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História Refém - Capitulo 5


Escrita por: Wanda-28

Notas do Autor


Helloooooooo!!!!
Demorei e cheguei kkkk
Então meu povo pra manter um ritmo vou postar todas as TERÇAS e QUINTAS essa historia.
UM CONTO DO DESTINO aos SÁBADOS.
E as outras historias vou voltar com elas aos poucos.

Capítulo 6 - Capitulo 5


Capitulo 5 

Quando acordei no hospital de Konoha tive uma péssima recepção de Tsunade que me encarava quase arrancando minha pele. 

-Primeiro Naruto e agora você Sakura?! O que eu faço com vocês dois! Ambos querem morrer? 

-Foi um acidente- disse com a voz baixa, minha cabeça parecia estar recebendo golpes fortes de tanta dor que sentia e não queria tentar mexer o resto do meu corpo porque já sabia que ele estaria igual ou pior o estado da minha cabeça. 

 Mas acho que Tsunade não ligava para isso, não quando ela continuava a gritar. 

-Itachi me contou sobre esse acidente – senti meu peito tremer e minha mãos gelarem. Se itachi contou o que aconteceu não saberia onde enfiar meu próprio rosto, como diria que sua pupila não havia cuidado de cinco ninjas por estrar distraída com um casamento de mentira? – Como foi cair colina abaixo Sakura? 

- Eu cai? 

-Não tente dar uma de desentendida – ela berrou e vi que pessoas correram até a porta do quarto – Itachi te carregou o caminho todo até aqui, passou a noite na recepção do hospital já que não podia ficar nesse quarto e você tenta fingir que nada aconteceu?! Os conselheiros Uchihas estão me enchendo de reclamações... 

Parei de escutar conforme tentava processar todas as informações.  

-Itachi esteve aqui? 

-Esteve não, ele está... Não acredito que foi só isso que ouviu. Sakura não me diga que aconteceu algo durante essa missão. 

-Nada aconteceu Tsunade-sama posso lhe garantir. 

-Então por que o herdeiro Uchiha está de plantão nesse hospital a dois dias sem querer dar indícios de que vai sair? 

Aquilo não fazia sentido. 

 Itachi tinha me ajudado de uma forma ou de outra, mas continuar ali não fazia parte do jeito dele. Não parecia nem um pouco com o que sabia dele. Podia esperar que ele me trouxesse a Konoha, até mesmo me visitar uma vez ou duas, mas agora, ficar esperando por horas que eu acordasse era demais para que eu conseguisse entender. Ele não faria aquilo nem mesmo se estivesse tentando conquistar alguém, e se ele soubesse do meu acordo com seu pai ele não faria aquilo de jeito nenhum. Parecia até mesmo uma forma idiota de parecer que se importava. 

Não fazia sentido. 

Suspirei encarando a parede branca do hospital. 

-Eu também não sei. 

E era a mais pura verdade. 

*** 

- Você deve ser a pessoa que mais dorme no mundo Haruno – pisquei lentamente tentando manter os olhos abertos e foi quando lembrei que estava no hospital. Minha cabeça não doía como antes, mas ainda estava sonolenta, muito sonolenta, mas aos poucos consegui virar o rosto na direção daquela voz e acho que só consegui fazer uma careta para ele. 

-E você ainda está aqui... Achei que o capitão da guarda teria mais o que fazer – grunhidos misturados com sussurros. Minha voz não passava desse som abafado e estranho.  

Estava escuro já, todas as luzes estavam apagadas, mas por algum motivo ainda era capaz de ver a silhueta de Itachi sentado ao meu lado.  

-Por que ainda está aqui? 

-Só tinha que ver como estava – ele se levantou e suspirou levemente – Tsunade me disse que vai ter alta até o final da semana, vai estar bem até lá? 

-Vou, agora é só a dor muscular mesmo. Acho que amanhã mesmo com os tratamentos de chackra já vou estar melhor, só estou cansada. 

-Tive uma reunião com o conselho geral do clã Uchiha ontem à noite Sakura, pedi para aliviarem a pena do seu amigo. 

-Acha que conseguiu algo? – ele ficou em silencio e eu suspirei. Sabia que nada funcionária, não quando o “acidente” havia sido planejado – Tudo bem, eu já sei o que fazer. 

-Consegui adiar a sentença e um julgamento perante a Hokage, ele vai ser transferido para uma outra ala da prisão esta manhã, não vai poder vê-lo com tanta frequência, mas ele vai sofrer menos lá. 

