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História Reflection - Este poderia ser o início


Escrita por: BubbleTeaPark

Notas do Autor


Olá pessoal <3

Não demorei muito, certo? e.e
Enfim, mais um capítulo lindinho e amorzinho para todos vocês <3

Obrigada pelos favoritos <3

Boa leitura ^^

Capítulo 7 - Este poderia ser o início


Fanfic / Fanfiction Reflection - Este poderia ser o início

Agora, quem poderia imaginar 

Nós dois juntos aqui, esta noite 

E o mundo parece mais brilhante 

Com você ao meu lado 

Eu sei que algo mudou 

Nunca me senti assim 

Eu sei que é real 

Start of Something New - High School Musical

 

 

 

 

 

— Você dormiu bem? — Momo me perguntou, na manhã seguinte, quando eu apareci na sala ainda de pijama e com os olhos quase fechados, me jogando no sofá, perto deles. 

— Mais ou menos. — respondi. 

— Você saiu da sua cama e veio dormir no sofá? 

— É. — virei-me para eles, abrindo mais os olhos. — O que estão fazendo?  

— SuHo oppa está me dando um pouco de aulas de coreano, lembra? — ela sorriu para mim. — Eu estou melhorando. 

— Você é boa, a gente só conversa em coreano. 

— Mas a minha pronuncia não é muito boa, certo? — ela encarou seu professor. 

— Seu nível é bem avançado, mas tem que continuar treinando para não esquecer as palavras que você esquece. O bom é que você sempre esta treinando com a gente. — sorriu — Você é mais fluente do que muitas pessoas que já conheci lá na Coreia.  

— Talvez eu me mude para lá quando a gente se formar. 

Eu suspirei, tirei minha atenção deles e me virei no sofá. Estava cansado e não havia dormido muito bem durante a noite, mas não conseguia mais dormir porque eu estava com muita fome.  

Mas eu não era a pessoa que cozinhava na casa, eu só era a pessoa que incentivava e depois comia. Seria muito legal se eu pudesse cozinhar coisas legais para o Baekhyun comer, talvez eu devesse até procurar algumas receitas... 

— E você, Chan?  

— O que? — eu me virei de novo, a encarando.  

— Está tudo bem com você?  

— Sim, por que? 

— Ontem você chegou meio desesperado me perguntando para onde levar o Baekhyun para jantar. — deu risada. — Você parece bem mais calmo agora. 

— Eu parei de pensar nisso, se eu pensar muito, fico nervoso. 

— Já sabe o restaurante que vai leva-lo? 

— Não. — suspirei. 

— Vai deixar para decidir de última hora? 

— Por que não? — dei de ombros. — Até agora, tudo que deu certo com o Baekkie, foi na base da naturalidade. Sem programar muito, sem pensar demais. Apenas indo... Em nenhum momento planejei antes o que falar com ele ou ensaiei nossa conversa. Tudo aconteceu de um modo legal e aleatório. Foi bom. Até hoje a noite eu decido. 

— Para que ter alguma expectativa... — SuHo disse. — A gente sabe que você vai leva-lo ao Mcdonalds. 

— Um encontro no Mcdonalds? Com os hambúrgueres gordurosos? Jura? — Momo me encarou, me julgando. 

— Talvez... — sorri. — Alguém vai se candidatar a fazer o almoço ou eu mesmo terei que fazer? 

— Eu vou. — Junmyeon se levantou. — Se for por você, iremos comer rámen. 

O hyung foi para a cozinha, nos deixando sozinhos.  

Momo se aproximou de mim, sentando no chão, ao lado do sofá onde eu estava. 

— E se ele for vegetariano? — perguntou. — O Mcdonalds não seria legal. 

— Ele pediu uma pizza de bacon na última vez, lembra? — a encarei. — Olha, eu não quero surtar demais antes da hora, já que eu vou surtar quando tiver que leva-lo para jantar. Então vamos mudar de assunto. 

Ela assentiu, meio receosa, e eu pedi para que ligasse a televisão para a gente. 

A minha vontade era de listar todos os restaurantes legais da cidade e tentar adivinhar em qual o Baekhyun mais gostaria de ir, talvez até sair para comprar uma roupa mais legal. Eu tentava me controlar por fora, mas por dentro estava bem nervoso. 

Eu sempre tive problema em escolher algo por conta própria, em toda a minha vida eu sempre pedi opinião de outras pessoas em minhas escolhas e as levei muito em consideração. Não em tudo, não aconteceu SEMPRE, só ás vezes, só em escolhas muito difíceis. Difíceis para mim. 

É um dos problemas da fobia social, você tem tanto medo de ser julgado pelos outros que não é capaz de fazer uma escolha por conta própria por causa desse medo. Porque você pode ser julgado ou criticado, sei lá.  

Mas eu odiava o fato de não conseguir escolher porque me sentia muito dependente. Sentia como se eu realmente não fizesse nada sozinho, mas nem sempre era assim. 

Eu escolhi meu curso superior sozinho, eu também escolhia minhas próprias roupas. Mesmo Momo me dando sugestões de vez em quando, eu só levava quando EU gostava. O ruim mesmo eram escolhas em que envolviam outras pessoas. 

Porque sempre tem a possibilidade da outra não gostar. 

"O que faremos agora, ChanYeol?" 

"Para onde iremos, ChanYeol?" 

"Qual filme vamos assistir?" 

"Em qual lugar nós vamos comer?" 

Ir na Subway para mim era um pesadelo, eram tantas opções para escolher colocar no lanche que eu travava. 

No entanto, eu melhorei muito de um tempo para cá, é claro. Antigamente, quando eu era bem mais novo, eu precisava perguntar ao meu pai se eu deveria colocar uma ou duas fatias de queijo no meu lanche, pois não conseguia escolher.  

Agora seria a primeira vez que eu escolheria o lugar de um encontro. Eu seguiria a dica de Baekhyun, simples, do meu jeito. Mesmo que termine em Mcdonalds, será o meu jeito, certo? Ele não quer que eu o impressione, quer que eu seja apenas eu mesmo. 

Tudo entre eu e ele estava dando certo na base da naturalidade.  

E era incrível. 

— O almoço está pronto. — Junmyeon nos chamou, depois de colocar tudo na mesa de modo bonitinho como ele sempre faz. 

Me levantei e fui até lá, sentando em uma cadeira para começar a me servir. 

— Vem comer, Momo. — ele a chamou. 

— Depois, eu estou assistindo uma coisa... Daqui a pouco termina. 

Eu vi o hyung encarar a comida que havia feito, suspirar e depois voltar a olhar para a Hirai. 

— Vamos sair para jantar hoje. — SuHo disse.  

— O que? — ela tirou os olhos da televisão, o encarando. — Jantar? Com quem? 

— Eu e você, tudo bem? — sorriu — Depois a gente combina o lugar. 

Junmyeon então virou-se para a mesa e sentou ao meu lado. Eu encarei a Momo por alguns instantes, vendo que ela estava vermelha. Me segurei para não rir, ela era tão fofa quando o hyung a notava assim. 

— Está realmente dando uma chance para ele. — eu murmurei para ele, baixinho. 

