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História Sacrifice - Dormindo;


Escrita por: Mari_Lim

Notas do Autor


¯\_(ツ)_/¯ Voltei.

Olha eu!!! (/◕ヮ◕)/


Espero que gostem mais desse do quê do anterior <3

Venho aqui com o fim do dia de ontem, para vocês que possivelmente ficaram curiosx


Boa leitura meu povo que lê sacrifice e se sacrifica a cada capitulo comigo <3

Capítulo 32 - Dormindo;


Fanfic / Fanfiction Sacrifice - Dormindo;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(...)

 

 

 

 

 

Uma nevoa sendo espantada por uma fina garoa; de repente ficou tudo límpido, mas escuro. Ainda mais escuro; viu um vulto rastejar atrás, à frente, pelos lados; mas para que lado estava realmente olhando? Era confuso, ele não entendia, lhe causava tontura.

 

Sabe quando se está sonhando que está caindo e acorda com o corpo em um solavanco? Fora exatamente assim que Ten acordou, sentindo  o coração apertar e acelerar num susto só, e em seguida outro susto o desestabilizou, o fazendo gritar de susto.

 

Um raio e trovões que o seguiram, Estrondou, era como algo grande que caia, acabou explodindo no ar, no céu acima daquela casa, fazendo o quarto todo clarear e Ten se esconder debaixo do edredom enquanto tampava os olhos com a curva do braço. Johnny também acordou, quando ouviu aquilo o puxar de sua playlist para dormir, o fazendo perceber que tinha dormido e que tinha acordado na pior hora, quando a chuva e seus fenômenos faziam festa lá fora. Fenômenos esses que contribuíram para aquilo.Tudo ficou escuro, tanto do lado de dentro quanto do lado de fora , e acendeu novamente em poucos segundos, fazendo Johnny perceber que havia sido uma queda de energia.

Sentou-se no sofá, bagunçando os cabelos e retirando os fones da cabeça. As luzes se apagaram novamente e não voltaram como da primeira vez; era agora oficial, uma queda de energia.

 

 

— Droga – Xingou Johnny.

 

 

E Ten ainda estava lá, tremendo debaixo do edredom. Um celular caiu no chão, era o de Ten que tateou a cama à procura do aparelho, enquanto ainda mantinha os olhos fechados. O celular caiu no chão nesse processo de busca, totalmente longe de seu alcance, e somente ai ele saiu de baixo das cobertas, se deparando com a escuridão total que tomava o quarto.

O único claro eram os dos raios que ainda caiam soltos que entravam por pequenas frestas da cortina, lá de fora para dentro do quarto, e a luminosidade da tela dos dois celulares ali naquele quarto.

Ten olhou para baixo, para o celular que estava no chão e conseguiu o alcançar ao se esticar o braço para pegá-lo, ainda sobre a cama, o atendendo assim que o trouxe para perto, era seu pai quem ligava.

 

 

— Alô? – Ten indagou atendendo ao ruído que se chamava de chamada, não entendo – Alô, appa?

— Filho? Alô? Alô?  – O homem questionou – Alô? A ligação está horrível.

— Não estou ouvindo direito, tá cortando, aonde está? – Disse Ten, se sentando na cama – Porque está me ligando?

— Eu vim ao centro – e mais um corte e Ten tentou se concentrar, para entender – com Wong e sua mãe – Disse o homem – mas a chuva está muito forte e as vias estão interditadas, as entradas estão sem passagem, por conta de um raio que atingiu a rota ao norte – Contou o pai – um salgueiro enorme de quase 100 anos caiu, eu e s-ua mãe... nã- n-ã

— Alô? appa?

— Entendeu? – O pai questionou.

— O quê? appa?

— Eu vou desligar, fic- bem – O homem disse, antes de interromper a ligação.

 

Ten tirou o celular do ouvido e ficou se questionando: O quê?

 

Um salgueiro de cem anos caiu? Na estrada, certo? Ele havia ido ao centro com sua mãe? O centro que ficava a quase duas horas de onde estavam? Certo? E mais o quê?

 

 

— O que foi? – Johnny questionou, o fazendo fitar para onde ele estava.

— Meu appa ligou, dizendo que estavam no centro, mas que a estrada estava interditada porque uma arvore de cem anos tinha caído... – Disse, Johnny riu.

— Então eles não voltaram hoje?

