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História Respirada - Ar do Verão


Escrita por: Kakashi_is_gay

Notas do Autor


Oi oi, passando aqui só pra avisar que essa é a concretização do devaneios da Banheira do Patriarca

Participação especial, Aoi

Capítulo 1 - Ar do Verão


Ah, o verão grego.

Nesta época, nada melhor do que aproveitar as praias, a água quente a areia fofinha. Jogar-se aos prazeres terrenos e carnais pela benção de Dionísio, quem sabe depois ser atirado em um dos Nove Círculos.

Mas não era aquilo que deveria fazer. Ao menos não por hora.

De prontidão inquietante, trajando a pesada armadura dourada, doze cavaleiros consagrados como elite da deusa Athena guardavam suas devidas casas, ou ao menos deveriam.

Porque ele tinha certeza que Shion continuava enfurnado na forja, Aldebaran possivelmente treinava com os aspirantes, a casa de Gêmeos se encontrava vazia, ninguém sabia o que acometeu o cavaleiro guardião do Terceiro Templo, Manigold possivelmente estava na arena rindo dos jovens cavaleiros e amazonas, lembrava-se de ter visto Regulus na companhia de Tenma e Yato, Asmita não via fazia dias, Dohko provavelmente estava junto de Aldebaran na arena, viu Kardia subir apressado até Aquário, então tinha certa noção do que ocorria na décima primeira casa, não havia visto El Cid naquele dia e Albafica não saia de Peixes por nada.

Suspiro.

E lá estava ele, Sisiphus de Sagitário, sentado em frente a uma papelada enorme sobre futuras armaduras, reclamações de alguns moradores de Rodório e relatórios a serem lidos. Não que não gostasse da função, pelo contrário, sentia-se mais do que lisonjeado em poder ajudar o Grande Mestre, mas, de vez em quando, gostava de sentir que era um humano normal, que sentia e necessitava coisas.

Não era nenhum deus e até mesmo o próprio Panteão do Olimpo deveria se sentir sobrecarregado.

Relaxou a postura, jogando as costas contra a cadeira estofada e ficou a encarar o teto.

Quando aquela vida havia se iniciado? Quando abdicou de ser apenas mais um homem comum para ser o “Cavaleiro de Ouro de Sagitário guardião da nona Casa Zodiacal”? Não se recordava mais, tampouco queria, sabia que a melancolia viria junta no pacote.

Porém nem tudo eram espinhos.

Gostava de estar perto daqueles menininhos problemáticos que viu crescer. Gostava de descer para Leão e verificar se o sobrinho realmente estava dormindo ao invés de farrear com os aprendizes, não que não aprovasse as amizades, pelo contrário, os cavaleiros de ouro possuíam todos figuras altivas, imagens de homens distantes demais para um mortal sequer ousar dirigir a palavra, sendo sempre dirigidos como “mestre”, “senhor”, era um alívio que Regulus pudesse se distanciar da pressão da armadura e vivesse a juventude em sua plenitude. Gostava das brigas e discussões recorrentes em absolutamente todas as reuniões. De passar por Virgem e ouvir Asmita resmugar por ter sempre alguém atrapalhando seus momentos de meditação (mesmo que tivesse certo receio de passar pela casa daquele loiro mal humorado). Gostava de ouvir Kardia e Degel sempre se digladiando e terminando em risadas e piadas. Gostava das noites e dos beijos as escondidas com o guardião de Capricórnio, um turrão e difícil de agradar espanhol que sempre vinha lembrá-lo que não era saudável ficar trancado em frente a livros e livros mesmo quando a luz do Sol já não era mais capaz de iluminar o cômodo. E terminavam sempre aos amassos no escuro.

Gostava quando repreendia alguém e o respondiam com, “tá bom tá bom, desculpa Tio Sisiphus”.

Abriu o colete e desabotoou os botões do colarinho, se permitindo respirar, sorrindo bobo com a dualidade da vida que levava.

Estava exausto, mentalmente exausto.

Entretanto, ficar se martirizando em pensamentos melancólicos e nostálgicos não iria resolver, tampouco aliviar, o cansaço mental que tanto o atormentavam.

