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História Sacrifice - Enfrentar.


Escrita por: Mari_Lim

Notas do Autor


😬


Oi?


É, é uma atualização.

E pode não ser o capítulo que entrará para a lista de capítulos preferidos de vocês, mas é sem dúvidas um capítulo que entrará na lista dos capítulos "marcos" da história, para mim e claro, que que sendo assim, é importante de alguma ou de muitas formas para a história e a importância dele virá nas próximas postagens, então vamos lá, vamos "enfrentar" esse ataque de atualização em dois dias seguidos.


Boa leitura e boa noite, amo vocês.

Capítulo 65 - Enfrentar.


Fanfic / Fanfiction Sacrifice - Enfrentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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3008

______

 

 

 

 

 

 

 

03.12.08, Segunda-feira.

(32,3)

 

 

 

 

 

 

(...)

 

 

 

 

Estava deitado na cama de baixo quando Johnny saiu do banheiro e se ele não estivesse estalando os dedos da mão enquanto respirava profundamente Johnny pensaria que ele tinha saído dali e se trancado no próprio quarto só para não ter que lidar com sua insistência.

 

 

— Acordado ainda? – Johnny que caminhou lentamente, sentado-se o na própria cama para depois deitar e rolar o corpo até a ponta da cama perguntou, conferindo por si próprio que ele estava acordado quando olhou o ômega que olhava para o teto até virar de lado, o olhando, lá de baixo – Você parece cansado.

— Nem estou – falou ele, sereno, mas era só cansaço, Johnny via e sentia.

— Precisa dormir.

— Eu sei que está pensando que é besteira e eu sei também que está pensando agora mesmo que eu estou exagerando, mas não estou – e ele disse aquilo como tivesse razão e motivos para acreditar naquilo, se enganado feio – É só começar a ficar sonolento que começo a cair dentro de sonhos estranhos.

— Eu não acho que é besteira – Johnny disse – e também não acho que esteja exagerando ou que estive e não é besteira – Johnny disse, sendo o mais sincero que conseguia ser – E eu jamais te julgaria por estar assustado depois daquele sonho que eu não sei nem exatamente como foi, mas sei que foi horrível, porque você está péssimo desde então.

— Foi horrível.

— E eu sei – Johnny disse – mas você precisa dormir, não está em condições de passar noites em claro, precisa de descanso.

— Eu sei.

— Então dorme, nem que seja por uma hora.

— Não consigo.

 

 

 

Johnny não via como insistir naquilo, não via saídas, nenhuma mesmo,  e fora por aquilo que ele se sentou na cama e depois desceu, para a cama de baixo, sentando-se enquanto olhava para o que o olhou meio assustado, ou completamente surpreso, enquanto o via se deitar ali do seu lado.

 

 

— Não precisa ter medo.

 

E então, Johnny ao dizer aquilo retirou algo como uma película, que adornava o corpo e o pensamento de Ten, que suspirou profundamente, soltando o ar para fora, como se caísse em fim na realidade, onde ele estava a um pequeno passo de ceder enfim a todo o cansaço.

 

 

— Eu estou com tanto sono... – Ten enfim disse aquilo, logo fechando os olhos que eram úmidos por todo aquele rasto de lagrimas que ainda pesavam seus cílios e Johnny via aquilo, de pertinho.

 

Mas Ten voltou a abri-los, como se não pudesse ceder ao sono, mesmo que tentasse e quisesse muito e daquilo tudo Johnny tinha consciência e sabia, que era difícil e que não tinha nada haver com besteira ou exagero.

 

 

— E você pode e deve dormir, porque eu não se sei se muda algo ou te deixa mais seguro, mas eu não vou sair daqui – Avisou ele, se surpreendendo quando Ten apenas concordou, levando a mão até o tecido de sua blusa, da qual segurou entre os dedos, ao fechar o punho n a altura do seu peito, como se tivesse que fazer aquilo, para se assegurar de que ele não sairia mesmo.

Depois disso Johnny nada mais disse, mas fez, ao segurar entre a sua mão a mão de Ten que estava ali, ainda o tendo o olhando, antes de fechar os olhos, para tentar enfim dormir.

 

 

E relutou, relutou tanto, ainda.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Mas dormiu, não conseguindo mais evitar, acabando por ceder de vez ao sono e a todo o cansaço que sentia. E não fora por muito tempo, mas dormir por umas três horas, sem interrupções, sem sonhos, simplesmente trancada em um quadro vazio, de muito cansaço e sono, até que acordou num solavanco, como se estivesse caindo e então o coração apertou, em susto e Johnny que ainda estava ali e dormindo acordou, perguntando:

 

 

 

— Estava sonhando? – perguntou ele, e Ten negou, não era sonho, pelo menos não que lembrasse.

