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História Royals - Second Season - My Whole World


Escrita por: wtfalasca

Capítulo 18 - My Whole World


Olá, Mel. 

Bem, eu realmente não sei se algum dia você vai achar essa carta, e é bem capaz que até eu mesma esqueça dela ou aonde coloquei. Mas, caso encontre, não fique com preguiça de ler até o final, idiota. 

Não, eu não estou te deixando uma fortuna. Não estou com alguma doença grave ou vou desaparecer, é apenas uma carta boba que nem sei porque estou escrevendo. Talvez por estar um pouco alcoolizada, só talvez. 

Neste momento, você está dormindo e babando no travesseiro, também bêbada. Acabamos de chegar da balada e você transou com um cara, ainda o chamou de Justin. É, parece que não esqueceu ele, tonta. Não que isso seja uma novidade, até porque está praticamente escrito na sua testa! Enfim, seu amor por Justin Bieber não é o foco desse negócio aqui. 

Acho que o motivo é não saber o dia de amanhã. Na vida que levamos é meio impossível. A qualquer momento um inimigo novo pode surgir, filhos da puta para acabarem com a gente, balas perdidas e outras merdas, então, independente de quando você estiver lendo e se eu estiver viva ou morta, saiba que sou grata. Grata por você que você fez e faz por mim. Por ser essa amiga/irmã que é. Sei que às vezes você se culpa por ter me colocado no meio de tudo isso, e eu juro de mindinho que me arrependo de nada. Nunca me imaginei na faculdade, afinal. 

Você fez a adrenalina correr por minhas veias, fez com que cada momento valesse a pena e, o mais importante, me fez ter alguém em quem eu confiasse plenamente. Me fez sentir amada e perceber que eu tinha, sim, uma pessoa que se preocupasse realmente comigo. Você e Hesther são os amores da minha vida, suas escrotas (não deixe ela ler isso, é uma ordem). 

Se eu não estiver com você nesse momento, provavelmente estou dando uma festinha particular no inferno, ou, por algum milagre divino, Deus tenha me acolhido e perdoado todos os meus pecados. Não vou dizer pra você não chorar, porque porra, em modéstia parte, eu sou/era importante, você tem a obrigação de derramar boas lágrimas, querida. Só não fique presa nisso, porque, seja onde eu estiver, estarei bem ao seu lado, te xingando por fazer besteira e te protegendo. 

Aconteça o que acontecer, continue sendo a mulher forte que você é. Você aguenta tudo. Você consegue. Você é a Melissa Carter, quase Bieber, porra. Não desiste por nada e nem por nenhum merda. 

Eu te amo e sempre vou te amar. 

Da sua amiga mais bonita e gostosa, Meg. 

Minhas lágrimas eram derramadas no gramado do cemitério, mesmo sem eu querer. A dor que exalava no meu peito estava melhor depois disso. Megan, mesmo morta, sabia como me confortar. 

Quando soube que de fato a perdi, era como se cada átomo do meu corpo pegasse fogo. Eu não conseguia assimilar o que estava acontecendo, pois a ideia de nunca mais vê-la, me assustava mais que qualquer coisa. 

Eu vomitei por horas. Era como se eu pudesse tirar toda angústia do meu corpo, colocando para fora. Mas isso não aconteceu. A dor não sumiu, tampouco diminuiu. Perder alguém que ama poderia ser considerado a pior sensação de todo mundo. Nenhuma tortura que sofri ultrapassou esta. Eu só queria que passasse. 

Coloquei a carta em cima de seu túmulo, levantando-me. Apertei o casaco em meu corpo quando um vento gelado me fez arrepiar. 

— Adeus, Megan. 

E me virei, saindo em passos lentos. 

Temos que dar adeus algumas coisas, isto era a lei da vida. Mas essa ideia não me confortava. Eu só a queria de volta, e saber que era impossível, fazia meu coração se apertar. 

Eu só espero que, onde quer que ela esteja, esteja em paz. 

§§§

Algumas semanas depois...

— Eu não aguento mais encher essas porras, Melzinha. — Chaz resmungou, com uma bola na mão. 

— Vocês são uns emprestáveis mesmo! — Revirei os olhos. — Eu vou chamar a decoradora, isso também já me encheu a paciência. 

Chris passou algumas notas para Justin, que as colocou no bolso. Lancei um olhar confuso para os dois. 

— Eu apostei que você não chamaria a decoradora e Justin apostou que sim. Bem, já temos nossa resposta. — Explicou Chris. Olhei indignada para Justin. 

— Obrigada pela confiança, Bieber. — Falei ironicamente e ele riu. 