— Hã? – Ten questionou, entendo enfim o porquê da ligação, ele era lento as vezes – Parece – Disse Ten, interpretando por si só a ligação, devia ser aquilo  – mas cadê seus pais?

— Eu iria ligar agora, mas meu celular acabou a bateria e estamos sem energia.

— Eles talvez já estejam em casa – Disse Ten – A energia caiu?

— Despencou – Disse Johnny – talvez o salgueiro de cem anos tenha atingido os fios, ou sei lá.

— Preciso de velas, ou lanterna ou – Ten disse, aleatório e então levantou, se praguejando por estar tão aquecido enquanto o chão estava tão frio, clareou o chão, a procura de suas pantufas, mas não achou, estavam na mala – Cadê minha mala? – Sussurrou, se vendo sem alternativa.

 

Desceu da cama e andou na ponta dos pés, a procura de sua mala, quando quase tomou nela com o mindinho – talvez tenha passado de raspão – se abaixou ali perto dela, a deitando no chão e a abrindo, para procurar coisas que o aquecesse. Suas pernas doeram, então ele se sentou no chão, clareando a mala com o celular, a procura de meias e uma blusa mais grossa, mas quem disse que tinha trago seus suéteres?

 E ali estava, umas das primeiras coisas que estava esquecendo. Suspirou, agradecendo não ter esquecido as meias e nem as pantufas, as calçou. Levantou-se após isso, indo em direção a porta e a abrindo; olhou para fora, era uma escuridão que dava um arrepio na espinha e aquele vento; aquele vendo que ruía e assobiava no corredor, parecia até cena de terror.

Não saiu, travou ali. Olhou para trás, vendo Johnny, melhor, achando ver Johnny no sofá, seguiu até lá, quase perto, quando outro raio caiu. Ele estava dormindo?

 

 

— Johnny? – Chamou, Johnny o encarou, quando outro raio clareou – Você...

— O que foi?

— Não quer me ajudar a procurar uma lamparina, ou algo assim? – Ten perguntou, Johnny riu, retirando os fones da cabeça – Você ouviu?

— Ouvi – Disse Johnny, se sentando no sofá – Você está com medo de ir lá embaixo sozinho? – Johnny indagou, Ten bufou, rodopiando os olhos enquanto cruzava os braços.

— Claro que não, só achei que seria mais fácil se você ajudasse – Argumentou Ten – Você já viu o tamanho dessa casa?

 

Johnny nada disse, apenas se levantou do sofá onde estava desconfortavelmente deitado, enquanto Ten estava dormindo até está hora naquela cama super espaçosa.

 

— Deixe eu me vestir – Disse Johnny, lembrando-se que ainda vestia apenas o roupão e a pela debaixo – Que frio é esse? – Reclamou, a procura da mala pelo quarto.

 

Ten agradeceu escuro, de verdade, naquele instante e esperou Johnny na entrada da porta e quando ele veio aparentemente vestido. Johnny fechou a porta,  o corredor fazia barulhos estranhos, por causa do vento que quase zumbia em seus ouvidos, e estava frio, extremamente frio, então seguiram os dois, sendo guiados pelo celular de Tem que clareava o chão a frente deles.

 

— Não tem mais ninguém aqui? – Johnny questionou, não ouvindo nenhum barulho além do arrastar de seus pés e do vento.

— Parece que não – Disse Ten – Começou a chover cedo? – Questionou.

— Pouco tempo depois que eu saí do quarto – Comentou Johnny.

 

 

Ten se perdeu um pouco ao fim do corredor, clareando enfim para o lugar certo, o começo da escada a esquerda; desceram então o primeiro rolo das escadas, naquele quase breu, e como se não bastasse a bateria do celular do ômega morreu, os fazendo travar no meio dos degraus do segundo andar para o primeiro.

 

 

— E agora? – Indagou Ten, não vendo um palmo a sua frente, travando ali mesmo, com um pé em um degrau a frente.

— Sai da frente – Mandou Johnny, ultrapassando Ten – Me segue – Alertou, tomando a frente.

 

Não era nada surpreendente, mas algo na composição e diferença dos alfas os davam também uma boa visão noturna. O escuro não era assim tão escuro. Porém, os ômegas definitivamente não possuíam aquele dom, pois não importava o quão cuidado tentava ser, Ten continuava a pisar em seu calcanhar, e trombando com suas costas, quase os derrubando escada abaixo por mais de duas vezes.