Em um salto - tirando ânimo seja lá de onde – se pôs em pé e rumou para o luxuoso quarto. Não era uma pessoa de exageros e luxos, sempre havia sido adepto ao simples e confortável e, mesmo depois de tantos anos de convívio, ainda conseguia se surpreender com o luxo que as Doze Casas possuíam. Não faltavam detalhes, brilho e enfeites desnecessários aos seus olhos, até porque nenhum dos doze era muito adepto a exageros neste quesito.

Até porque Asmita era cego.

Abriu o armário e se despiu, colocando o usual uniforme de treino, mantendo sempre a famosa fitinha carmesim na testa, e desceu lances e lances de degraus até a arena. Agradecia sempre pelo árduo treinamento que passara, caso contrário estaria esbaforido nem na metade do caminho.

Poderia chamar de regalia, sorte ou puramente segurança, mas sempre respirava aliviado quando chegava ao campo próprio para os Doze. Afinal, colocar dois cavaleiros capazes de partir as galáxias e romper mundos para se enfrentar em algum lugar público e de fácil acesso sempre traria olhares curiosos e nem todos se preocupavam com a saúde e o bem estar físico alheio.

A arena estava um caos completo, justo.

O que deveria ser um lugar minimamente preservado, estava digno de ser chamado de “ruínas de um templo”.

O chão partido em partes, rosas fincadas contra rochas e colinas derrubadas com marcas de socos e chutes, alguns resquícios de gelo e flechas enterradas contra paredes caídas.

Sisiphus sempre se questionava como os mesmos que possuíam tal pose altiva, figuras inalcançáveis, postura e imponência que muitos nobres invejariam, a elegância e sutileza (em alguns casos) que reis e rainhas jamais possuiriam, tinham a exata mesma capacidade de transformar um lugar pacifico como aquela área em um PANDEMÔNIO CAÓTICO DE DESTRUIÇÃO E RUINAS.

Mas estava tudo bem, porque era o lugar próprio para e felizmente apenas eles tinham permissão de acesso.

Procurou por algum alvo intacto, felizmente encontrando um remanescente em meio ao caos. Era o melhor arqueiro do Santuário, talvez do mundo, podendo acertar mais de cem alvos em movimento em brincadeira. Aquele era seu momento sagrado, quando fugia das preocupações e funções da vida adulta.

Inspirou e aspirou, invocando o arco de Sagitário. Poderia usar outros? Poderia. Mas o seu era seu mais precioso, aquele moldado a sua mão.

E mirando com determinação que Sisiphus arrumou a postura e se preparou para o primeiro tiro.

Apenas não esperava que outra figura roubasse seu alvo.

Uma fração de milésimo, uma fração foi o suficiente para se virar assustado e apontar a flecha dourada e impiedosa para a figura que ostentava um ínfimo sorriso preocupado.

- El Cid? – questionou em alívio, abaixando o arco.

- Oi.

É por isso que chegar silenciosamente e tomar uma atitude ousada não era uma boa escolha quando se está lidando com um cavaleiro de ouro mais do que treinado.

- O que faz aqui?

- O mesmo que você. – curto e direto, como sempre foi. Ele parecia aborrecido, caminhando pesado até a flecha fincada, a arrancando com certa ira.

- Aconteceu algo?

- Eu que devo perguntar. – o encarou, abrandando a expressão – Sinto seu cosmo mais perturbado do que o normal. Vai me contar o que o perturba, Sisiphus de Sagitário? – ele sorriu, um sorriso cúmplice, prontamente captado pelo grego.

- O Grande Mestre recebeu mais uma batelada de papéis. – esperou que Capricórnio se afastasse do alvo e apontou uma flecha – Pediu que desse uma ajuda já que ele próprio tá sobrecarregado demais. O problema é que-

- O problema é que você também tá sobrecarregado. – completou sem hesitar.

- É. – respondeu em um suspiro pesado, disparando a flecha. – Não quero desapontar o Patriarca, mas eu tenho minhas limitações também.

