História Sad BeautifulTragic - Capitulo - 04

Capitulo 04

“Bela garota, bela garota, você deveria estar sorrindo

Uma garota como você nunca devia parecer tão triste

Vocêé tudo que eu vejo em meus sonhos

Eu não teria dito isso para você se não fosse verdade”

Bruno Mars – Treasure

Thiago: Já falei, diz que não vai, se falarem alguma coisa some, são só dois dias mesmo.

Dulce rolou os olhos. Não aguenta mais falar a Thiago que não iria fugir, que não iria brigar. Os pais lhe disseram que iriam passar o final de semana na cidade vizinha na casa de sua tinha e ela iria. Não tinha jeito. Não iria fazer nenhuma loucura que irritasse os pais. Não dessa vez.

Dulce: Thiago tira isso da cabeça. Eu vou com eles. Como você mesmo disse, são só dois dias.

A ligação ficou muda. Rolou os olhos. Ele desligou. Quanta maturidade. Jogou o celular em cima da cama e terminou de colocar as roupas dentro da mochila e desceu para se encontrar com os pais. A viagem demoraria cerca de duas horas, seus pais lhe perguntaram e quando ela disse que estava tudo bem não questionaram mais. Por um momento se sentiu mal em mentir para eles, mais eles não a entenderiam. Sempre fora dedicada a escola, a eles, a seus amigos. Agora ela queria se divertir, faria dezoito anos e logo iria para uma faculdade longe dali. Queria viver uma aventura antes de ser universitária e depois estar formada. Não teria tempo mais para frente. Teria que viver agora. Colocou os fones no ouvido e alguma musica para tocar e logo adormeceu. Andava dormindo mal desde que começara a sair com Thiago.

Já tinha mais de cinco horas que Dulce havia chegado em Saltillo e nada fizera além de ficar jogada no sofá da tia e trocar mensagens com Maite e alguns amigos. Percebera nesse tempo que sentia falta deles e prometera a si mesma que segunda não faltaria o colégio de maneira nenhuma. Quando anoiteceu os pais e os tios se arrumaram pois teria uma festinha na cidade e lhe encheram a paciência até dizer que iria. Colocou um short de couro e uma blusa branca decotada, fez uma maquiagem leve e pós uma bota nos pés, uma bolsa de lado, que era grande demais, mais que ela sempre usava.

Quando chegaram a festa, seus pais logo encontram amigos antigos, e junto com seus tios foram curti. Ela rolou os olhos. Tinha ficado para trás e não estava nem um pouco afim de procurar alguém para se enturmar, então foi procurar algum lugar que pudesse sentar e rezar para que as horas passassem rápido. Avistou um banco e fora em direção a ele. Dulce digitava no celular enquanto andava e sentiu algo duro se batendo nela e foi empurrada para o lado e por um triz não caiu no chão. Mãos lhe seguraram fortemente pela cintura. Quando olhou para cima não acreditou. Aquilo seria um sonho?

Christopher: Dulce? O que esta fazendo aqui? – surpreso.

Dulce: ann, estou com os meus pais e você?

Christopher: estava entediado, vim dar uma volta.

Dulce: a quase duas horas da cidade em que esta?– riu – você não pode ser normal

A risada dela era contagiante. Não tinha como não deixar escapar um riso. Lentamente tirou as mãos da cintura dela e viu que aquela noite não tinha jeito. Estava entregue ao destino. Porque se não fosse destino, porque eles se encontraram ali? Daquele jeito?

Dulce: bom você veio aqui por estar entediado, e eu querendo ir embora pelo mesmo motivo.

Christopher: tem uma festa acontecendo – falou em ton de obvio – como pode estar entediada?

Dulce: meus pais me abandonaram, eu não conheço ninguém aqui, dá um desconto.

Christopher: vocêé uma mulher de sorte então – sorriu sedutoramente e o coração de Dulce parou de bater por uns segundos. – ninguém conhece essa cidade como eu. – ela sorriu. – vamos brincar.

A primeira coisa que Christopher fez foi guiá-la para as barracas de brincadeiras dali. Ele e Dulce atiraram argolas até conseguirem acertarem alguma. Dulce ria a cada erro, e pulava a cada acerto. Aquela menina mulher estava mexendo cada vez mais com ele. Ele se divertia vendo-a se divertindo daquele jeito. Christopher a levou para barraca de tiro ao alvo e Dulce não conseguiu acertar nenhum tiro, enquanto ele acertou todos, e ao olha-la viu com um bico imenso, não evitou rir. Pagou por mais uma rodada e se aproximou dela.

Christopher: vou te mostrar como acertar. – sorriram.

Christopher se posicionou atrás dela. E lhe ensinou a mirar, falava perto do ouvido dela, que não estava nenhum pouco concentrada no que ele lhe dizia apenas no fato, de uma das mãos dele estar em sua cintura e no alito dele em sua orelha e pescoço. Quando ele mandou atirar, apertou o gatilho e por um milagre de Deus acertou o alvo em cheio. Os outros tiros não foram tão bons. Talvez pelo fato dele ter se afastado logo em seguida. Dulce ganhou um urso minúsculo enquanto Christopher ganhou um, um pouco maior e lhe entregou ao ver o bico dela. Que riu em seguida, guardando-os.

Dulce: não acredito que tive todo esse trabalho para, pelo menos, acertar o alvo e ganhei um urso menor que minha mão. Cansei desses jogos.

Christopher: que criança meu Deus. – riu – vem, vou te levar para comer os melhores nachos que já comeu na vida.

Ele estava certo, eram os melhores Nachos de sua vida. A conversa fluía com Christopher de um jeito incrível, os dois riam o tempo todo. E a única coisa que as vezes ela parava para se perguntar era por que Thiago não era daquele jeito.  Começou a tocar uma musica de Callhe 13 e Dulce arregalou os olhos.

Dulce: eu amo essa musica. – levantou-se. – vem dançar, por favor.

Dulce puxou Christopher pela mão. E começou a dançar a musica em seu ritmo, rebolando o quadril de um jeito extremamente sensual, e Christopher começara a criar duvidas se ela estava sendo inocente ou estava lhe provocando. Mais fez o jogo dela seja ele qual fosse, dançou com ela ao seu ritmo, acompanhou todos os movimentos dela. Viu como os homens ao seu redor a comiam com os olhos, e meio possessivo ele a puxou para si fazendo os dois rebolarem juntos. Os corações dos dois estavam disparados, não tinham como negar. Quando a musica acabou os dois se olharam ofegantes e estavam a poucos centímetros um do outro.

Dulce: acho melhor beber alguma coisa.

Afastou-se nervosa voltando a mesa em que estavam. Christopher voltou e os dois continuaram a conversar, ainda pensando no que aconteceria se ela não tivesse saído tão rapidamente. Dulce sentiu o celular tocar, era sua mãe, provavelmente para saber onde estava, ou para dizer que já estava indo. Dulce estava nervosa, mais não queria ir embora ainda. Iria aproveitar cada segundo que podia ao lado dele. Dulce atendeu e ouviu a mãe dizer que já estava indo embora, para ela voltar.

Dulce:  mãe, eu encontrei uns amigos da escola, estamos conversando e comendo algo, mais tarde eu peço para algum deles me levar tudo bem? É só deixar a chave escondida que eu me viro quando chegar.

Christopher sorriu.