 

— Nós vamos cair assim – Avisou Johnny, parando, fazendo o corpo menor chocar-se mais uma vez contra suas costas, quase os derrubando novamente.

— Eu não vejo nada Johnny – Avisou Ten, retomando um degrau atrás, Johnny então agarrou seu pulso, o assustando por alguns.

— Ande ao lado – puxando Ten para seu lado – e não atrás, tem espaço – Disse ele, quase rindo da cara do outro – Pé direito, pé esquerdo – Dizia ele e Ten o seguiu, era melhor do quê cair, ainda mais para ele, cair daquela escada seria muito arriscado.

 

Com a sabedoria do alfa e da concordância do ômega conseguiram enfim todos os degraus sãs e salvos, chegando assim ao primeiro andar da casa de vidro. Era quase uma, tinha-se muitas janelas – também, com aquela vista, seria errado não ter –, os raios soltos lá fora eram assustadores, para quem tinha medo. Para Ten, que não gostava tanto assim de quedas de energia, tudo se tornava assustador naquela casa quase abandonada.

 

 

— Acho que as empregadas já largaram o expediente delas desde cedo – Disse Johnny – Aonde acharemos uma lanterna ou lamparina? – Questionou.

— Num deposito, ou numa dispensa, na cozinha? – Supôs.

— Aonde é a cozinha? – Johnny questionou, achando valido.

 

 

E perdidos procuraram a cozinha, com a ajuda da boa visão noturna de Johnny e os raios que clareavam a casa a cada um minuto. Acabaram a cozinha e nela uma mesa posta para dois, com um lembrete:

 

“Tenho que ir antes que a chuva chegue por aqui, fiz jantar para dois, o resto do pessoal não volta hoje”

 

 Ten leu aquilo, em voz alta. Estava com fome, mas não estava com vontade de comeram, então ignorou, queria mais estar no claro.

 

 

— Não vai comer? – Johnny questionou, averiguando a comida.

— Não estou com fome – Disse, dando de ombros.

— Tem certeza? – Ten apenas concordou a sua pergunta.

— Oh – Ten murmurou – Acho que ali deve ser uma dispensa – Alertou, quando um raio clareou uma porta bem a frente.

 

Ten seguiu até lá, quase como um cego de bengala, ou pior que um. Depois de encontrar a maçaneta da porta ele enfim entrou, tateando algumas coisas, mas estava escuro, era dificil.

 

— Johnny – Chamou por Johnny tendo o mesmo entrando na dispensa segundos depois – Me ajude aqui – Disse, quando avistou o alfa.

— Vocês tem mesmo uma péssima visão – Disse Johnny, Ten não ligou.

 

 Johnny olhou em volta, a procura de algo, na tentativa de ser pratico, avistando assim uma estante. Era uma estante embutida a parede, grande, lotado de coisas variadas, tinha de tudo.

Desde varas de pesca à mangueiras, de caixas de ferramentas à armas de caças, mas não via algo que se parecesse com lanterna ou lamparina, que era o que estava a procura junto do ômega que parecia desarrumar tudo e nada achar, ao contrario dele que procurava com os olhos primeiramente para já ir na certa.

 

 

— Achei – Disse Ten, fazendo oalfa fitar o chão, onde o ômega estava abaixado, mexendo numa caixa. Johnny riu quando Ten acendeu aquilo, foi quase decepcionante  – Uma lanterninha – Disse Ten, se decepcionando, mas agradecendo, tinha sido um grande achado – mas vai ajudar – Avisou, se levantando com certa dificuldade.

 

Era nisso que dava se tornar um gestante em um estado de sedentarismo tão elevado.

 

— Tá, clareia pra cá – Disse Johnny, se aproximando da estante, olhando atrás e entre as varias tralhas que tinha ali.

 

Johnny derrubou algo que quase atingiu seu pé, olhou aqui e ali com a ajuda da lanterninha e achou uma coisa, da qual puxou por uma alça, pedindo Ten para clarear em cima.

 

— Isso – e olhou, a procura da engenharia por trás daquilo – É uma lamparina muito antiga, mas lamparina – Disse ele.

— E como funciona? – Ten indagou, não entendo ao averiguar – a vela ou a pilha? – Questionou, mas não parecia ter respostas – Querosene?

 

Johnny mexeu, em algumas coisas, apertando um botão que ficava em baixo e confirmou ser a pilha, quando a mesma acendeu, clareando os dois, quase os cegando.

