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História Refém - Capitulo 4.


Escrita por: Wanda-28

Notas do Autor


Gente e eu que jurava ter postado esse capitulo semana passada? kkkk
To perdidinha no tempo.

Capítulo 5 - Capitulo 4.


Capitulo 4-

-Outra vez? – uma das enfermeiras assentiu com um semblante numa mistura de tristeza e medo conforme me entregava o prontuário e eu literalmente marchava até o consultório onde Itachi Uchiha estava pela quinta vez nessa semana me esperando.

-Deixa eu adivinhar, cortou o dedo essa semana? – perguntei já mal humorada quando abri a porta e ele somente levantou os olhos na minha direção, fechei a porta atrás de mim e ele permaneceu imóvel sentado na maca atrás da minha mesa -O que foi?

-Seu amigo.

Senti toda a cor sumir do meu rosto e Itachi suspirou conforme me encarava.

Naruto ainda estava preso e eu não podia vê-lo, na realidade, mal tinha notícias dele apenas torcia para que Fugaru cumprisse a palavra dele, mas eu também teria que cumprir a minha. Suspirei e caminhei até ficar próxima a aquele homem, ele era igual o pai, apenas aparentava ser mais amável, porém não deixava de ser detestável. Eu teria que me lembrar disso, era ele quem forçava um casamento.

Ele não era o mocinho.

-O que tem ele?

-Preciso de remédios, ele está com febre – os dedos dele batucavam uns nos outros e ele suspirou desviando o olhar do meu – Posso te levar lá hoje de madrugada, mas preciso de um remédio antes.

Minha cabeça começou a trabalhar nas piores possibilidades do quadro de Naruto, ele podia ter alguma ferida infeccionada talvez, podia ter pego uma pneumonia lá.

-Posso dar um antitérmico, mas ele tem mais algum sintoma? Algum corte infeccionado? Sintomas de pneumonia, ou outra doença... – Ele riu se levantando da maca e fiquei em silencio quando o rosto sorridente me encarou.

-A medica aqui é você senhorita Haruno, sou um mero ninja.

Assenti. Era justo.

Desviei dele e fui até a parede oposta na minha sala procurando por um frasco do remédio e entreguei o vidro escuro nas mãos dele.

-Quarenta gotas a cada oito horas – ele assentiu e se sentou me olhando mais uma vez sem pudor nenhum, ele me encarava como se fosse uma prisioneira que pudesse ataca-lo a qualquer momento e dessa vez fui eu quem suspirou – O que foi agora?

-Quando vai me agradecer ou me pedir desculpas? – eu ri fraco pelo cinismo na voz dele.

-Por que faria qualquer um dos dois? Ah, por Naruto sou grata pela sua ajuda sim, mas não o bastante para lhe cobrir de elogios – ele se remexeu na maca e eu assenti – E o pedido de desculpas, é sobre nossa última conversa? Não vai ouvir nenhuma palavra de desculpas da minha boca.

-Mesmo estando errada? – ele sussurrou as palavras e eu ergui meu queixo, não estava errada – Não sou esse mostro que imagina Sakura.

Não você é pior.

 Ele fingia ser bom, mas no final armava as jogadas pelos bastidores, era um mostro como o pai. Era ele quem me arrararia ao seu lado, não quem me ajudava, ele iria me prender a ele. Voltei a andar em sua direção, aquela seriam minhas últimas palavras sinceras antes de entrar naquele jogo que custaria minha vida

-Não importa o que aconteça Itachi, minha opinião sobre você jamais... Jamais vai mudar – cuspi as palavras e como em câmera lenta era possível ver os músculos tencionarem pelo seu pescoço e rosto conforme os belos traços iam se petrificando.

-Sinto muito se pensa assim – ele se levantou fazendo um leve barulho – Me encontre em frente ao meu apartamento as três e vinte vou te levar ao seu amigo.