 

 

Não fora sonho, ou era e não lembrava, mas lembrava que tinha acordado somente pela sensação de estar caindo.

Mas ele não poderia continuar assim, tendo que ter Johnny vigiando seu sono, enquanto negligenciava o seu próprio, podendo até não encontrar problema algum naquilo, já que ele era realmente uma pessoa de bom coração. Mas para Ten, que sabia e reconhecia aquilo não se sentia nada bem, de ter Johnny vigiando seu sono, acordando a cada solavanco seu, a cada susto, a cada pequeno sonho estranho, a cada partezinha agoniante, por uma madrugada inteira, depois de ter chegado cansado da faculdade que fora só porque ele insistiu muito ao dizer que estava bem e que ele podia ir sem se preocupar, até porque qualquer coisa ele ligaria, porque se fosse preciso mesmo, não via outra pessoa mais indicada a quem recorrer a não ser ele.

Como naquela madrugada, onde novamente fora atacado por insônia – ou medo de dormir – ficando por assistir na sala, com Johnny que mais dormia do quê assistia, acordando uma hora, percebendo que tinha dormido só pelo fato de já não estar no sofá e sim sendo colocado sobre a cama, por volta das duas horas, por Johnny que veio e se deitou ali do seu lado, passando mais aquela madrugada, daquela mesma forma, junto consigo que já estava cansado, daquilo tudo.

Porque não parecia algo passageiro, ou que mudaria, se ele apenas esperasse o tempo passar, sem tomar uma providencia.

 

 

Porque ele tinha certeza e sabia que continuaria assim por muitos dias, caso não resolvesse o que provavelmente estava o fazendo ter uma qualidade péssima de sono, que acabava sobrecarregando Riccey e Johnny.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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04.12.08, Terça-feira.

(32,4)

 

 

 

 

 

 

 

Johnny que acordou naquela manhã parecendo tão exausto – não o fazendo pensar no contrario – já que a madrugada fora horrível, igualmente  a passada, igualmente ao dia, também, sendo bom somente quando ele estava muito bem acordado.

O que não era o caso, já que parecia que iria cair no chão, de tanto sono que sentia.

Igualmente a Johnny, que levantou finalmente de sua cama, na qual dormiram – entre grandes aspas –com destino ao banheiro, o fazendo ter aquela necessidade de por um ponto final naquilo, porque não poderiam continuar assim, era exaustivo, irritante e não parecia ser algo simples e passageiro, principalmente para ele, que temia que não fosse.

 

Então decido de que faria algo a respeito ele esperou Johnny sair para sua aula naquela manhã, antes de se levantar, tomar um banho, tomar café da manhã – sem o café –  totalmente confiante de que poderia resolver aquilo, quando finalmente pisou no hall, indo em direção a saída do apartamento, pronto – mesmo que nem tanto – para enfrentar tudo que estava o sobrecarregando a ponto de fazê-lo ter aqueles pesadelos horríveis e se sentir como se fosse a qualquer hora se rasgar como papel. Pois ele era totalmente suscetível a ser atingidos, quando estava suscetível.

Acontecera igual, sonhou quase igualmente, na madrugada em que iriam pegar estrada para ir a Jeju, porque para ele, não saber o que vai acontecer, o deixava péssimo, inseguro, assustado e impotente, sendo motivo o suficiente para o deixar abalado, sendo assim algo que mexia com sua paz de espírito, o deixando sobrecarregado e suscetível a ter sonhos, que expressavam perfeitamente os seus medos, todos eles, sem tirar nem por, o fazendo se sentir até bobo, por ser tão vulnerável, algumas vezes.

 

E não era a toa que estivesse tão vulnerável e assustado, não quando todos os seus medos envolviam seu filho, porque ele era tudo e ele não poderia deixar aquilo tudo como estava e embora quisesse adiar aquilo ele tomou um taxi, com destino a sua antiga casa, a casa da qual talvez nunca mais fosse voltar, não para morar, pelo menos, porque ele não tinha, não tinha mais aquele desejo de ser filho.

Porque ele tinha outra vida, uma vida pela qual ele seria o único responsável, para a toda a vida.

E chegando lá, quando ainda estava parado sobre o meio fio ele se preparou mentalmente para encarar e o corpo não ia para frente, embora a mente mandasse, o fazendo recorrer a Ricey, que  sempre o dava forças para continuar com tudo e quando o sentiu chutar, mostrando estar ali consigo, para qualquer coisa e em qualquer ocasião ele finalmente sentiu  que agora poderia ir, pois não estava sozinho e era por ele, era por ele que ele ia em busca de respostas, explicações que o ajudaria sem duvidas a tomar decisões, porque estava decidido a enfrentar sua mãe, ou seu pai, para que pudesse seguir em frente e deixar todos os seus medos para trás.

