História Revenge - Reconnect

- Ashley Somers Pov. – 

- Zayn... – O balancei levemente na cama, ele grunhiu. – Acho que tem alguém com o Chaz...

Ouvi um barulho na sala que indicava que talvez alguém estivesse com o Charles, mas preferi acreditar que não era nada.

Pedi que Malik fosse a minha casa hoje à tarde, precisava rir de toda a situação envolvendo um dos caras que trabalham para o Bieber, o Harry.

Estava puta da cara com a tal “festa de comemoração pelo bebê da pirralha”, puta que pariu, eu mereço mesmo, isso me dá náuseas.

Mais essa para a minha cabeça agora.

Não que esse fato fosse me atrapalhar no plano, mas de qualquer forma, aquela pirralha me paga! Arhh!

Malik encheu a cara para tentar esquecer a gravidez do amor da vida dele, e acreditem, a cena seria cômica se nós dois não estivéssemos bem putos com esse fato.

Lógico que eu já desconfiava, por isso fiz o que fiz e só tive a confirmação, mas ainda é difícil de engolir uma merda dessas, confesso. Mas, contanto que o fedelho fique fora do meu caminho e não tenha contato com minha filha, por mim sinceramente tanto faz!

Agora Zayn, só faz se atirar do poço.

- Mano, eu não acredito ainda. – Ele falou meio embolado, eu ri. – Minha Layla, MINHA LAYLA, com aquele cara, que nojo... – Ok, acho que ele ainda devia estar um pouco bêbado.

- Você vai criar um filho do Bieber, olha que lindo? – Ironizei e por pouco ele não voou no meu pescoço.

- Vai para o inferno, Ashley.

- Já estive lá, e achei agradável. – Pisquei para ele e me levantei da cama, tinha que admitir que nossa tarde tinha sido frenética! – Meu Deus Malik, você acabou comigo...

- Eu sou foda mesmo. – Ele devolveu a piscadela, me fazendo rir mais. – E Mackenzie?

- Está no meu pé ainda, aquele imbecil! Mas depois de hoje talvez me deixe em paz por algum tempo, se prensar bem o segurança, vai conseguir algo útil. – Revirei os olhos.

Caminhei para o banheiro da casa dele e tomei um banho rápido, vesti a mesma roupa do dia anterior e tentei dar um jeito no meu rostinho de ressaca.

- Tem mesmo que cumprir esse trato de vocês? – Zayn entrou no banheiro só de boxer.

- Não tenho opção, ou cumpro, ou aquele otário fode com tudo. – Fui sincera.

- Ele precisa mesmo mostrar para o Pavel que consegue conquistar tudo sem ajuda e só assim consegue o lugar do papai, não é?

- Sim, já te contei isso. – Fiz um coque frouxo no cabelo. – Por que?

- Ashley, Ashley.... Acho que salvei sua pele. – Ele riu. – Eu tenho uma solução.

- Ata Malik... – Fui obrigada a rir.

- Por que você não inverte os peões? – Ele arqueou sua sobrancelha. 

- Odeio metáforas e você sabe disso.

- Jogue Lionel na roda em vez de Bieber, vamos engana-lo e tirar tudo que ele tem, e assim você se livra das chantagenzinhas do Rikkinet e não corre o risco de se encrencar com Justin no futuro, é simples. – Um sorriso sacana surgiu nos lábios de Zayn, me fazendo pensar.

- E como faríamos isso?

- Estamos do lado do Lionel, não é? – Eu concordei. – Vamos usar as informações que temos para conseguirmos derruba-lo, fingimos que foi Mackenzie que fez tudo e pronto, ele ganha os pontos que tanto quer com o Pavel e te deixa em paz, você não corre o risco de foder tudo com o seu amado babaca e seguimos com nossos planos, tudo fica ótimo.

- A coisa é bem mais difícil, Malik. – Suspirei. – Pavel e Lionel estão quase casados, tudo para conseguirem derrubar Bieber, não vai ser tão fácil assim colocar um contra o outro! 

- Não seja tão negativa. – Zayn sorriu de leve. – Chegamos com tudo até aqui, isso não vai ser difícil, não é? ...

Foi aí que um alto barulho na sala nos distraiu, algo de cerâmica que parecia ter caído, ok, realmente tem alguém lá com meu irmão.