—  Não acho que é isso que ela precise. 

— O que? 

— Nada, deixa para lá, vai ser divertido. — sorriu. — E você faça como o Baekhyun falou, não fique nervoso hoje e nem tente impressionar. Nós sabemos que você tem essa mania de querer impressionar todo mundo. 

— Eu sei. 

— Baekhyun já parece gostar de você, pelo o que me contaram. De qualquer modo, vocês não são desconhecidos, certo? Então apenas se divirta, você é capaz de conquista-lo. 

— Pensei que não confiasse nele. — dei risada. 

— Só vou confiar quando vier apresenta-lo para mim. 

— Meu Deus, hyung, nem meus pais eram assim quando eu namorava. 

Junmyeon deu risada, dando um tapa leve no meu ombro. 

Mas ele estava certo. 

Sem planejamento, só deixar ir. 

 

~ ~  

 

Por mais que eu tentasse manter a calma, quanto mais o tempo passava naquele dia, mas nervoso eu ficava.  

Eu lembrava que tudo estava acontecendo comigo e que quase sempre dava errado comigo. Mas tentei manter o foco, a naturalidade e a confiança. 

Que confiança? 

— Você está nervoso, Park ChanYeol?  

Baekhyun me perguntou, quando ele desceu do prédio e veio me encontrar naquela noite. Ele estava muito bonito e todo agasalhado, porque estava frio. Baekhyun estava tão bonito que nem tive vontade de tirar a roupa dele quando o vi. Era um sentimento estranho depois de todas aquelas noites só de sexo. 

Agora era completamente diferente, parecia que eu estava encontrando-o pela primeira vez, mesmo já conhecendo-o um pouco. 

— N-Não.  

— Eu sei que está. — deu risada. — Tá bem óbvio, mas relaxa, okay? Só vamos dar uma volta e comer, apenas isso. A gente já se conhece, vai ser legal. 

— Okay. — assenti, desviando o olhar. — Eu não tenho carro, então... 

— Tudo bem, a gente vai a pé. — me puxou para começar a andar. — Eu gosto de caminhar mesmo, faz bem. 

Eu assenti e o acompanhei na caminhada.  

— Você está bonito, hyung. — disse, olhando. 

— Obrigado. — sorriu — Você também está. Muito bonito. 

— Obrigado. — eu desviei o olhar. 

— Ah, está escuro, mas eu tenho certeza que você corou agora. — deu risada. — Você fica envergonhado muito fácil. 

— Eu sei, é idiota. 

— Não, eu acho muito fofo. É fofo ver que mesmo depois desse tempo que a gente se conhece e se encontra, você ainda é capaz de se envergonhar em alguns momentos. É encantador... E engraçado.  

— Você é encantador e engraçado. 

— Olha só, me flertando antes mesmo do jantar.  

Eu dei risada. 

— Eu disse que você está muito bonito. — ele sorriu para mim quando lhe disse isso mais uma vez, e isso fez ele se aproximar um pouco mais de mim na calçada, não como se já não estivéssemos perto, só que mais perto. 

— E aonde iremos jantar? — perguntou, me encarando. — É muito longe? 

— É uma surpresa. — sorri. — E não é longe, na próxima quadra. 

— Estou curioso. 

— Se caso você não gostar... 

— ChanYeol... — ele colocou uma das mãos em meu ombro. — Eu como de tudo. De verdade. Eu não tenho frescuras ou alergias... Meu gosto alimentício é igual ao seu de músicas, bem ampliado. 

— Okay, agora só estou 50% nervoso. Obrigado. 

Ele riu e me seguiu pelas ruas. 

Era um bairro movimentado, principalmente nos finais de semana, então ainda havia bastante comércio aberto na rua, bastante pessoas e várias opções para qualquer tipo de jantar que quisesse.  

Eu cheguei a pensar em como seria se eu o levasse a um restaurante caro, se ele iria gostar menos ou mais, o que ele pensaria ou deixaria de pensar. 

Mas, com certeza, ele não daria o mesmo sorriso que deu quando eu o fiz parar na frente do Mcdonalds. 

— Você me trouxe para jantar no Mcdonalds? — me encarou, sorrindo. 

— É.  

— Por quê não pensei nisso antes? É a sua cara. — deu risada. — Vem, vamos entrar. 

Minha tensão diminuiu quando notei que Baekhyun não havia se importado com o lugar, e parecia até ter ficado animado com o mesmo. Isso fez meu nervosismo diminuir também, até porque eu estava feliz que iria dividir um dos meus lugares preferidos com ele. 

— Está tudo bem para você comer aqui? — eu perguntei, quando estávamos na fila. 

— E por quê não? — me encarou. 

— Não sei. — deu de ombros. — Nunca ouvi falar de ter um encontro no Mcdonalds. Não é muito comum. 

— Se não é comum, é porque é diferente. E ser diferente ás vezes pode ser incrível. — sorriu. — Se me trouxe aqui, sua intenção não foi ser comum. 

Eu sorri para ele, porque estava certo. 

Ás vezes eu poderia ser uma pessoa muito previsível, leva-lo até ali para jantar com certeza seria a minha primeira e última ideia. É claro que, se eu quisesse mesmo impressiona-lo, teria escolhido outro lugar. 

Mas a intenção não era essa, certo? 

Nós pedimos nosso lanche, Baekhyun pediu o mesmo que o meu, e fomos nos sentar em uma mesa pequena, um de frente para o outro. 

— Você realmente gosta daqui, não é? — ele me perguntou, colocando o canudo no seu copo. — Eu nunca te vi tão feliz quanto agora. 

— Eu gosto. — sorri sem jeito. — Você não? 

— Eu disse que eu como de tudo, um lanche desses de vez em quando faz muito bem. — suspirou. — E eu sei o que deve estar se perguntando... Burguer King ou Mcdonalds? Bem... Eu não tenho nenhuma preferência, mas parece que você tem. 

— Não, eu como nos dois também. — dei de ombros. 

Eu já havia comido nos dois lugares, e realmente não me importava em comer no BK. Mas confesso que, comendo lá, eu sentia como se eu estivesse traindo o McDonalts. Então eu sempre preferia o Mcdonalds. 

Não falaria isso para ele, porque é ridículo. 

Eu e Baekhyun começamos a comer em silêncio e era a primeira vez que a gente comia juntos alguma coisa. Eu não gostava de conversar enquanto comia e ele parecia apreciar a mesma coisa. É igual ir ao cinema, ninguém quer conversar no cinema porque a intenção é apreciar o filme. 

Na verdade, uma das minhas paranoias sociais era comer em público. Já havia me acostumado muito com isso, principalmente porque meus pais quando estavam juntos gostavam de sair para comer fora, enquanto eu apenas falava: "Peçam delivery, é muito melhor." Apesar de eu me acostumar, eu realmente não gostava. 

Só pessoas ricas de comerciais ficam bonitas comendo, sorriam sem preocupação de ter sujeira nos dentes ou de acabar soltando um arroto sem querer. Além da possibilidade de se sujar ou fazer um movimento que faça sua comida voar para fora do prato. 

Eu sei, paranoias, várias paranoias. Eu vivo disso. 