-Por que fez isso? Da última vez me disse que não podia fazer nada, por que mudou de ideia?  

Acho que ele riu, ou fez um som parecido. 

-Tive meus motivos – não respondi, apenas vi ele se afastar e quando ele estava próximo da porta consegui ter a coragem de dizer o que precisava. 

-Logo vou te pagar por tudo isso Itachi – havia certo grau de gratidão nas minhas palavras afinal ele havia e ajudado com Naruto e me salvo a poucos dias, eu deveria ser grata por isso, mas nem todas essas ações compensava o fato de que teria que casar com ele, que não teria escolha além dessa. 

Se fosse numa outra ocasião eu e Itachi poderíamos ter virado até amigos depois desses incidentes, se não soubesse do meu futuro eu até mesmo me aproximaria do Uchiha, mas eu sabia o que me esperava depois de tudo isso e sabia que para ele me ter ao seu lado significava apenas poder e que muito provavelmente ele não acharia ruim um casamento forçado apenas para conseguir o que quisesse, então a parte mais racional em mim ainda o odiava. E o odiava muito. 

Mas a minha outra parte não. 

Não quando ele me salvara, não quando me carregou por mais de duzentos quilômetros até Konoha, e uma parte de mim gostou de acordar com alguém tão preocupado ao meu lado e eu sabia que seria muito fácil me aproximar dele. 

Provavelmente mais fácil do que deveria 

Eu ainda amava Sasuke, amava muito. Semanas longe não acabaram com meu amor, mas eu também sabia, eu sabia que Itachi queria se aproximar, seja por poder ou não, eu sabia que eu deixaria aquilo acontecer. Que com o tempo eu poderia até mesmo aceitar aquilo e eu sabia mais ainda que se ele quisesse... Se ele me quisesse ele seria capaz de tomar um grande lugar no meu coração. 

-Até logo Sakura. 

 

*** 

Os dias no hospital seguiram calmos, mas nem um pouco confortáveis. Cada hora em silencio me fazia pensar mais e mais no meu futuro e tinha chegado à conclusão de que deveria me afastar de Itachi, só me aproximaria quando nos cassássemos, mas não sabia que essa minha ideia seria impossível de ser cumprida. 

No dia que sai do hospital Itachi estava me esperando na porta de entrada. Ele estava parado, olhando para fora com claro tedio, mas quando me aproximei do saguão de entrada ele já estava com o rosto virado na minha direção e endireitado a coluna, logo se aproximou em leves movimentos. Ele me acompanhou em silencio até minha casa e me entregou seu número de telefone pessoal, dizendo que se precisasse de qualquer coisa deveria ligar para ele imediatamente e eu apenas fiquei sem reação alguma conforme ele ia embora e eu entrava em casa. 

Não liguei para ele e nem tive notícias dele pelos próximos dias, mas as ameaças de Fugaru continuavam, era flores constantes endereçadas a mim pela família Uchiha e até meus pais começaram a estranhar aquilo. 

-Eles sempre mandam flores pra você Sakura. 

-Aconteceu algo entre você e eles? 

Ou as perguntas mais comuns, que ouvia não apenas de meus pais e sim de quase todos que conhecia. 

-Está acontecendo algo entre você e Itachi Uchiha? 

Eu negava dizendo que aquilo era impossível, mas eu sabia que Itachi estava sempre perto o suficiente para causar todo o tipo de especulações, sabia que não era comum o herdeiro Uchiha esperar no hospital por horas até que alguém acordasse ou carregar um companheiro de time nas costas por longos quilômetros pois o mesmo estava ferido e sabia que era menos comum ainda ele dar seu número pessoal as pessoas, mas ainda assim eu não era capaz de me aproximar dele. Ou melhor, eu o afastava. 

-Querida – minha mãe abriu a porta do meu quarto e sorriu levemente antes de falar – Tem alguém aqui que veio te ver. 

-Quem é? – ela apenas sorriu e sugeriu que lavasse o rosto e colocasse uma roupa mais bonita antes de sair do meu quarto e eu fiz o que ela pediu, joguei uma agua no rosto e arrumei meus cabelos  num coque baixo e coloquei uma camisa de manga compridas branca antes de descer as escadas e chegar na sala, estava esperando por Ino já que ela tinha dito que viria me ver hoje, mas parei no final dos degraus quando vi os longos cabelos negros do Uchiha, ele se levantou do sofá e fez uma leve reverencia com a cabeça antes de cruzar pelos moveis e parar a minha frente me ajudando a terminar de descer as escadas. 