 

— A pilha – Responderam, ao mesmo instante.

 

Saíram dali,colocando a lamparina em cima da grande mesa de jantar. Johnny descobriu a travessa que estava no centro da mesa, era lasanha. Ele jantaria sem duvidas. Pegou um dos pratos postos sobre a mesa e tirou uma fatia generosa, indo à procura do forno micro-ondas.

Voltou para a mesa, colocando o prato ali e indo até a geladeira, encontrando uma jarra de suco, da qual trouxe para a mesa.

Ten se viu tentando a comer daquela lasanha, mas lembrou-se do acontecido na casa de Jungwoo, quando dormiu lá depois da festa.

Seu pai tinha feito lasanha e eles jantaram, quando chegaram da festa e foram deitar. Estavam os dois, na cama de Jungwoo, ainda com as roupas da festa, conversando e discutindo sofre algumas coisas sobre a vida, quando Ten sentiu o momento travar e a lasanha vir a sua mente, mas como motivo de enjoo. Um enjoo que o fez esquecer-se até de onde estava e com quem estava.

 

 

 

— Você não comeu quase nada hoje – Disse Johnny, o tirando de seus devaneios.

— Eu prefiro evitar certas comidas – Disse Ten.

— Está boa – Disse Johnny que não entendia o lado do Ten que tentava se convencer de que vomitaria a noite toda para não ceder a vontade de comer a lasanha.

 

 

 

Mas ele não resistiu mais, sua barriga roncou e sua boca encheu de gosto, quando sentiu o vento frio que entrou por algum lugar trazer o cheiro da lasanha até suas narinas. Serviu-se, segundo o mesmo trajeto de Johnny até do forno micro-ondas. Sentou-se na ponta as mesa, aonde estava antes, quando se serviu do suco de laranja.

Comeu, limpou o prato e rezou ao longo que subia as escadas, atrás de Johnny, rezou para que ele simplesmente conseguisse apagar quando enfim deitasse para dormir e que não acordasse para ir colocar tudo para fora.

 

 

 

 

 

 

 

 

______

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Morar debaixo do mesmo teto já tinha se tornado uma coisa mais normal – afinal, se não tivesse, estavam sendo infantis demais. Johnny não interferia em quase nada do seu dia e ele também fazia o mesmo, procurava fazer de tudo para não precisar pedir qualquer ajuda ao alfa. A aproximação, eles quase não a tinham. Eles não tinham uma aproximação que pudesse ser considerada a mais confortável do mundo, mas também não era assim tão desconfortável – não como antes, pelo menos –, no fim, estavam lidando melhor com a presença do outro. Agora cada um tinha seu quarto, cada um fazia sua comida e cada um fazia o que desse na telha. No fim da noite Ten dormia sossegadamente em seu quarto e Johnny no dele.

 

Mas apesar dos pesares, naquele momento não era que o incomodava a ponto de fazê-lo perder tempo ao pensar naquilo, sabe? Era apenas algo não premeditado, tanto que, ele sequer tinha caído à ficha ainda.

E não era também, algo que o incomodava a ponto de não fazê-lo pensar. Só era um pouco estranho. Ele nunca pensou que dividiria a cama com Tem, para deitar e dormir; e falando assim, ele ficava totalmente na linhaem que ele tinha traçava ao escrever sua historia; aquela história, da qual envolvia um alfa e um ômega que não queria se envolver e que não se envolveriam. Porém, nada era e não  poderia nunca ser  100%, como imaginamos, lá estava, Ten do lado direito – a sua frente –  em pé, e ele do lado oposto, em pé também.

 

Piscou algumas vezes, sem reação alguma. Apenas dedicando um curto período de tempo a aquele desvio em sua estória, era até engraçado, o destino contribuía para te contrariar – somente. Ten lhe copiou;  nas ações pelo menos, foi até engraçado.

 

Não seria bobo de se enganar ao dizer para si que aquilo estava totalmente fora da área de conforto que eles dois tinha criado: longe o suficiente para não se alfinetarem como antes e perto o bastante para caso precisasse – no caso, o ômega.

Era estranho, ainda mais com a ação daquela  meia luz – da lamparina –  que o dava ainda mais visão total de tudo, e Ten ali, tão incomodado – ao julgar por sua cara –, foi engraçado , tudo,  Principalmente quando seus olhos desceram dos olhos de Ten por seu corpo de pequena estatura. Calma, não é isso, não pensem maldade, Johnny não olhou assim desta forma tão descarada para o ômega a sua frente e para seu corpo, ou até olhou, mas ainda não era aquele o ponto. Fora como se algo chamasse sua atenção, despertando assim sua curiosidade, sabe?