— Veja pelo lado bom, eu pensei que você chamaria no começo dos preparativos, e já são — Ryan olha em seu relógio, que devia pesar mais que ele, no pulso. —, 21:00. 

— Você não tem saco pra isso, irmãzinha. — Revirei os olhos. 

Não discuti mais sobre isso, até porque até mesmo eu sabia que não levaria a ideia de arrumar tudo até o fim. No começo, aleguei que eram meus filhos e deveria ser eu a pessoa a organizar a festa, mas depois de ver o tanto de coisa chata que era pra ser feita, desisti. Já irei aguentar várias crianças correndo pela minha casa e, bem possivelmente, quebrando as coisas, é mais que suficiente. 

Depois que fiquei algum tempo com Alexis, a decoradora, no telefone, desliguei. A mesma me assegurou que amanhã bem cedo ela estaria aqui com sua equipe e as coisas estariam impecáveis até 19:00, o horário da festa. O que o dinheiro não faz, não é? 

— Essa casa vai virar uma creche amanhã. — Resmungou Caitlin, com Julie no colo. Mandei um beijo para mesma, que sorriu. 

— Sr. Melissa, você tem visita. — Clary disse e assenti, a seguindo para dentro de casa. 

Hesther estava ali, com várias malas e um sorriso gigante. Sorri abertamente, a abraçando forte. 

Depois da morte de Meg, Hesther ficou bem mal mesmo, dizendo que precisava de um tempo só pra ela e para lidar com a dor sozinha. E, bem, depois de algumas semanas, ela está aqui, parada diante de mim. 

— Que saudade que eu estava de você e da sua bunda! — A apertei contra mim, sentindo seu riso em meu pescoço. 

— Eu estou sem ar, Melissa. — A soltei, rindo. — Também estava com saudades, bobona. 

— Aposto que está com mais saudades do Chris. — Levantei as sobrancelhas, a olhando maliciosamente. 

— Ele me dá certas coisas que você não pode. — Devolveu no mesmo tom, nos fazendo gargalhar em seguida. — Ele está aqui? 

— Sim, como todos. Lá no jardim. Vamos. 

[...]

— Aquele vaso era francês! — Resmunguei, depois que uma criancinha passou correndo e o fez se estilhaçar em milhões de pedaços. 

Haviam mafiosos de várias gangues, aliados ou só curiosos para conhecer os herdeiros das máfias Bieber e Carter. Minha casa estava cheia, com milhares de crianças, recreadores, brinquedos, garçons e mil coisas que eu não conseguiria arrumar sozinha nem que me esforçasse muito. Alexis era um anjo que caiu do céu, que foi empurrada por uma grande quantia de dinheiro, afinal. 

Jessica levantou os bracinhos, resmungando. A peguei, a ajeitando em meu colo. 

— Puia Puia. — Jess apontou para o pula-pula. 

A levei até lá, dando ordens para a funcionária ficar de olho, mas que não tinha perigo se ela ficasse sozinha dentro do mesmo. Quando a botei, ela fez uma careta, começando a chorar. 

— O que, peste? Você não queria ir? — Falei em uma voz fofa, pegando-a novamente. Jess puxou a alça do vestido, apontando novamente para o brinquedo. — Ah, filha, qual é! Você não vai me fazer entrar nisso, vai? — Ela gargalhou e eu bufei, retirando meus saltos enquanto a equilibrava em um braço só — táticas adquiridas por mães. 

Quando estávamos nós duas lá dentro, eu pulava e tentava manter meu vestido a baixo dos joelhos, anotando mentalmente nunca mais ir com um tubinho para festas de criança — ou nunca mais fazer festas de criança. 

Jessica gargalhava e batia as mãozinhas, tentando ficar em pé, sem sucesso. Só de ver o sorriso no seu rosto, já valia a pena todo o sacrifício que era ficar dentro desse negócio. 

— Essa é a cena mais hilária do mundo! — Disse Justin, chegando com James no colo, juntamente com o resto do pessoal. 

— Da um sorrisinho, maninha. — Katherine zombava com seu celular na mão, provavelmente me filmando. Mandei um dedo, a fazendo rir. 

James começou a fazer a mesma coisa que Jess fez comigo, mas com Bieber, enquanto meu olhar convencido caía sobre o mesmo. 

Ele bufou, revirando os olhos. Logo estávamos nós quatro dentro do pula-pula, e descobri que Justin era tão — ou até mais — infantil quanto os gêmeos. 

[...]

Depois do coro de parabéns, vi Justin pegando o microfone da mão do DJ, me fazendo estranhar. 