 E em segundos ele saiu da minha sala e eu fiquei sozinha, estava sozinha o suficiente para cair num choro profundo e mesmo as enfermeiras me deixaram em paz por um bom tempo conforme tentava criar um plano para fugir daquilo.

                                               ***

               

                Itachi cumpriu sua palavra, naquela noite ele me levou até Naruto e fez isso por quatro dias até que o loiro recobrasse a consciência e pudesse ser capaz de ficar poucos minutos em pé, Naruto estava acabado, podia ver a sujeira nos fios loiros, as roupas que pude trocar já estavam quase em fiapos e ele fedia a urina e o mesmo cheiro estranho que aquele cela tinha, até mesmo fios da barba apontavam no rosto angelical e era essa cena que me dava a certeza de que tinha tomado a escolha certa.

E era por isso que estava me arrumando para partir em viagem ao lado do Uchiha.

Era simples e rápida, mas teria que me aproximar dele durante esse tempo. Minha aproximação deveria parecer natural para ele, tinha que fingir querer casar com ele mesmo querendo cortar a língua daquele homem, mas eu faria aquilo. Fugaru não me deixava esquecer do nosso trato.

Haviam dois lindos buques de flores, agora no meu lixo, me lembrando do nosso acordo. Meu casamento com Itachi pela vida de Naruto.

E eu faria isso.

Agora só tinha que decidir se seria melhor eu ou ele que se machucasse durante a missão para ter uma aproximação.

-Ou quem sabe uma crise de choro a noite? Devemos dormir numa caverna fria e nos aquecer? – suspirei alto deixando a franja cair em frente ao meu rosto – Acho que ele me deixaria congelar até a morte.

Teria que pensar em algo.

-E se eu fingir que estou bêbada e cair em cima dele? Não ele ia me levar pra cama – estremeci de puro nojo com a imagem e cai na cama sem conseguir chegar em qualquer ideia útil conforme as horas iam se passando e eu me preparava.

                                               ***

                Não houve dialogo, apenas saímos da vila e caminhamos durante horas, mas, não pensei em nada útil durante esse tempo, apenas corri até que meus músculos da perna quase romperem e a noite cair. Não queria parar, queria chegar na próxima vila logo e quem sabe me jogar de um penhasco para poupar a mim mesma de fingir estar interessada no Uchiha.

Até mesmo calculei a altura que tinha que me jogar para ter a certeza de que morreria, e cheguei a conclusão que pela topografia da área, pelo terreno quase plano daquela região minhas chances de conseguir morrer num acidente eram praticamente zero. O que era uma pena.

-Vamos dormir ali – Itachi disse segurando meu braço me obrigando a parar – Já se passou das dez, temos que descansar.

-Estou bem, consigo continuar – disse puxando o braço e vi ele assentir revirando os olhos. Estávamos numa estrada bem iluminada, porem deserta, se seguíssemos nela durante a madrugada chegaríamos ao vilarejo no outro dia ao entardecer.

-Detesta tanto minha companhia pra preferir desmaiar no meio da noite do que passar poucas horas ao meu lado? – ele tinha razão, mesmo estando no meu limite eu preferia desmaiar na selva do que ficar ao seu lado.  Mesmo sabendo que deveria me aproximar eu não conseguia. Não conseguia nem tentar.

-Sei que me odeia Sakura, mas nós dois temos que descansar... Você principalmente, vai ter que cuidar de pessoas. Pode segurar seu ódio por algumas horas e descansar?

Era tão óbvio meu desprezo por ele?

Não conseguia dizer nada, então apenas assenti e agi no automático indo ao quarto que tinha reservado e caindo num sono profundo que só consegui acordar com seus chocalhões e talvez só tenha tomado consciência de mim mesma quase no final da viagem, já que mal lembrava do que tinha acontecido no caminho.

- Estamos quase lá, não?