- O seu problema é justamente este. – disparou mais uma flecha, rosnando um “droga” ao ver que não havia acertado o alvo com a precisão que desejava – Você não quer desapontar, não quer preocupar, então leva tudo isso pra cima de si. – fez uma pausa, o encarando com os olhos firmes e afiados que sempre teve – Não deve se forçar tanto.

Sisiphus sorriu. El Cid poderia se cobrar muito, incessantemente buscando uma lâmina mais e mais afiada sempre, mas tinha razão, sempre teve.

El Cid de Capricórnio era o canto suave em meio ao mar revolto que era seu coração.

- Você tá certo, como sempre. – chegava a ser absurdo para si próprio como aquele homem de feições firmes lhe soava sempre tão gentil – Porém não sou o único perturbado, não é?!

O maldito sorriso convencido que lia sua alma.

- Posso ser bom em muitas coisas, mas arco definitivamente não é uma delas. – disse com irritação latente. A busca pela perfeição sempre o cobrou em demasia e agora lhe cobrava o sossego de uma tarde de Verão.

- Depois o senhor vem me cobrar por exigir demais. Onde está sua razão, El Cid de Capricórnio? – riu da careta que o espanhol fez.

- Você tirou de mim, Sisiphus de Sagitário.

Curto e direto como sempre foi.

- Prepara o arco. Quero ver uma coisa. – ordenou sendo prontamente atendido. Uma lâmpada acendeu em sua mente nublada – É isso. Cid, sua postura.

- Minha postu-

- Afasta um pouco os pés e ergue o troco. – ah, a animação de uma criança contando sobre seu brinquedo favorito era a mais pura e bela. O brilho no olhar.

- Assim? – questionou com uma ruga de preocupação. Não gostava de errar, a perfeição para uma precisão sempre melhor e melhor. Seja a espada, seja o arco.

- Assim. – se aproximou, visivelmente animado. Passando uma das pernas por baixo da alheia, as afastando. – A posição das pernas é muito importante, além de dar a mobilidade para o arqueiro se locomover depois, em uma situação real de batalha, te dá estabilidade para, além da precisão, um possível novo tiro com maior segurança. – colando seu corpo ao outro, usando o próprio como base, Sisiphus rodeou sua cintura, espalmando a mão no abdômen o firmando. – Controla a respiração também, pode acabar comprometendo o alvo. – arrumou a própria, devido a proximidade quase obscena entre os dois cavaleiros, El Cid conseguia, perfeitamente, sentir a respiração do outro contra sua nuca.

E aquilo não colaborava nenhum pouco para o aprendizado.

Muito pelo contrário.

A mão repousada no abdômen alheio subiu com calma, espalmando agora o peito, novamente usando o corpo como base, enquanto a livre rodeada seus ombros, endireitando a posição dos braços. El Cid engoliu em seco.

- Não esquece de mirar sempre uns centímetros acima do alvo. – novamente, usando a si, deitando levemente a cabeça para frente, Sagitário era 3cm mais alto e esses 3cm faziam diferença. Não podia errar se estava ali para ensinar. Consequentemente, a voz alheia ia de encontro direto ao pé do ouvido do cavaleiro em uma situação... Complicada.

Tendo corrigido os equívocos encontrados, a flecha foi disparada, indo de encontro imediato até o centro do centro do alvo surrado.

Sisiphus sorriu contente.

El Cid grunhiu em agonia.

- Viu, não é tão complicado. – ego inflado por um trabalho bem feito, uma aula sobre uma das coisas que mais amava bem sucedida, um aluno dedicado.

- Realmente não é. – suspirou pesado, o encarando de relance, talvez muito mais como um ar de punição. Livrou-se dos braços do grego, entrelaçando a própria mão a do outro sob o olhar inquisitório alheio, foi descendo ambas até a altura da pélvis – Isso é.

Sagitário não sabia se se sentia culpado pelo que causou ou sorria.

Porque, por mais que sempre fosse mais lento em entender coisas do gênero, não era burro e conhecia o parceiro bem demais pra identificar que os arrepios alheios não eram nervosismo.

