sentisse qualquer coisa fora do normal, eu deveria contata-la imediatamente.

Algum tempo depois acabei dormindo e deixando os dois falando sozinhos.

(...)

 

Quando acordei, logo uma enfermeira veio trocar o curativo dos pontos e me ajudar a tomar banho, foi um sacrilégio para eu ficar em pé e tudo rodava.

Reparei que Ed não arrastou o pé em nenhum momento do lado de Andrye, e isso me deixou com grandes expectativas sobre esses dois.

Quando estávamos debatendo sobre um programa no estilo “casos de família” que passava na TV, batidas nos interromperam, e logo depois meu obstetra entrou.

- Olha só, quem está por aqui. – Ele sorriu, mas algo em seu olhar me deixou com medo. Atrás dele entrou outra médica, com um sorriso triste e ficou parada na porta.

- Nós vamos esperar lá fora. – Andrye puxou Ed pelo braço e saíram.

- O que eu faço com você Ashley. – Eu não conseguir decifrar se era uma pergunta ou uma afirmação.

Me encolhi.

- Eu pedi pra você ficar em repouso quando completou 28 semanas. Repouso Ashley. – Ele se aproximou da minha cama. – Então, lá estou eu e minha mulher curtindo o fim de semana em Santa Mônica, quando recebo um chamado de urgência. Um parto. E quando chego, me deparo com você, meio acordada, meio desacordada na mesa de cirurgia.

- Doutor, eu sei. Sei tudo o que você me disse.

- E por que não cumpriu? Eu passei remédios a você, passei uma dieta. E você não a seguiu. – Ele cruzou os braços. – Gravidez não é brincadeira de criança Se você tivesse se cuidado, seu filho não estaria passando por exames.

Comprimi os lábios e segurei as lágrimas.

- Eu.. Quando vou poder vê-lo?

- Quando você estiver mais forte. – Ele sorriu. – Sua vida deve estar uma confusão, mas você poderia ter feito um esforcinho.

- Eu não estava pensando na hora doutor.

- Eu já ouvi você dizer isso antes. Agora – Ele mexeu nos papéis. – Eu tenho notícias não muito animadoras sobre seu estado.

- Pode falar.

- Como você não se poupou, e teve mais um pico de estresse horas após o parto – Engoli em seco. – Seu organismo ainda não conseguiu se recuperar e nós forçamos você a relaxar.

- Vocês me apagaram? – Arregalei os olhos. Ele assentiu.

- Você perdeu sangue, estamos repondo o que conseguimos, você tem bastante sorte da sua tipagem sanguínea ser popular. Mas, eu vou precisar da sua colaboração, seus níveis de glicose, seus anticorpos, estão baixos, bem baixos. Seu corpo parece pesado?

- Muito.

- Então. – Ele guardou os óculos e ajeitou os cabelos grisalhos. – Se ajude. Seu filho vai precisar de você. – Ele me olhou preocupado.

- Como assim? – Olhei para ele. Ele olhou para a outra médica, que estava em silêncio todo esse tempo.

- Doutora Ângela é a pediatra neo-natal. Ela estava de plantão quando você chegou ao hospital.

- Olá Ashley. Nós fizemos alguns exames em Noah. E estamos com algumas suspeitas. – Meu coração disparou. - Ao que tudo indica, seu filho está com diabetes do tipo 2, e também já detectamos um problema no desenvolvimento dos seus pulmões.

Eu prendi o ar, sentindo a sala girar.

- A enfermeira... Ela, ela disse que estava tudo bem. Ela – Parecia que eles queriam me punir por alguma coisa.

- Sim, ela disse que o parto tinha sido um sucesso, mas nós ainda não havíamos feito os testes, e fica mais complicado pelo fato de ele ter 30 semanas, ele é muito magro e baixinho. Você e o pai da criança vão precisar ser fortes.

Tapei meus ouvidos, sentindo o quarto ficar abafado, comecei a puxar o ar pela boca fortemente, e senti duas mãos me abraçarem.

- Onde está o pai da criança?

Era tudo o que eu precisava para desabar.

 


Notas Finais


Até o próximo capítulo gente :D
:(:


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