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História Revolução - Identidade


Escrita por: Ochaveiro

Notas do Autor


Olá,
Eu sou o Chaveiro.
Através da escrita encontrei uma maneira de ser tudo que sempre sonhei... parafraseando Júlio Verne: Sonhei ser astronauta, mas não pude; sonhei ser marinheiro, mas não pude; sonhei ser inventor, mas não pude; sonhei ser artista, mas não pude... Mas em minhas estórias fui astronauta, marinheiro, inventor e artista.
Espero que você leitor também possa deixar a imaginação fluir e embarcar nas estórias que tenho para te contar.
Boa leitura!

Capítulo 5 - Identidade


Fanfic / Fanfiction Revolução - Identidade

O relógio marcava 03:00hs e já fazia duas horas que Nick saiu em busca de Sofia. Eu já havia voltado ao alojamento. Estava deitada na cama olhando para o bloco de metal, que tinha por telhado, mergulhava fundo até perder o sono em meus pensamentos.

Algumas horas depois da reunião, com o alto comando, Bjorn havia me procurado e dito que ajudaria Nick, que a meia noite deveria levá-lo até o portão principal... confesso que fui surpreendida com a aparição de Ivan.

O russo desobedeceu uma ordem direta do alto comando, quebrando a postura de sempre cumprir sua missão. É de surpreender que ele tenha tomado tal atitude, provavelmente isso custará sua carreira como representante do G20.

Um singelo cochicho, como o som do lápis rabiscando o papel. Levantei da cama e fui até o outro cômodo... lá estava ela, de joelhos dobrados e mãos juntas, perto da boca. Era como se falasse algum segredo dentro das mãos, envolta em lágrimas ela fazia uma prese por seus filhos.

Meus pais trabalhavam nas forjas, foi graças a isso que eles se conheceram, Ulisses e Vanessa, esses eram seus nomes. Me lembro deles irem me buscar na escola e que ao abraçá-los sentia o cheiro de carvão. Quando fecho os olhos e vasculho minha memória, as lembranças que guardo tem esse cheiro.

Não posso dizer que foi a forja que os separou, mas posso afirmar que ela os levou de mim. Um dos fornos de fundição sofreu uma rachadura e naquela manhã de Junho não foram meus pais que me buscaram na escola.

Essa mulher que de joelhos enfrenta a madrugada a dentro, não aceitando sua impotência diante dos fatos, mas colocando sua esperança em cada lágrima que escorre pelo rosto... era ela que estava lá com o sorriso aberto e um abraço de conforto.

Em seus braços me prendi e me despedi de meus pais, na cremação cerimonial. O fogo os levou juntos, toda a colônia estava lá, seus companheiros de trabalho traziam em si um perfume muito familiar pra mim, o cheiro do carvão despertou lembranças dos mais belos dias que vivi nesse mundo destruído.

- O que você está fazendo acordada ai de pé, filha? – tia Patrícia ouviu meu suspirar, eu levei a mão ao rosto e interrompi o caminhar de uma lágrima.

- Estou observando a senhora. – me assentei ao seu lado e ao sentir o concreto úmido e frio, meu corpo se contraiu.

- Não sente no chão frio minha filha, você está apenas de shortinho. – ela passou a mão pelo meu rosto e sorriu.

- Obrigada! – com um sorriso tímido retribui o carinho.

- Pelo o que?

- Por cuidar de mim e ter sido minha família, quando eu já não tinha mais uma. – fechei os olhos quando seus lábios tocaram minha testa, fazia tempo que não ganhava um beijo de mãe.

- Tenho certeza que seus pais ficariam orgulhosos de ver a mulher que você se tornou! – meu coração estava apertado, mas cheio de alegria. O amor que aquela mulher transmitia, salvou minha alma nessa madrugada!

- Tia! – respirei fundo e me coloquei de pé. – Vamos tomar um café?

- Você tem café ai? – ela se levantou, espantando todo aquele clima de tristeza, pois temos que continuar, não podíamos esmorecer.

- Sim! O capitão Cláudio me deu, como presente de boas vindas da colônia 55/11. – fui até a mochila e peguei o pacote de grãos de café moído.

- Poxa não sabia que eles cultivavam esses grãos aqui. – ela abriu o pacote e respirou fundo o aroma adocicado. – Pode deixar que eu faço enquanto você toma banho.

O sistema de encanação da colônia vinha de um emaranhado de canos de cobre, que coletavam a água do lençol freático e armazenavam-na dentro de cisternas. Ao chegar lá, os canos transportavam a água até as casas, porém era uma medida contada. Cada casa possuía 30 litros de água para gastar por dia.

Por isso meu banho tinha que ser rápido, tirei a roupa e abri o registro. A água quente caiu sobre minha cabeça, escorreu pelo meu rosto e cabelos, desenhando sua trajetória por entre as curvas do meu corpo. O banho me fez relaxar e aliviar um pouco a tensão da alma. A saudade de casa, da minha toca... a colônia 55/21.

Será que Nick está bem? Como deve estar Sofia? Seja o que estiver acontecendo, o futuro de todos nós depende deles voltarem vivos, pois duas das armaduras continentais, ainda em teste, estão em zona de risco.

O pano da toalha era um pouco áspero, tive que passar devagar por cima das cicatrizes que tenho, espalhadas pelas costas. Nos treinos exaustivos de rastejo, nos campos da F.R.B, acabei me cortando muitas vezes nos arames farpados.

