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História Remember Me - Newtmas - Stay


Escrita por: LadyNewt

Notas do Autor


L O S T F O L L O W E R S,

Obrigada pelos novos leitores aqui!
Sempre muito gostoso isso.
Espero que estejam curtindo a fic.

B o a L e i t u r a!
LadyNewt

Capítulo 37 - Stay


Fanfic / Fanfiction Remember Me - Newtmas - Stay

 

Point of View of Thomas O’Brien

 

Foi extremamente difícil convencer Newt a me deixar passar a noite aqui com ele. Pode parecer loucura, mas eu realmente quero experimentar ao menos uma vez na vida algo que esteja fora do castelo de muros altos que meus pais construíram pra mim. Já estou dando altos passeios uma hora aqui e outra ali, mas dormir aqui vai ser o ápice da minha loucura.

- Não acho boa ideia. – o loirinho ainda resmunga enquanto tenta me convencer do contrário.

- Pode ficar bicudo a noite inteira, Pudim, eu passarei a noite com você aqui e ponto.

Bato mesmo o pé, firmando minha decisão, como o juiz que quero me tornar assim que finalizar meus estudos. Mando uma mensagem para Ariana pedindo que ela cuide de Brenda pra mim enquanto estiver ausente esta noite, a mesma retorna segundos depois concordando em me ajudar, o que já alivia muita coisa pra mim.

- Vem, você precisa de um banho, vamos para algum dos quartos do segundo andar. – Newt diz saindo do quartinho.

- Acho que não entendeu direito, Pudim, eu vou passar a noite aqui, neste quarto, vou fazer tudo aqui, como você e seus amigos.

Newt revira os olhos e dá meia volta, um pouco cabisbaixo, vejo ele resmungar algo desconexo enquanto segue até o banheiro.

- Bom, como pode ver, não temos luxo na minha humilde residência.

Ele abre a porta brincando, então levanto da cama e vou até ele, passo com dificuldade pelo espaço apertado entre um beliche e outro para chegar na porta do banheiro. O local é mal iluminado, tem uma luz apenas, há uma pequena janela próxima a privada, essa que é velha, amarelada e com o assento de plástico. A pia também é antiga, não há um espaço sobre ela, apenas a cuba. Um espelho está localizado logo acima dela, com uma prateleira de vidro contendo algumas escovas de dente e pastas.

Giro sobre o calcanhar até a parede oposta, onde encontro o box, daquele com cortinas de plástico contendo desenhos, os daqui são psicodélicos, nada de peixinhos, fundo do mar ou uma coisa mais animada. São apenas formas e mais formas geométricas de cores sem graça, misturando-se em uma bagunça estranha.

Newt retorna ao banheiro, eu nem sabia que ele havia saído, estava distraído demais captando todos os detalhes. Ele me entrega uma toalha limpa, um shampoo, um sabonete e uma calça de moletom.

- Pedi emprestado ao Nick, o que tenho aqui dificilmente ia caber em você.

- Obrigado, Newt. – dou um selinho em seus lábios.

- Tem certeza que quer fazer isso, vai ser muito melhor se formos para alguma suíte e você...

- Newt! – corto sua fala – Eu quero fazer isso, pequeno. Me faz companhia? – pergunto manhoso enquanto tiro minhas roupas.

Ele assente com a cabeça, senta-se sobre o vaso e observa cada ação minha. Ligo o chuveiro, os jatos saem espaçados, um aqui e outro ali, tornando a água meio escassa. É bem diferente do que tenho em casa ou lá na república, isso sem falar que a água não esquenta, já estou todo arrepiado de frio.

- Esqueci de avisar esse detalhe! – o loirinho brinca com a minha cara de frio, mas eu resolvo que vou enfrentar isso de igual para igual. Newt não tira os olhos de mim o tempo todo, um olhar curioso e analítico, brincalhão até.

Tomo um banho rápido, tentando principalmente tirar as manchas de sangue da minha face. Sinto um leve ardor quando a água com sabão caí sobre o tiro de raspão, fazendo-me soltar um palavrão daqueles.

- Cuidaremos disso após o banho.

- Você? – questiono erguendo a sobrancelha – Você não leva muito jeito. – debocho.

- Eu ia pedir para a Soso, que é bem mais delicada. – devolve e respiro mais aliviado.

Finalizo meu banho, então visto a calça de moletom de Nick, seguindo até o quarto. Newt me espera em sua cama, junto de uma garota que nunca vi por aqui antes.

- Tommy, essa é Moonlight, ou Taissa. – ele a apresenta – Ela vai cuidar do seu machucado, já que a Sonya está “ocupada”. – ele faz aspas no espaço quando diz a palavra ocupada.