É algo diferente de sair da bolha e puxar assunto com alguém, eu evitava o máximo fazer isso. Ou falar em público, que no meu caso era uma tortura. Mas comer em público era inevitável, então só me deixava um pouco nervoso. 

A parte boa era que a pessoa estaria envolvida em sua própria comida que nem me daria muita atenção. Talvez fosse por isso. 

Quando terminamos de comer, haviam sobrado algumas batatinhas, dos dois, e um pouco do refrigerante também. 

— Você realmente fez isso. — sorriu para mim. 

— O que? 

— Não tentou me impressionar. 

— Você disse para eu não fazer. 

— É, mas mesmo assim, mesmo falando para serem simples, as pessoas geralmente não são em primeiros encontros assim. Não importe o quanto eu fale: "Ei, seja apenas você mesmo." Como vou me encantar com alguém que não mostra algo verdadeiro no primeiro encontro?  

— Primeiros encontros foram feitos para impressionar, você mostra o seu lado verdadeiro depois. Isso é o normal. 

— Mas o que adianta impressionar se você for mostrar algo totalmente diferente mais tarde? Por exemplo... Se hoje você tivesse me levado a um restaurante super caro, com mesa reservada, um garçom elegante nos oferecendo vinho ou champanhe... Isso não é você. Eu não te conheço a muito tempo, mas sei que não é você.  

—  Nós nos conhecemos a um tempo, já somos íntimos. Fica mais fácil eu lhe mostrar o meu verdadeiro jeito sendo que você já conhece um pouco dele. 

— Então se naquele dia em que você veio na minha casa, me pedindo desculpas com a sua cartinha, e a gente tivesse saído em vez de ir para a minha cama, você não me levaria ao Mcdonalds? 

— Provavelmente não. — fui sincero. — Acredito que eu te levaria a um lugar mais... Impressionante, talvez. Eu iria querer te impressionar. 

— Eu não gosto de ser impressionado. — suspirou — Mesmo que me levasse para comer naqueles carros ambulantes de lanches que ficam na praça, seria o seu gosto, o seu jeito. É o verdadeiro, então é o que importa. 

— E o seu jeito? Como seria? 

— Eu sou um camaleão. — suspirou, sorrindo. — Adepto a todos os jeitos, todos os estilos. 

— Então fiz bem em lhe trazer aqui. 

— Não poderia ter sido melhor. 

Apesar de estar meio frio, a gente pegou sorvete antes de irmos embora, e ficamos tomando enquanto andávamos pela rua de comércio que tinha perto de casa. 

Eu observava as lojas enquanto caminhávamos, mas sem a intenção de comprar nada, mesmo que tivesse coisas realmente legais lá. Porém, dentre todas essas coisas legais, teve uma que me chamou particularmente a atenção. 

— Uau, olha isso... — eu me aproximei de um cachorrinho de brinquedo, que andava e fazia uns barulhos engraçados. — Olha hyung, não é fofo? 

Ele parou ao meu lado, sorrindo. 

— Sim, é muito fofo. 

— Eu gosto de brinquedos de animais, são tão bonitinhos. 

Baekhyun deu risada e me encarou. 

— Vamos comprar então. 

— O que? — o encarei. — Não precisa. 

Ele sorriu, ignorando o que eu falei e indo pagar ao vendedor. 

Quando voltou, ele me chamou para irmos, junto com o cachorro de brinquedo, e eu sorri sem jeito. 

— Obrigado. — eu disse. 

— Seus olhos realmente brilharam quando viu esse cachorro. — suspirou. — Ah, foi tão fofo. Como eu não poderia comprar? 

— Eu não sou tão infantil quanto parece. 

— Você é exatamente como parece. — sorriu. 

Nós andamos mais um pouco, antes de voltarmos. 

Paramos em frente ao seu prédio, e encaramos um ao outro, antes de nos despedir. 

— Foi legal. — ele disse. — Vamos sair mais vezes, para outros lugares. 

— Sim, vamos, com certeza. 

— Então, ChanYeol, quer entrar? — apontou para dentro do seu prédio. — Eu não quero ser muito apressado no nosso primeiro encontro, eu não sou esse tipo de pessoa, mas eu iria adorar te apresentar o meu quarto. 

Eu dei risada e ele pegou no meu braço, me puxando para dentro. 

Talvez a despedida fosse ficar para um pouco mais tarde. 

 

~ ~  

 

Eu nunca havia tido ótimos primeiros encontros, algo que marcasse ou eu pudesse dizer com toda certeza de que havia sido maravilhoso. 

Era meio difícil quando eu ficava nervoso ao ponto de não conseguir conversar com a pessoa, mas acredite, eu sempre tentei dar uma impressão legal, todas ás vezes. Mas é óbvio que dessa vez foi completamente diferente.  

Com Baekhyun as coisas estavam sendo diferentes e era um diferente bom. 

Contei para a Momo o que havia acontecido no encontro, assim que eu cheguei, até porque se eu não contasse ela iria me perguntar de qualquer jeito. Contei tudo a ela, principalmente o modo como ele havia gostado de eu tê-lo levado ao Mcdonalds.  

Ela também me contou como havia sido seu encontro com Junmyeon, falando como ele foi gentil e comprou várias coisas para ela comer, coisas que nem sequer estavam dentro da dieta dela. Mas como ele estava pagando e sendo legal, ela comeu. 

Por tudo isso, a ideia de Momo de sairmos todos juntos para um encontro de casais parecia mais próximo na cabeça dela.  

No dia seguinte, eu recebi uma ligação pela manhã, de Baekhyun. 

— Está dormindo? — ouvi sua voz do outro lado da linha. 

— Não mais... 

— Ah, que ótimo, se é esse o caso, vamos sair.  

— Para onde? 

— Vamos tomar café da manhã juntos, eu escolho o lugar dessa vez. Tudo bem? Podemos nos encontrar daqui meia hora?  

— Não. Uma hora. 

— Uma hora. — riu — Não volte a dormir, Park ChanYeol. 

Ele desligou e eu murmurei sonolento, virando-me para o outro lado. 

Apesar da vontade de dormir, eu levantei nos exatos cinco minutos depois que ele ligou. Não estava tão cedo quanto parecia, mas para mim sempre era. Momo ainda dormia e só Junmyeon estava acordado, assistindo televisão na sala. 

Eu tomei um banho rápido, para acordar, escovei os dentes, me vesti e fui encontra-lo. 

— Para onde você vai? — o hyung me perguntou, assim que me viu. 

— Sair com o Baekhyun. 

— Essa hora? 

— Vamos tomar café da manhã juntos.  

— Ah, sim, tudo bem então. — suspirou — Não volte para almoçar, eu e Momo vamos sair para comer fora de novo. 

— De novo? — eu sorri — Está gostando dela, não é? 

— Estou com a impressão de que ela não anda comendo muito bem ultimamente. 

— Bem, você sabe, ela tem aquele lance de dieta... 

— Sim, mas tudo tem um limite, não é?  

— Limite? Para a dieta?  

— Se divirta hoje, Chan. — ele sorriu para mim. 

— Ok, obrigado. Se divirtam também, compre várias coisas gostosas para ela comer. 