Vesti uma baby look branca, o jaleco e calça operacional. O coturno apertado incomodava um pouco o pé, amarrei firme o cadarço e dei apenas uma ajeitada no cabelo com a mão, modéstia à parte gosto do meu cabelo um pouco bagunçado, por ser ondulado ele tem uma beleza natural.

- Marcia, o Café está pronto! – gritou tia Patrícia.

- Estou indo! – o aroma dos grãos moídos e diluídos em água enchiam as narinas de prazer, fazendo o estômago despertar.

- Sente-se filha, tome seu café, está quentinho. – puxei a cadeira e levei a xícara até a boca, mas antes que pudesse tomar o primeiro gole alguém bateu na porta.

- F.R.B – disse o soldado.

- Acho que o café vai ter que ficar pra depois. – tia Patrícia deu um meio sorriso, ela queria conversar, distrair um pouco a cabeça. – Mais tarde eu volto tia, Prometo. – dei um beijo em seu rosto. – E trago mais café! –

- Ok! – disse ela sorrindo!

- F.R.B! – disse novamente o agente agora batendo com mais força na porta.

- Já vou! – ao abrir a porta de latão que emperrava no meio do caminho, me deparei com uma mão vindo em direção do meu rosto.

- F.R.iiii ... Me desculpe! – O rapaz ia bater na porta, mas quase acertou minha cabeça.

- Eu já havia dito que estava vindo! – estatura de um homem comum, corte de cabelo militar e porte físico magro, provavelmente era um recruta que deve ter acabado de sair do treinamento. – Não sabe esperar? – cabelos loiros e olhos azuis claros, ele usava óculos e a barba estava por fazer...

- Me desculpe tenente! – ele posturou e levou a mão em continência.

- Qual é seu nome soldado?

- Daniel Valente! – bradou o combatente.

- Precisa fazer a barba soldado. – abri a porta da viatura e sentei no banco do carona.

- Sim tenente! – ele passou a mão no rosto e teve um certo pesar por ter esquecido o detalhe da barba, correu para a viatura e seguimos até o batalhão.

Logo cedo o quartel estava a pleno vapor, soldados indo e vindo, correndo e cantando a plenos pulmões suas canções de guerra. Na sala de comando estava Capitão Otávio e o Capitão Cláudio, que com dificuldade apertava os botões da mesa touch screen, por ter apenas uma das mãos, sendo a outra uma mini Gun Machine.

- Aí estão vocês! – o corpulento homem apontou para nós o braço adaptado e a metralhadora engatilhou.

- Cuidado tenente! – Daniel Valente fez jus ao nome e em um salto me agarrou, levando-nos ao chão.

- Não foi nada! Normal, as vezes acontece. – disse o capitão!       

- A senhora está bem? – Daniel, em seu ato de coragem para me salvar caiu com o rosto em cima dos meus seios e confesso que parecia estar bem confortável ali. – Machucou alguma coisa?

- SAI DE CIMA DE MIM! – o Valente soldado se colocou de pé, com a espinha ereta e com toda sua magreza em posição de sentido. – Odeio que me toquem! – tanto os capitães quanto o jovem soldado olhavam para mim assustados. – Mas.... obrigada... por me proteger. – sempre trabalhei com homens a ponto de explodir de tanta testosterona, se você não impõe um respeito, a única coisa que eles veem é um pedaço de carne!

- Sim TENENTE! – mas os olhares são inevitáveis. O rapaz estava imóvel, mas com os olhos inquietos, alternando entre manter o foco da continência e olhar os predicados do meu corpo.

- Tenente Márcia se apresentando senhores! – posturada, me apresentei aos capitães que se olhavam, acho que um pouco assustados com os berros que dei!

- Descansar soldados. – capitão Cláudio coçava a cabeça com a metralhadora, tentando se situar. – O capitão Otávio me falou que você liderava o grupo bravo na colônia 55/21.

- Sim senhor, nas investigações da facção de lutas clandestinas, a Rinha!

- Indiquei você Márcia. – Capitão Otávio apertou alguns botões na mesa e um holograma do bunker, onde Nick e Bjorn se enfrentaram, se materializou na nossa frente. – Quero que você ajude nas investigações e descubra se são as mesmas pessoas que articulavam as lutas na colônia 55/21 que estão por de trás desse ocorrido. – Dani Cruz, era o nome que veio a minha mente e a única pessoa que o conhecia não estava aqui, de todos nós apenas Nick sabia quem era esse bandido!

- Leve com você seu novo distintivo. – Ele me entregou uma Dog Tag, era uma chapa de ferro, com o número da colônia e minha patente. – Você está desarmada tenente? – capitão Cláudio olhou para o coldre vazio na minha perna.

- Sim, desde que acordei aqui na colônia. A minha arma foi confiscada. – ele sacou uma Mícron 16, uma pistola de mira a laser, 573 joules de força, inteiramente branca e cabo aderente.

- Fique com a minha, está carregada com munição não letal. – ele me deu a pistola, com mais dois pentes carregados. – Em sua missão o soldado Daniel Valente vai te ajudar.

- Sim Senhor! – eu respirei fundo e tive vontade de estapear a cara do recruta que com o olhar agitado ainda passeava entre mim e os meus seios.

- Ok Capitão, permissão para sair!

- Permissão concedida, no fim do dia tenente, reporte o Progresso da missão!

- Sim Senhor!


Notas Finais


Obrigado pela Paciência de vocês de terem lido aqui... Por favor, me perdoem caso a narrativa não tenha sido do agrado de vocês e por qualquer erro de português. Se possível deixem aqui seu comentário e sua sugestão. Favoritem se possível! Agradeço a todos...
Atenciosamente,
O Chaveiro.


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