A garota bonitinha e calada faz um sinal para que sente ao seu lado. O tempo todo em que cuida de mim permanece de boca fechada, bem focada no que está fazendo. Seu toque é leve e macio, quase não sinto dor enquanto limpa o ferimento e não faz um curativo com uma gaze. Observo seu pulso e uma cicatriz grande, com certeza a menina tentou se matar e como sou curioso, não seguro nada que sai da minha boca.

- Por que fez isso? – questiono tocando a marca em sua pele.

- Porque não fazer? – responde ela indiferente – A vida é uma droga, achei que era minha única saída.

Claro que não foi sua saída. Isso me deixa triste, pois observo de perto a beleza dela, tão jovem e tão triste, seus olhos são como os de Newt, contém uma melancolia anormal.

- Só isso? – pergunto quando ela se levanta de repente – Não rola um curativo?

- Não, bebezão. – aperta minha bochecha com força -  Deixe sua pele respirar, vai acelerar a cicatrização. – Taissa responde cabisbaixa.

- Então tá! Obrigado.

- De nada. – fala saindo do quarto e para antes de bater a porta – A propósito, que belo abdômen!

Seguro um riso, encarando Newt. O loiro expulsa ela do quarto, revirando novamente os olhos.

- Atrevida, né? – caçoa da garota - Caçarola trouxe uma sopa enquanto estávamos no banheiro. – Newt aponta para uma bandeja sobre uma pequena mesinha ao lado do sofá. – Sempre comemos sopa na janta.

- Hm, vamos experimentar! – sorrio e sigo até o local onde ela me espera.

Lado a lado realizamos nossa refeição juntos, Newt devora a comida, finalizando bem antes que eu, que ainda estou assoprando a primeira colherada enquanto o pequeno esfomeado já se esparrama me observando. Levo uma colherada a boca, está uma delícia, realmente muito boa, Caçarola é um ótimo cozinheiro.

- Onde ele aprendeu a cozinhar? – questiono.

- Frypan aprendeu com a mãe, eles tinham um restaurante em Johanesburgo.

- Ele foi sequestrado a muito tempo?

- Nem tanto. A que está a mais tempo aqui é Sonya, depois a Teresa.

- O que aconteceu com elas? Pode me contar como cada um chegou aqui? Quero conhecer seus amigos. – peço tomando a sopa.

Newt explica que Sonya foi levada ainda bem pequena, ela era de Berlin e não se lembra nada além disso, nenhuma recordação do pai, da mãe, irmãos ou casa. Teresa é do Brasil, voltava da praia no Rio de Janeiro quando foi levada por alguns homens, passou mais de uma semana escondida em uma casa próxima a um morro e depois conseguiram tirá-la do país. Aris foi levado após uma festa, Scott sequestrado em um mochilão pela Europa, Harriet era nova quando um carro parou na frente da sua escola e levou ela e mais uma amiga, enfim...

Um a um dos casos vão deixando um gosto amargo na minha garganta, Newt pode cogitar ser a sopa, mas o que não me desce é essa crueldade que todos eles passaram ao ser arrancados dos seus pais, familiares e amigos.

Vez ou outra algum deles entram no quarto, tomam um rápido banho e saem, provavelmente para mais um programa nessa noite que não parece ter fim. Largo a sopa de lado e me acomodo com o loirinho na cama.

- Como as coisas funcionam aqui? – pergunto deitado junto a ele.

- Os clientes chegam, escolhem com quem querem transar, fazem seu serviço, saem fora, a gente sobe aqui, toma um banho e estamos prontos para mais uma rodada.

- Quantos programas fazem geralmente por noite?

- Depende muito. Harriet já chegou a fazer cinco, Teresa quatro, isso vai muito de pessoa para pessoa ou o que cada cliente paga.

- E você, Newt? – giro meu rosto até ele, procurando pelos seus olhos, ele os tem perdidos, fitando o estrado e o colchão da cama acima da sua.

- Podemos mudar de assunto?

- Não, pequeno.

- Por favor, Tommy! – insiste, olhando agora para mim.

- Três? – chuto um número nem alto, nem baixo, apenas uma estimativa para faze-lo falar.

- Não, Thomas.

- Quatro!

- Chega, Thomas.

- Já sei, foi c..

- Sete. – ele bufa, movendo o corpo para o lado aposto do meu, dando as costas.

Fuck! Sete programas? Sete programas? É isso mesmo, produção? Eu ouvi direito? Mas que merda!

- Uh... – gemo em resposta.

Certo, não foi uma pergunta muito inteligente. Preciso mudar o foco, mas primeiro preciso fazer esse garoto lindo voltar a ficar frente a frente comigo. Pego meus dedos brincando com sua nuca, acariciando seus cabelos, posso sentir seus pelos ficarem arrepiados com o menor dos toques. Posso jurar também que ele está agora de olhos fechados e a boquinha semiaberta, quase gemendo. Da nuca vou direto até os braços, eles estão gelados, colo meu corpo no seu, tentando esquentá-lo. Com as pernas puxo o cobertor no pé da cama, cobrindo nós dois.