Além disso, as roupas de treinamento eram leves e finas.

Sorrir, ele escolheu sorrir. Um sorriso que apenas El Cid conhecia.

- Desculpa, Cid, mas eu realmente me empolguei com a explicação. - o espanhol apenas o encarou e ele sabia, ah como sabia, que aquele olhar não carregava apenas a ira do momento.

O choque entre os olhos afiados e precisos e aqueles que refletiam a mais devassa mente.

O ânimo da criança se tornou a ânsia do adulto.

O arco dourado sumiu, assim como o pudor, assim a discrição que sempre mantiveram por anos e anos. Mesmo que, na privacidade das Doze Casas, a relação dos dois fosse nenhuma novidade.

Então nenhum dos dois notou quando se atracaram em beijos molhados e mãos ousadas.

Oque ele não sabia, era que o Cavaleiro de Capricórnio estava farto. Farto de provocações e joguinhos infantis.

Oque ele não sabia, era que o Cavaleiro de Sagitário estava cedendo aos instintos e vontades que o tomavam desde o horário que acordara.

E ali, naquele arena indiscreta e afastada, o tempo era deles e de mais ninguém. Então o fato da parede ter rachado graças ao impacto do corpo do grego foi irrelevante. Era urgente demais, necessitado demais para perderem tempo em rodeios e mais brincadeiras sem sentido.

Nem a força que impregavam um no outro, nem as mãos que passeavam livres e soltas pelos corpos quentes, nem o risco de serem pegos era relevante. Pelo contrário, apenas tornava mais e mais excitante.

A adrenalina corria solta.

E, parando pra pensar, seria mais do icônico se a máscara de bom moço que o grego possuía, caísse por terra.

"Tanto faz".

Os olhos de El Cid impunham sua vontade e ela era absoluta.
Então Sisiphus não ousou negar o que aquele olhar nublado e a face corada tanto lhe exigiam. Era justo, fora o algoz que os colocou em tamanha delicada situação.

E o ar fugiu dos pulmões quando lhe foi imposto em palavras.

- Faça. E faça agora!

Ele poderia gritar apenas com aquelas palavras susurradas ao pé de seu ouvido. A eletricidade que percorreu seu corpo não havia sido o suficiente, nem a lasciva com que fora ditas, ele queria mais e daria mais.

- Ah, El Cid. - sussurrando contra a pele quente enquanto se punha de joelhos - Não diria isso se soubesse o poder que tem em mim. - provava centímetro a centímetro do homem que tanto amava.

- Não diria? - sufocou um gemido - Sim, eu diria, repetiria e gritaria. Ocupe-se de outra forma.

Uma risada, uma risada fora a resposta que teve antes de sentir como se sua alma tivesse sido sugada.

El Cid foi aos Elísios.

Sisiphus também estava farto. Queria tanto aquele homem que palavras jamais seriam o suficiente, então a demonstraria com ações.

E ele o saboreava como a iguaria mais rara do lugar mais distante. Passando os braços pela parte interna da coxa alheia enquanto a mão livre segurava na base do pênis, facilitando seu trabalho.

Os olhares, sempre fixos um no outro, não passava apenas o tesão, a luxúria, a lasciva, eram olhares cúmplices, apaixonados.

Como cavaleiros, sabiam que morreriam cedo, que chegariam aos trinta e poucos com muita sorte, mas era o suficiente. Então viviam todos os dias como se fosse o último.

Andando sempre na corda bamba. Entre a vida e a morte.

Eles se amavam, um sentimento tão profundo que nem mesmo um Deus poderia separar.

Pela justiça.

Pelo brilhante futuro que todos criaram.

Na vida e na morte, estariam lá um para o outro.

A névoa de pensamentos se dispersou quando vozes foram ouvidas ao longe. El Cid resmugou algo, não menos petrificado enquanto Sisiphus havia congelado ali mesmo, principalmente por conhecer muito bem aquelas vozes.

Regulus e Aldebaran.

