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História Revolução - Facção


Escrita por: Ochaveiro

Notas do Autor


Olá,
Eu sou o Chaveiro.
Através da escrita encontrei uma maneira de ser tudo que sempre sonhei... parafraseando Júlio Verne: Sonhei ser astronauta, mas não pude; sonhei ser marinheiro, mas não pude; sonhei ser inventor, mas não pude; sonhei ser artista, mas não pude... Mas em minhas estórias fui astronauta, marinheiro, inventor e artista.
Espero que você leitor também possa deixar a imaginação fluir e embarcar nas estórias que tenho para te contar.
Boa leitura!

Capítulo 6 - Facção


Fanfic / Fanfiction Revolução - Facção

Daniel seguiu com a viatura até a parte baixa da cidade, sem trocarmos uma palavra. O rapaz ficava mudo quando via meu rosto de poucos amigos, não queria dar confiança para esse soldado tarado!

O carro pousou no chão de terra e logo as crianças vieram correndo para perto do veículo, todas sujas com farrapos de roupas e com as mãos estendidas pediam comida. Aquilo cortava meu coração, sendo eu uma representante da lei e da ordem nesse mundo caótico nada podia fazer contra a fome.

- Saiam de perto seus pestinhas! – Daniel empurrou uma garotinha que tentava subir em cima do capô da viatura.

- Ei, não faço isso! – segurei o soldado pelo braço que enfim me encarou nos olhos. – Eles são crianças, não precisa os tratar dessa forma!

- Sim Senhora! – os olhos azuis que compenetrados me encaravam escorregaram para o decote da Baby look.

- E pare de olhar para os meus seios!

- Que isso tenente!? – o rapaz de branco ficou vermelho. – A senhora tá fazendo mal juízo de mim.

- Vamos prosseguir com a missão ôhhh... discreto!

Por entre as ruas das casas, todas em formato de iglu, emaranhadas umas nas outras, formando uma interminável ligação de vielas, os moradores nos observavam pelas frestas das janelas, acuados e com medo.

Ao que me parece a F.R.B não era muito bem vista por eles. Uma mãe com seus filhos cruzaram nosso caminho, pensei em ser simpática e oferecer um sorriso, ela abaixou a cabeça e adiantou as crianças a andarem mais rápido.

Sentia medo por todos os lados. Mas também, vivendo como ratos, em tocas embaixo da terra... qualquer um vive apreensivo, sem saber ao certo que horas será capturado pelos aliens.

Entre as ruas havia sujeira em toda a parte, até fezes encontramos por entre o caminho, o cheiro chegava arder o nariz. Os canos de esgoto que saiam das casas vasavam, devido a vedação mal feita. Isso me enjoava e me fazia ter raiva dos monstros que tomaram o meu planeta e me fazia sentir compaixão dessas crianças que tem esse lixo por mundo!

- Chegamos tenente! – disse Valente, parando em frente ao bunker.

- Vamos entrar! – estava tudo errado, o local não tinha sido isolado e havia agentes em toda a parte, pisando em tudo e destruindo qualquer tipo de prova que pudesse existir.

- Alto lá! – uma garota baixa de pele escura e cabelo crespo, veio em nossa direção. – Identifiquem-se!

- Soldado Daniel Valente, do grupamento condor! – a garota que beirava seus 19 anos olhou a dog tag do Valente.

- Tenente Marcia, líder do grupo de investigação bravo, da colônia 55/21! – apesar de sua estatura baixa ela era cheia de personalidade.

- A central disse que viria uma carioca. – ela olhou minha dog tag e franziu um pouco o cenho, desdenhando de mim. – Por aqui!

- Quem é você? – perguntei

- Sargento Karina Oliveira, líder do grupo de investigação da colônia 55/11.

- Sua patente é a maior?

- Sim, o tenente que nos liderava morreu a pouco tempo... Vou ser promovida na semana que vem e assumir o seu posto definitivamente, mas em prática já assumi. – essa garota me irritava, não gosto que me tratem com desdém.