- COMO VOCÊ TEVE A CORAGEM DE FAZER ISSO COMIGO?! – Ouvi uma voz raivosa na sala, Layla, aquela vadia desgraçada!

É hoje que eu mato essa vagabunda com as minhas próprias mãos! AH SE MATO!

***

 

- Layla Sharck Pov. – 

Chaz me encarava como se eu fosse louca, e bem, eu era mesmo.

Ele era irmão da vadia, todo esse tempo me espionando e contando tudo para ela, ajudando ela a voltar para a vida do MEU MARIDO! MEU DEUS, QUE ÓDIO!!!

- EU TE ODEIO! – Voei no pescoço dele que tentava a todo custo me imobilizar. – COMO PÔDE?! MENTIR ASSIM?! SEU MONSTRO, EU CONFIEI EM VOCÊ, DOENTE!

- Layla, por favor... – Ele me imobilizou rapidamente. – Me deixe explicar isso...

- NÃO! – Larguei um tapa na cara dele que até minha mão doeu. – Eu pensava que você só fosse um cara que queria me proteger, contou toda aquela historinha falsa na casa de Pattie e disse que só tinha dado informações minhas para o meu pai porque queria que eu ficasse bem, mas não... – Meu corpo fervia de ódio. – VOCÊ É UM FALSO! UM FINGIDO DO CARALHO!

- QUE PORRA É ESSA AQUI?! – Ashley adentrou a sala, vestindo um roupão branco. – QUE DROGA VOCÊ ESTÁ FAZENDO NA MINHA CASA, SUA LOUCA?!

- Vim fazer isso aqui... – Saí de perto de Chaz e soltei outro tapa na cara dela. – SE VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI QUE VOCÊ AJUDOU HARRY A SER SEQUESTRADO...EU TE CONHEÇO SUA VADIA! SEI QUE VOCÊ SERIA CAPAZ DISSO E MUITO MAIS SE FOR PRECISO!

- VOCÊ É MALUCA GAROTA! COMPLETAMENTE PIREDA! – Ela se afastou de mim, e fingindo de assustada. – Eu jamais faria isso!

- ACABA COM ELA PIRRALHA, ESTOU ESPERANDO A PORRADA! – Caitlin gritou batendo palminhas. 

- ACHA QUE EU NÃO SEI DO SEU CASINHO COM O RIKKINET?! – Ri na cara dela, Ashley arregalou seus olhos, assim como Chaz que a olhou confuso. 

- Você teve um caso com ele?! Sério, Ash?! – Charles indagou indignado, a puta negou na cara dura.

- EU NUNCA FICARIA COM AQUELE CARA, CHAZ! SAÍ AGORA DAQUI SUA PUTA LOUCA, SAÍ DA MINHA CASA, ANDA! – Ela tentou me puxar, mas me soltei rapidamente. – Não vai me difamar dessa forma, mas nem fodendo!

- Bieber vai ficar feliz em saber disso... – Ri baixo, Ashley rosnou de ódio. – Não queria chegar a esse ponto com você Ashley, mas MEXEU COM OS MEUS AMIGOS, MEXEU COM LAYLA SHARCK! OU SERÁ QUE VOCÊ SE ESQUECEU DO MEU SANGUE RUIM, HEIN?! – Ri alto e a vi voar no meu pescoço, mas Liam a imobilizou no mesmo minuto. – Eu vou acabar com você!

- Ele não vai acreditar em você garotinha, vou esperar sentada, sua pirralha louca, e se aparecer de novo na minha casa, eu te mato! – Ela cravou suas unhas no meu braço me fazendo grunhir de dor.

- Experimenta tocar nela para ver, filha da puta.... – Caitlin a empurrou e me puxou pelo braço. – Eu corto sua cabeça fora e faço um enfeite de parede, vadia do caralho. – Liam e ela me puxaram a força para fora.

- Charles... – O chamei e ele prontamente me olhou, frustrado. – Pensei que meu pai fosse um cara ruim, mas cara, você é mil vezes pior. – Ele desviou seu olhar, saí dali batendo o pé e soltando fogo pelos olhos, Ah, como eu queria ter uma arma!

Odeio todos eles, que todos queimem no inferno.

 

***

 

- Ah não Layla, isso não... – Liam reclamou, revirei os olhos. – Já não deu de barraco por hoje?!