-Sim estamos – Itachi respondeu, não sabia como continuar a conversa então continuei em silencio. Quando chegamos no vilarejo o chefe deles nos encaminhou até uma cabana pequena e suja no final de uma colinha mal iluminada e pediu desculpas por aquele ser o melhor lugar que tinham disponível. Apenas negamos e aceitamos aquilo, afinal era uma missão e ele quem havia contratado, ele me entregou um caderno onde foram registrados os casos de uma infecção que estava tendo e quando ele partiu eu decidi achar um lugar para analisar aquilo.

Ascendi a lareira rustica da sala e consegui improvisar uma mesa com dois banquinhos e um pedaço de madeira, onde coloquei o caderno e abri o meu próprio onde analisaria cada detalhe naqueles casos. Tinha tirado as botas na entrada então so tirei a jaqueta ninja ficando apenas de regata e de calça conforme me sentada e deixava todos meus pensamentos se fixarem na doença a minha frente.

Tinham ocorrido alguns óbitos, três crianças e dois idosos, sem falar de um quadro grave de um homem na casa dos trinta, todos pareciam ter sido intoxicados, mas não haviam minas por perto, até onde sabia a área era conhecida por manter a pesca como atividade principal.

-Alguma coisa? – Itachi perguntou se sentando a minha frente e colocou uma xicara que saia um odor doce e eu arqueei a sobrancelha para ele – Eu já experimentei e acho que tivemos sorte em ter um pouco de chocolate quente por aqui.

-Achei que só teríamos água aqui – comentei tomando um gole e olhando ao redor da mini cabana em que estávamos. Havia a lareira e um sofá de dois lugares atrás de mim, de um lado a porta de entrada e na parede contraria um buraco que dava até uma mini cozinha e um banheiro ao lado, se falar na parede improvisada por um conjunto de biombos onde ficava um colchão simples jogado no chão e era o quarto.

-Deve ser horrível viver desse jeito – Itachi comentou e eu assenti -É uma das vilas mais pobres do pais do fogo, por ser muito isolada e fria eles não conseguem sobreviver de agricultura e não tem base o suficiente para tentar se modernizarem e viverem de tecnologia, quase nenhum recurso chega aqui.

- Já esteve aqui antes? – ele assentiu e eu tomei mais um gole da minha bebida esperando por uma fala dele e ele percebeu isso, já que apoiou o tronco na parede e sorriu para mim.

-Então não me odeia a ponto de negar uma história? – olhei feio para ele que só sorriu em resposta. Me encostei no sofá e suspirei entregando a xicara de chocolate a ele que a aceitou tomando um gole.

-Não te odeio o suficiente para ignorar informações.

-É justo... – ele brincou com a xicara por algum tempo antes de responder – Vim a alguns anos, eu e mais três AMBUS. Konoha tinha recebido serias denúncias sobre uma onda de trabalho escravo nas áreas litorâneas da região, eles os prendiam em galpões como se fossem animais e logo cedo os obrigava a pescar por horas ou cuidar dos alimentos... Tivemos meses de trabalho até acabar com os senhores donos das terras. Achei que talvez disso a região melhorasse nem que fosse um pouco, mas hoje soube que não.

Ele tomou mais um gole da bebida e suspirou desviando o olho para o fogo da lareira.

-Essa é uma das melhores casas Sakura, consegue imaginar a pior? – fiquei em silencio – As pessoas se amontoam e grupos de até dez pessoas para dormir em lugares menores que essa sala, a maioria das crianças não pode sequer ir à escola, eles não tem ideia do que é um hospital ou algo do tipo, eles conhecem apenas o curandeiro local... Para eles a vida é morrer naqueles barcos em busca de um pouco de comida e enquanto o resto do pais esbanja dinheiros esses pobres coitados morrem de fome.

Ele riu de maneira sarcástica e eu fiquei paralisada o olhando.

-Foi por isso que veio... Escolheu vir aqui – ele apenas me olhou nos olhos, tão sereno que ignorei qualquer pensamento sensato em tentar seduzir esse homem, ou de que ele era um cretino – Amanhã cedo vamos até o centro da vila, quero analisar os casos e vou precisar que você olhe os arredores e me conte tudo que vir, o que eles fazem, o que comem, quero saber de tudo.