- Do que seu superior morreu? – ela parou em frente a uma cabine revestida por metal e com janelas de vidro fumê.

- Você veio investigar a morte do meu superior ou as lutas clandestinas? – ela me encarou nos olhos e seu corpo era reto igual uma tábua, apenas alguns resquícios de curvas se acentuavam em seu corpo.

- Prossigamos com o caso das lutas! – ela abriu a porta da sala e painéis de computadores espalhados pelo chão, todos destruídos, mal se podia andar. – Alguma evidência relevante foi encontrada?

- Nenhuma querida, seu conterrâneo lutador fez disso tudo um boné velho. – Karina Oliveira, seu rosto está gravado em minha mente, junto com as pessoas que pretendo socar antes de morrer.

- Quero te dar os parabéns! – a garota se aprumou e sorriu.

- É mesmo?

- Sim, parabéns pela porcaria de trabalho que você fez aqui! – Valente levou a mão a boca, segurando o riso.

- Faça o seu trabalho e suma daqui! – a baixinha marrenta saiu cuspindo maribondo batendo a porta atrás de si.

- Garota insuportável!

- Insuportável e feia, a senhora é bem mais gostosa tenente!

- O que você disse Valente? – o soldado contraiu os lábios para dentro da boca e afundou sua cabeça entre os ombros, corado de vergonha!

- Me desculpe!

- Quando voltarmos vou fazer um relatório a seu respeito direto ao capitão Cláudio.

- Não, por favor Tente! – implorou o rapaz.

- Cala a boca! E vamos ver se encontramos alguma coisa aqui! – passamos horas arrumando aquela bagunça, encaixando cada peça do quebra cabeça, para ver qual figura formava e quando tudo estava no seu lugar não havíamos encontrado nada. – Nada! – falei, meio que para mim mesma.

- Pois é... – disse Valente se encostando na parede, esbarrando no interruptor e apagando a luz. – Pelo amor de Deus me desculpa tenente!

- Não se mova soldado! – as trapalhadas dele até que serviram para alguma coisa, ao apagar a luz um ponto roxo apareceu, se destacando no chão, uma coisa que seria impossível de ser notada em meio a tanta bagunça. – O que será isso?! – com cuidado passei, levemente, a mão e o ponto roxo parecia um pequeno pino, que com um pouco de força o tirei do chão.

- Cuidado tenente! – Valente me puxou para trás enquanto que do chão uma portinhola se abria. – Vou chamar a Sargento Karina!

- Fique quieto ai! – eu sei que disse a ele que não gosto que as pessoas me toquem, mas tinha que impedi-lo de chamar a baixinha invocada, por isso, dessa vez, fui eu que segurei sua mão. – Vamos resolver isso só nós dois, ok?

- Mas a Sargento precisa saber!

- Se você ficar quietinho saímos para tomar um café juntos! – os olhos do rapaz andavam de um lado para o outro.

- Serio? – com um sorriso e dando uma ajeitada no cabelo respondi.

- Claro! – homens, sempre corrompidos pelo charme das mulheres.

- Beleza, vamos lá!

Tomado por sua virilidade e testosterona o Valente foi a frente, descendo as escadas. Um poço claustrofóbico de tão apertado. O limbo encrostado nas paredes me faziam arrepiar de nervoso, quando encostava na pele. Degraus enferrujados e cobertos pelo esgoto que pingava dos canos que alimentavam o bunker acima de nós. Tive que baixar muito meu teor de higiene e literalmente não me importar.

O fim das escadas dava para uma pequena sala, que possuía um único túnel como saída. Na parede da sala duas figuras desenhadas: O crânio trincado de uma caveira e ao lado, algo que seria um dragão, esguio e cumprido como uma serpente.

- O que será isso? – me aproximei das figuras para observá-las mais de perto. – Ambas foram desenhadas com carvão. – eu conhecia bem aquele cheiro. – Mas somente o dragão estava pintado. – fiquei totalmente perdida nos meus pensamentos.