— Então, eu não sei como começar esse negócio e se eu descobrir que algum de vocês gravou essa merda, eu caço até o inferno. Enfim, Melissa, pode vir aqui na frente, por favor? 

Franzi o cenho, entregando James para Pattie, já que Jess estava com Clary. Fui até o centro, o olhando com curiosidade. 

— Bem, eu acho que devo algumas palavras à você. Na verdade, devo muito mais que isso. Se eu pudesse te dar o mundo, eu daria. Se a porra das estrelas te fizessem feliz, eu iria lá pegar, porque nada me faz mais feliz que a sua felicidade. Melissa, temos um passado cheio de coisas que não valem a pena serem lembradas, mas eu só queria o seu perdão, e isso pra mim é tudo. Eu sinto sua falta em cada momento do meu dia e de te chamar de minha. Já passamos por coisas pra caralho, temos filhos juntos e você não vai se livrar de mim tão cedo. Sei que às vezes eu te tiro do sério, que brigamos e você joga as coisas em mim, literalmente — O local de preencheu em risadinhas. —, e isso até me deixa um pouco com medo, mas tudo bem, eu mereço. — Tento esconder o sorriso que brota em meus lábios, mas é impossível. — Eu fiquei me perguntando o que eu poderia te dar, algo especial, sei lá, mas vi que nada material iria adiantar, então irei te mostrar uma parte minha que ninguém sabe e, repetindo, se alguém filmar esse cacete, vai pro saco. 

Minhas pernas já estavam moles, enquanto meu coração batia freneticamente. A ansiedade percorria por todo meu corpo. Porra, Bieber, por que você tem que me deixar assim? 

Ele faz um sinal para Ryan, que trouxe um violão. O mesmo puxou um banco e ajeitando o microfone à sua frente. Depois de suspirar, as notas começaram a a ser ouvidas e sua voz, a qual eu nunca soube que era tão bonita, se fez presente. 

You look so wonderful in your dress 
I love your hair like that 
The way it falls on the side of your neck 
Down your shoulders and back 

(Você está tão maravilhosa neste vestido 
Eu amo seu cabelo deste jeito 
O jeito como cai ao lado de seu pescoço 
E sobre seus ombros e costas)

We are surrounded by all of these lies 
And people who talk too much 
You got the kind of look in your eyes 
As if no one knows anything but us

(Estamos cercados por essas mentiras 
E pessoas que falam demais 
Você tem um olhar em seus olhos 
Como se ninguém soubesse de nada, só nós)

And should this be the last thing I see 
I want you to know it's enough for me 
Cause all that you are is all that I'll ever need

 (Esta deveria ser a última coisa que vejo? 
Quero que você saiba que é o bastante para mim 
Pois tudo o que você é, é tudo o que eu preciso)

I'm so in love, so in love, so in love, so in love

(Estou tão apaixonado, tão apaixonado, tão apaixonado)

You look so beautiful in this light 
Your silhouette over me 
The way it brings out the blue in your eyes
Is the Tenerife Sea 
And all of the voices surrounding us here 
they just fade out when you take a breath 
Just say the word 
and they'll all disappear into the wilderness

(Você está tão linda sob essa luz 
Sua silhueta sobre mim 
O jeito como destaca o azul em seus olhos 
É como o mar de Tenerife 
E todas as vozes que nos cercam aqui 
Elas desaparecem quando você respira 
Só diga a palavra 
E eles desaparecerão no deserto)

Depois de mais algumas melodias, ele terminou. Meu rosto estava inundado de lágrimas, enquanto todos ao redor batiam palmas e assobiavam. 

Era como se tudo ao redor tivesse sumido e só nós dois estivéssemos ali. Ele lançou sua mão em minha direção, meio incerto se eu ia ou não segura-lá. Até eu estava assim. 

Ele havia cometido erros catastróficos comigo no passado e eu estava insegura. O orgulho lutava contra a razão e meus sentimentos. Eu o perdoaria? Passaria uma borracha por cima de seus tapas, xingamentos e humilhações? 

Ele achava que eu era a traidora e, sinceramente, eu ficaria tão puta quanto, caso fosse ao contrário, até porque antes disso ele nunca havia levantado a mão para mim, mas isso não apagava tudo. Justificava alguma parcela, mas não excluía tudo

Passei anos remoendo isso. Anos sentindo sua falta e tentando o compreender. Porra, temos filhos juntos e eu o amo, por que é tão difícil escolher?

Quando coloquei minha cabeça no lugar, tomei minha decisão. 

Segurei sua mão, e era como se eu estivesse segurando o meu mundo inteirinho. 



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