- O que quer fazer amanhã, Newt? – dou um beijo na sua nuca, encaixando meu quadril contra sua traseira.

- Conhecer a cidade. – chia manhoso, esfregando seu bumbum contra meu quadril.

- Só isso? Não tem nada em mente? Se pudesse escolher algo, o que escolheria? Qualquer coisa?

Preciso parar de me esfregar nele, caso contrário vamos fazer sexo aqui na frente de quem ousar entrar nesse quartinho.

- Acho que seria tirar meus amigos daqui, para programas como os que me levou no museu, sabe? Fazer coisas com eles fora dessa casa... Deve ser divertido.

- É isso que quer? – indago abraçando-o.

- Sim, Tommy, é isso que mais quero, além de ficar com você.

- Okay, Pudim. Escolha alguém para sair conosco amanhã. – ofereço. Tenho um milhão de ideias na minha cabeça maluca agora.

- Sério? – o pequeno vira abruptamente na minha direção, seus olhos brilhando e um sorriso infantil.

- Sim. Podemos programar uma saída para cada um deles. Eu digo ao BOSS que quero incluir alguém na nossa festinha particular e ao invés de, você sabe... – realizo um gesto com as mãos -  Nós ficamos... Passeando. O que acha?

- Sonya!

- Como?

- Sonya! A primeira será a Sonya. Ela merece isso, mas temos que bolar algo divertido para ela.

- Fechado! Vou entrar em contato com meu oráculo, vulgo Malia e fazer uma consulta.

- Posso falar com ela de novo? – Newt pede mordendo os lábios.

- Sim, mas tem que ser rapidinho e vocês dois precisam falar baixo, ninguém pode saber.

Disco para a maluca do outro lado do mundo, ela atende com mil palavrões, peço calma, ela solta mais uns duzentos, solicito que pare de gritar, Malia me manda para o inferno, mas ao proferir o santo nome do irmãozinho dela o chilique acaba, então eu amanso a leoa, que passa a conversar com seu irmão.

Eu havia dito “tem que ser rapidinho”.

Já se passaram quase duas horas e os dois estão imersos em uma fofoca sem fim, conversando sobre tudo que se pode imaginar. Viagens, filmes, sobre a família, Malia dá detalhes de como todos estão, fala sobre sua faculdade, seus casos amorosos – ela pula o nosso – Newt desconversa quando eu acho que ela faz perguntas sobre a vida dele aqui em Kiev e por fim os dois terminam o papo onde sobrei consideravelmente, mas vi meu garoto feliz e satisfeito.

Aos poucos seus amigos retornam no quarto para dormir, estranhando minha presença lá. As camas vão sendo preenchidas, uns me olham curiosos, outros evitam qualquer contato visual, Teresa protesta que roubei seu lugar e migra para o sofá, incomodada. Eu ainda vou conquistar a confiança dessa garota, vou armar um passeio que vai amolecer esse coração de pedra dela.

Estou quase dormindo abraçadinho com Newt, mas o sossego termina quando Minho e Nick chegam no quarto, brigando um com o outro.

- Cara, você está insuportável hoje. – o asiático resmunga.

- Estou nada, você é que... Mas o que esse cara está fazendo aqui? – Nick pergunta ao notar que estou deitado na cama com Newt.

- Temos companhia para dormir... – uma voz abafada sai da beliche de cima, parece ser de Moonlight.

- Isso aqui virou a pensão do titio Janson? – alguém pergunta do outro lado do quarto.

- Ah merda! – Minho chia vidrado na beliche do nosso lado. – Vocês só podem estar de brincadeira comigo. Eu não vou dividir a cama com o Nick.

Enquanto o garoto resmunga sobre quem e sobre sua preferencia em dividir a cama, o outro, mais esperto, trata de dominar o espaço, provocando ele ao bater a palma da mão sobre o colchão.

- Para de resmungar e vem terminar aqui o que começamos hoje a tarde! – ele provoca o garoto.

- O que vocês fizeram juntos? – uma voz feminina questiona, acho que vem da morena no canto.

- Lemonade, meu amor, eu e Minho transamos gostoso hoje a tarde. – Nick responde, Minho apenas faz uma careta e franze a testa, aparentemente incomodado.

- E quem comeu quem? – a garota volta a tocar no assunto.

- AHHHHHHHHH! CHEGA DE FALAR SOBRE ISSO, SEUS TROLHOS! – o asiático se irrita e bate a porta do banheiro, trancando-se lá.

- Quem comeu quem? – sussurro para Newt, quase adormecido nos meus braços, acreditando que ninguém ouve nós dois.

- Eu comi ele e se der mole como você também!

Esse Nick é muito confiante mesmo, além de ter um ouvido potente, não?

Já vi que será uma longa noite aqui com eles!



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