- Cuidado tenente! – Valente me empurrou e a única coisa que ouvi foi um disparo, quando me virei para ver o que tinha acontecido, Daniel estava estirado no chão, com as mãos sobre o peito direito e sangrando muito. – Pega o safado tenente! Eu vou chamar ajuda pelo rádio! – o atirador era a única chance de resposta que tínhamos e um pouco acima de nós estava cheio de agentes, Daniel iria ficar bem eu não podia deixar o suspeito escapar.

- Ahhh, Vai com calma! – coloquei Daniel sentado, do jeito que deu, encostado na parede.

- Prometo que quando voltar teremos um encontro! – ele tentou sorrir, mas a dor o impediu!

Saí correndo com tudo o que tinha atrás do atirador, o meliante parecia ser muito pesado, pois pisava com muita força no chão, ecoando seus passos pelo corredor. Cortando o ar um projétil passou próximo ao meu rosto.

Dava para notar que o canalha também não era treinado, pois eu corria em linha reta e ainda assim ele errou o tiro. Saquei a Mícron 16 e apontei a arma para disparar mas, estava escuro de mais, não consegui ver onde ele estava.

A melhor maneira para atirar era deitando no chão, para diminuir o campo de visão do atirador, mas mesmo assim não consegui vê-lo. Tinha que deduzir sua posição pelo som do próximo disparo, mas para isso eu teria que me expor.

- EI SEU MERDA ATIRA EM MIM! -sem pensar muito nas consequências, porque senão você acaba não fazendo, eu voltei a correr. – ATIRA LOGO! – logo veio o segundo disparo, senti o leve tropeçar, mas nada que abalasse minha concentração. Eu estava focada no alvo, ainda em movimento fiz uma serie de disparos com a Mícron 16. – AGORA TE PEGUEI! – a arma era uma delícia para se atirar, o cabo aderente dá maior controle durante o coice dos disparos, posso dizer que devo ter acertado 70% do alvo.

- PARA! PARA! POR FAVOR! – o aspirante atirador era apenas um garoto gordinho, ruivo de sardas no rosto e grandes óculos. – Por favor não atire está doendo! – vários hematomas espalhados pelo corpo, alguns até sangravam, a munição não letal fazia um bom estrago.

- Eu não acredito! – caído, próximo a ele estava um Arti-Facto, um rifle de assalto que se alterna entre rifle e pistola, devido ao seu cabo retrátil, de uso exclusivo das forças armadas. – Você tem muito o que explicar rapaz!

Peguei o corpulento garoto pelo braço, fazendo-o ficar de pé. Mas quando fui dar um passo para andar minha perna não respondeu, foi quando senti algo viscoso escorrer por dentro da calça, assustada levei a mão até onde começou fisgada.

- Pela Facção! – disse o ruivo com o olhar assustado encontrando o meu cheio de raiva. – Pelo Povo! – com uma cotovelada o levei a nocaute. Tentei firmar os pés, mas a perna ferida me desequilibrou e eu cai.

- Alto lá! Quem está ai!? – luzes no fim do túnel, os agentes trapalhões estavam vindo me socorrer.

- Tenente Márcia! – eu gritei – Estou ferida, preciso de médico!

- Sim senhora! – o soldado vinha a passos largos, eu me encostei na parede fria do túnel e respirei fundo para controlar a dor, meu nariz foi impregnado por um perfume que me remete a infância e me enche de nostalgia, se meu olfato apurado não estiver errado, tenho certeza que o destino desse túnel são as forjas.

 


Notas Finais


Obrigado pela Paciência de vocês de terem lido aqui... Por favor, me perdoem caso a narrativa não tenha sido do agrado de vocês e por qualquer erro de português. Se possível deixem aqui seu comentário e sua sugestão. Favoritem se possível! Agradeço a todos...
Atenciosamente,
O Chaveiro.


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