Porque era aquilo, a única coisa que ele poderia fazer.

 

Então novamente inflou o peito, Ten, que tossiu logo depois, por falta de ar, mas que depois disso acordou, tomando uma dose extra de coragem, pisando enfim sobre o chão, o sentindo finalmente, já não mais flutuando enquanto ia andando até pisar nos pequenos degraus que o levaram para a frente da porta da casa.  Da qual ele conferiu se estava trancada ao girar a maçaneta e estava aberta, o deixando entrar facilmente e silenciosamente, escorando-se a mesma, assim que a fechou, enquanto tentava se concentrar no que importava, ao olhar para a casa que lhe era até estranha, agora.

E talvez por todos os maus sentimentos e lembranças não tão boas.

Mas entrou, melhor, estava ali, e ele começaria a por um fim em todas as suas duvidas, tudo o que tinha ignorado e ira perseverar e iria passar por cima daquele desejo que fazia seu estomago revirar ao querer aproveitar a deixa do silencio no andar de baixo para ir embora, sem sequer ser notado.

Respirou profundamente e soltou o ar para fora, se descorando dali da porta, seguindo pela sala até pisar no primeiro dos degraus, olhando a escada acima, pensando em subi-la e realizando seu pensamento, ao pisar no segundo degrau, depois no terceiro e depois no quarto, perdendo a contagem, quando se viu aproximando-se do andar e perdendo-se totalmente, quando enfim parou em frente ao quarto dos pais, ouvindo barulho vindo de lá e murmúrios de uma mulher que falava sozinha, enquanto sentada no chão se atolava entre papeis, procurando algo certamente importante, pois só assim para não perceber alguém abrindo a porta de seu quarto, a observando por tanto tempo, antes de ser enfim notado, desencadeando nela aquela reação, onde sua boca se abria em quase um ò perfeito  e ela levantava, apoiando-se na cama.

 

 

— Ten? O que... aconteceu algo?

— Oi – disse ele, ainda parado ali – Precisamos conversar – e fora aquilo que ele disse para a mulher que finalmente parou a sua frente depois de andar tão lentamente, com todo o receio que não escondia a curiosidade de seus olhos, que mesmo sem perguntar, tentava entender o que exatamente o trouxera até em casa.

— Tudo bem – Falou ela – vamos conversar, seja lá qual for o assunto.

 

E Ten que não poderia dar qualquer resposta ou outra resposta, ou alguma resposta apenas concordou, ainda tentando retribuir ao contato, quando a mulher rodeou seu pescoço, com um abraço, que a fez puxar o ar, e logo se afastar, talvez notando sua frieza, mas não a levando em conta, já que ela pegou sua mão e o levou escada abaixo, até que chegaram à cozinha.

 

— Está com fome?

— Não, estou bem.

— Fiz pudim, ontem.

 

Ten suspirou, a olhando parar perto da geladeira, era golpe baixo.

 

 

— Cadê o senhor Taeoh? – questionou, tirando o casaco que o fazia suar, o colocando ali, sobre a mesa.

— Seu pai viajou – Informou ela, quando se virou para lhe dar aquela resposta – ele não para em casa.

— Vocês... – e ele iniciou, mas parou, quando a mulher deixou o Pudim ali no meio da mesa, o olhando, certamente sabendo o que perguntaria, mas o deixando decidir em prosseguir ou não, enquanto pegava dois pequenos pratos e colheres de sobremesa – estão bem?

 

E não era esse tipo de bem do qual ele estava interessado em saber, embora quisesse, também, porque no final das contas eram seus pais, mas ele não perguntará aquilo e esperava que sua mãe o tivesse entendido que ele apenas perguntava se algo, estava acontecendo entre eles para que seu pai não parasse em casa.

 

— Estamos bem, se é que quer saber se estamos brigando, ou algo assim – Respondeu ele, deixando-se sorrir ligeiramente, enquanto sentava-se ali do seu lado, parando por observa-lo, somente, até que o viu concordar, o que não fora de todo tão ruim, porque para ela, que enfrentava problemas com o filho, só saber que ele estava querendo saber se os pais estavam bem entre si já lhe era o bastante – e você, Ten, está bem?

 

 

Para ela, era uma pergunta retórica, para ele também, já que ele poderia aparentar estar de qualquer jeito, menos bem e ele riu, a olhando, enquanto cruzava os braços.

 

— Estou péssimo e é por isso que vim aqui – não mentiu, ou desviou, porque se tinha algo que ele precisa ser naquele dia era firme.

— Como eu posso te ajudar?