-Vim ver como estava – ele sussurrou para mim e apenas assenti incapaz de pensar em algo além das expressões de meus pais que nos observavam da bancada da cozinha e que cochichavam entre si, Itachi também percebeu já que deu um leve sorriso e me puxou pela mão até o centro da sala – O que acha de darmos uma volta? Talvez tomar um pouco de sol seja bom. 

Tentei puxar minha mão, mas ele segurou com mais força e eu pude apenas encara-lo feio. Não teria como fugir daquilo provavelmente, não com os olhares dos meus pais. O que quer que ele falasse seria melhor mesmo não conversar em casa. 

-Vou me trocar então – disse puxando a mão e ele se antecipou parando ao meu lado e me segurando pelo cotovelo, não havia sequer força ali, havia apenas uma espécie de cavalheirismo misturado com prepotência. 

-Está linda assim. 

Mesmo querendo xinga-lo senti meu rosto ficar um tom mais vermelho ao ouvir a risadinha de minha mãe e eu só consegui encara-lo feio mais uma vez. Estava com uma blusa branca de mangas bem justa ao corpo e com o short jeans branco, era confortável, mas não queria andar pela vila sem nem um pingo de maquiagem e com os cabelos do jeito que estavam, mas se me arrumasse ele e meus pais achariam que eu fiz aquilo para impressiona-lo o que não seria verdade. 

E o pior ele acharia isso. 

-Vamos então – passei por ele puxando meu cotovelo e fui até a entrada colocando meus tênis, também brancos e abri a porta saindo sem olhar para ver se ele me acompanhava, soltei os cabelos e deixei que caíssem na minha cintura enquanto tentava arrumar os fios. 

Não tinha que andar descabela por Konoha também. 

-Não me ligou – ele disse alcançando meu andar. 

-Não precisei de ajuda – disse ajeitando uma mecha do cabelo e cobrindo meus olhos do sol que fazia – Alguma coisa aconteceu com Naruto? 

-Não, seu amigo continua na mesma – assenti e continuamos a caminhar em silencio por bons minutos. Viramos em inúmeras esquinas até que chegamos no rio de Konoha e paramos de andar na ponte, Itachi se encostou na grade de madeira e eu acabei fazendo o mesmo e fiquei ao seu lado. 

-Por que foi me visitar? 

-Você realmente me odeia, não é? – ele perguntou se virando assim como eu e ficamos olhando o rio passar em cadeias de leves ondas, eu não respondi e ele riu baixo – Fiquei curioso já que não me ligava. 

-Achou mesmo que ligaria? – perguntei virando o rosto em sua direção e ele assentiu levemente – Achou errado Uchiha, muito errado. Eu estava bem na minha cama até que você me arrastasse para fora. 

- Achei que precisava de um pouco de sol – ele disse desviando mais uma vez o olhar para o rio a nossa frente e me concentrei nos barulhos da água batendo nas pedras e no barulho do vento ao meu redor, no calor que sentia em cada parte do meu corpo e de tanto prestar atenção percebi que Itachi cheirava a mar. 

-Esteve em alguma missão? – virei o rosto para ele que assentiu com um leve sorriso nos lábios – Foi para o litoral? 

-Andou me espionando Haruno? – ele perguntou irônico e balancei a cabeça segurando o riso que quis soltar. 

-Está com cheiro do mar – era verdade, ele cheirava ao sal num misto de frutos do mar e algo bem cítrico. Era um cheiro bom, um cheiro que me fazia querer correr até a praia. 

-Gosta do mar? – ele perguntou e eu assenti voltando a olhar as águas – Já estive em missões por quase todo o litoral do continente e nunca consegui ficar olhando para o mar. 

-Isso é triste. 

-Benefícios de ser o herdeiro Uchiha – ele disse irônico e riu, mas não havia graça ali – Só sou capaz de ir em missões atrás de missões e quando chego na vila tenho um conselho inteiro cheio de ordens para me dar. 

-É por isso que veio me ver, não é? – ele assentiu e eu suspirei aliviada – Agora entendi o porquê de ficar no hospital, estava se escondendo deles também. 

-Estava preocupado, são situações diferentes – ele suspirou no meio da fala – Sabe que tenho que me casar em dois meses não sabe? 