Capricórnio foi o primeiro a agir. Mesmo a contragosto e excitado até a alma, reconhecia que deveriam sair, o mais breve possível.

Então foi ágil, levantou Sisiphus e, segurando em sua mão, correu até o bosque que circundava a arena. Rezando a todo o panteão para que nenhum dos dois, mas principalmente Regulus, tenha visto os dois.

Correram juntos pela mata, os corpos quentes e ainda carregados de tesão. Até que chegaram a uma clareira, onde um cristalino laguinho era banhado pela luz do Sol, que começava a dar sinais de cansaço.

- Uau. - riu Sagitário. - Essa foi quase.

- Fomos descuidados. - rebateu Capricórnio.

Os dois riram juntos.

E logo o clima de antes havia retornado, pouco a pouco. Estavam sozinhos, não é?! Então poderiam fazer a bagunça que desejarem, correto?!

Sim.

E tudo recomeçou.

Mais um beijo quente teve início, mais necessitado, mais urgente, mais pecaminoso.

Guiado por Capricórnio, foram caminhando de costas, aos tropeços, até um rochedo liso as margens do riozinho.

- Senta. - Sisiphus o fez, sem questionar, acompanhando com os olhos os movimentos seguintes que o amante faria.

E não se surpreendeu, nem um pouco quando o outro retirou a camiseta e a jogou em algum canto da grama macia. As proteções, há muito haviam sido abandonadas e agora novamente trocavam olhares lascivos.

El Cid teria sua vingança.

Deixando um beijo com gosto de mais, foi se abaixando, deixando chupões e mordidas por onde passava, se sentindo mais e mais instigado conforme Sisiphus ofegava, pedia por mais, gemia.

Até que chegou aonde queria, duro e turgido como rocha, sorrindo. E aquele sorriso desarmou toda e qualquer barreira que Sagitário poderia ter cogitado pensar.

Ele dizia, "eu quero ouvir."

E ouviria, ouviria quantas vezes fosse lhe satisfazer, de todas as formas que poderia e não poderia ser ditas.

Um gemido, alto, escapou dos lábios do grego quando sentiu apenas os lábios alheios indo de encontro a base, sequer o tocou, porém o efeito havia sido tão avassalador que pensou ter se desfeito ali.

E ficaram naquela brincadeira, até que alguém enchesse a paciência. E esse alguém era Sisiphus de Sagitário. Não havia mais pudor, não era permitido naquele cenário.
Levou a mão até os cabelos, um pouco compridos do espanhol, o travando onde estava e impulsionou o quadril para a frente.

- Me chupa logo. - Ah, aquela ordem, dita tão incisiva e altiva, ele se sentiu gemer apenas por ouví-la.

Porém autocontrole era algo rigorosamente cobrado.

- Não. - ditou desafiador. Sorriu, um sorriso ladino e mal intencionado, se levantando com pressa, ele teria sua vingança.

Subiu na rocha que Sisiphus estava sentado, meio sentado meio deitado, de joelhos em sua frente, tão próximo que a própria excitação poderia ser facilmente tocava pelo nariz de Sagitário, e, sem a menor pressa ou pudor, retirou as últimas peças de roupa que faltavam.

E a expressão de êxtase no rosto do amante era a pintura que queria estampar no próprio quarto. Lembrando a si próprio que era dele, que o pertencia, que o olhava da mesma forma como era olhado.

- Gosta do que vê? - ele questionou, provocante.

- Por todos os deuses, El Cid, você é perfeito. - ele respondeu, louco.

- Então me tome. - foi abaixando, lenta e torturosamente - Me faça seu mais uma vez, aqui e agora.

E mais uma vez, Sisiphus esqueceu como respirar. El Cid era escultural, o corpo forte e bem definido era digno de um cavaleiro de ouro, as cicatrizes de batalhas árduas e provações sobre humanas compunham uma obra divina, surreal e perfeita aos seus olhos.

E o queria, o queria agora.

O roubou um beijo, preparando o amado, por mais que quisesse tomá-lo o mais breve possível, não queria, nem conseguia machucar El Cid, então trancaria todo o tesão - por hora - e iria no tempo dele. Além disso, conhecia a própria anatomia.