- Nem comecei. – Desci do carro e andei até a minha antiga casa, Liam contou que a mansão tinha terminado sua reforma na semana passada, estava perfeita, exatamente como antes.

Senti um arrepio enorme ao passar pelos jardins, são tantas lembranças...

Essa casa é realmente maior do que eu me lembrava. 

Os seguranças de meu pai me encaram como se eu fosse uma miragem ao longo do caminho, mas nenhum deles sequer me deteve.

- Layla?! – Sam, um dos caras de confiança do meu pai estava parado na frente do portão principal. – Meu Deus, quanto tempo cara! Como... você está?!

- Muito bem, como vai? – Sorri simples. – Preciso falar com Lionel e tem que ser agora, Sam....

- Sinto muito, mas ele não está. – Ele disse calmamente. – Era muito importante?!

- Extremamente... – Disse frustrada.

- Bom, sua mãe está lá com Joana. 

- Posso entrar para vê-la? – Um sentimento de culpa me bateu naquele segundo.

Minha mãe deveria ser mais importante para mim do que qualquer outra coisa e por mais que eu quisesse, jamais conseguiria ter raiva dela...

Sei que no fundo Anne achava que estava fazendo o que era certo.

Ela só queria me proteger disso tudo.

- Layla, você é quem manda. – Ele brincou e eu ri. – A casa sempre foi sua.

Entrei rapidamente e fiz um sinal de “mudança de planos, entrem” para Liam e Caitlin, Liam passou de boa pelos seguranças, mas assim que Cait começou sua entrada triunfal não teve um que não assoviou ou soltou alguma cantada, incrível.

- Depois dou autografo meninos, estou ocupada. – Ela brincou e eu ri, entrando na casa.

Deus, que sentimento...estranho.

Tudo estava igual, a sala azul e branca, a cozinha cheia de decorações e a nossa foto de família no centro do pilar principal, exatamente como minha mente se lembrava.

Subimos as escadas em silêncio e vi Joana saindo do quarto dos meus pais com um carrinho de louças, provavelmente o jantar que minha mãe tinha comido, dei um longo abraço nela e quase chorei, Jan foi minha segunda mãe, é triste ter ficado tanto tempo privada de abraça-la.

- Entre, ela vai ficar imensamente feliz! – Joana piscou e eu sorri.

- Acha que devemos entrar contigo? – Liam perguntou baixo.

- Claro! – Disse como se fosse óbvio.  

Entrei no quarto e tive a visão dela segurando Blue Barry com uma mão e trocando de canal com a outra, assim que nossos olhares se cruzaram meu corpo todo de arrepiou.

Minha mãe é a mulher mais linda que eu já em toda a minha vida. 

- Meu amor, mas...o que está fazendo aqui? – Ela perguntou rapidamente, sorrindo.

- Não aguento mais ouvir essa pergunta. – Eu ri assim como Caitlin e Liam. 

- Meus bebês! – Ela tentou se levantar da cama com dificuldade, mas a impedimos. 

- Não se esforce, por favor. – Pedi, indo até ela e sentindo seu cheiro de lavanda. – Que saudade mãe...

- Sinto saudades de vocês. – Ela chamou Liam com a mão e assim que ele se ajoelhou na frente dela na cama, os dois se olharam de um jeito lindo e se abraçaram. – Meu menino está a cada dia mais lindo, assim como você, Melissa...

Ela adorava me chamar de Melissa, aliás, esse teria sido o meu nome se Lionel não tivesse tido a “brilhante” ideia te todos os filhos terem nomes que começassem com a letra L.

- Como você está? – Perguntei baixo. 

- Estou indo. – Ela riu, sabia que minha mãe estava me escondendo algo.

- Me conte a verdade, mãe. – Eu falei séria, Liam a encarou como se pedisse a mesma coisa com seu olhar.

- Estou bem, já disse. – Ela insistiu. – Quero saber sobre você e sobre meu netinho ou netinha, mas sinto que é um menino.... – Minha mãe riu. – Precisamos de mais meninos na família!

- É verdade. – Concordei e todos nós rimos. – Se for menino, se chamará Aiden!

- É canadense esse nome, não? – Ela perguntou e eu ri. – Deixe-me adivinhar, Justin escolheu?