-Estava no jantar – disse friamente sentindo o gelo subir pelo eu estomago e ir parar na minha garganta. Eu sabia que esse momento ia acontecer, que uma hora ou outra para terminar com o acordo teria que ter essa conversa, só não imaginei Itachi sendo o primeiro a falar disso. 

-Não tenho muita escolha sobre isso também, se pudesse me casaria só em alguns anos. 

Dessa vez eu fiquei realmente surpresa. Achava que ele tinha tomado a decisão do casamento pela força que isso lhe daria, mas saber que ele vivia com um conselho gigante tomando decisões por ele, aceitando se casar por outros motivos, me fez dar uns pontos a ele. 

-Você pode escolher a pessoa, alguns nem essa escolha tem – disse ainda olhando para frente lembrando da minha própria situação. 

-Deveria ficar feliz, não é? – ele não parecia nem um pouco contente, parecia sombrio e infeliz. 

-Você tem quase todas as mulheres dessa vila aos seus pés Itachi, todas iriam querer ser a próxima senhora Uchiha. 

-Isso é diferente – ele suspirou mais uma vez e se virou voltando a encostar as costas na grade e passou a olhar o céu – Sei que tenho que fazer a melhor escolha para o clã e sei que a maioria iria mudar de ideia depois de descobrir o peso que é ser um Uchiha. Metade das pretendes seriam excluídas pelo conselho, a outra metade eu não teria o menor interesse em me casar e no final tenho quase certeza que vou ter que aceitar o que eles escolherem. 

-Não acho que esteja certo, vai por mim estudei com dezenas de garotas que dariam a vida para ser a esposa de um Uchiha – aquilo era verdade, eu mesma já quis aquilo. Nós brigávamos entre nós por Sasuke e com o passar dos anos percebi que muito mais mulheres competiam pela atenção de Itachi – Sei que sai com várias mulheres Itachi e acho que qualquer uma delas iria aceitar ser sua mulher. 

Ele riu fraco e cruzou os braços em frente ao peito, seu rosto se virou para me encarar e eu me inclinei ficando mais apoiada na grade. 

-Não se finja de santo, conheço bem várias histórias ao seu respeito. 

-Bom saber que minha reputação esta manchada para você – apenas dei os ombros e desviei o olhar do dele olhando para minhas próprias mãos eu deveria tentar ser essa mulher e não o empurrar para outra pessoa – Não sou esse cafajeste todo, sabia disso? 

-Não é? 

-Gosto da companhia feminina, mas não tenho nenhum relacionamento sério, isso não é um crime. 

-Você só fez uma outra definição para galinha Itachi – ele assentiu e riu levemente e eu acabei fazendo o mesmo balançando a cabeça. 

-Eu não dei em cima de você – ele argumentou e eu me virei totalmente para encara-lo. Ele me olhou de volta com um leve sorriso e eu ri um pouco mais alto. 

-Você só não fez isso porque eu deixei claro que detesto você. 

-Você ainda me detesta? – ele perguntou e eu fiquei em silencio – Acho que não tanto, se me odiasse não estaria aqui agora. 

-Touche! – sussurrei e desviei o olhar mais uma vez e passei a encarar o céu. 

-Sabe que pode me ligar mesmo que não precise de nada... – ele começou a falar, mas as palavras morreram em sua língua – É engraçado. 

-O que é engraçado? 

-Você é a primeira mulher que além de despertar meu interesse me deixa curioso e ao mesmo tempo é a única que conheci que me despreza totalmente. 

-Acho que você viveu muito mimado até agora – disse encarando com sarcasmo e ele franziu a testa arqueando levemente a sobrancelha numa maneira convencida e eu balancei a cabeça. 

-Acho que pode ser verdade. 

-Sakura? – me virei ao ouvir o tom agudo feminino e quando Ino se aproximou eu pensei seriamente em pular no rio pra fugir dela, seria uma boa ideia se ela não tivesse sido mais rápida e me segurado pelo braço – Estava indo de visitar, que bom que já saiu da cama. 

-Oi Ino – disse simplesmente e os olhos azuis dela foram até Itachi. 

-Olá senhorita Yamanaka. 

-Senhor Uchiha – ela fez uma breve reverencia antes de trocar olhares comigo. Mentalmente pedia para que ela me arrastasse dali, mas quando ela sorriu soube que ela faria exatamente o contrário do que estava pedindo – Estava pensando em ir tomar um sorvete com a Sakura, o que acha de vir junto Itachi-san? 