- Mmnh. - murmurou o espanhol quando sentiu os dedos de Sisiphus o deixando, substituindo agora por algo maior.

O grego, por sua vez, agarrava-se a última gota de sanidade que lhe restava, mordendo o lábio inferior com força, isso até ser puxado para mais um beijo, dessa vez mais apaixonado, de alento, enquanto o sentia deslizar por si, rompendo pouco a pouco a barreira do corpo.

E Capricórnio gemeu, alto e extasiado, quando se sentiu completamente preenchido, cravando profundamente as unhas nas costas bronzeadas do parceiro. Enquanto este próprio se agarrava a pele clara de suas nádegas.

Segundos se passaram e logo El Cid se moveu e aquele fora o golpe de misericórdia para Sagitário, que enforcou um gemido em êxtase.

Sem delongas, agarrado as costas alheias com a toda a força que tinha, iniciou uma cavalgada lenta que, corforme os corpos gritavam, foi se tornando mais e mais veloz. Capricórnio tentava, inutilmente, abafar os próprios sons que deixavam sua boca sem aviso ou permissão, enquanto Sisiphus se entregava ao prazer carnal que tanto ansiavam.

Um olhar.

E ele foi mais que claro.

"Eu quero ouvir."

Oh, céus, o ultimato. A cartada final. A condenação para um mundo de luxúria.

Posições foram invertidas, farto, e a partir daquele momento, os sons que o Cavaleiro de Capricórnio deixava escapar não eram mais compreensíveis. Sisiphus ia tão firme, com tanta força e afinco, tanta determinação, que ambos sentiam como se seus corpos não passassem de uma casca cujo único objetivo era o prazer carnal e impuro.

Os gritos, ofegos, som dos corpos se chocando e pedidos por mais e mais se tornaram o único som que banhava aquela clareira afastada e de difícil acesso e tudo que pensavam era um no outro.

Em como o rebolado descarado de El Cid era delirante, em como o ondular do corpo de Sisiphus enquanto se arrematia era belo da forma mais obscena possível.
Em como aquela dança sensual era inebriante.

Não era apenas sexo, era cumplicidade.

Braços firmes, bocas unidas, movimentos ágeis e precisos como deveriam ser, duas almas entrelaçadas dançando no infinito.

Até que seus corpos se dissolvam e transformem-se em poeira estelar.

E foi naquele vai e vem louco e extasiante que, com a boca entre aberta e os olhos praticamente revirados que Sisiphus veio, seguido, com alguns segundos de diferença, de El Cid. Gritando, anunciando ao mundo o quanto se amavam.

Juntos, de corpo e alma, que, abraçados enquanto tentavam se recuperar do ato insano que acabaram de cometer, faziam juras silenciosas de amor.

Riram, riram alto, riram felizes e completos.



Salão do Patriarca, 10pm.

- Conseguiu finalizar tudo, Sisiphus?

- Sim, senhor. - a papelada enorme e pesada organizada no enorme salão onde a história daquele lugar sagrado estava escrita.

- Fico feliz. - o velho senhor de Jamiel sorriu, ainda que preocupado - Espero não ter sobrecarregado você.

- Não se preocupe, Grande Mestre. - ele sorriu - Consigo arcar sem problemas.

Sage suspirou.

- Por onde andou a tarde? Procurei por você e não o encontrei em lugar nenhum.

- Ah. - esboçou um sorriso ladino lembrando da tarde, porém logo o desfez e encarou o Grande Mestre - Fui apenas dar uma respirada.

Sagitário acenou e se dirigiu até sua Casa, onde tomaria um longo e demorado banho e se deitaria feliz.

- Sei, "respirada".



Notas Finais


Beleza beleza, chegamos até aqui

Particularmente tô bem ansioso pros comentários e feedbacks que virão, até porque é o primeiro smutt que escreve, então é de suma importância que comentei, opinem e afins
Lembrando que tem dedo da Aoi e o pessoal da Banheira

Obrigado por ler e leiam Lost Canvas


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