 

Ten estava diferente; em um aspecto todo, e de todos os ângulos. Seu rosto estava redondinho, assim como sua mãe disse dentro do carro – e aquilo ele confirmava agora – Não era muito de direcionar atenção para Ten e a esses tipos de detalhes, mas naquele caso fora impossível não reparar. E ele olhou, dos olhos que o encaravam confusamente até parar sobre sua barriga. Fora uma surpresa para Johnny, que olhava assim, para Ten pela primeira vez. Foi realmente uma surpresa. Ele nunca tinha olhado pra ele e pensado: Hm, esse ômega está esperando um filho meu.

 

Pelo menos não de uma forma profunda como aquela, que ainda era rasa. Fora uma surpresa,  dava pra notar que seu filho estava realmente ali, dava pra notar bastante alias. Johnny percebeu aquilo, pois ele lembrava bem, ele não era assim tão esquecido; ele lembrava-se de quando viu pela ultima vez a barriga de Ten, e lembrava-se também daquela vez, naquela altura onde ele tirou uma foto, já achou diferente naquela altura – mas percebia agora que não era assim tão diferente –, mas não era uma diferença grande ao julgar por está, que ele via agora, aquela sim era diferente. Johnny quis rir quando Ten percebeu seu olhar sobre si, acabando por tirar sua visão ao  colocar os braços sobre a barriga de uma forma nada disfarçada.

 

Ele percebeu? Claro.

 

 Johnny suspirou. Mas que mal havia ele olhar? Olhar nunca tirou pedaço de nada.

 

— Porque insiste em esconder sua barriga de mim? – Johnny questionou, Ten desviou o olhar enquanto rolava os olhos, Johnny viu.

— Eu não escondo – Afirmou Ten.

— E porque colocou as mãos em cima da barriga quando viu que eu estava olhando pra ela?

 

 

 

Ten nada disse a principio e nada diria, pois comprar assunto com Johnny era fácil, mas cortar assunto com Johnny era ainda mais fácil; bastava ficar calado. Mas porque não responder?

 

 

— Porque seu olhar é estranho – Ten disse.

— Estranho é você que quer impedir – Começou Johnny, usando de seu lado dramático de propósito para dizer aquilo. Mas era verdade. Ten estava impedindo qualquer coisa – A pessoa – Continuou, mas parou – que fez o bebe que esta em sua barriga de ver a sua barriga.

 

Ten riu, de verdade.

 

— Vai dormir Johnny – Disse Ten, não acreditando que Johnny estava fazendo piada a aquela hora da noite.

— E eu vou mesmo – Avisou, tirando as pantufas do pés, jogando o edredom para o lado, para que pudesse deitar – e não me olhe estranho – Disse, para Ten que ainda se encontrava totalmente e aparentemente desconfortável sob aquela situação – Vamos apenas deitar nessa cama, se cobrir e dormir – Ditou, sério, Ten o encarou, descruzando os braços acima da barriga – porque todos nessa casa –  Começou a falar mais baixo, como se tivessem plateia –  acredita que nós somos um lindo casal.

— O ricey ta ouvindo – Cochichou Ten, apenas para entrar na brincadeira sem graça que Johnny iniciara.

 

 

Porque se tinha uma coisa de extrema importância que teria que aprender para conviver com Johnny era aquilo:

Saber brincar, saber contar piada das situações serias e usar da boa e velha ironia. Porque aquelas pareciam ser as peças do funcionamento de Johnny e quem tivesse que conviver com ele teria que aprender a usar dela.

 

— Quê? – Johnny questionou, não entendo. Ten marcou o primeiro ponto? Sério?

— Não decepcione o bebe antes de ele crescer e entender a situação toda – brincou, dando impulso a aquilo ao usar sua seriedade.

— Do que está falando? Doido! – Disse Johnny, se sentando na cama.

— O bebe já ouve tudo que nós falamos, não sabia?

— Mesmo que ele escute, ele não entende.

— Entende sim. Ele entende o que eu entendo.

— Doido – Atacou Johnny, rindo fraco – Você está com febre querido? – Perguntou Johnny, irônico.

— Insensível – Atacou Ten, serio.