Eu peguei a chave de casa e saí. 

Não havia passado nem 24 horas do nosso último encontro e eu já iria encontra-lo de novo, seria um sonho? O que mais? 

Eu não estava nervoso dessa vez, até porque seria ele que escolheria o lugar.  

— Vou te levar a um lugar em que eu costumo tomar o café da manhã. — ele me disse, quando nos encontramos. — É bom, tem várias opções. Já que você me levou para um lugar ontem, hoje é a minha vez. 

— Confio em você. — sorri. — Camaleão Byun. 

Ele sorriu e me puxou com ele.  

Baekhyun me levou a um lugar na qual eu já havia ouvido falar, mas nunca tinha ido ainda, apesar de estar no Japão mais tempo que ele. Ficava um pouco longe de onde nós morávamos, então pegamos o metrô. 

Era um lugar legal onde servia vários tipos de café da manhã, tanto asiáticos como ocidentais. Eu particularmente havia achado as refeições meio caras demais para o meu simples salário de motoboy de pizzaria, mas o hyung disse que pagaria para mim e que não teria problemas nisso. 

— Depois que você comer aqui pela primeira vez, você vai querer comer sempre. — ele me disse, quando chegamos. 

Eu não acreditava muito nisso, mas ele tinha razão. 

Naquele dia nós comemos tanta coisa que até pulamos a segunda refeição do dia, juntando o almoço lá mesmo. Eu já comentei que comia pouco normalmente, mas ás vezes acabava comendo mais do que o natural quando a comida era realmente boa. E Baekhyun... Ele apenas comia bastante, mas não de modo exagerado. 

Tudo foi muito legal e divertido, além de ter menos nervosismo da minha parte como havia sido no primeiro encontro. 

— Está dormindo, Park ChanYeol? — ouvi a voz dele do outro lado da linha. 

Na manhã seguinte, ele me ligou novamente, me chamando para sair de novo. 

Eu fui, é claro, nem hesitei, apesar do sono. Baekhyun me levou para o mesmo lugar e comemos coisas diferentes nessa segunda vez. Dessa vez, comi menos para que eu conseguisse pagar e não dependesse dele. 

— Vamos de novo amanhã. — ele me disse, naquela mesma noite, em sua cama. 

Era claramente óbvia a animação que o Baekhyun tinha quando saíamos, ele gostava de sair e conseguia se divertir fácil. E acredite, eu achava incrível que ele agora parecia preferir sair comigo do que sozinho, como fazia antes. 

E além disso nós poderíamos comer de manhã em seu lugar preferido todos os dias porque não iriamos enjoar tão cedo, por causa das muitas variedades. 

Porém, havia um problema, o preço. 

— Você sempre vai naquele lugar tomar café da manhã? — eu perguntei. 

— Não todo dia, mas quase sempre. 

— Você não cozinha nada aqui no seu apartamento?  

— Eu não sei cozinhar muito bem. — deu risada. — Ou eu compro pronto ou eu compro comida instantânea para mim. Se não, eu saio para comer fora. 

— Você definitivamente tem muito mais dinheiro do que eu. — comentei, sorrindo. — Você sai para comer fora todo dia. 

— Ah, mas não são em lugares tão caros. — deu de ombros. 

— O lugar onde me leva é caro. 

— Não vou lá sempre. 

— Você acabou de falar que vai quase sempre. 

— Quase sempre não é sempre. — sorriu — Eu posso pagar para você, Chan, não precisa ficar com vergonha disso.  

Eu gostava quando as pessoas pagavam coisas para mim, confesso. Mas me sentia mal por gostar, porque ás vezes acabava abusando e então não se torna mais legal. 

Baekhyun realmente parecia ter condições de pagar várias coisas. Mas eu ficava curioso em relação a sua fonte de dinheiro. 

Motorista de limusine ganhava tão bem assim? 

 

~ ~  

 

Nós acabamos indo no mesmo lugar três vezes aquela semana, só paguei uma vez.  

Não havia sido cansativo ou enjoativo porque Baekhyun não deixava isso acontecer, porque ele sempre tinha coisas para conversar. Não muito sobre ele mesmo, na verdade, já que parecia gostar mais de me ouvir falar da minha vida. Eu nunca tinha nada de interessante para contar, até porque minha vida não era nada interessante. Mas ele gostava de ouvir qualquer coisa. 

Era meio estranho para mim, já que não sou de falar muito. Mas o Byun era um ótimo ouvinte. Não era difícil ficar confortável para falar sobre qualquer coisa. 

— Quando você descobriu que era gay? — me perguntou, naquela noite. 

Nós tínhamos saído para comer cedo naquele dia, no mesmo lugar, e de noite nos encontramos em seu apartamento, depois do meu trabalho, como sempre fazíamos. 

— Acho que até uns onze ou doze anos eu não me interessava pelas pessoas dessa maneira. Mas de repente eu ouvi colegas que estudavam comigo falando sobre garotas, o quanto algumas delas eram bonitas e que queriam namorar com elas. Começa nessa idade. 

— Sim, é quase sempre nessa idade. — sorriu.  

— Só que eu não conseguia ver garotas dessa forma. Eu poderia acha-las bonitas, mas não desse modo, era diferente. Então eu soube.  

— Foi difícil de se aceitar? Para quem você contou primeiro? 

— O Junmyeon... Ele teve a reação mais normal do mundo. — eu dei risada, me lembrando. — Nós estávamos na casa dele, jogando vídeo game, então no meio de uma partida eu me virei para ele e disse: "Eu acho que sou gay." Ele mal me encarou, só disse: "Jura? Que legal." E nós voltamos a jogar. 

— Bem compreensivo. Mas faz sentido, não havia porque ter outra reação, é algo normal. 

— Sim. — suspirei. — Ele me ajudou a me assumir completamente. Na verdade, a maioria dos garotos que eu fiquei foram contatos dele. 

— E os seus pais? Como reagiram? 

— Eu pensei que seria um pouco difícil, mas eles foram até que compreensíveis. Um pouco chocados no começo, mas aceitaram depois. Sabiam que não podiam fazer nada para mudar e eu era feliz assim. — sorri. — O que importa para eles é se eu estou feliz, sem prejudicar eu mesmo ou o próximo. 

— É legal saber que eles foram compreensíveis. — se levantou da cama, indo até o isqueiro e o cigarro. — Há muitos pais por ai que não aceitam de jeito nenhum e a vida da pessoa se torna um pouco insuportável. É um pouco deprimente não te aceitarem como é, principalmente os próprios pais. 

Eu observei Baekhyun acender o seu cigarro e dar a primeira tragada. 

A curiosidade gritava na minha cabeça. 

— Os seus pais... Eles não te aceitam... — parei de falar quando notei seu olhar em cima de mim, o seu olhar sério, o seu olhar intimidador. — Desculpa, me esqueci que não gosta de falar sobre esses assuntos. 

Baekhyun voltou para a cama, com o cigarro entre os dedos. 

— Muda de assunto. — pediu. 

— Ah, okay. — desviei o olhar, suspirando. — Sabe, eu estava pensando que a gente poderia fazer algo diferente amanhã.  

— Tipo o que? — me encarou. 