Merda. 

Fechei os olhos pronta para negar, mas Itachi foi mais rápido. 

-É uma boa ideia, o que acha Sakura? – Ino me encarou surpresa pelo fato dele me tratar pelo primeiro nome e sem sufixos e eu troquei meu peso de uma perna para a outra ignorando a leve dormência do musculo, tentando achar uma saia para aquilo. 

-Esqueci minha carteira em casa, fica pra próxima... 

-Eu pago pra você – Itachi me interrompeu e eu só pude olhar feio para ele que me lançou um leve sorriso conforme a loira já me puxava para a sorveteria e Itachi nos seguia a alguns passos atrás, o olhei feio por cima do ombro e ele sorriu dando os ombros e colocando as mãos nos bolsos deixando bem claro que não estava nem um pouco preocupado ou incomodado com a situação. 

Fomos em uma das sorveterias mais caras e chiques da cidade, Ino me obrigou a sentar no canto de um banco acolchoado e saiu de lá para pegar seu sorvete, Itachi a acompanhou e eu fiquei sentada esperando os dois voltarem. 

Era um lugar bonito e bem iluminado, com mesas no centro e mesas quadradas, como o que estava encostado no canto, dois bancos vermelhos acolchoados de cada lado e divisórias de madeira quase mais altas que meu rosto davam uma certa privacidade e tiravam minha visão tanto que só percebi que eles haviam voltado quando ambos se sentaram. Itachi colocou uma taça de vidro grande na minha frente, com sorvete rosa e branco brilhando por entre a calda vermelha e os acompanhamentos doces e ele pegou uma igual para ele. Ino se sentou ao meu lado com um sorvete um pouco menor. 

- Gosta de doces? – Ino perguntou a ele que assentiu e começou a conversar com ela, eu apenas enfiei a colher na boca sentindo o gosto doce do morando explodir na minha boca – Acertou o sabor preferido da Sakura. 

-Não foi você quem escolheu? – perguntei a Ino que negou com uma leve risada e olhei para Itachi sem saber o que dizer, ele apenas deu os ombros e começou uma conversa com Ino que parecia amar contar como nós duas nos conhecemos e eu ficava em silencio sem muita vontade de conversar. 

-Ainda trabalhamos juntas no hospital, apenas em áreas diferentes agora já que a Sakura escolheu se especializar em cirurgia cardíaca e eu em neurologia, mas nos vemos bastante.  

-Ino daqui a pouco você vai contar até mesmo nossos horários -eu resmunguei levando uma colher a boca e ela me olhou feio antes de se voltar a Itachi. 

-Ela foi a medica que te atendeu quando chegamos da missão – Itachi disse atraindo minha atenção e Ino assentiu – Ela quase me bateu achando que eu tinha feito aquilo com você. 

-Sério? – perguntei a encarando e Ino escondeu um pouco o rosto ficando sem jeito – Por que não me disse antes? 

-Achei que não precisava, mas fiquei assustada... – ela riu levantando o rosto e então ela me encarou e depois Itachi – Nunca tinha visto você se machucar tanto. Ainda não acredito que caiu de algum lugar, imagine se fosse o contrário Sakura. Você teria batido nele primeiro e depois perguntado o que tinha acontecido. 

Pisquei os olhos concordando, se ela chegasse toda machucada e sangrando como eu havia chegado e Itachi sem um arranhão imaginaria que ele teria feito aquilo, ou ao menos que não tivesse impedido e provavelmente teria o acusado também. 

E conhecendo Ino como conheço, tenho certeza que ela fez o mesmo com Itachi. 

-Já volto – Itachi se levantou da mesa e eu e Ino viramos para nos encarar. 

-O que aconteceu com vocês dois? 

-Nada Ino eu já disse – ela revirou os olhos e eu dobrei minhas pernas colocando uma em baixo da outra para ficar totalmente de frente a ela – Ele só não sai da minha cola. 

-E você dá dele pelo visto. 

-O que quer dizer? 

-Todos sabem que vocês dois saem escondidos a noite Sakura – ela comentou e eu engoli seco. As visitas a Naruto. Era óbvio que se alguém visse tomaria como um encontro entre mim e o Uchiha- E ele vai ao hospital te visitar e agora eu encontro vocês dois num encontro! 

-Não é nada disso. 

-Não é? – ela cruzou os braços e deu risada – Então como vai me explicar o fato dele ter ido duas vezes a minha floricultura para lhe enviar flores? 