-O que acha que é?

-É cedo para dizer, mas me parece uma intoxicação por metais fortes, só preciso saber como isso foi transmitido – Itachi assentiu se levantando.

-Tem água quente na bacia. Se fosse você iria toar logo um banho antes que ela esfrie – e ele saiu da sala indo para trás do biombo e eu decidi que precisava de um banho, mas devo admitir que fiquei surpresa e realmente encontrar uma bacia de plástico grande no banheiro cheia de agua quente.

 

                Estava certa sobre a intoxicação de metais, em dois dias Itachi havia descoberto que o rio que usavam para pegar água estava cheio de chumbo. Enquanto tratava as pessoas da vila inteira da intoxicação e diversas gripes Itachi tentava convencer a todos o perigo daquele rio e dessa maneira alguns dias foram passando.

Estava escuro quando voltava para a cabana em que estava, era um dia frio e eu tinha ficado tempo demais numa casa com três crianças e uma gravida tentando curar um ferimento grave na perna de uma menina que quando acabei percebi que já se passava das dez da noite e que estava exausta demais, a mulher até insistiu para que dormisse lá, já que a vila era perigosa segundo ela, mas eu neguei e continuei meu longo caminho até meu dormitório. Quando vi a silhueta da cabana sorri aliviada e aumentei o passo, estava aceitando com prazer até mesmo um banho de caneca e a cama dura que tinha, parada em frente à casa vi a silhueta de um homem, achei estranho Itachi estar ali.

-Itachi, o que faz aí? – perguntei aumentando o passo, mas, parei de andar ao ver um homem desconhecido parado ali. Ele era grande, era a única coisa que consegui analisar no escuro – Quem é você?

Ele não me respondeu, apenas se aproximou e eu recuei alguns passos ate perceber um caminhar pesado atrás de mim e algumas risadas masculinas.

Aquilo não podia estar acontecendo.

- Que coisa linda aqui!

-Olha isso.

-Acho que tiramos a sorte grande hoje.

Haviam pelo menos quatro passadas diferentes e eu já estava tirando a mochila de um obro, não esperava por aquilo, não acreditava que aquilo estava acontecendo... Preferia pensar que aquilo seria um assalto, mas eu sabia que não seria.

-Sumam daqui! – eu grunhi as palavras e quando senti que um deles tocaria meu ombro eu girei o corpo chutando na altura de suas costelas e ele cambaleou para trás.

-Vai pagar por isso vadia! – um deles gritou e em segundos já havia jogado a mochila em direção de um deles e trocava socos com dois. E foi quando percebi que eram cinco homens co o triplo do meu tamanho tentando de todas as formas me jogar no chão e eu deixei o ódio subir pelo meu corpo.

Teria sido bem mais fácil se não tivesse com pouco chakra, se golpeasse algo com força media perderia minha consciência, estava fraca por dias, havia gastado chakra demais com Naruto e com essa vila e agora que mais precisava de chakra eu estava quase sem.

Meu rosto virou para o lado e quase cai quando recebi um soco forte no lado direito e senti minha cabeça girar, senti um chute no abdômen e depois o chão nas minhas costas e então o bico da bota de um na lateral da minha cabeça e eu pude sentir tudo começar a se apagar.

Eu mataria esses cretinos.

Me levantei como um raio, antes que algum pudesse me prender e consegui ainda deixar mais dois desacordado, mas quanto um me puxou pelo cabelo e me jogou no chão eu já estava fraca demais, não o suficiente para ser vencida, mas o bastante para receber alguns chutes e quando um deles começou a me chutar e o outro a tentar me imobilizar eu  girei no chão e me projetei fugindo do chute e mirando no nariz do segundo que sangrou deliciosamente sobre meu pé, eu só não esperava  que ele me empurrasse no chão e eu batesse a cabeça numa pedra.