- Aquele imbecil... – Rosnei com ódio.

- Esse casamento de vocês é estranho. – Anne brincou. – Parece que o amor e o ódio estão bem próximos aí, não é?

- Exato, agora mais o ódio. – Disse e ela riu novamente. – Seu genro é um babaca.

Sua risada invadiu o cômodo, eu sentia falta da risada gostosa que ela tinha.

- Sinto sua falta, bebê. – Ela passou a mão por meu cabelo.

- Me perdoe. – Sussurrei em seu ouvido. – Você precisa de mim agora mais do que nunca, e me sinto um lixo por não estar contigo o tempo todo. – Comecei a chorar, vendo seus olhos lacrimejarem também. 

- Não peça perdão, você não fez nada. – Anne sorriu. – Você estar bem é tudo que eu preciso.

- Não vou estar bem enquanto você não estiver bem. – Fui sincera, passei meu polegar sobre o rosto de porcelana dela. – Precisamos uma da outra, certo? – Perguntei e ela concordou. – Vou vir aqui simplesmente todos os dias a partir de agora, assim como o Liam, não é LIAM?!

- Por você mãe, eu virei. – Liam me encarou brincalhão. – Eu te amo para caralho...

- Esse seu palavreado me assusta. – Anne piscou repetidas vezes, nos fazendo rir. 

- E para mostrar como estamos dispostos a fazer isso, vamos ficar contigo hoje à noite. – Disse e Liam e Caitlin me encaram como se eu fosse louca. – Liam vai buscar Lizay na minha casa e jantaremos com você. 

- Não amor, não é necessário! – Ela ia negar, mas a interrompi.

- É sim, muito necessário.

***

Estava vivendo uma nostalgia fazendo aquilo, todos nós ali, na grande mesa de vidro comendo mais um delicioso jantar preparado pela Joana, aquela mulher tinha uma mão maravilhosa, Santo Deus.

- ISSO ESTAVA DIVINO! – Caitlin deu um berro que assustou todos nós. – Parabéns moça, você é incrível!

- Obrigada querida. – Joana riu baixo, pegando mais suco. 

- Realmente, estava maravilhoso. – Liam terminou seu prato e se recostou na cadeira, rindo.

Conversamos sobre mim e meu casamento conturbado, sobre Liam e sua vida de independência, sobre a louca da Caitlin e sobre a outra cachorrinha que Lizay obrigou meus pais a comprarem, a tal de “Cecily”, ela era um poodle enorme branco e mal-humorado.

- Acho que vocês precisam ir. – Minha mãe disse ao olhar para o grande relógio. – São 8 da noite, seu marido deve estar louco atrás de você! Não acredito que deixou sua festa de comemoração para vir aqui, Layla Sharck! 

- Deixei e deixaria outras mil vezes. – Disse simples. – Já vou mãe, mas amanhã vou vir para te atormentar de novo! – Apertei suas bochechas e ela riu. – Fique boa logo para cuidar do seu netinho, ele precisa de você!

- Vou ficar. – Ela sorriu. – Obrigada por virem meus filhos, eu...amo vocês. – Fizemos um abraço grupal em volta dela e ficamos dando pulinhos. – Foi um prazer Caitlin!

- O prazer foi todo meu, tia Anne. – Caitlin piscou para ela.

Nos despedimos e fomos rapidamente para o carro, eu me sentia extremamente feliz, assim como Liam, que estava tentando esconder o sorriso.

- Como eu precisava disso. – Ele suspirou. – Sinto falta de nós, Lay.

- Sinto também. – Baguncei seu topete perfeito. – Mas vamos consertar tudo, sei que vamos. 

- Precisamos focar em saber onde o idiota do Harry está... – Cait suspirou. – Eu espero que aquele babaca esteja bem, de verdade.

- É o que eu mais quero, meu Deus... – Joguei minha cabeça para trás, sentindo algumas lágrimas virem.

- Me conte a história de vocês seu panaca! – Caitlin reclamou. – Pelo jeito sou a única aqui que está perdida!

- Caitlin, é um assunto delicado, otária. – Revirei os olhos.

- Tudo bem, eu falo. – Liam riu de nós duas. – Bom, desde o começo?

- ÓBVIO, CARALHO. – Caitlin gritou e acendeu um cigarro, provavelmente de maconha.