-Ele o que? As flores... Foi ele quem as enviou?  

-Os buques de lavanda e girassóis sim, acho que ele deveria ter enviado rosas, mas parecia ter vergonha – apenas me encostei na almofada vermelha e suspirei, algumas das flores haviam sido realmente presentes e não avisos do clã Uchiha – Ele está interessado em você Sakura!  

Levantei os olhos e percebi que ele já não estava ali. Não achava mais que Itachi estava junto de Fugaru, mas era mais estranho ainda saber que o Uchiha poderia estar verdadeiramente interessado em mim. 

-Aqui, passe esse batom – Ino puxou meu rosto com o queixo e passou ela mesma a cor em meus lábios e deu leves batidas dele na minha bochecha e as espalhou – Tá parecendo um fantasma. 

-Tinha acabado de levantar quando ele apareceu em casa – disse enquanto ela mexia na bolsa e tirava uma máscara de cílios e me entregava para que passasse e eu o fiz logo devolvendo para ela a embalagem. 

– Ele parece ser mais simpático pessoalmente, não é? 

-Acho que é só charme dele – respondi e ela mexeu nos meus cabelos os arrumando. 

-Será? Ele parecia genuinamente preocupado no hospital durante aqueles dias... Nunca vi um Uchiha dormir na sala de espera por dois dias para ver alguém acordar, ele praticamente montou acampamento naquele hospital. Nem Sasuke fez isso quando você se machucou na prova chunin. 

Era verdade, mas era uma situação diferente. Sasuke não poderia ir me ver, não poderia levantar suspeitas no pai e estava em treinamento. 

-Não exagera Ino – resmunguei, mas a loira deu os ombros com um sorriso vitorioso nos lábios. 

-Você ia vê-lo todo dia quando ele ficou internado, agora pelo visto tem outro Uchiha para fazer isso – ia falar algo, mas mudei de ideia quando vi que Itachi estava voltando e Ino deu um pulo da cadeira dizendo que precisava ir ao banheiro assim que ele voltou e mais uma vez fiquei a sós com o herdeiro Uchiha. 

-Ela é animada. 

-Muito animada -respondi me virando para ele que me encarou – O que foi agora? 

-Estou me perguntando se seu mal humor já passou ou se tenho que pegar outra taça de sorvete pra isso acontecer – sorri forçado e o fuzilei com os olhos. Ele se encostou no banco sorrindo e assentiu – Acho que precisa de mais uma taça. 

-Para o meu mal humor passar preciso de todo o sorvete desse lugar – disse me levantando. 

-Se quiser -ele deu os ombros olhando ao redor e apontou para a grande bancada – Pode pedir tudo o que quiser.  

-Acho que não tem todo esse poder Uchiha- e então ele levou uma colher a boca ainda me encarando e eu soltei uma risada anasalada. 

 – Estou indo, obrigada pelo passeio. 

-Eu te levo em casa – ele se levantou e se colocou ao meu lado conforme cainhávamos para fora de lá. 

Estava quase correndo enquanto voltava para casa e quando finalmente cheguei em frente à porta de madeira senti os dedos de Itachi segurarem meu antebraço. 

-O que aconteceu? Por que ficou tão irritada? – puxei meu braço e me virei para encara-lo.  

Como dizer que fiquei irritada pela simples menção do nome de Sasuke? 

 Ninguém sabia do nosso namoro e ninguém jamais saberia.Era fácil olhar e ver que Itachi tentava me conquistar, mas eu sabia que Sasuke havia feito muito mais por nosso relacionamento do que Itachi, a diferença é que ele não poderia deixar tudo claro como o irmão e isso me matava por dentro. Por que eu queria que as palavras de Ino fossem sobre mim e Sasuke, porque eu sabia que havia perdido Sasuke já. 

E Sasuke? Como ele reagiria a isso? Ele surtaria. 

E eu fiquei mais irritada comigo mesma por me deixar levar. 

-Por nada -ele assentiu e deu uma risada fraca e totalmente pesada. 

-Você é uma péssima mentirosa – ele riu – Podemos jantar amanhã? Só nós dois e onde você quiser, tem meu número caso aceite meu convite – ele me puxou rapidamente para perto dele e deu um beijo no topo dos meus cabelos – Boa noite Sakura. 

E então ele sumiu numa nuvem de penas escuras e eu permaneci parada olhando para o vazio de onde ele estava momentos antes. 

 

 

 

 



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