— Eu quero que me conte tudo, cada detalhe, cada informação, cada estratégia, tudo, mesmo que seja ruim.

— Sobre a cura?

— Principalmente sobre o que farão com meu filho, caso eu aceite essa loucura toda – Disse ele, a tendo assentindo, não tão decidida, mas assentindo – porque não saber o que poderia acontecer, se eu aceitasse, estar acabando comigo e eu não consigo dormir, porque o tempo está acabando e eu não posso ignorar isso e eu não tomei uma decisão ainda, nem pensei em tudo, como um todo e eu preciso me livrar disso.

— É por isso que parece tão cansado? Por pensar tanto nisso?

— Eu não consigo dormir, e eu estou confuso, assustado e me sentindo impotente, então eu quero resolver isso e você vai me contar tudo, não vai me esconder nada, mesmo sabendo que dependendo do que disser  para mim eu  posso muito bem fazer de tudo para não deixar nada disso acontecer – falou, a tendo endireitando-se na cadeira – porque querendo ou não aceitar, vocês não mandam em mim, não mais e eu posso tomar minhas próprias decisões, principalmente quando elas envolvem meu filho.

Ela não disse nada, apenas concordou, depois de um curto suspiro, como se absorvesse tudo que dizia.

— O que quer saber?

— Quanto de sangue realmente pretende tirar do meu filho? – Ten fez a pergunta que para ele era a mais perturbadora e tentou, tentou e segurou aquele nó que não demorou a se formar em sua garganta, porque poderia desabar quando saísse dali, mas enquanto estivesse ali iria ser direto e pratico, porque tinha que ser levado a sério.

— Vamos subir e eu te mostro tudo, eu não vou esconder nada, não vou tentar interferir na sua decisão, eu prometo.

— Acho bom – Avisou Ten, levantando-se, quando ela concordou.

 

E demoraram um minuto, mais ou menos, porque ela cortou duas fatias generosas do pudim e colocou no prato, o entregando um, que beliscou enquanto subiam em direção ao escritório dela.

Porque ela tinha um e seu pai outro.

E quando entrou lá Ten se sentou no sofá de couro, tentando achar a posição mais confortável, a tendo logo vindo ao seu encontro, o entregando uma espécie de fichário, com várias folhas, da qual ela disse conter toda a parte biológica do processo, incluindo o genoma Z e todas as suas dominações, formas, estrutura, e claro, criação.

Eram documentos explicativa.

E então ela pigarreou, o olhando sério, o fazendo engolir algo como uma pedra, que pareceu descer rasgando, alterando tudo dentro de si, principalmente o espaço no estomago, que pareceu diminuir e comprimir, para depois revirar, mas ele segurou bem, respirando profundamente, quando o coração badalou.

 

— Pode dizer – Ten disse – eu quero poder ter todos os detalhes, para tomar uma decisão sensata.

— Tudo bem – Sua mãe falou aqui, parecendo decidida, até ali  – mas eu estou preocupada.

— Não se preocupe, eu estou bem, e só quero ouvir tudo, não vou dar uma resposta agora – Avisou, escorando-se ali depois de deixar o pratinho com a sobremesa sobre a mesinha a frente, quando se sentou de lado, de frente para a mulher que o olhava, não demorando a fazer o mesmo – eu só quero saber de tudo, para eu poder tomar uma boa decisão, e se essa boa decisão for não fazer isso, eu negarei e eu espero que aceite, pois nada irá me fazer mudar de ideia – e ele estava sendo sincero e sabia, que não importava quem fosse, quando queria uma coisa fazia por onde acontecer e isso incluía ele e se seu desejo fosse não aceitar, ele faria de tudo, de tudo mesmo –  mas se não, eu aceitarei, mas para isso eu tenho que pensar muito.

— Eu vou te contar.

— E eu preciso saber, e agora, porque eu preciso pensar, eu já estou com trinta e duas semanas e eu tenho mais coisas com o que me preocupar e você não devia estar chorando, então por favor, só pare e fale, tudo.

— Ok – falou ela, respirando profundamente enquanto olhava para sua barriga, da qual tocou, como se fosse a primeira vez e era, era como se fosse, porque não parecia que ela tinha estado ali – vou falar.

— Quanto?

— Inicialmente – disse ela, receosa – estávamos supondo 500 ml.

— 500 ml? – Indagou, não evitando rir soprado, embora sem vontade alguma de rir e mesmo que tivesse prometido em silencio ser imparcial e apenas ouvir, ali, naquela primeira questão ele não conseguiu – De um recém nascido que tem beirando um litro de sangue, você pretendia tirar metade?