Tudo ficou mais turvo e vi minha visão duplicar antes de ficar borrada.  

Eu ia levantar para fazer algo, mas eu ouvi de longe meu nome ser chamado e uma sobra se projetar sobre os dois homens, não sei o que aconteceu. Só tentei levantar e sem conseguir levei a mão na cabeça sentindo algo quente e molhado. Quando meus olhos focaram meus dedos percebi o sangue e em segundos percebi que sangrava, provavelmente bastante pela pressão que sentia.

-Sakura? – pisquei vendo Itachi e ele segurou meu rosto com força – O que eu faço?

-Perguntas – Eu tinha que me manter consciente. Eu tinha... Mas aquele zunido na parte de trás do meu cérebro parecia tão alto.

-O que? – apenas pisquei e ele assentiu olhando para trás antes de se voltar a mim – Sabe seu  nome?

-Sakura Haruno – disse lentamente, meus olhos pareciam mais pesados do que nunca e droga, minha língua não queria se mover direito, parecia que minha boca estava ficando dura. Uma parte de mim sabia que tinha batido com força a cabeça e que tinha sangue, eu sentia algo molhado na cabeça e que doía demais,eu tinha que ficar acordada.

-E o meu? – tão distante, a voz era tão baixa que eu fiz força para entender as palavras.

-Itachi.

-Sobrenome – um sussurro, uma brisa da noite e tudo começou a ficar escuro, Itachi sumiu entao depois meu rosto começou a formigar e pisquei lentamente olhando alguém, para ele.

Céus como minha cabeça doía.

 – Acorda Sakura, meu sobrenome? – eu tentava olhar para ele, tentava mesmo, mas era difícil. Eu sabia quem ele era,sabia seu nome, mas a dor era tanta.

-Uchiha.

-Onde estamos?

-Perto... – era perto de algo. Eu sabia que era, mas não sabia o que e então parecia que tudo doía duas vezes mais.

-Perto de onde? – algo em mim me puxava para baixo e mais baixo, meu corpo passou a doer muito e eu senti uma linha na minha cabeça me puxando para mais dentro de mim, cada vez mais o que Itachi dizia parecia estar longe até que em algum momento a voz dele virou a de Sasuke e eu me aninhei naquela escuridão.

                                                               ***

 

Quando abri os olhos ainda estava escuro, haviam velas acesas, mas o lugar tinha o cheiro do hospital, olhei ao redor e então o cheiro voltou ao normal e eu reconheci as madeiras como a da cabana que estava.

Toquei na minha cabeça e percebi que uma faixa com gaze a cobria, meu corpo doía levemente e quando tentei sentar percebi que havia soro  pendurado na parede e uma agulha que o conectava as minhas veias, puxei o braço e me levantei com calma me apoiando na parede conforme caminhei ate a sala.

Foi difícil conseguir focar um palmo a minha frente, devo admitir e parecia que minha cabeça ia explodir de tanta dor.

Inferno.

-Sakura! – Itachi apareceu ao meu lado como um fantasma e me apoiou na lateral de seu corpo passando meu braço pelo seu pescoço – Achei que dormiria mais.

-Quando tempo fiquei assim? – próximo demais, pensei, mas ele me ajudava com tanta calma a ir para o sofá e ele parecia tão firme ao meu lado que deixei que me ajudasse.

-Algumas horas, você acordou algumas vezes, mas parecia que nem sabia onde estava então logo voltava a dormir, faz umas dezoito horas que está assim – Ele me sentou com calma no sofá e percebi que tinha sentido dor até mesmo nas pernas conforme tentava andar.

Ficava cada vez melhor.

-Quem fez meus curativos? – ele ficou em silencio e abaixou a cabeça – Foi você?

-Não. Cheguei a te teletrasportar para um hospital que fica relativamente próximo, eles te atenderam e disseram que não parecia ser nada grave, como estamos em missão achei melhor voltar.