— Em vez de comer fora, podemos cozinhar aqui.  

— Cozinhar o que? 

— Qualquer coisa.  

— E você sabe cozinhar? — deu risada. 

— Não muito, mas o Google e o Youtube estão ai para nos ensinar também. — sorri. 

— Tudo bem... Você escolhe o prato. 

— Sabia que ia falar isso. — estreitei os olhos, o encarando. 

— A ideia foi sua. — sorriu, se aproximando na cama para me dar um selinho. — Te ligo amanhã para irmos até o mercado e comprarmos os ingredientes do seu maravilhoso almoço. 

— Você vai ajudar a cozinhar. 

— As suas ordens, Chef Park. — ele sentou no meu colo, envolvendo sua mão livre no meu pescoço e aproximando nossos rostos. — Tudo o que você quiser comer... 

Eu sorri, abracei sua cintura e nos beijamos.  

 

~ ~  

 

Na manhã seguinte eu acordei com Baekhyun me ligando, como fez durante toda aquela semana. 

Mais do que falar no telefone, eu odiava falar no telefone de manhã. Haviam poucas coisas tão ruins quando se comparava com ser acordado pelo seu celular e ter que atender sem nem estar acordado direito ainda. 

Porém, era diferente com o Byun ligando, tinha algo de muito incrível em ter a voz dele como a primeira que eu ouvia no dia. Então atender um telefonema de manhã, sendo ele, era facilmente suportável. 

— O que iremos preparar hoje, Chef Park? — ele me perguntou, quando nos encontramos. 

— Você saberá quando comprarmos os ingredientes. 

— Espero que não coloque fogo na minha casa. 

— Não se preocupe, nós iremos comprar um extintor também.  

— Idiota. — disse, rindo. 

Nós pegamos o caminho até um pequeno mercado juntos, onde eu poderia comprar todos os ingredientes para o nosso almoço. 

Quando chegamos, eu fui atrás das coisas, até porque eu ainda não havia lhe contado o que estava pretendendo fazer. E Baekhyun simplesmente sumiu pelos corredores do mercado não muito depois que eu comecei a procurar. 

Eu segui a lista de ingredientes que havia salvo em meu celular e coloquei no carrinho tudo o que precisava. 

Foi tudo bem rápido e quando eu já tinha terminado, Baekhyun surgiu novamente. 

— Chan... — murmurou, puxando meu braço. — Vem comigo, preciso da sua ajuda. 

Sem nem deixar eu responder, ele me puxou pelas prateleiras, entrando dentro de um corredor e parando de repente. 

— O que foi? — perguntei, confuso. 

Ele então olhou para cima e apontou. 

— Pega para mim, por favor. 

Eu olhei e vi que ele apontava para várias barras de chocolate que estavam na parte de cima da prateleira de doces. 

— Você não alcança? — ele negou com a cabeça. — Mas não viemos aqui comprar doces. 

— É a sobremesa. — me encarou. 

Levantei meu braço e peguei o chocolate, mas não o abaixei de volta. 

— Você é realmente baixinho, não é? — eu sorri. 

— Não, não sou tão baixo assim. Você que é muito alto. — cruzou os braços. — É irresponsável colocar chocolates em um lugar tão alto, eles não pensam nas crianças. Não é uma jogada de marketing inteligente. 

— É, eles não pensaram direito... 

— Você vai me dar o chocolate ou não? — apontou com os olhos para a minha mão ocupada. 

— Se você pegar... 

— Esta me provocando?  

Eu sorri e balancei o chocolate na minha mão, ele avançou em mim para tentar pegar, mas sempre que ele avançava mais, eu o colocava mais alto.  

— ChanYeol... — ele pisou forte o pé no chão, murmurando bravo. — Me dá meu chocolate. 

Podia jurar que ele quase havia feito um bico. Eu dei risada. 

— Você ficou muito fofo fazendo isso. — entreguei o chocolate para ele, que pegou rápido da minha mão como se sua vida dependesse disso. 

— Não faça mais isso. — disse sério, se afastando. 

Eu adorava os momentos em que Byun Baekhyun era fofo, porque normalmente ele ainda aparentava maturidade e em muitas vezes ele era bem sexy. Mas fofo era algo difícil, então quando acontecia eu apreciava. 

Sua personalidade era fofa e romântica, mas ele conseguia a proeza de demonstrar isso enquanto continuava sendo um adulto sério e sexy. Eu adorava isso nele, me encantava. 

Nós dividimos o preço da compra no mercado e voltamos para casa. 

— Ainda não sabe o que iremos cozinhar pelos ingredientes? — eu perguntei, quando chegamos na sua casa. 

— Eu só notei o frango frito.  

— Japchae. 

— Jura? — me encarou, surpreso. — Você sabe fazer? 

— Já ajudei muitas vezes a minha mãe a cozinhar isso, ela sempre fazia quando acontecia alguma festa ou reunião em casa. 

— Você pode me ensinar.  

Eu dei risada. 

— Nem eu sei direito o que vou fazer. 

Lavei minhas mãos, peguei os ingredientes e comecei a fazer. 

Fui na confiança da minha experiencia de ter ajudado a minha mãe algumas vezes e na receita que havia pegado da internet. E torci para que desse tudo certo. 

Baekhyun ficou o tempo todo ao meu lado, mas ele passava a maior parte do tempo roubando pequenos pedaços da comida e dando força moral em vez de realmente ajudar. Eu já imaginava que isso iria acontecer, então não me importei.  

De qualquer modo havia sido divertido. Houve risadas, queimei um pouco meu dedo, fiz sujeira, ele fez sujeira, nós nos sujamos. Ele me abraçava para me desconcentrar e eu ameaçava estragar a comida de propósito. 

No final, obviamente não ficou como o da minha mãe, mas pelo menos havia ficado comestível. 

Tivemos um grande trabalho ao limpar tudo depois, mas valeu a pena cada segundo. 

 

~ ~  

 

— Será que eu ouvi bem o que você acabou de dizer? — Baekhyun perguntou. 

Eu lhe mandei uma mensagem naquele dia, falando para ele se arrumar e descer que iriamos sair.  

Quando nos encontramos, na frente do seu prédio, ele parecia surpreso. 

— Sim, eu escolhi um lugar para a gente ir. — eu sorri — Hoje é sexta-feira, semana que vem as minhas aulas voltam, então quero aproveitar o resto das minhas férias. Eu pensei muito antes de resolver te levar nesse lugar, mas eu quero muito te levar lá. 

— Jura? E onde é?  

— Surpresa. — eu respondi, puxando ele para começarmos a andar. 

— Você adora fazer isso, não é? — ele riu, me seguindo. — É muito longe?  

— Vamos de metrô.  

— Ok, então não é perto.  

Acredito que deste o começo da semana eu havia pensado eu ir com ele, mas não tinha muita coragem de chama-lo, eu tinha vergonha. Mas aprendi com ele mesmo que Baekhyun é um camaleão e iria gostar de qualquer lugar na qual eu o levasse. 

Então tive certeza que ele iria gostar e com isso consegui mais confiança para escolher leva-lo. 

Ele me dava confiança para esse tipo de coisa. 