— Fica calmo e me escuta – Ela disse, pegando sua mão, da qual apertou, o fazendo senti-las, novamente, pois era se de repente todo o sangue tivesse fugido de seu corpo – isso foi antes de tudo, antes do jantar, quando ainda tínhamos apenas hipóteses, ok? Mas você disse que queria ouvir tudo, e eu vou dizer tudo.

— E agora, quando pretende?

— 300 ml – falou ela, rápido, seco e certeiro, porque era realmente uma quantidade bem menor, e 200 ml era uma diferença gritante, mas ainda era tanto – Ten.

— Só continue – Falou ele, concentrando-se em ouvir, sentir não estava permitido, não ali, não agora.

— Eu estava tentando pensar em algo, porque eu não quero ultrapassar disso, mas temo que seja pouco mesmo usando o método de unidades, que como sabe, são minúsculas, mas temo ser pouco, porque eu não quero passar disso.

— Será muito bom pensar em algo, porque querer extorquir mais do quê isso é uma tremenda ilusão.

— Não deduza nada, não ainda e fique calmo, você disse que iria ouvir, mas parece que a qualquer momento vai começar a brigar comigo – e ela falava sério, então Ten concordou, fechando os olhos, a fim de se concentrar, embora fosse complicado quando perdia a linha tão rápido, ao falar sobre isso.

— E o que pretende, então? Se não for suficiente pretende tirar mais?

— Eu disse que não quero ultrapassar disso.

— E o que vai fazer?

— Eu posso tentar aumentar significativamente a quantidade do plasma, e não só do plasma, e sim do DNA.

— Como?

— Usando o processo de replicação, transcrição e tradução do DNA – falou ela, o dando algo como esperança, da qual não pode transparecer, pois estava confuso.

— Hã?

— Eu posso garantir que não passarei dessa quantidade, se eu conseguir aumentar significativamente a quantidade ao usar a replicação, transcrição, e tradução do DNA existente dentro do plasma que teremos como fonte da cura.

— Isso é possível?

— Porque não seria? – sua mãe perguntou, segurando agora as suas duas mãos – você é bom em biologia e sabe o que um laboratório e pessoas que sabem usa-los nos permite fazer.

— Eu não estou entendo o que exatamente está tentando dizer com tudo isso.

— A síntese de uma nova cadeia de DNA, também conhecida como polimerização, duplicação ou replicação se faz a partir de uma fita simples de DNA molde e da regra de pareamento de bases complementares, de onde uma fita nova é gerada a partir do encadeamento dos nucleotídeos com base complementar aos nucleotídeos da fita molde e blá, blá, blá ... – e ao terminar aquilo ela girou os olhos, rindo logo depois, porque não era porque amava o que fazia que não era chato, estudar, saber, e explicar termos e processos extensos como aquele, principalmente quando a pessoa para quem falava já sabia, talvez mais que si, pois esses jovens eram fogo e seu filho, seu filho era a labareda inteira  – você sabe disso, pode estar confuso agora e não é a toa que esteja mas você sabe que eu estou falando...

 

 

E ele sabia, porque tinha estudado aquilo como um louco, que não queria tirar nota baixa em biologia, entendo enfim o processo onde o primeiro passo se dava do rompimento das ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas dos nucleotídeos, permitindo assim a separação das duas fitas, onde tal processo é auxiliado pela enzima DNA helicase – que nada mais era do que uma enzima que permitia a abertura da hélice do DNA.

E não era tão complicado assim, se entendesse a função, antes de tentar buscar um por que.

 

 

— É o primeiro processo...

— E então depois dessas replicações que geram várias fitas moldes para a síntese de uma nova fita de DNA temos o segundo processo, que é exatamente aquele, onde atuam as enzimas de DNA polimerases, onde as enzimas ligam os nucleotídeos que estão dispenso no núcleo aos nucleotídeos das fitas de DNA, obedecendo as regras de pareamento entre as bases nitrogenadas que eu não vou explicar porque dá sono e você sabe, que a partir disso, cada dupla de fita de DNA nova é formada de uma metade nova e uma metade antiga, e isso nem importa, porque o que importa é a multiplicação.

— Isso é possível mesmo?

— Claro que sim! Porque não?

— Eu não quero me deixar levar por hipóteses.

—Você não vai se deixar levar por hipóteses, até porque não se trata de uma, já que no segundo o processo temos o processo de transcrição e ele é o que faz toda a diferença, pois como sabe é nesse processo onde a informação sai do genoma de DNA para a formação de mRNAs, que comandam toda a maquinaria celular – E aquilo a mãe disse olhando nos seus olhos – E como o “idioma” do DNA e do RNA é o mesmo, os nucleotídeos, e toda a a informação do genoma é transcrita, ou seja, copiada, Ten.

— Então daria certo?