Odeio isso, mas, essa idiota gosta.

- Tudo começou no aniversário da Lay que foi em Toronto, o conheci durante a festa e ele parecia ser um cara muito gente boa e tal, conversamos muito, ele estava bebendo demais e uma hora falou que ia fumar no térreo, eu disse que iria também e quando chegamos lá...ele me beijou.

- Uau... – Caitlin sorriu sacana. – E depois?!

- Eu fiquei meio assustado, sei lá. Foi totalmente novo para mim, nunca tinha me "envolvido" com outro cara, mas acabou que deixei fluir, depois disso nós fomos para o hotel em que eu estava hospedado e....

- Pula essa parte maninho, por favor. – Eu ri, acompanhada por ele.

- Bem, depois que voltamos a Los Angeles nos encontramos mais vezes, a coisa estava ficando séria pelo menos para mim. Até que uma noite, enquanto estávamos na minha casa, comentei sobre no futuro assumirmos algo sério e ele surtou. Falou um monte de porcarias para mim que me magoaram muito e entre elas soltou “jamais assumiria essa coisa... vergonhosa”, e no mesmo momento eu meti um belo soco na cara dele!

- CERTÍSSIMO, PIRRALHO! ISSO MESMO! – Caitlin deu um berro dentro do carro e soltou a fumaça pela janela. – Devia era ter atropelado aquele idiota do cacete!

- Isso explica o olho roxo dele no meu primeiro dia de faculdade. – Ri baixo.

 - E desde então não...nos encontramos mais, mas ainda sinto algo por ele, infelizmente. - Li revirou seus grandes olhos castanhos.

- Pode acreditar que é reciproco! – Dei um tapa em seu ombro, Liam sorriu de leve. – Vocês precisam conversar, Liam. Afinal, querendo ou não vão acabar se vendo sempre por minha causa, esse clima que você estão agora, não é confortável...

- Não é tão fácil assim, Layla. – Ele suspirou pesado. – As coisas não funcionam assim.

- Bom, vou te dar um conselho que minha mãe me deu quando entrei na vida criminosa, gatinho.. Preste atenção.. – Cait sorriu e nos encarou pelo retrovisor. – Não importa o quão ruim essa situação pareça nesse momento, ela sempre vai piorar.

Ficamos alguns segundos em silêncio até Liam gritar:

- MAS QUE PORRA DE CONSELHO INÚTIL É ESSE?!

Caímos na risada.

 

***

- Justin Bieber Pov. – 

É tanta merda junta na minha cabeça que juro ser capaz de atirar em qualquer filho da puta que eu ver, Lionel, Pavel, Mackenzie, a puta que pariu toda!

“Se você não começar a se controlar, vai perde-la e eu darei toda a razão para Layla”.

A frase da minha mãe depois do sermão que eu levei ficava ecoando na minha mente, perder a pirralha era uma hipótese impossível, ele nunca vai me deixar, e sabe por que? Por EU não vou deixar, jamais.

Ela é minha, cada parte do seu corpo, o filho que Layla agora carrega é MEU, e não vou perder isso.

A questão é que a pirralha provoca, e provoca PARA CARALHO. Ela sabe do meu jeito e insiste em foder com minha paciência.

E aquele tapa que ela me deu, me deixou muito, mas muito puto.

- Drew, que porra, está ouvindo? – Ouvi a voz irritante de Nolan. – Estou falando contigo, cara.

- Repete. – Respondi grosso.

- Dylan conseguiu rastrear o celular de Harry, o encontramos quebrado a alguns metros dos nossos antigos galpões do Norte. – Ele reexplicou. – Precisamos de sua autorização para fazermos uma busca completa na região, mesmo que esteja escuro, não podemos perder tempo.

- Façam isso. – Falei rapidamente. – Precisamos encontra-lo com vida, é óbvio.

- Harry sabe demais, esse é o problema. – Christian reclamou. – Se ele abrir a boca sobre nosso plano, tudo está fodido, sacou?

- Ele não vai. – Ryan se pronunciou. – O cara é de confiança, é um dos poucos do casarão em que a gente realmente pode depositar isso, ele nunca nos traiu e sabemos que já recebeu altas propostas, não vai fazer isso agora.