— Você já veio para esse lado da cidade?  — eu perguntei, quando já estávamos perto. 

— Não. Estamos chegando?  

— É bem ali. — apontei para o outro lado da rua. 

— É o que eu estou pensando? — encarou o lugar — Um karaokê?  

— É. — sorri.  

— Você vai cantar? — me olhou. — Porque eu vou querer ver isso.  

— Vai continuar querendo... Vamos.  

Nós atravessamos a rua e entramos no karaokê e eu peguei uma sala privada para gente. Já estava me preparando psicologicamente porque eu sabia que Baekhyun iria me fazer cantar com ele, mesmo eu não sabendo cantar. 

Eu o trouxe ao karaokê para ele se divertir, mas também ficaria chato se eu não participasse e só ficasse olhando. Só de pensar que eu teria que cantar perto de alguém, já me dava um frio na barriga e aquela vontade horrível de ir embora. Nervosismo, vergonha. 

No entanto, era mais um daqueles momentos em que eu precisava sair fora da bolha um pouquinho.  

— Nunca imaginei que um dia você me traria a um lugar desses. — ele disse, sentando-se no sofá. — Você sabe que vou te fazer cantar, não é? 

— Eu imaginava. — sorri, pegando o controle e olhando as músicas que tinham. — Mas eu planejei uma coisa que eu tenho certeza que vai gostar. 

— O que? 

— Eu já vim aqui com a Momo e o SuHo, e como só eles ficavam cantando, eu ficava passando todas as playlists que tem aqui só para ver mesmo tudo o que tinha. E tem várias, tem muitas músicas, não só japonesas, de todos os desenhos japoneses possíveis, mas tem coreanas também. Tem chinesas, tem várias. E eu me lembro de uma playlist em especial que achei na última vez, me fez até pensar: "Uau, mesmo fazendo anos, elas ainda estão aqui, mesmo no Japão." — sorri — Você não quer escutar?  

Eu apertei o play quando encontrei a playlist e apontei com os olhos para a televisão. 

Baekhyun desviou os olhos para encara-la, e logo que viu o que era e ouviu a melodia começar, sua boca se abriu, em surpresa, e seus olhos brilharam. 

— HIGH SCHOOL MUSICAL. — ele gritou animado, se levantando. — Não acredito que tem isso aqui.  

— É. — sorri. — Você vai cantar? 

— ESTÁ BRINCANDO? EU SEI CANTAR TODAS AS MÚSICAS. — ele foi até os microfones, pegando-os e voltando para me entregar um. — Você vai cantar. 

— Eu... Não sei a letra... 

— ChanYeol, é um karaokê, a letra tá na tela. — ele deu risada. — Pior desculpa que eu já ouvi, vamos cantar. Além do mais, várias das canções são em dueto. Eu preciso de você.  

Ele me puxou para me levantar com ele e eu aceitei o microfone. Apesar de ter tentado me preparar para isso, não estava preparado. 

— Não precisa ficar com vergonha, eu não canto bem também. — sorriu — Vamos combinar... Eu vou ser a Gabriella e você o Troy. 

— Por quê? 

— Gabriella é inteligente e o Troy... Apenas joga basquete. 

—Eu não jogo basquete. 

— Você é alto. — deu de ombros. — Quando for Sharpey e Ryan, eu sou o Ryan. Porque de novo, o Ryan é mais legal.  

— Tudo bem, não vou discutir com você. — dei risada. 

Ele voltou a música do começo e eu tive que cantar.  

No começo eu estava extremamente travado, mas Baekhyun fez tudo ficar divertido ao ponto de eu não me importar mais se eu estava passando vergonha ou não, até porque ele também não cantava bem. 

Naquele dia eu vi a imagem mais divertida dele, deixando o adulto sério e sexy completamente de lado. E eu adorei vê-lo assim, animado, sem nenhuma preocupação, sorrindo a cada segundo e a cada palavra que cantava de suas músicas preferidas. Ele transbordava felicidade e eu o acompanhava. 

E o hyung ficava lindo desse jeito. 

Baekhyun não fazia eu sair fora da minha bolha algumas vezes, ele estava me puxando para fora dela completamente. 

 

~ ~   

 

Sempre há aquela pequena tristeza e dor emocional quando você acorda no último final de semana das suas férias escolares. Dá um desânimo só de pensar que na semana seguinte vamos ter que acordar cedo, encarar professores, fazer provas, estudar... 

Eu não odiava ir para a universidade, lá era legal, mas eu não estava preparado para voltar. As férias sempre passam rápido demais, é uma merda, você quer aproveitar cada segundo só que acaba não fazendo tudo o que quer. Quando vê, as aulas já voltaram. 

E as minhas passaram ainda mais rápidas tendo a companhia do vizinho. 

Então, naquele sábado de manhã, eu acordei e vi que SuHo e Momo também foram pegos por esse desânimo, e a única coisa que fiz foi sair da cama e ir para o sofá. 

— Você vai fazer o que hoje? — minha amiga me perguntou, se aproximando. 

— Não sei... Talvez vou sair com ele mais tarde, só não sei para onde. 

— Vocês já foram ao cinema? 

— Não. — a encarei. — É uma boa ideia, vou convida-lo. 

— Momo... — Junmyeon apareceu, com o cabelo molhado. — Você pode me ajudar a preparar o almoço de hoje? Vamos fazer algo simples.  

Ela sorriu para ele e assentiu, aceitando, e quando passou por mim bagunçou meu cabelo, antes de acompanha-lo até a cozinha. 

Continuei vegetando no sofá e pretendia continuar, até que uns dez minutos depois alguém bateu na porta do apartamento. Eu fingi que não ouvi, não estava com vontade de levantar, ver pessoas ou até mesmo falar com elas.  

— Vai atender, ChanYeol. 

Ouvi a voz autoritária de SuHo vindo da cozinha e murmurei cansado, levantando-me sem vontade do sofá e indo até a porta. 

Abri, um pouco, e a primeira coisa que eu vi foi flores. Depois as flores se abaixaram e o rosto sorridente de Baekhyun apareceu. 

— B-Baek? 

— Oi, Chan.  

— O que? — eu sorri. — Você não avisou que vinha. 

— Surpresa. — disse, estendendo as flores para mim.  

Eu as peguei, encarando por alguns segundos, eram bonitas e tinham um tom rosa claro com branco. Eu não conhecia flores, mas eram lindas e cheirosas também. 

— Não vai me convidar para entrar? — ele questionou e eu voltei a encara-lo. 

— Ah, sim, claro... Desculpa. — eu ri de nervoso, abrindo mais a porta para ele e deixando-o entrar. — É que eu acordei faz pouco tempo, eu ainda estou de pijama... E com o cabelo bagunçado.  

— Você está lindo.  

Eu sabia que não estava, não naquele momento, mas as palavras que saíram de sua boca e seu olhar me fez tremer e engolir em seco. 

— O-Obrigado. 

— Ah, você ainda é capaz de corar... Nunca vou me enjoar disso. — sorriu. — É tão bonitinho. 

E toda vez que ele falava isso, eu acabava corando mais. 