— Daria, e o DNA dele, que é o que fará do mesmo processo quando entrar em contato com o organismo dos nossos seres, moldando e modificando o DNA e sua estrutura genética, assim como o Genoma Z, moldara assim o DNA dos seres, os tornando puros, livres do genoma Z que nos deixa propenso a doenças, por fortalecê-las  – e ela disse aquilo, esperançosa e não era a toa, era seu desejo,  ver o povo daquela nação bem, já que aquela era sua natureza, cuidar das pessoas – nosso corpo poderá expulsar o vírus, ao invés de fortalecê-lo, caso ele nos infecte... e eu não, não sei o que exatamente esse vírus causa, porque ele parece causar tudo e felizmente, ele não se espalhou e a ideia de que ele exista realmente ainda é algo que discutimos, estudamos e pesquisamos todos os dias, porque é tão ambíguo, e eu estou assustada, também, com tudo  e eu quero, eu quero assegurar que meu neto não sofra nada e é por isso que eu venho trabalhando nisso, desde que foi me visitar no centro e tivemos aquela conversa horrível.

 

Ten nada disse e Jungwan se calou, apenas o assistindo desviar, pensativo.

 

— Como fará?

— Como assim?

— Se quer multiplicar o DNA, aumentando assim a quantidade, incluindo a quantidade de plasma, para que assim tenha mais unidades da cura, para que precise tirar menos sangue, como fará?

— Eu usarei plasma, de outra pessoa, um plasma que será quase tão puro quanto o dele.

— Isso é fácil de se obter? Porque imaginar um plasma quase tão puro quanto o dele... isso não é hipotético demais?

— É um processo delicado, onde separemos a maior quantidade de plasma que conseguirmos, partindo em seguida para sua purificação, até que isso tudo seja resumido a um plasma contendo a maior quantidade de fitas vazias, porque como deve saber, mesmo no nosso organismo, a muitas fitas de DNA sem informação genética alguma e é isso que queremos obter, para que, quando misturarmos esses dois plasmas, o plasmo puro, rico em DNA puro, possa se ligar as fitas vazias, que também estarão se replicando, e transcrevendo toda a sua informação genética para as notas cadeias de DNA formadas, tornando assim tudo possível, quando o ultimo processo estivesse completo.

— A tradução do DNA.

— Isso, a tradução do DNA – sua mãe confirmou, o tendo assentindo, sem realmente pensar em algo além daquilo e depois daquilo, até aquela questão surgir – de onde virá esse plasma? Porque se houver uma chance de erro, você usará mesmo assim? Porque se eu aceitar, pode ter certeza que é a primeira e a ultima vez.

— Não haverá erro.

— Como pode ter tanta certeza?

— Temos o seu sangue no banco de sangue, lembra?

— Meu sangue?

— A colheita foi esse ano, não lembra?

— Irá usar meu sangue?

— Se você aceitar a proposta e quiser que usemos a menor quantidade de sangue do bebê, com a ajuda do seu, sim.

— Então usaria o sangue que eu doei esse ano?

— Seu sangue é O-, não é a toa que faz parte da população doadora.

— E se o bebê for O+, ainda séria possível obter a cura?

— Sim – respondeu ela – se fosse O- negativo séria mais seguro para quem recebesse a cura e não é perigoso caso não seja, mas se fosse Rh negativo não ocorreria de ter o efeito enfraquecido por efeito de anticorpos, ou algo assim, entende?

— E se ele for O+, ainda será possível usar meu plasma para aumentar a quantidade do dele?

— Não– falou ela, o fazendo momentaneamente se ver na estaca zero novamente – Johnny teria que doar, ao invés de você.

— Johnny?

— Sim, ele é um sangue puro, e o DNA é o mesmo, assim como o seu – Informou ela, suspirando logo depois, quando o viu suspirar – ele doaria?

 

Claro, claro que sim.

 

— É obvio – respondeu ele, sem hesitar.

— O que mais quer saber?

— Como iria tirar?

— O sangue?

— É...

— Como num exame de rotina – Jungwan disse – não é nada demais, apesar de parecer, seria como fazer um exame de sangue, como os que ele terá que fazer, normalmente, logo depois do nascimento.

— De uma vez?

— Não, não podemos tirar de uma vez, melhor, até podemos, mas eu não quero.

— Então irá prolongar?

— Não posso tirar 300 ml de sangue de um recém-nascido assim filho – Jungwan disse e de qualquer forma, para Ten, não fazia sentido – não irei prolongar tanto, só quero dar tempo para que, as 100 ml que eu resolver tirar em um dia, retorne.

— Retorne?

— O corpo reposiciona a quantidade em poucas horas e eu só quero fazer tudo da melhor forma possível, mesmo que isso signifique prolongar um pouco.