- Se a vida do cara estiver em jogo, talvez. – Rosnei com ódio. – Pelo próprio bem dele, espero que Harry não abra o caralho da boca dele.

- Chefe! – Noah entrou rapidamente na sala. – Desculpe atrapalhar, mas é que sua mulher está aqui e....

- Caralho de vida mesmo. – Levantei puto ouvindo os caras rirem. - Onde ela está?!

- No seu escritório particular.

Eu ia abrir a boca para reclamar mas desisti no meio do caminho, andei alguns metros pelo segundo andar e entrei na minha sala, Layla estava fuçando nos meus papeis, mas parou assim que me viu e fez sua típica cara de cú.

E lá vamos nós, de novo.

- Onde tu estava, Layla?! – Perguntei morto de vontade de socar a filha da puta.

- Buscando respostas, coisa que você também devia fazer!

- ISSO NÃO É PROBLEMA TEU, PORRA! – Gritei com ela, mas Layla nem se importou. – SE CONTINUAR BANCANDO A INTROMETIDA VOU TE PROIBIR DE SAIR DE CASA, E EU NÃO ESTOU BRINCANDO! SACOU?!

- Ele é meu melhor amigo, e tenho certeza de que a vadia da mãe da sua filha também está no meio disso, então, eu VOU ME INTROMETER SIM! – Layla retrucou, puta da cara.

- Onde tu foi hoje, pirralha?! – Franzi o cenho. – Responde! Esteve na casa da...

- Não pronuncia o nome da puta aqui... – Tive que revirar os olhos. – E sim, eu fui lá, logo depois passei na minha mãe e jantei lá também, antes que você pergunte, como sempre... – Ela bufou irritada.

FOI PARA ONDE?!

- ESTÁ LOUCA, MERDA?! O QUE VOCÊ FEZ LÁ, PIRRALHA?! – Puxei ela pelo braço e a sentei a força na minha mesa do escritório. – ACHA QUE ESSA MERDA AGORA É PALHAÇADA? SEU PAI ESTAVA LÁ?! QUAL É O PRÓXIMO PASSO, HEIN? VOLTAR PARA LÁ?!

EU VOU MATAR ESSA FILHA DA PUTA!

- Estou cansada de tudo, então não me dê ideias! – Ela piscou irônica.

- Eu estou vendo que vou ter que acabar com as tuas gracinhas a força, eu não posso confiar em você para fazer porra nenhuma sozinha, que inferno de garota!

 – Só para deixar claro que não estou aqui para fazer as pazes com você e nem quero, você passou dos limites! – Layla prendeu um soluço de choro. – Você quase me bateu Justin, eu senti isso...

- Que merda de cara tu acha que eu sou?! – Perguntei indignado. – Acha que eu bateria em uma mulher que está grávida de um herdeiro meu?! Sério essa porra?! PUTA MERDA HEIN?! 

Perdi meu controle e atirei algumas paradas que estavam em cima da mesa direito no chão, Layla revirou seus olhos.

Ah não, ouvir isso não, pirralha.

- Não quero falar sobre isso, já chorei muito hoje... – Seus olhos se desviaram dos meus e foda-se, mas aquilo doeu. – Só quero que saiba que vou dormir na Caitlin, até esclarecermos algumas coisas!

QUE COISAS?!

- Meu pau que tu vai. – Agora já deu. – Sério pirralha, agora tu me estressou para valer, não diga que eu não te avisei depois.

- E o que você vai fazer por acaso? – Sharck estava me desafiando?! – Vai me bater e gritar comigo?! Vá em frente Justin, anda logo!

- Vou fazer bem pior que isso... – Rosnei de ódio.

 

***

 

- Me trouxe aqui para a gente poder brigar num lugar diferente, é isso?! – Layla riu sarcástica ao sentar na beira da areia, precisava conversar com ela apesar de tudo, por mais que eu ODIASSE admitir, eu tinha passado um pouco do limite com ela.

Estávamos na praia, o caminho todo na Ferrari foi feito em silêncio e só pelo fato de a matraca não estar falando de tudo como sempre, eu sabia que ela estava realmente magoada.

Layla não querer falar comigo doía, e não vou admitir isso de novo.

- Cala a boca e ouve, caralho. – Resmunguei irritado ao me sentar do lado dela. – Foi mal por hoje mais cedo, mas que fique bem claro que essa sua teimosia e mania de se intrometer em qualquer merda que não te diz respeito me deixa louco, porra! Se você me obedecesse, tudo seria mais fácil!

