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História Rosas do Major Armstrong - Capítulo Único


Escrita por: Andrajo

Notas do Autor


"Rosas do Major Armstrong" se passa no término do anime. Aviso de spoilers e possíveis gatilhos (misoginia). Classificada como +14 por causa de uma breve cena de violência.

Capítulo 1 - Capítulo Único


A ascensão de Roy Mustang à presidência não foi somente brilho e glamour; logo vieram os trâmites que qualquer político precisa cumprir. Em uma das questões colocadas em pauta, Mustang notou haver a necessidade de promover alguns alquimistas iniciantes ao nível federal. Diante disso, ele deu a Armstrong, seu compatriota de confiança, a missão de treiná-los. No entanto, não será tão simples quanto a ideia sugere; para obter aprovação, além de força e inteligência, eles deverão ter um forte senso de justiça.

— Todos aqui estão dispostos a fazer do exército uma força armada íntegra e justa? — Armstrong indagou para os novatos à sua frente, esperando uma resposta unânime.

— Sim, senhor! 

— Excelente — respondeu risonho, embora o seu bigode tenha ficado à frente do sorriso. — Ficarão sob a minha custódia o tempo que eu achar necessário.

Os soldados assentiram e partiram para seus alojamentos. O treinamento na manhã seguinte, e os subsequentes, definiriam uma nova etapa na vida de cada um. Com todo o entusiasmo que sentiam, não puderam deixar de comentar sobre o treinador que os recebeu.

— Eu não acredito que o Major Armstrong, em pessoa, vai nos ensinar! — disse um deles aos colegas, enquanto guardava sua farda no armário.

— É mesmo um choque ter conosco um sobrevivente da guerra de Ishval. É de homens viris como ele que o nosso país precisa para proteger as mulheres e crianças da nossa nação.

— Você está certo. Devemos seguir o exemplo que ele nos dá.

— Mas… — O mais baixo entre eles ousou intervir. — Não é a irmã do Major que comanda o Forte Briggs? Também há a subalterna loura que foi designada para auxiliar o Führer.

— A Olivier? Aquela mulher apenas obteve uma posição alta por causa dos privilégios da sua família. Quanto à oficial Hawkeye, está claro que ela e o Mustang estão tendo um caso — explicou, implicando que Hawkeye não teria chegado longe sem a influência de uma figura masculina.

— … — O seu confrade se absteve, preferiu não prolongar aquela discussão retrógrada.

 

[...]

 

Após uma rigorosa sessão de combate a curta distância, os rapazes decidiram fazer uma breve pausa. Eles haviam começado o treinamento físico há alguns dias e logo participariam de uma palestra sobre compostos orgânicos; os requisitos para se tornar um alquimista federal eram bastante exigentes. Enquanto descansavam, ouviram ao longe o instrutor discutindo com sua irmã mais velha.

— Talvez devêssemos apartar a briga e ajudá-la? 

— Vocês estão cometendo um erro ao subestimar a herdeira da família Armstrong — Mais uma vez, o baixinho se manifestou.

Os demais novatos o olharam com negação, já estavam fartos de suas queixas. Deixando-o para trás, se reuniram e começaram a planejar uma reivindicação contra o “corta-prazeres”.

— Com todo respeito, aquele cara não é adequado para o exército — sussurrou, temendo ser ouvido. — O Major precisa saber com quem está lidando. 

— Sim, compartilho da mesma opinião.

— Pode crer! Ele tem o aspecto de quem prefere colher flores a empunhar uma arma.

Envolvidos naquela especulação, demoraram para perceber que Alex e Olivier já haviam resolvido as suas diferenças. A desavença aconteceu em razão do homem de músculos proeminentes ter estendido o tempo de descanso dos seus pupilos. Na concepção da comandante, ele deveria ser menos indulgente. Enquanto a ouvia, Alex se manteve calado e isento de reações até o fim da repreensão, fingindo concordar antes de se retirar.

Chateado por ter seus métodos questionados, marchou rumo a um lugar que lhe trazia êxtase: o seu canteiro de rosas rubras. O odor exalado por elas era tênue, ainda assim, podia ser sentido por toda a extensão do jardim. “Vou colher algumas rosas para a senhora Izumi, soube que ela se esforçou demais e teve que ficar de repouso”, pensou, agachando-se para pegá-las.

Regar flores, em sua visão, é equivalente a alimentar um gato; ambos são vidas que necessitam de zelo e muita atenção. Precisamente, tirá-las da terra para formar um buquê era um ato cruel, por isso ele vem se policiando para não as arrancar do solo com frequência. Talvez fosse melhor as pessoas virem até seu jardim para apreciá-las... Hm, era uma ideia a ser considerada.

— Major? — Ouviu um chamado vindo dos recrutas. — O que o senhor está fazendo junto a essas… rosas?

— Oh! Rapazes! — Cumprimentou-os, sem notar o clima estranho que se sucedeu. — Vocês vieram para a palestra? Estou certo de que ela ainda não começou, aproveitem e descansem um pouco mais.

Eles ficaram inquietos, incapazes de ignorar a discrepância entre o cenário e o homem diante deles. Pensaram em sintonia: "Isso lá é trabalho para um homem de seu porte!".

—  Foi… foi a sua irmã que pediu para você vir aqui? — Um deles se pronunciou.

— A Catherine? — deduziu, parecendo ser a opinião mais plausível.