De repente, Momo apareceu na sala e parou quando viu Baekhyun ali, ficando tão surpresa quanto eu. Porém, ela olhou um segundo para nós dois, as flores e depois sorriu. 

— Oi Baekhyun. — ela se aproximou — Eu estava esperando mesmo o dia que você iria nos visitar. O ChanYeol fala bastante de você, mas ele nunca nos apresentou.  

— Oi Momo. — ele sorriu de volta. — Ele fala bastante de você também. 

— Vai ficar para o almoço? Vai sair algo bem simples, se você não se importar. 

— Claro, porque não?  

— As flores são lindas, vou pegar um vaso de água para colocar. Assim elas duram mais. Eu já volto. 

Momo saiu apressada e eu voltei para o Byun. 

— Obrigado pelas flores. — eu disse, finalmente. — São realmente bonitas.  

— Obrigado por ontem, Chan. — suspirou, se aproximando. — O karaokê foi realmente divertido. Eu sei que não é bem o tipo de lugar que você gosta de ir, então obrigado pelo esforço. Eu realmente me diverti. 

— Não foi esforço nenhum, eu gosto de ficar com você. 

Ele me encarou de um jeito gentil e sorriu, e eu retribui. 

— Sabe o nome dessas flores? — perguntou, apontando para elas, e eu neguei com a cabeça. — Peônias. O nome é derivado do grego, Peone, deus da medicina. Aqui no Japão ela simboliza sorte e atitude. Mas o significado geral dela é sinceridade, timidez, vergonha, felicidade, vida feliz... Eu achei que combinava com você. 

— Uau, não sabia que entendia de flores.  

— Eu não entendo, eu pesquisei. — sorriu — Sempre existe a flor certa para dar para a pessoa certa. 

— Obrigado. — eu murmurei, envergonhado. 

— Achei. — Momo voltou, com um vaso com água nas mãos. — Achei um lugar para colocar as flores. 

Aquele almoço havia sido no mínimo interessante.  

Momo mais falava do que comia, acho que ela havia esperado tempo demais para conhecer Baekhyun, então obviamente ela falaria mais do que todo mundo, mesmo conhecendo-o quase o mesmo que eu. Baekhyun foi gentil com seu jeito extrovertido, porque, como sabemos, ele era tipo um camaleão. 

Já Junmyeon agiu como meus pais agiriam se eu tivesse apresentando um namorado para eles, estava sério e desconfiado, mas era só uma máscara, ele logo a deixou cair e ficou mais informal. Até porque Baekhyun conseguia encantar todo mundo. A única parte estranha foi quando ele perguntou sobre a família Byun e o Baekkie mudou logo sua expressão para aquela na qual eu não gostava. Porém, Momo sabia que ele não falava sobre a família, então conseguiu estrategicamente mudar de assunto.  

E eu fiquei apreciando tudo aquilo, do meu jeito. 

— Ele lhe deu flores. — Momo falou, bem mais tarde, quando eu já havia levado Baekhyun embora e voltada para minha casa. — Ele está apaixonado por você. Você está apaixonado por ele também, certo? 

Eu estava? 

 

~ ~  

 

No final daquele sábado, não fomos ao cinema, mas em vez disso eu levei um filme para vermos em seu apartamento. Um filme de romance, como ele gostava. 

No dia seguinte, no domingo, nós combinamos juntos de ir ao shopping. 

Nós andamos pelas lojas e ele insistiu que queria comprar alguma coisa, então entramos em algumas. Mas não importava em qual loja ele entrava, acabava sempre interessado mais nos chapéus.  

Até ele finalmente entrar em uma loja só de chapéus. 

— O que acha desse aqui? — ele vestiu, me mostrando.  

— Por quê você sairia vestindo uma cartola na rua? 

— Se eu fosse um mágico, talvez... — sorriu — O inverno tá chegando, acho que eu vou levar esse aqui. — ele tirou a cartola e vestiu outro. — É quente e cobre as orelhas.  

— Fica bonito em você. 

— Compre um também. Eu sei que é difícil algo cobrir as suas orelhas, mas... Ficaria bonito em você também. — ele riu. 

— Que engraçado você é... — eu ri junto, meio forçado, e peguei o chapéu que ele queria de suas mãos, colocando na minha cabeça. — É bem quente. 

— Sim, vou levar esse, é o último dessa cor. Me devolva para que eu possa pagar. 

— Não. — o encarei. — Se você pegar... 

— Adora me ver pulando em cima de você, não é?  

— Em todos os sentidos. — eu sorri. 

Ele deu risada e desviou o olhar. 

— Olha, aqui tem cachecóis também. — ele me empurrou para o lado, indo até eles para ver melhor. — Talvez eu leve um também. Cachecóis são legais, você gosta, não é? Já o vi usando várias vezes. 

— Sim. Faz bastante frio aqui em cima. 

— Idiota. — deu risada. 

Baekhyun pegou um e envolveu-o no meu pescoço, fazendo uma segunda volta e ajeitando-o em mim. Quando parou, ele puxou o cachecol com tudo em direção a ele, obrigando-me a abaixar em sua direção. Me deu um selinho e pegou o chapéu de volta. 

— Você jogou baixo... — eu disse — Literalmente. 

Ele riu. 

— Vou comprar o meu chapéu, se tivesse outro da mesma cor eu comprava um igual para você. — sorriu, tirando o cachecol do meu pescoço. — Mas vou comprar os cachecóis para a gente.  

— Não precisa.  

Baekhyun mesmo assim pegou outro cachecol igual ao que havia me vestido. 

— Nem vou responder isso. — disse, saindo de perto de mim para ir pagar. 

Agora éramos um casal de verdade que comprava roupas ou acessórios combinando? Talvez tudo esteja mais sério do que eu penso que está. 

Quando saber que é o momento certo para pedir alguém em namoro? Quando a relação de vocês é praticamente um relacionamento sério ou quando seus sentimentos por ela são fortes o suficiente para você não querer mais ninguém? 

Eu e Baekhyun havíamos começado a sair de verdade faz uma semana, apesar de que, antes disso, já estávamos envolvidos um ao outro. Não era mais só sexo, agora estava longe de ser só isso.  

Então nós estávamos apaixonados? 

— Minha mão está gelada. — eu mostrei a ele. 

Mais tarde, nós resolvemos tomar sorvete, mesmo no frio, porque era bom e gostávamos. Apesar de que deixava minha mão quase congelando, já que eu era sensível ao frio. 

O Byun encarou a minha mão e sorriu, depois levou a sua mão até a minha, onde entrelaçou os nossos dedos. Eu sei que é algo bobo e é a coisa mais simples que um casal pode fazer, mas nós nunca havíamos dado as mãos daquele jeito, havia sido a primeira vez. 

Fomos diferentes deste o começo, começamos no sexo e o notável agora foi esse: Dar as mãos. 

— Você corou. — ele disse. 

— Por quê você sempre tem que dizer quando isso acontece? 

Eu virei o rosto, envergonhado, e ele deu risada. 

No resto do dia, nossas mãos ficaram quase o tempo todo juntas uma da outra. 

 

~ ~  

 

Segunda-feira. 

Primeiro dia de aula pós-férias. 