— Hm.

— Mais alguma coisa?

— Meu filho, não irá ficar fraco e propenso a coisas ruins? Sei lá, ele não corre o risco de ir...

— Ten – Jungwan chamou, não o deixando entender porque, porque embora fosse difícil olhar para ela, enquanto falavam disso, ele olhava e estava atento – nada disso irá acontecer... você acha que eu teria a coragem de fazer isso se houvesse algum risco... para ele?

— Não sei... – Falou ele, dando de ombros, a fazendo ter certeza de que ele sabia e usava daquela forma de falar apenas para não machuca-la tanto – essa nação é tão importante para você.

— Mas não é mais importante do que você, nem do quê meu neto, e me magoa que pense assim, eu não faria isso.

— Então não, ele não corre risco algum?

 — Não, ele será saudável, totalmente saudável, mesmo após isso.

 

Concordou Ten, não acreditando, pois tinha muito no que pensar, pesquisar e decidir e ele só se sentia capaz de fazer tudo aquilo, quando ouvisse uma segunda opinião, a opinião de uma medica de confiança, uma medica como sua medica Minah, que tinha o dado todo o apoio no que fosse de respeito de seu filho, sua saúde e seu bem estar.

E com aquilo em pensamento constante, Ten não se sentia tão horrível quanto imaginou que se sentiria, até porque a decisão estava em suas mãos e não havia ninguém que pudesse tira-la delas, nem que para isso ele fosse preciso lutar com unhas e dentes, sem nem pestanejar.

 

 

— Eu acho que já ouvi o bastante.

— Já?

— Eu creio que sim, ou só não consigo me lembrar de mais alguma questão importante agora.

— Eu estou aqui, eu sempre estive e eu estarei, então quando lembrar de algo, pode me perguntar.

— Eu posso te fazer uma pergunta?

— Pode, quantas quiser.

— Você e meu pai, acharam realmente que era o melhor para mim quando resolveram se afastar até que tudo chegasse a esse ponto.

— Não decidimos nos afastar, Ten, acha mesmo que decidiríamos algo assim?

— Eu não faço ideia, tenho certeza de tão pouca coisa que já não sei nem mais no que pensar.

— Só aconteceu... – ela disse – mau nos víamos, eu não me orgulho de dizer isso, mas só tive tempo para o centro e o hospital e tudo, que parece que vai me engolir, principalmente o sentimento de que estava melhor sem mim, por eu estar fazendo isso, mesmo sabendo que você repudiou o plano deste o inicio, mas que mesmo assim eu fiz... e esse sentimento só aumentou, sabe? Eu não fui atrás, e te deixei sozinho nesse momento tão complicado e eu assumo, sou a pior mãe do mundo, e eu nunca vou apagar isso, nem tentarei como nunca pedirei perdão, porque isso aconteceu e não vai mudar, mas saiba que só aconteceu e não foi por uma decisão minha, só aconteceu, porque você realmente parecia poder estar bem melhor sem mim e isso só ganhou força depois de Jeju.

— Por quê?

— Johnny me disse uma coisa que me fez acordar.

— O que ele disse?

— Pergunte a ele, tenho certeza que ele dirá – disse ela, sorrindo, mas era tão fraco e ela não deixava de olhar para si, como se não o visse a uma eternidade – e então teve a nossa discussão naquele dia, onde eu tive que ligar para o Johnny porque eu estava realmente assustada de que passasse mal, e eu não sabia o que fazer, não mais, porque você mudou e não é pra menos, não quando tem péssimos pais que te deixaram passar por tantos momentos difíceis.

— Mas não se pode mudar mais nada.

— Infelizmente não.

— Não.

— Se eu pudesse mudar, o que mudaria?

— Tudo, menos o fato de eu estar esperando o bebê.

— E Johnny?

— Johnny mudou.

— Eu percebi... – ela disse, sorrindo, como se estivesse aliviada – Mas como é, vocês.

— Eu não quero falar disso, quero apenas pensar no que falamos sobre o plano de cura.

— Tá... – aceitou ela – Eu não vou tentar interferir na sua decisão, mas eu preciso de uma resposta, porque há tantas coisas envolvidas, há planos, campanhas, inclusive a de perda de peso, para os que estão acima, para que possamos realizar tudo com no maximo 300 ml.

— Eu te darei uma resposta, não hoje, nem amanhã, mas te darei uma resposta em breve.

— Quando?

— Depois da minha consulta, eu darei uma resposta.

— Quando é sua consulta?

— Dia quatorze – respondeu ele.

— Eu posso te acompanhar?

— Não – respondeu ele.

— Como eu posso voltar, Ten?

— Voltar para onde?

— Para o seu lado? você não consegue nem me chamar de mãe.