Apenas assenti incapaz de falar algo.

Estava com vergonha demais para isso.

Eu tinha ficado sem chakra, sido espancada até perder a consciência, Itachi havia me carregado sabe-se lá pra onde e ainda por cima parecia que ia morrer de dor a cada respiração.

Itachi se sentou no chão, me encostei lentamente no acolchoado duro sabendo que soltava leves gemidos de dor a cada movimento e sabia que ele me encarava por detrás dos fios escuros. Mas era melhor ignorar essa parte.

-Eu quebrei alguma coisa? – ele balançou levemente a cabeça e olhei para o fogo da lareira, só ela estava acesa, era a única luz que conseguia encontrar naquele lugar. E essa luz não me deixava ver a expressão dele, mas deixava bem clara a minha.

-Duas costelas trincadas, o musculo da sua perna esta distendido e um corte gigante na cabeça que sangrou por um bom tempo – assenti levemente fechando os olhos tentando segurar as lagrimas. Sabia que poderia estar pior agora se ele não tivesse aparecido.

-Obrigada.

-Não tem que me agradecer, eu tinha que fazer sua escolta e não fiz meu trabalho Sakura... Sinto muito por isso. Você não deveria ter passado por aquilo.

Senti meu estomago embrulhar e abri os olhos tentando ignorar tudo aquilo que havia acontecido.

-Não tem que se desculpar, eu sou uma ninja que merda... Como deixei isso acontecer? – perguntei mais para mim mesma segurando as lagrimas que queria cair, como deixei tudo aquilo acontecer? Onde abaixei minha guarda? Como deixei meu próprio corpo ficar tão fraco a ponto de quase perder para um bando de...

-Eles eram renegados Sakura, não teve culpa alguma – olhei para Itachi mais uma vez e ele segurou o cabelo com força – Você derrotou três deles, quase os outros dois... E isso estando esgotada fisicamente e mentalmente, não tem que se envergonhar.

Eu ri fraco e olhei para minhas próprias mãos, agora limpas.

-Eles não eram assaltantes, não é? – minha voz não era mais alta que um suspiro e ele ficou em silencio – Obrigada Itachi.

-Tem que agradecer a você mesma Sakura, você se salvou – senti lagrimas queimarem nos meus olhos, senti a dor vir no meu corpo e quando o flash das silhuetas apareceram na minha mente, quando senti mais uma vez o impacto do meu corpo no chão eu aceitei que aquilo não era um assalto, era uma tentativa de estupro e com isso senti meu estomago se revirar.

-Acho que vou vomitar – levantei do sofá e Itachi me ajudou a ir até o banheiro onde realmente vomitei tudo o que pude e chorei alto. Eu tive a sorte de saber de defender e a sorte de que Itachi estivesse lá, mas isso não apagava o pavor que sentia.

Itachi segurou meus cabelos enquanto vomitava e ficou do meu lado conforme secava as lagrimas para que novas caíssem. Ele apenas se sentou à minha frente, com somente nossos pés se tocando e quando olhei para ele novamente ele me encarou preocupado.

- Promete não dizer pra ninguém o que aconteceu? – ele assentiu e eu suspirei aliviada.

-Você promete que vai se cuidar? – apenas assenti e ele suspirou aliviado – Vamos voltar amanha para konoha.

-Não consigo andar Itachi e a missão. – Ele me interrompeu irritado.

-já fizemos mais do que o necessário aqui Sakura e eu vou dar um jeito de te carregar de volta – eu dei risada sentindo meu abdômen doer e levei a mão até a região que parecia pulsar de tamanha dor.

-Eu ainda não gosto de você – disse de olhos fechados, a dor não me permitia nem sequer abrir os olhos, ela não passava, muito pelo contrário, parecia que a cada curta e dolorosa respiração ela aumentava e no meio da dor acho que ouvi ele sussurrar varias coisas, mas só pude entender uma:

-Eu sei.

E então eu adormeci.



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