Era o dia em que quase todo mundo acordava com aquela preguiça, na qual fazia eu quase desistir de levantar e ir para a aula. Mas apesar da má vontade, eu precisava ir de qualquer jeito. Até porque o primeiro dia depois das férias ás vezes nem é aula de verdade, não nas nossas cabeças, os professores sabem que a maioria dos alunos estão de luto e só vão pegar para estudar de verdade no dia seguinte. 

Porém, apesar de ser um dia preguiçoso, ainda assim é um dia animado. Porque muitos alunos sentem saudades de seus colegas e não param de falar do começo das aulas até o final, contando como havia sido as férias, para onde foi e o que fez. 

O grupo de colegas que eu andava na minha sala era da preguiça mesmo, ninguém queria saber o que o outro havia feito. Além, é claro, se o assunto for alguma série ou filme. Eu não contei nada sobre Baekhyun porque ninguém perguntou e porque não eram próximos de mim o suficiente para eu ficar contando que estava com alguém. 

A única coisa realmente boa naquele dia foi descobrir que eu havia recuperado a minha nota em todos aqueles exercícios extras que fiz na primeira semana de férias. 

Apesar de tudo isso, o dia não demorou tanto para passar e logo eu já estava indo embora. 

— ChanYeol...  

Era impossível ouvir aquela voz e não reconhecer, era também quase impossível não revirar os olhos ao ouvi-la. Logo senti alguém se aproximando e abraçando meu braço. 

Havia um aluno na minha universidade, da qual eu até havia esquecido o nome porque não era importante, que se enturmava, conhecia e parecia ser colega de todo mundo, de todos os cursos e de todos os grupinhos, dos esportes até os nerds. E claro que pensando assim até parece ser genial, porque obviamente é bom se enturmar e conhecer todo tipo de pessoas. 

Além do fato de, é claro, ele dar em cima de todos os garotos que encontra pela frente. 

Eu não ligava com o modo que ele ficava se expondo, ou com as roupas que ele vestia ou com o modo como ele falava. Cada um é cada um, mas ele era chato e inconveniente e tudo o que fazia era para chamar atenção. Sem contar que metade do tempo ele estava dando em cima de algum garoto, hetero ou gay, e na outra metade ele estava falando mal de garotas, tanto da aparência quanto das roupas. 

Poucos gostavam dele, mas eu não, nem Momo, nem Junmyeon. 

Era raro quando ele me notava, eu torcia para que não acontecesse, mas assim como todos os outros garotos, eu ás vezes chamava sua atenção. 

— Como foram suas férias? — ele se aproximou, quando estava saindo da universidade. — Eu senti saudades.  

— Foi legal. — respondi. 

Eu atravessei a rua e ele me seguiu, me parando na calçada e voltando a segurar o meu braço. 

— Você sentiu saudades de mim também? 

— Mas você não conversa comigo faz uns cinco meses, porque eu sentiria saudades por não ter te visto nas férias? 

— Ah, quer dizer que você sentiu. — ele sorriu — Desculpa ter me afastado um pouco de você, não faço mais isso, prometo. Vamos sair mais, o que acha da gente sair para comer algo?  

— Eu tenho que trabalhar. 

— Eu sei que pode tirar um tempinho para mim.  

— Não exatamente... 

— Channie... — ele segurou na minha mão. — Eu sei que é tímido, mas não fuja de mim. É por isso que não consigo me aproximar de você. Tem que deixar eu me aproximar de você, entende? — sorriu, se aproximando de mim e apertando o meu braço. 

Eu suspirei, desviando o olhar, pensando em algo que pudesse faze-lo ir embora sem ser rude ou arrogante. E continue pensando até ser interrompido por um pedaço de cigarro que já estava no final sendo jogado próximo de onde eu estava. 

Alguém se aproximou e o apagou com o pé. 

— Com licença... 

Era Baekhyun, mas ao mesmo tempo em que estava feliz por vê-lo, fiquei meio receoso pela sua expressão. 

O garoto que estava comigo se afastou um pouco de mim e o encarou.  

— O que você pensa que está fazendo? — o Byun o questionou. 

— Quem é você? — o respondeu com outra pergunta, sem se importar. 

— Você não vai querer saber. 

Os dois se fitaram de um modo estranho e eu congelei. Não sabia o que estava acontecendo, mas fiquei com medo. 

— Ok, acho que eu já vou embora. — o garoto suspirou, se afastando de mim. — Vou encontrar minhas amigas, até outro dia, ChanYeol. 

E então ele foi embora. 

Baekhyun o afugentou apenas com o seu olhar intimidador? 

— Uau, você realmente... 

— Quem era aquele? — me interrompeu, passando a me encarar.  

O olhar intimidador que me dava medo também. 

— Um aluno da universidade, não é do mesmo curso. Ele é meio... 

— Por que ele estava tão íntimo de você assim? Vocês já saíram alguma vez? 

— Não, é lógico que não... Ele só gosta de chamar atenção. 

— De você? 

— De todo mundo. Eu nem sequer me lembro do nome dele. — suspirei. — O que está fazendo aqui? 

Baekhyun me fitou e vi seu olhar intimidador indo embora aos poucos, deixando-o mais relaxado. 

— É seu primeiro dia de aula e decidi vir te buscar para irmos embora juntos. — desviou o olhar e começou a se afastar. — Vamos embora. 

Apesar do olhar intimidador ter sumido, sua voz permanecia séria e dura, e eu demorei alguns segundos para entender o motivo. 

— Ciúmes. — Momo e Junmyeon apareceram do meu lado. — Foi ciúmes.  — SuHo assentiu, concordando. — Vai atrás dele. 

Eu olhei para Baekhyun indo embora sozinho pela calçada, e rapidamente fui atrás dele, apressando os passos para alcança-lo, mas ele ia devagar, então foi fácil. 

Quando cheguei nele, eu o abracei por trás, envolvendo-o em meus braços e colocando meu rosto na curva do seu pescoço, dando um beijo em sua bochecha.  

— Hyung... — murmurei — Você estava com ciúmes de mim? 

Minha pergunta o fez parar de andar, e eu parei de abraça-lo para ele poder se virar e ficarmos frente a frente. 

— Sim, eu estava com ciúmes. — respondeu, sério e objetivo. 

— Nossa, você admitiu bem rápido. — eu sorri. — Não sei se eu devo achar seu ciúmes fofo ou assustador. 

Baekhyun abaixou a cabeça por alguns segundos, desviou o olhar por um tempo e suspirou, antes de voltar a me encarar. 

— Nós precisamos conversar, Park ChanYeol. 

Quando essa frase é dita, todos sabem, em um segundo passa na sua cabeça todas as coisas que você fez, de errado ou certo, e também as possíveis coisas que deixou de fazer nos últimos tempos.  

Então todas as respostas e expectativas são levadas para o lado negativo. 

E ai começam as paranoias. 


Notas Finais


Então é isso ae ~
O que será que o Byun quer conversar com o menino Park? Eu sei gente, ta tudo muito amorzinho até agora ne, pois é rsrs

Enfim, gostaram do capítulo? :3
Comentem ai o que acharam, por favor <3

Até a próxima ~


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