- Não sou seu cachorrinho adestrado, Justin! – A pirralha retrucou. – E se você não entender logo, não sei se isso aqui... – Ela apontou para nós dois. – Vai longe, sinceramente falando...

Seu tom de voz era sério, mas não me intimidou nenhum pouco.

Nada me intimida, e Layla tem noção disso.

- Não fale idiotices. – Revirei os olhos. – É só que se você colaborasse mais com a porra da minha paciência e não se intrometesse no mundo que eu vivo, não teríamos esses problemas idiotas para caralho, entende? – Seus olhos azuis me encararam com uma profundidade séria. – Não quero que tu se envolva com o que eu trabalho Layla, não quero que se estresse com a Ashley, não quero tente salvar o mundo, e não quero que você tenha problemas que não são teus.

- Mas o Harry é meu amigo! Você precisa me deixar ajudar! - Ela parecia uma criança contrariada, e de um jeito louco, isso soou encantador para mim. Layla é encantadora, por mais que eu odeie admitir. Ela é totalmente hipnotizante para mim.

Ok, retiro a droga que eu disse, minha cota de merdas já explodiu por hoje.

- Tu não vai poder fazer mais do que eu, pirralha. – Pisquei para ela. – Então só TENTE ficar longe de qualquer confusão e focar no que temos agora. – A puxei levemente para o meu colo. – Você e nosso bebê são tudo para mim e não vou me perdoar se algo acontecer com vocês dois. Por isso que quero que tu fique quieta e cuide dele, pelo menos por enquanto, pode ser?! – Seu rosto se aproximou perigosamente do meu, e vi um sorriso bobo surgir em seus lábios.

Ah, esse sorriso, puta merda...

É a coisa que eu mais gosto de ver quando chego em casa.

- Mas aquela Ashley pede para levar na cara, Bieber! Ela pede, eu juro! – Sua voz de indignação me fez rir alto. – É sério! Eu tenho certeza que ela está envolvida com tudo isso, ela é suja, Justin! Está com aquele Mackenzie e armando alguma coisa contra você, me ouve!

Layla cria cada paranoia nessa cabecinha de minhoca dela, haja paciência com as idiotices dela, coisa que eu não tenho, me sinto até pai dela nessas horas.

- Amor, já chega de paranoia por hoje vai... – Sorri para ela. – Estamos de boa então?

- Promete ficar mais esperto e ouvir o que eu falo?! – Ela indagou e eu revirei de novo meus olhos de tanto tédio. – Não revire os olhos para mim seu imbecil! – Layla suspirou de raiva.

- Eu prometo pirralha, porra do caralho! – Me rendi a ela. - Tá satisfeita agora?!

- Então tudo bem... – Sharck sorriu simples. – Encontre Harry para mim, por favor. - Ela emaranhou seus dedos em meus cabelos, suspirando pesado.

Ela realmente gosta daquele pau no cú do Harry, e eu juro que se aquele porra tentar mais do que amizade com a pirralha eu corto a rola dele com um canivete e colo no meu escritório.

- Vou achar aquele incompetente, fica de boa. – Puxei seus lábios contra os meus em um beijo lento e gostoso para caralho, já era noite e o sereno da praia deixava tudo ainda melhor.

 O lugar estava quase deserto e apenas as luzes do farol do meu carro iluminavam onde estávamos, e cara, como queria uma rapidinha com a minha mulher... Só uma rapidinha de leve, tá ligado?

- Não Justin... – Layla pareceu ler minha mente ao se afastar. – Preciso dormir hoje, aliás, nós dois precisamos. – Ela passou a mão por sua própria barriga, rindo. – Vou tomar um banho e capotar!

- E eu... posso participar do teu banho? – Perguntei malicioso.

- Talvez... – Ela riu, me fazendo beija-la outra vez. – Só você se falar que me ama! Agora!

- Acho melhor irmos dormir. – Desviei do assunto e sai correndo em direção ao carro antes que o sapato de Layla acertasse bem o meio da minha cara.

Essa nossa bipolaridade repentina com as coisas ainda vai foder com tudo, eu aposto. Mas eu confesso, adoro isso.