— Eu estou muito magoado, tanto que é difícil para mim estar aqui, porque eu me sinto estranho e triste, mas já aconteceu, muita coisa e não podemos mudar nada, mas eu resolvi te dar uma chance – lembrou-a– e eu infelizmente não posso dizer como pode entrar na minha vida novamente, porque eu não faço ideia de como será, porque... – e ele suspirou – parece que quebramos, a nossa família.

— Eu sinto muito, muito mesmo Ten, por ter te machucado tanto e eu nunca vou conseguir me perdoar por isso, mas eu te peço, não sofra ao pensar que eu faria mal ao seu filho, ou por pensar que seu pai e eu não te amamos, por favor, não pense isso e se já pensou, não pense mais, porque é verdade.

— Só não me pede pra esquecer tudo e agir normalmente, não agora.

— Eu não teria coragem de pedir isso.

— Eu acho que vou embora agora.

— Se for o que quiser.

— Precisamos dar tempo para as coisas.

— Sim – ela disse – eu só espero que entenda que eu jamais teria coragem de fazer mal ao seu filho, porque eu não faria, porque machucar ele seria machucar você.

— Que bom que sabe.

— Sou mãe, eu sei que dói.

 

 

 

E era para evitar assuntos assim que ele queria já ter ido, e por querer evitar muita coisa, ele apenas concordou, desviando de seus olhos, antes de se levantar.

 

 

— Podemos manter contato? – perguntou ela, antes de se levantar.

— Sim, quando eu chegar em casa irei sem duvidas lembrar de muitas coisas.

 

Não era daquele tipo de contato que ela referiu e Ten respondeu sabendo, embora doesse, ele respondeu, usando de toda sua sinceridade, a tendo concordando, estavam entendidos, embora houvesse tanta coisa, por baixo de tudo.

Ele só não sabia como agir, nunca tinha se machucado daquela forma.

 

— Eu posso chamar um táxi? – Perguntou ela, quando saíram do escritório.

— Pode – respondeu – eu já desço, só vou pegar umas coisas no quarto.

 

 

Ela assentiu, seguindo pelo o extenso corredor que a levou para descer as escadas, o fazendo seguir para seu antigo quarto, do qual entrou e apenas caminhou até a cama, da qual sentou, porque ele não tinha planos de pegar nada, queria apenas ficar sozinho, pois temia um passo em falso, que pioraria tudo, e piorar tudo era o que ele queria evitar, porque fora para melhorar tudo que estava péssimo que ele veio até ali, com planos de voltar resolvido, talvez não tão bem, mas melhor e ali, embora estivesse confuso e um pouco perdido, ele estava melhor, pois pelo menos tinha tido coragem de enfrentar e poderia sentar, pensar, e dar o veredito, acabando de uma vez por todas com aquilo, finalmente.

 

Uns cinco minutos depois a mãe bateu na porta, dizendo que o táxi estava lá fora e para não levantar suspeitas, Ten tinha levantado, a uns dois minutos, enquanto procurava algo, para levar, acabando por pegar um globo de neve, perdido dentro de uma caixa da qual revirou, não achando nada interessante, entendendo o porque de ela não ter ido junto com as outras coisas.

 

E ali, parada na porta, o vendo sair ela o segurou pela mão, o olhando, quando ele enfim olhou para ela, receoso.

 

— Eu amo você.

— Tchau, omma.

 

 

Poderia ser orgulho, poderia, mas ele, que se virou e seguiu em direção ao carro, enquanto sentia aquele nó em sua garganta só crescer, só conseguiu dizer aquilo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

__________

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Foi teórico, este capítulo, e parecido com o anterior ao passado e veio logo depois de um dia depois de uma atualização de dezessete mil palavras rsrs

Ai que sufoco, as vezes tenho pena dos meus leitores, mas não posso fazer muito, e não posso adiar, quando tenho que postar e eu tive que postar, porque vocês já devem ter percebido que o tempo está passando, já estamos aqui nas 32 semanas? olha isso gente, eu não acredito.


E agora, o que vai acontecer?

Façam suas apostas.
Ten, vai aceitar?

Porque ele tentou se manter calmo, não queria brigar, queria apenas resolver o que desse, para resolver o que precisasse.

Será que, depois dessa conversa ele vai conseguir dormir ou Johnny ainda terá que ficar com ele na cama, para que ele durma?

Amo vcs, me desculpa pelo capítulo ter saído assim, e me desculpas se a conversa com a mãe saiu assim, tão calma, ainda. Eu não exagerei, não tentei limpar a barra dela. Deixando acontecer nela o que deveria acontecer, como mãe e deixando acontecer com Ten, o que deveria acontecer como filho, um filho que está magoado.


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