— Não! A Olivier, agora há pouco vocês estavam conversando. 

Armstrong ficou confuso. Seja lá o que estivessem insinuando, aquela era a pior suposição que poderiam ter feito.

— Não, ela não gosta de flores. Na verdade, detesta. Se vocês querem saber, esse amor que sinto por rosas foi passado de geração em geração na família Armstrong! — “Exceto pela Olivier”, acrescentou internamente. — Inclusive, existem alguns membros da minha família que… — Sua empolgação foi suspensa pela própria Olivier, que chegou de supetão.

— Nenhum desses patifes se interessa pela nossa história, Alex. Cale-se que eu mesma cuidarei deles. — Ela apertou os seus punhos com ira, tentada a sacar a espada. 

Os patifes, como ela os chamou, ficaram apreensivos e assumiram uma postura defensiva — não que isso tivesse qualquer utilidade, eram impotentes na presença da Rainha do Gelo. Afinal, o que havia despertado aquela fera?

— Irmã! O que pensa que está fazendo?! — Desta vez, foi o Major quem a repreendeu.

— O presidente me pediu para observá-los na sua ausência… — Odiava admitir, porém o panaca do Mustang estava fazendo um bom trabalho em sua posse. — Ouvi coisas que prefiro não repetir, além de serem completos inúteis incapazes de fazer o mínimo necessário. O título de alquimista federal deveria ser concedido apenas àqueles que estão acima da média!

Alex assentiu. Ele também havia percebido que eles eram inexperientes e pareciam pouco motivados, mas acreditava que com um pouco de estímulo poderiam se ajustar. Mas, o que Mira tinha ouvido que a deixou tão furiosa?

— O que eles fizeram? Não tema revelar a verdade, minha irmã. — A general consentiu, se ele insistia, não o privaria da verdade.

— Há dois dias, eles assediaram duas soldadas que estavam em seus postos, maltrataram o único colega que tentou aconselhá-los, e agora há pouco, enquanto o observavam de longe… — Ela cerrava os dentes. — Eles ousaram zombar de você pelas costas, o superior que se dispôs a ensiná-los. Se estivéssemos na Fortaleza de Briggs, eu os teria deixado morrer congelados do lado de fora.

Ficaram em silêncio, seja lá como aquela maníaca descobriu essa lista de incidentes, não podiam contestá-la, o que os fez ceder à podridão que residia em suas mentes. 

— E o que você esperava? Seu irmão é uma fraude! Por trás de toda essa virilidade, ele age como uma garotinha em plena juventude. Um verdadeiro homem deve ser firme e indiferente a essas bobagens femininas. Serão esses soldados capazes de mudar o país, senhora Armstrong? — A pergunta foi feita em tom agressivo.

Impulsivamente, a general ergueu a espada e a fincou no ombro do sujeito, derrubando os outros que tentaram contê-la em vão. Enquanto isso, Alex tentava assimilar a quantidade de informações que lhe foram dadas.

— Argh! —  Ele grunhiu. — Você está louca!?

— Deixe-me esclarecer as coisas... — Sua expressão antes contida deu lugar à imagem de uma fera. — Sabe por que o exército do norte é excepcional? Eles foram disciplinados para respeitar a lei do mais forte. Apenas um tolo discute com seu superior sem razão. Além disso, nós não temos tempo, nem mediocridade para fazer discriminações inúteis… — Ela passou a mão pelo pescoço do rapaz, causando calafrios nele. — Então, você está dizendo que meu irmão não é um verdadeiro homem? Essa é uma afirmação ousada vinda de alguém que nunca esteve em uma guerra. Alex lutou ao meu lado contra um monstro de três metros de altura com os próprios punhos, foi um verdadeiro ato de coragem. Portanto, não se atreva a difamá-lo. O seu conceito de gênero está completamente distorcido!

Ela soltou lentamente sua mão e retirou a espada do corpo do indivíduo, ignorando os gemidos de dor que ele emitia. 

— Quer que eu chame um médico? — Armstrong sugeriu, um pouco pálido diante àquela violência, contudo extremamente feliz por Olivier tê-lo defendido. Ele testemunhou um evento que julgava ser impossível. O seu coração palpitava como prova genuína de sua alegria.

— Ainda está do lado deles? Hahaha... — Dependendo da resposta, ela provocaria outra discussão.  — Deixe que ele se levante e vá rastejando até a enfermaria.

— Não me entenda mal, eu não defendo pessoas desprezíveis. — Ele se aproximou de sua irmã e estendeu o braço, sugerindo um aperto de mãos. Ela aceitou. — Agradeço profundamente por ter me defendido, seu discurso me comoveu!

Para aliviar a seriedade do momento, ele questionou:

— Talvez eu devesse agradecer com algumas rosas? — Louis sorriu, já sabendo qual seria a resposta.

— Faça isso e eu as queimarei até virarem cinzas.

Armstrong fechou os olhos, satisfeito com a resposta. Sentiu-se sortudo por tê-la por perto.


Notas Finais


Betagem: @Phantomy_. Ela mesma se voluntariou para fazer o serviço! Muito obrigado, apreciei as mudanças sugeridas, ensinou-me erros que eu não voltarei a repetir;
Capista: @NaturallyEdits. Melhor capa do século, sim ou claro? Agradeço demais à equipe, especialmente @NH99 — vulgo, Nigohyu — que foi quem a fez.


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