— O bebê ta ouvindo – Fora a vez de Johnny.

 

Ten riu. Tudo encenação, das duas partes.

 

Deitaram-se enfim sobre aquela cama enorme, para o bem de todos, depois daquele papo estranho. Cobriram-se com o edredom dividido e ficaram quietos, estranhamente sobre a cama. Olhando para o teto, pigarreando, balançando o pé, arrumando o travesseiro debaixo do pescoço a fim de conforto; ou era a tensão que trazia aquele desconforto? Era estranho, para os dois. Não tinha como pesar numa balança. Era igualmente desconfortável, seria perca de tempo.

 

Os raios caiam soltos, os trovões também. Seo já sabia, seria uma noite infernal de sono perdido. Não tinha nem como ele dormir naquela noite. Eram muitas coisas e seus tímpanos não deixariam seu cérebro desligar um só minuto. Era por isso que ele odiava o mês de Julho mais que tudo.

 

 

— Mexe?

— Quê?

 

Silencio.

 

— O bebe já mexe? Ou não, tipo – e parou, não tinha como explicar ou remendar aquilo. Apenas deixou no ar.

 

Ten pensou, tentando se aquecer, fitando o teto quase escuro. Era desconfortável, mas suportável.

 

— Sim e não – Respondeu, por fim. Johnny jamais entenderia a montanha russa e a contrariedade de estar grávido.

— Como assim, sim e não? – Johnny questionou, alguns segundos depois, quando Ten pensava que ele apenas deixaria aquilo no ar.

— Não, porque eu sinto algumas coisas. Mas são muito singelas para dizer que sinto ele mexer, deve ser outras coisas e não ele  – Explicou, nem imaginando o nó que se formava nos pensamentos de Johnny que até tentou entender aquilo – e sim porque eu sei que o bebe já mexe, mesmo não o sentindo – Disse, olhando para Johnny. Quis ver a cara dele.

 

Johnny o olhava como se o julgasse o louco mais bem sucedido da face da terra e se assim pensasse, Ten daria o braço a torcer e apoiaria ele naquele pensamento, porque era assim que ele se sentia: O louco mais bem sucedido da face da terra.

 

 

— Como tem tanta certeza disso? – Johnny questionou, voltando a olhar para o teto.

— O livrinho – Disse Ten, abrindo a boca em um bocejo.

 

Silencio.

 

Johnny riu. Como acreditar tão cegamente no livrinho? Ou ele era quem era insensível demais perante a aquele assunto?

 

Johnny parou um pouco, apenas olhando o teto quase escuro se ao fosse pela lanterna a pilha que iluminava o local. O silencio, os insetos cantando em algum lugar e a chuva caindo sem piedade no solo.

 

 

— Você vai deixar eu tocar? – Johnny questionou e naquela vez, Ten simplesmente não acreditou que aquilo estava vindo da boca de Johnny.

Silencio. O silencio daquela vez foi totalmente necessário.

 

— Claro que não – Ten respondeu, seriíssimo, enquanto olhava para Johnny.

— Quê? – Johnny indagou sério, o encarando – Você não está falando sério? Não é?

— Claro que estou Johnny.

 

E manteve, o olhar no dele, para que ele acreditasse. Por alguns segundos. Ten então deu as costas para o que estava o encarando com aquela mesma cara de espanto. Riu para si, enquanto procurava uma posição para dormir, mas não deixou que ele visse, sua cara de vitoria. Pois ele queria que Johnny acreditasse que ele falava serio.

Ele não podia dizer aquilo com toda certeza, pois mesmo que ele quisesse, ele não poderia dizer  que Johnny nunca tocaria em sua barriga. Que pai não vai tentar  ou querer  sentir  em algum momento o filho mexendo quando o momento enfim chegasse?

 

 

 

 

 

 

_______

 

 

 

 


Notas Finais


Olha eu, haha

vou ser sincera ( e nada modesta) eu realmente gostei desse capitulo e gostei mais ainda de escrevê-lo.
Serio rsrs

Espero que tenham gostado também.

E assim vai nosso Ten e nosso Johnny, lentamente mudando.
Cara, parei para pensar enquanto arrumava o formato aqui, Johnny e Ten logo no começo de sacrifice eram muito, como dizer, suicidas um com o outro?
Deu até uma coisa aqui kk

É a metamorfose se fazendo valer né, nada continua sendo igual para sempre.

Boa noite, espero que durmam bem <3


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